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resenha critica sobre naturalismo e contratualismo

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Centro Universitário UniFanor Wyden
Direito – 1º Semestre
 Francisco André Freire de Oliveira
Matricula: 2010117591
Resenha Crítica do Artigo Naturalismo v.s. Contratualismo: Sobre a origem do social
	
 O artigo analisado para a seguinte resenha mostra duas teorias que expõem e explicam o tema sobre a origem do social, visto que grandes filósofos deram notoriedade e relevância em diversas épocas da história humana, tais como Aristóteles, Santo Tomás de Aquino, Thomas Hobbes, Jean-Jacques Rousseau, entre outros. Ambas as teorias procuram defender, às suas maneiras, a origem da sociedade que, consequentemente, fundamentou os alicerces para o surgimento do Estado. A vida em sociedade traz inúmeros benefícios para o ser humano, contudo resulta também em diversas restrições, de modo que, algumas vezes, pode chegar até mesmo a limitar a própria liberdade humana (DALLARI, 2005, p. 9). E com isso surge a indagação de qual a origem do social.
 No que se refere a teoria do Naturalismos, ela expressa a formação natural da sociedade humana e que a mesma tem um impulso natural de coexistir em proximidade e em conjunto com outros seres humanos. E com isso a teoria afirma que essa aproximação não é uma escolha, mas uma necessidade natural de convívio em conjunto. Entretanto, precisamos lembrar que os naturalistas não creditam a diversidade existente de formas de organização humana apenas ao impulso associativo. Os naturalistas não excluem a participação da liberdade e da vontade na modelagem da forma de organização social dos agrupamentos humanos, haja vista que ambas são responsáveis pela diversidade de formas de organização socioculturais.
 Em seus mais diversos adeptos a teoria naturalista que se destacam, dois deles são Aristóteles e Santo Tomás de Aquino. Para Aristóteles o homem é como um animal sendo racional diferenciando-se por não agir puramente por instito. No mais, Aristotoles em sua visão o homem é um animal politico e racional que em sua essência precisa viver em (polis) Cidade/politica para o bem maior em decorrência de sua racionalidade.
 Em decorrência, Santo Tomás de Aquino, também naturalistas vai dizer que é natural que o homem viva em sociedade, sendo um animal social e politico em que para ele, a cidade representa a suprema sociedade/comunidade humana, a mais completa e perfeita. O notório Italiano soma a sua tese que o homem sua viveria em isolamento em três hiposes quais sejam: O ser extremamente virtuoso vivendo com comunhão com sua divindade, a segunda seria, aquele com a presença de anomalia mental e por ultimo, acidente que abrigassem os seres humanos, por circunstâncias alheias a sua vontade a viverem só. 
 Assim, podemos concluir que, segundo as principais ideias avançadas pelo pensamento naturalista, o ser humano vive em sociedade por um impulso intrínseco à constituição natural de nossa espécie, mas que, diferentemente dos demais animais, esse instinto é complementado pela vontade, liberdade e racionalidade humanas que busca comunicar-se com os outros seres humanos e alcançar sua perfeição na vida coletiva.
 
 Contrapondo-se, a teoria Contituitiva não aceita a concepção de que existe um impulso associativo natural que seja responsável pelo a vida em sociedade. Por o contrario essa teoria prega que em verdade ocorreu um momento no qual os seres humanos decidiram se associarem, ou seja, que houve um ponto em que mesmo vivendo próximos , viveriam isolados, isto é, sem que houvesse um contato duradouro de modo a se organizarem socialmente, assim, assinando um contrato social de modo como se estabeleceria o estado civil. Dessa forma, precisamos lembrar que existe uma diversidade de autores contratualistas, que articulam de maneira distinta as ideias fundamentais do contratualismo. Entretanto, todos concordam em dizer que a vida em sociedade não se deu em decorrência de um impulso associativo natural, mas sim por um ato livre de escolha humana.
 Thomas Hobbes defende o contratualismo sendo para ele, o estado de natureza não apenas que significava o momento anterior à formação da sociedade, mas também o momento mais embrutecido da história da humanidade, no qual os indivíduos possuíam uma vida breve, animalesca, sórdida e bestial. O estado de natureza caracteriza-se, para esse pensador, como o momento em que imperava o caos. Além disso, Hobbes entende o estado de natureza como uma ameaça constante que paira sobre a sociedade, ou melhor, que o naturalismo antes do contratualismo era uma total desordem, porque não havia moral, não haveria respeito apenas um modo de agir instintivo muito menos não teria uma instituição social para controlar os maus desejos humanos havendo um campo livre para a maldade.
 O filosofo se tratando de liberdade o via como de forma negativa. Para o filósofo, embora os seres humanos não fossem absolutamente iguais, eles eram iguais o suficiente para que nenhum pudesse triunfar sobre o outro (RIBEIRO, 2005, p. 55). Pois nesse estado todos teriam o medo instalado, já que todos eram iguais na capacidade de prejudicar uns ao outros isso faria que o combate acontecesse mesmo antes de um ataque do outro para preservar a sua vida. Hobbes tem ainda uma concepção negativa da liberdade humana, haja vista que, por meio dela o ser humano possuiria o direito de tudo querer e poder, sendo possível fazer o uso de todas as suas forças e capacidades para alcançar seus objetivos. E esse estado natural faria a instauração da chamada “Guerra de todos contra todos”, melhor dizendo, a guerra seria uma necessidade de sobrevivência e não uma escolha opcional para os indivíduos.
 Todavia, conforme Hobbes, o ser humano, apesar de tudo, é um ser dotado de razão e percebe a inviabilidade de permanecer nesse estado que seu bem mais precioso é a sua própria vida, que fica nesta constate ameaça, que o leva a querer uma situação no qual esta ameaça não exista. Para o filosofo, quando o ser humano chega nessa situação ele vislumbra que a mutua associação é única forma de fugir desse estado natural para haver a coexistência de forma pacifica. Esse pacto social se dá em que o lado racional visualiza que é necessário institui regras e instituição necessárias para essa pacificação. Assim, a função do pacto social é a preservação da segurança humana, e sua manutenção não se dá por outro motivo além da preservação da vida e dos bens dos indivíduos.
 Através dessa associação tem origem o estado civil, no qual o Soberano – o Estado – seria a autoridade responsável por garantir a segurança dos indivíduos, devendo punir severamente quem descumprisse quaisquer de suas normas, haja vista que ele seria a única garantia do não retorno ao estado de natureza. Desse modo, a autodefesa é transferida para o soberano no momento que é instalado o pacto de associação. Logo, os seres humanos não mais lutariam entre si para preservar o que lhes é mais precioso, este poder pertenceria unicamente ao Soberano (BRITO, 2012, p. 121). Hobbes considera que mesmo um governo ruim o estado de naturalismo é muito pior a essa condição, em consequência disso não haveriam limites ao Soberano, salvo os que ele mesmo se impusesse. 
 O sistema de ideias de Hobbes no contratualismo foi de suma importância para o avanço na discussão politica sobre a natureza social. Muitos autores posteriormente aderiram ao contrutualismo como origem do social porem, rejeitaram o conceito Hobbesiano. Vejamos a seguir um grande continuador das ideias contratualistas, mas opositor do pensamento de Hobbes, Jean-Jacques Rousseau.
 Rousseau acredita que no estado de natureza os seres humanos não estabeleceriam qualquer vínculo social com seus semelhantes a não ser aqueles estritamente necessários à sua sobrevivência. Todavia, a inexistência de vínculos não significa necessariamente a desordem, pois, para Rousseau, a única preocupação humana, nesse estado, seria com a sua autopreservação, sendo que, por possuir natureza essencialmente boa, o ser humano não possuiria qualquer predisposição de atacar seu semelhante(ROMÊO, 2013, p. 170). Contradizendo a teoria de Hobbes, que o conceito de “Guerra de todos contra todos” pois para Rousseau, o ser humano embora sozinho, viveria em paz.
 Rousseau considera que o ser humano tinha duas características próprias do estado de natureza: Liberdade e igualdade. Pois os seres humanos seriam livre pois sem a exigência de vínculos também a ausência de obrigações e restrições. E ainda seriam iguais pela falta de qualquer autoridade superior capaz de submetê-los a sua vontade. Os indivíduos teriam a tudo querer e poder, mediante o uso do racional.
 O aparecimento da linguagem adquire, em Rousseau, uma significação importante no que se refere à criação de laços e regras. Entretanto em certo momento a linguagem poderia beneficiar um e ser desigual para outro ao passo que retira algo do coletivo transformando em individual.
 Outrossim, para o pensador haveria dois tipos de igualdade e desigualdade: As sociais e físicas. E é nesse momento que a sociedade traz infelicidade dando origem a corrupção isso porque, inicialmente feliz no estado de natureza, o ser humano decide por meio de seu egoísmo instituir noções individualistas que geram sua própria decadência. E com o objetivo de recuperar sua liberdade natural através da liberdade social que vem o surgimento da associação. Todos os seres humanos, na condição de iguais, teriam decidido pela alienação total de seus direitos em favor da criação de uma autoridade formada por eles mesmos. Isto é, a elaboração de leis e regras se daria pelo povo e este mesmo povo seria sujeito passivo de tais regramentos (NASCIMENTO, 2005). Pois com instauração do estado deveria estruturar-se de modo a ser um mero representante da vontade do todo, que não se resume a qualquer vontade individualista.
Como apresentado, Rousseau, mesmo utilizando a mesma arquitetura teórica do contratualismo, que pressupõe a existência de um momento anterior à vida social no qual os indivíduos viviam próximos mas isolados, momento que seria superado pela celebração de um pacto social entre os indivíduos para a constituição da vida político-social, desenvolve um conjunto de ideias abertamente contrárias às conclusões avançadas por Hobbes no que concerne à natureza da organização político-social humana.
 Conclui-se, que no desenvolvimento do social surgem teorias bem diferentes entre si acerca do assunto. O naturalismo por sua vez mostra que o social veio através de uma vontade instintiva de convívio da especial humana que em plenitude só conseguiria por meio da vida em coletividade. Já na ideia contratualista tem como tese que unicamente a vontadade e liberdades humanas podem da origem o social. Apesar da linha contratualista, como explicação historicamente válida da emergência da vida em sociedade, não possuir adeptos declarados atualmente, suas ideias têm relevância como justificativa filosófica das instituições sociais. O contratualismo de Rousseau, por exemplo, possui manifesta influência no que hoje convencionamos chamar de democracia. 
 As duas teorias nos mostram a preocupação que o ser-humano sempre teve (e ainda tem) em tentar compreender e buscar os entendimentos para se auto-conhecer. Chama atenção a ênfase que Aristóteles dá aos irracionais, onde é dito que tais grupos formam associações pelo instinto. A questão é interessante e pouco explorada pelos digníssimos pensadores e filósofos.
 Portanto, fica nítido que o estudo dessas duas linhas de pensamento para entender o desenvolvimento da sociedade é de extrema relevância, tanto historicamente como atualmente. Assim, poderíamos dizer que a sociedade humana é consequência tanto do instinto e do desejo humano. Instinto de sobrevivência e desejo de formar um grupo para que unidos os indivíduos possam transpor os obstáculos que ameaçam sua existência. Dessa forma, concluímos que a sociedade é resultado tanto da natureza, quanto da vontade, liberdade e inteligência humanas.

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