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10- PRATICA V - AULA 10 ADPF

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTO MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
PARTIDO POLÍTICO BETA, agremiação política, com representação no Congresso Nacional, inscrito no CNPJ sob nº XXXXXXXX/XXXX, com sede no endereço XXXXXXX, e-mail XXX@XXX, neste ato representado por seu presidente, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da cédula de identidade nº XXXX, inscrito no CPF sob nº XXXXXXXX-XXX, com endereço na Rua XXXXXX, e-mail XXX@XXX, vem, por seu advogado, com endereço profissional na rua XXX, e-mail XXX, onde recebe intimações, conforme art.106, I do CPC, propor
 
ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL COM PEDIDO DE LIMINAR
com fulcro no art. 102, § 1º da CRFB e art.1º da Lei 9.882/99, pelo rito especial, da Lei Orgânica do município Alfa, pelas razões de fato e de direito a seguir expostos:
I – DOS FATOS:
O prefeito do Município Alfa, preocupado com a adequada conduta no seu mandato, procurou o presidente nacional do seu partido político Beta, o qual possui representação no Congresso nacional, e informa que a Lei Orgânica do Município Alfa, publicada em 30 de maio de 1985, estabelece, no seu artigo 11, diversas condutas como crime de responsabilidade de prefeito, entre elas o não atendimento, ainda que justificado, a pedido de informações da Câmara Municipal, inclusive com previsão de afastamento imediato, a pedido de informações da Câmara Municipal, inclusive com previsão de afastamento imediato do prefeito a partir da abertura do processo político.
Informou, também, que a mesma Lei Orgânica, em seu artigo 12, contém previsão que define a competência de processamento e julgamento do prefeito pelo cometimento de rimes comuns perante Justiça Estadual de primeira instância.
Por fim, informou que, em razão de disputa política local, houve recente representação oferecida por vereadores da oposição com o objetivo de instaurar processo de apuração de crime de responsabilidade com fundamento no referido artigo 11 da Lei Orgânica, a qual poderá ser analisada a qualquer momento.
O impetrante, após o devido trâmite interno estabelecimento no seu estatuto, conclui que a norma municipal está em dissonância com a Constituição de 88 decidindo adotar providência judicial em relação ao tema.
I – DO DIREITO:
1.1. DA LEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA:
A legitimidade ativa está disciplinada no art. 2º, inciso I da lei 9.882/99 e artigo 103, Incisos I ao IX, da CF/88, dispõe sobre os legitimados para ajuizar a ADPF.
 Desta feita, o partido político Beta tem legitimidade ativa no caso em tela, nos termos do inciso VIII, do artigo 103 da Carta Magna, não tendo inclusive a necessidade de justificação referente a pertinência temática, por se tratar de legitimado ativo universal ou neutro.
Por outra ótica, os legitimados passivos, tratam-se dos órgãos e representantes que feriram os preceitos fundamentais, ao realizarem o ato referente às ordens administrativas para os agentes estatais inibirem as manifestações que tem previsão constitucional, vindo, assim, a restringir os direitos garantidos em nossa Lei Maior.
1.2. DO ATO DO PODER PÚBLICO IMPUGNADO:
Sabe-se que, a ADPF não se restringe à apreciação de atos normativos, podendo por meio dela, ser impugnado qualquer ato do Poder Público de que resulte lesão ou ameaça de lesão a preceito fundamental decorrente da Constituição Federal/88.
Assim, os artigos 11 e 12 da Lei Orgânica do Município Alfa estão em dissonância com a Constituição.
1.3. DA VIOLAÇÃO DE PRECEITOS FUNDAMENTAIS:
1.3.1. Da competência privativa da União:
Cabe demonstrar que, a norma municipal viola o artigo 22, I, da CRFB/88, uma vez que se trata de matéria de direito penal e a competência é legislativa e privativa da União, situação que viola o princípio federativo.
Nesse sentido, existe a súmula vinculante 46 do STF:
“A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento são de competência legislativa privativa da União”.
1.3.2. Da Violação ao princípio da separação dos poderes:
Sabemos que os poderes legislativo, executivo e judiciário devem atuar de forma separada, independente e harmônica, mantendo, no entanto, as características do poder de ser uno, indivisível e indelegável.
O objetivo dessa separação é evitar que o poder se concentre nas mãos de uma única pessoa, para que não haja abuso, assim, no caso em tela houve a violação ao princípio da separação dos poderes, conforme o artigo 2º, da CRFB/88:
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
1.3.3. Da inobservância da Lei Orgânica aos preceitos da CRFB/88:
O artigo 29, caput, inciso X, da CRFB, disciplina que as Leis Orgânicas dos municípios devem observar os preceitos da Constituição da República, especialmente garantindo aos prefeitos a prerrogativa de foro perante o Tribunal de Justiça em crimes comuns. 
1.3.4. Da violação da Súmula Vinculante 46 do STF:
No que concerne ao regime pertinente aos preceitos Municipais, a referida competência foi exercida com a edição do Decreto – Lei 201/1967. No caso concreto, a decisão reclamada reconheceu que o diploma normativo adotado para o julgamento da parte reclamada reconheceu que o diploma normativo adotado para o julgamento da parte reclamante foi o Regime Interno da Câmara Municipal.
A Câmara Municipal prestou informações no mesmo sentido. O parâmetro normativo utilizado, portanto, é incontroverso.
A súmula Vinculante 46, originada da Súmula 722, STF (aprovada em 26/11/2003), não se presta a servir como fundamento para toda e qualquer alegação de ofensa às normas federais que definem os crimes de responsabilidade e as respectivas regras de processo e julgamento. No entanto, trata-se de caso em que expressamente se admite a utilização de parâmetro normativo diverso do Decreto Lei 201/1967.
A violação da Súmula Vinculante, portanto, é clara!
1.4. DA MEDIDA LIMINAR:
O §3º, do artigo 5º da Lei 9.882/99, que trata da ADPF, consta que poderá ser admitida a deferida medida liminar em caso de patente urgência ou perigo de lesão grave, medida que assegura temporariamente a eficácia à futura decisão de mérito.
Desta feita, há verossimilhança jurídica na referida ação constante na paça vestibular em decorrência da inequívoca contrariedade do preceito fundamental que afrontou a CRFB/88 no direitos e garantias individuais dos artigos 5º,LIV, IV, IX, XVI, XXXIV e art.220, ambos da Constituição de 88, que tutelam de forma patente os direitos de livre expressão de pensamento, direito de reunião, direito de petição e manifestações e reuniões pacíficas, sendo assim, pelo demonstrado acima, resta evidente o fumus boni iuris.
III– DOS PEDIDOS:
a) Que seja concedida liminar para suspender o trâmite da representação por crime de responsabilidade oferecida em desfavor do Prefeito. 
b) A notificação das autoridades e órgãos, responsáveis pela violação ao preceito fundamental da Constituição Federal, para querendo, manifestem-se, caso, assim se entender; 
c) A notificação, caso Vossa Excelência entenda pertinente, do Exmo. Sr. Advogado Geral da União para se manifestar sobre o mérito da presente ação, nos termos do artigo 5º, § 2º, da Lei nº 9.882/99; 
d) A oitiva do Exmo. Sr. Procurador Geral da República e do Ministério Público, nos termos do artigo 5º, § 2º, e do artigo 7º, da Lei nº 9.882/99;
e) Seja julgado procedente o pedido para declarar a incompatibilidade com a Constituição da República dos Artigos 11 e 12 da Lei Orgânica, de 30 de maio de 1985, do Município Alfa.
IV– DAS PROVAS
Requer a produção de todas as provas admitidas em direito na forma do artigo 3º, parágrafo único, da Lei nº 9.882/99, em especial a prova documental (em anexo cópia das decisões judiciais).
IV– DO VALOR DA CAUSA:
Dá-se à causa o valor de R$ XXXX,XXX (XXXX).
 Nestes termos, Pede Deferimento.
 Local e Data
 
 
 AdvogadoOAB nº XXXX/UF

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