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AS MODALIDADES DE INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE PRIVADA

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UNEB – UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
COMPONENTE CURRICULAR: DIREITO ADMINISTRATIVO II
DOCENTE: 
DISCENTES:
AS MODALIDADES DE INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE PRIVADA
Com o advento do Estado social, o direito de propriedade, que até então era quase absoluto, perde força e praticamente some, passando a ser utilizado em prol da coletividade. A propriedade deixa de ser direito exclusivo do proprietário e necessita ter função social e ser útil a toda coletividade. 
Por conta disso, a função social da propriedade passou a ser vista como um princípio constitucional e é considerado um direito fundamental. 
A Constituição Federal em seu art. 5º incisos XXII a XXV garante o direito de propriedade mas condiciona o seu uso ao cumprimento da função social, esses dispositivos autorizam a intervenção do Estado em caso de não cumprimento da função social, além de destacar a relevância do princípio da supremacia do interesse público.
Essa regulação do Estado na propriedade privada gerou diversas modalidades de intervenção na propriedade condicionando o seu uso. Quais sejam:
1. Requisição
Prevista no Art 5º da Constituição Federal:
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano.
A Requisição é a modalidade de intervenção utilizada em caso de perigo público iminente. Nas palavras do Professor Hely Lopes: “requisição é a utilização coativa de bens ou serviços particulares pelo Poder Público por ato de execução imediata e direta da autoridade requisitante e indenização ulterior, para atendimento de necessidades coletivas urgentes e transitórias.”.
A requisição é direito pessoal da Administração, seu pressuposto é o perigo público iminente, incide sobre bens móveis, imóveis e serviços, caracteriza-se pela transitoriedade e sua indenização é ulterior e só é devida se houver dano.
2. Servidão Administrativa
É uma modalidade de intervenção que assim como as outras tem natureza jurídica de direito real, submetendo o bem a suportar determinada utilidade pública. 
Segundo o professor Helly Lopeis Meirelles, a servidão administrativa é ônus real de uso imposto pela Administração à propriedade particular para assegurar a realização e conservação de obras e serviços públicos ou de utilidade pública, mediante indenização dos prejuízos efetivamente suportados pelo proprietário.
De forma exemplificada, o proprietário do bem será limitado a exercer seus direitos plenos de uso e gozo da coisa, pois além da função social da propriedade, há de imperar o princípio da supremacia do interesse público sobre o privado, com o qual o poder público poderá utilizar parte da propriedade para garantir a execução dos serviços públicos. 
Para a doutrina existem pelo menos duas formas de instituir a servidão administrativa: A primeira é por meio de um acordo entre as partes, bastando um registro formal para fins de oficialização e a segunda hipótese em caso de decisão judicial (na ausência de um acordo entre as partes, o poder judiciário tem de intervir). Há uma terceira hipótese para caso de instituição por lei, porém há muitas divergências doutrinárias.
Essa modalidade de intervenção tem caráter de definitividade, no entanto há algumas possibilidades de extinção: como no desaparecimento do bem gravado, incorporação do bem gravado ao patrimônio da pessoa que instituiu a servidão e perda de interesse do poder publico em utilizar parte do domínio alheio.
Vale ressaltar que a servidão administrativa não gera automaticamente um direito a indenização, pois não suprime totalmente o direito à propriedade, a indenização ocorre apenas se houver prejuízo comprovado.
3. Ocupação temporária
O professor Hely Lopes Meirelles afirma que a ocupação temporária “é a utilização transitória, remunerada ou gratuita, de bens particulares pelo Poder Público, para a execução de obras, serviços ou atividades públicas ou de interesse público.”.
Esse instituto tem as seguintes características: Trata-se de direito de caráter não real; só incide sobre a propriedade imóvel; tem caráter de transitoriedade e só gera direito a indenização se estiver vinculada a um processo de desapropriação ou se houver prejuízo ao proprietário.
A ocupação temporária ocorre normalmente quando a Administração necessita de ocupar terreno privado para fins de depositar equipamentos e materiais com o objetivo de realizar obras públicas nas imediações. Ela ocorre em duas modalidades: A primeira em caso de obras públicas e vinculadas a processo de desapropriação segundo o art. 36 do decreto-lei nº 3.365/41 e a segunda em caso de obras e serviços sem vinculação com desapropriação.
A indenização varia de acordo com a modalidade de ocupação temporária: se for vinculada à desapropriação, haverá dever indenizatório; se não for, inexistirá em regra esse dever, a menos que haja prejuízos para o proprietário (a requisição e a servidão podem ser, ou não, indenizáveis; sendo assim, igualam-se, nesse aspecto, à ocupação temporária não vinculada à desapropriação, mas se diferenciam da primeira modalidade, com desapropriação, porque esta é sempre indenizável).
4. Limitação Administrativa
Baseia-se na função social da propriedade, na supremacia do interesse público e no poder de polícia.
Segundo o professor Helly Lopes Meirelles, a limitação administrativa é “Toda imposição geral, gratuita, unilateral e de ordem pública condicionadora do exercício de direitos ou de atividades particulares às exigências de bem-estar social”.
Essa limitação é geral, não podendo atingir uma pessoa determinada, mas sim todas aquelas que se enquadrem na hipótese legal. É muito comum que essas limitações que impões ao proprietário obrigações positivas, negativas ou permissivas limitando o direito de propriedade tenham origem na própria lei.
A limitação administrativa provêm do poder de polícia da Administração e exteriorizam-se sob modalidades, entre elas: Positiva (o proprietário fica obrigado a realizar o que a Administração impõe); Negativa (o proprietário deve abster-se do que lhe é vetado); Permissiva (é permitido que seja feito algo em sua propriedade).
De maneira geral, as limitações administrativas são atos legislativos ou administrativos de caráter geral que possuem caráter de definitividade. O motivo das limitações administrativas é vinculado a interesses públicos abstratos e nessa modalidade não ocorre indenização.
5. Tombamento
O art. 216, § 1º da Constituição Federal aduz que:
§ 1º - O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação.
Em cumprimento ao dispositivo, o tombamento tem como finalidade promover e proteger o patrimônio histórico, artístico e cultural, podendo recair sobre bens móveis e imóveis.
Por meio do tombamento, o Estado impõe restrições de uso ao particular. Nessa modalidade, não há alteração da propriedade do bem, há apenas uma simples restrição de descaracterização do bem. 
Embora o tombamento possa ocorrer de forma voluntária, é comum que o poder público faça de forma compulsória porque muitas vezes o particular cria uma série de dificuldades para que haja proteção daquele patrimônio.
No âmbito federal, o tombamento foi instituído pelo decreto lei nº 25/1937 que foi o primeiro instrumento legal de proteção ao Patrimônio Cultural Brasileiro e também foi o primeiro das Américas.
O IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional é uma Autarquia Federal vinculada ao Ministério da Cultura que tem como objetivo proteger o patrimônio cultural brasileiro para as gerações presentes e futuras.
6. Desapropriação
Das formas de intervenção do Estado na propriedade, a desapropriação é a mais severa de todas. Diferentemente das outras que restringem ou condicionam o uso da propriedade, a desapropriação vai retirar a propriedade do particular por diferentes razões. Conforme prevê o art. 5º, XXIV daConstituição Federal:
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição.
A desapropriação é a transferência compulsória de propriedade particular para o Poder Público ou seus delegados e poder de forma sancionatória ou confiscatória....
REFERÊNCIAS
ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Administrativo Descomplicado. 19ª Edição. rev. e atual. Rio de Janeiro : Forense; São Paulo: MÉTODO, 2011.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 21ª Edição. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2005.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 32ª Edição. São Paulo : Malheiros, 2006.

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