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Tombamento: definição, modalidades e efeitos

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TOMBAMENTO
Acadêmica: Pâmela Corrêa Mallmann Machado
Profº: Rodrigo Koenig França
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Direito (DIR-0095) – Direito Administrativo II – 23/04/2020
1. INTRODUÇÃO
Neste trabalho iremos apresentar a definição de tombamento, suas modalidades, forma, efeitos e eficácia.
2. DEFINIÇÃO:
 	Tombamento é a forma com que o Poder Público se utiliza para intervir na propriedade privada para proteger o patrimônio cultural, preservando bens de ordem histórica, artística, científica, cultural, arqueológica e paisagística.
Segundo Maria Sylvia Zanella di Pietro:
“O tombamento pode ser definido como o procedimento administrativo pelo qual o poder público sujeita a restrições parciais os bens de qualquer natureza cuja conservação seja de interesse público, por sua vinculação a fatos memoráveis da história ou por seu valor arqueológico ou etnológico, bibliográfico ou artístico.” (PIETRO, 2008)
O tombamento dos bens imóveis na maioria dos casos são aqueles de valor arquitetônico de épocas passadas em nossa história. Podem ocorrer até mesmo em bairros, cidades e até mesmo em bens móveis.
Essa forma de intervenção na propriedade está expressa no art. 216, § 1º da Constituição Federal:
“O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação”.
3. MODALIDADES:
Existem várias formas que podem ocorrer o tombamento, sendo elas: Voluntário ou compulsório, provisório ou definitivo.
A modalidade voluntária, ocorre quando o proprietário concorda com o tombamento podendo o pedido ser realizado ao Poder Público. 
A forma compulsória ocorre quando há resistência e contrariedade por parte do proprietário, o poder Público realiza a inscrição do bem como tombado.
4. DO ATO:
O tombamento sempre será manifestado através de ato administrativo e resultante da vontade expressa do Poder Público.
De acordo com a CF art. 24, VII, a competência de legislar sobre a proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico é concorrente entre a União, os Estados e o Distrito Federal podendo haver suplementação pela legislação municipal de acordo com o art. 30, II da CF.
Baseado também no art. 30, II, da CF também responsabiliza o município a proteção do patrimônio histórico-cultural observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.
Antes de ocorrer o tombamento ocorre o processo administrativo, neste são analisados em todas as perspectivas a necessidade de intervenção da propriedade privada para o resguardo do bem tombado.
Nesse processo, são imprescindíveis: O parecer do órgão técnico cultural; a notificação ao proprietário, que poderá manifestar-se anuindo com o tombamento ou impugnando a intenção do Poder Público de decretá-lo; decisão do Conselho Consultivo da pessoa incumbida do tombamento, após as manifestações dos técnicos e do proprietário. A decisão poderá concluir pela anulação do processo, se houver ilegalidade, pela rejeição da proposta de tombamento, ou pela homologação da proposta, se necessário o tombamento; possibilidade de interposição de recurso pelo proprietário, contra o tombamento, a ser dirigido ao Presidente da República.
Nota-se que é obrigatório para que ocorra o tombamento a existência do processo administrativo em cumprimento do princípio constitucional do devido processo legal, que garante ao proprietário o direito ao contraditório e à ampla defesa, para que este possa se manifestar sobre a falta de relação entre o bem a ser tombado e a proteção do patrimônio cultural se for este o caso.
O ato do tombamento acarreta algumas consequências no que diz respeito ao uso e à alienação do bem tombado. Executado o tombamento e o registro no Ofício de Registro de Imóveis, ficará proibido o proprietário ou ao titular do direito do uso, destruir, depredar ou mutilar o bem tombado. Ademais, o proprietário somente poderá reparar, pintar ou reformar o bem se houver autorização do Poder Público.
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA COMINATÓRIA. OBRIGAÇÃO DE NÃO DEMOLIR. EDIFÍCIO DE POTENCIAL VALOR CULTURAL. PRELIMINAR. INTERESSE DE AGIR. CONFUSÃO COM O MÉRITO DO AGRAVO (PERIGO NA DEMORA). EXISTÊNCIA DE PROCEDIMENTO DE TOMBAMENTO. IRRELEVÂNCIA. POSSIBILIDADE DE PROVIMENTO JUDICIAL A DESPEITO DA ESFERA ADMINISTRATIVA. PRECEDENTES. INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO (ART. 5º, XXXV, CF). PROBABILIDADE DO DIREITO. PARECER TÉCNICO DANDO CONTA DO VALOR HISTÓRICO, CULTURAL E ARTÍSTICO DO IMÓVEL. EVIDÊNCIA SUFICIENTE PARA A CONCESSÃO DA TUTELA PROVISÓRIA. ASTREINTE. EXORBITÂNCIA. NECESSIDADE DE ADEQUAÇÃO. VALOR DO IMÓVEL QUE NÃO VINCULA O PATAMAR DA MULTA. CONSIDERAÇÃO DO PATRIMÔNIO IMATERIAL A SER RESGUARDADO. MINORAÇÃO PARA R$ 3.000.000,00. RECURSO PROVIDO EM PARTE. (TJSC, Agravo de Instrumento n. 4021374-34.2018.8.24.0000, de São Bento do Sul, rel. Des. Vilson Fontana, Quinta Câmara de Direito Público, j. 22-08-2019).
O proprietário deverá manter as características culturais do bem tombado, se não houver recursos para realizar as obras de conservação e restauração, o mesmo deverá informar ao órgão que determinou o tombamento para que o mesmo proceda com a execução e venha arcar com todas as despesas.
AGRAVO INTERNO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA PROMOVIDA PELO MINISTÉRIO PÚBLICO. TOMBAMENTO. DEMANDA VOLTADA À CONSERVAÇÃO DE IMÓVEL COM VALOR HISTÓRICO. DECRETO DE PROCEDÊNCIA EM PRIMEIRO GRAU. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA QUE RECEBEU APENAS NO EFEITO DEVOLUTIVO. PEDIDO DE ATRIBUIÇÃO DE EFEITO SUSPENSIVO AO RECLAMO. IMPOSSIBILIDADE. INTELIGÊNCIA DO ART 1.012 CPC, C/C ART. 14, DA LEI 7.347/85. ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM. IMÓVEL REGISTRADO EM NOME DE PESSOA FALECIDA. IRRELEVÂNCIA. PROVÁVEL POSSE DO ESPÓLIO CARACTERIZADA. MATÉRIA QUE DEVE SER AFERIDA AO FINAL DO JULGAMENTO DO RECURSO. PRESENÇA DE DANO INVERSO EM FACE DO IMÓVEL TOMBADO. RECURSO DESPROVIDO. (TJSC, Agravo Interno n. 0900160-67.2016.8.24.0075, de Tubarão, rel. Des. Pedro Manoel Abreu, Primeira Câmara de Direito Público, j. 09-07-2019).
Mesmo que não haja solicitação do proprietário, o Poder Público poderá tomar a atitude de providenciar as obras de conservação do bem tombado. O tombamento do bem não impede que o proprietário possa gravá-lo por meio de penhor, anticrese ou hipoteca.
O Poder Público tem preferência no bem em caso de alienação devendo o proprietário informar a União, o Estado e o Município onde fica localizado o bem tombado para que os mesmo se manifestem no prazo de 30 (trinta) dias sobre o interesse na preferência do imóvel, caso esse direito não seja resguardado, a alienação será considerada nula e o Poder Público poderá confiscar o bem e cobrar do proprietário e do adquirente multa de 20%¨(vinte por cento) do valor do contrato.
O proprietário somente será indenizado se for comprovado que o tombamento do bem tenha lhe causado prejuízo, porém não há regra para isso e nem obrigatoriedade por parte do Poder Público de indenizar.
É importante ressaltar que o tombamento não é a única forma de proteger o patrimônio cultural, ele pode também ser requisitado através de ação popular (CF, art. 5º, LXXIII), do direito de petição aos Poderes Públicos (CF, art. 5º, XXXIV), da ação civil pública (Lei nº 7.347, de 1985).
Pode ocorrer que, depois que houver o tombamento o Poder Público através de ofício ou de solicitação do proprietário ou de terceiros interessados, determinem que possa ter desaparecido a causa que deu ânimo ao ato. O efeito deste será o desfazimento do ato, chamado também de “destombamento”.
5. REFERÊNCIAS:
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 35. ed. (atual. Eurico Azevedo et al.) São Paulo: Malheiros, 2009.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 22. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2009.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 21. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

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