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petição inicial 1º bimestre

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Giulia Souza Mendes 19750 4ºAD
AO JUÍZO DA __ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE BARUERI DO ESTADO DE SÃO PAULO
Eugênia da Silva, brasileira, solteira, empresária, portadora da cédula de identidade RG nº (...) SSP/SP e inscrito no CPF/MF sob o nº (...), residente e domiciliada na Rua (...), nº (...), Bairro (...), São Bernardo do Campo, SP, CEP (...), por sua advogada, Giulia Souza Mendes, inscrita na OAB/SP nº19750, adiante assinado, consoante instrumento particular de mandato anexo, vem, propor a presente:
AÇÃO REGRESSIVA PELO PROCESSO DE CONHECIMENTO DE RITO COMUM
Em face de Transportadora Lua Azul Ltda., pessoa jurídica de direito privado, constituída sobre a forma de sociedade limitada, com sede em (...), inscrita no CNPJ/MF sob número (...), pelos fatos e fundamentos que a seguir expõe:
DOS FATOS
A autora Eugênia é proprietária do veículo Renault Duster, ano/modelo 2019, que fora deixado para revisão no começo do presente ano. Em face deste fato, a autora estava com o veículo Honda Fit, ano/modelo 2018, de seu, então namorado, Alexandre, que havia emprestado o veículo para a autora se locomover até seu estabelecimento de trabalho.
No dia 05/01/2020, a autora trafegava pela Rua Magnólia, em Barueri, município de São Paulo quando ao cruzar pela Rua das Hortências, foi abalroado em sua lateral esquerda pelo veículo Ford Ranger, ano/modelo 2010, de propriedade da ré e conduzido por terceiro, causando avarias no veículo e tornando susceptível de reparação. 
Conforme citado, a caminhonete Ford Ranger, causadora do acidente, era conduzida por Jamyr, que, momentos antes do acidente, deixará a posição de carona e assumirá a direção em razão da indisposição física de Davi, funcionário da ré e responsável pelo veículo. Davi, por imprudência, pediu a Jamyr que conduzisse a caminhonete no trajeto de volta até a empresa, para que pudesse descansar após ambos realizarem uma entrega pela Transportadora. 
O acidente acarretou prejuízos de grandes proporções, visto que o veículo não foi susceptível de reparação por conta do modo que a caminhonete da ré o atingiu, na coluna do veículo, ocasionando perda total. Entretanto, não causou nenhum dano a saúde da autora. A respeito do veículo da ré, diferente do ocorrido com o veículo da autora, não ocorreram danos graves, visto que apenas o para-choque e a caixa do estepe foram amassados. Jamyr e Davi, assim como a autora, não se feriram. 
Não menos importante, a autora estava em velocidade permitida por lei na via, e, com todo o cuidado, observou os lados do cruzamento antes de efetuá-lo para a esquerda, sem imaginar que a caminhonete da ré, em total desacordo com as normas de trânsito, efetuou a conversão no mesmo sentido, o que ocasionou a invasão da pista preferencial.
Após o choque, todas as partes desceram de seus respectivos veículos e, de antemão, Eugênia acionou Alexandre, seu então namorado, para que ele solicitasse o guincho para a retirada de seu carro do local, para que fosse levado a oficina do seguro. Enquanto aguardavam, as partes conversaram, respeitosamente, entre si, e Davi, preocupado com a situação, assegurou que Eugênia poderia contatar a Transportadora Luz Azul para que a mesma arcasse com todos os danos causados, deixando claro que a culpa do ocorrido foi, exclusivamente, por parte dos funcionários da ré. No momento em que estavam conversando, haviam transeuntes que presenciaram toda a cena e foram chamadas pela autora, para que fossem testemunhas da mesma, em sua conversa com Davi e Jamyr.
Face ao ocorrido, a autora compareceu ao ___º BPM/M__ de Barueri, onde fora lavrado o boletim de ocorrência nº (..) (em anexo). Vale ressaltar que a parte requerida confirmou a versão apresentada pela requerente, admitindo que avançou a presencial sem tomar os cuidados necessários.
Ambas as partes possuíam seguro, porém, Alexandre, dono do carro utilizado pela autora, ao comunicar a seguradora contratada Allianz S/A sobre o ocorrido, a empresa recusou-se a indenizar o prejuízo, visto que, na data do sinistro, a parcela mensal do seguro não havia sido paga. Já a seguradora Porto América S/A, seguradora da Transportadora, mediante o pagamento de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), a título de franquia, reparou os danos causados na caminhonete segurada.
Devido a negação do pagamento da indenização, por parte da seguradora de Alexandre, a autora ainda tentou em três funilarias diferentes o concerto do veículo, mas todas se negaram, visto que o veículo deu perda total, por laudo da seguradora. Diante de tal situação, Eugênia, com recurso próprio, pagou a importância de R$ 45.000,00 (quarenta e cinco mil reais) a Alexandre, equivalente ao valor da tabela FIPE do Honda Fit, sendo mais razoável do que arrumar em funilarias não credenciadas pelo seguro.
A Transportadora Luz Azul recusa-se a reembolsar o valor de R$ 45.000,00 pago por Eugênia, mesmo sendo procurada diversas vezes pela autora e sendo contatada da alegação de Davi e Jamyr sobre a culpa do acidente.
Assim, diante da inércia da ré em reparar os danos materiais causados, socorre-se a autora do manto do Poder Judiciário, com vistas a obter a necessária tutela jurisdicional.
É a síntese do necessário.
DO DIREITO
Consoante preceito inserto no artigo 5º, inciso X da Constituição Federal:
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização por dano material ou moral decorrente de sua violação. ”.
Na mesma linha, dispõem os artigos 186 e 927 do Código Civil Brasileiro, ora invocados:
“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
“Em face, pois, da nossa lei civil, a reparação do dano tem como pressuposto a prática de um ato ilícito. Todo ato ilícito gera para o seu autor a obrigação de ressarcir o prejuízo causado. E de preceito que ninguém deve causar lesão a outrem. A menor falta, a mínima desatenção, desde que danosa, obriga o agente a indenizar os prejuízos consequentes ao seu ato. ”
 (WASHINGTON DE BARROS MONTEIRO, in “Curso de Direito Civil”, SP, Editora Saraiva, volume 5, p.538) 
 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (Arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. ”
“Haverá a responsabilidade civil se houver um dano a reparar. Para que haja um dano indenizável, são necessários os seguintes requisitos: a) diminuição ou destribução de um bem jurídico, patrimonial ou moral pertencentes a uma pessoa; b) efetividade ou certeza do dano; c) causalidade; d) subsistência do dano no momento da reclamação do lesado (o dano já pode ter sido reparado); e) legitimidade; f) ausência de causas excludentes da responsabilidade”.
(LUIZ SALEM VARELLA, in “Danos Morais na Justiça do Trabalho – Doutrina e Jurisprudência”, SP: CD Editora, 2000, p. 10). 
DA CULPA DA RÉ:
De acordo com o artigo 28 do Código de Trânsito Brasileiro:
“Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito. “.
Também deixou de observar as normas insertas nos artigos 34 e 44 da mesma lei, que tratam sobre a indispensável prudência e velocidade moderada em qualquer tipo de cruzamento:
“Art. 34. O condutor que queira executar uma manobra deverá certificar-se de que pode executá-la sem perigo para os demais usuários da via que o seguem, precedem ou vão cruzar com ele, considerando sua posição, sua direção e sua velocidade.
Art. 44. Ao aproximar-se de qualquer tipo de cruzamento, o condutordo veículo deve demonstrar prudência especial, transitando em velocidade moderada, de forma que possa deter seu veículo com segurança para dar passagem a pedestre e a veículos que tenham o direito de preferência. ”
Fica claro, com os fatos demonstrados, que o condutor não tomava tais cautelas indispensáveis à segurança do trânsito. Além do mais, faltou com atenção e não cumpriu o que está disposto no artigo 29, especialmente em seu inciso III, no Código de Trânsito Brasileiro:
Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à circulação obedecerá às seguintes normas: 
III - quando veículos, transitando por fluxos que se cruzem, se aproximarem de local não sinalizado, terá preferência de passagem:
a) no caso de apenas um fluxo ser proveniente de rodovia, aquele que estiver circulando por ela;
b)no caso de rotatória, aquele que estiver circulando por ela;
c) nos demais casos, o que vier pela direita do condutor;”
 
O ato ilícito é conduta conflitante com o ordenamento pátrio. Violar direito é, via de regra, transgredir norma imposta.
A conduta praticada pela ré, conforme dispositivos avocados, afrontou direito do autor causando-lhe dano, o que, por conseguinte, carece de reparação.
DA LEGITIMIDADE ATIVA DA TRANSPORTADORA E DA AÇÃO REGRESSIVA: 
Sendo a culpa da ré comprovada, tem o dever de indenizar, assistindo a autora o direito de reaver o que lhe foi desembolsado para Alexandre sendo assim, deixando claro a legitimidade passiva da Transportadora, como exposto no artigo 932, inciso III do Código Civil:
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;
O empregador é responsável pelos danos causados a terceiros, empregados ou prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir ou em razão dele, como também informa a Constituição Federal, art. 7º, inciso XXVIII:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
O certo é que, não fosse o comportamento de desatenção dos funcionários da ré, o acidente não teria ocorrido, na medida em que tentou atravessar via preferencial sem se precaver das cautelas necessárias.
A este passo, cabível: 
DIREITO DIVIL E PROCESSUAL CIVIL – RESPONSABILIDADE CIVIL – AÇÃO REPRESSIVA – ACIDENTE DE TRÂNSITO – CULPA DO EMPREGADO RECONHECIDA EM AÇÃO INDENIZATÓRIA – DANO MATERIAL ARCADO PELO EMPREGADOR – DIREITO DE RESSARCIMENTO – ART. 934 DO CÓDIGO CIVIL – PROCEDÊNCIA MANTIDA – GRATUIDADE DE JUSTIÇA FORMULADA EM APELAÇÃO – CONCESSÃO COM EFEITOS “EX NUNC”. 1. À MEDIDA QUE A CULPA DO RÉU (EMPREGADO DO AUTOR) NO ACIDENTE DE TRÂNSITO, RESTOU RECONHECIDA PELA SENTENÇA PROLATADA NOS AUTOS DA AÇÃO INDENIZATÓRIA, É ASSEGURADO AO RESPECTIVO EMPREGADOR QUE SUPORTOU A OBRIGAÇÃO DE REPARAR O PREJUÍZO, O DIREITO DE REAVER A QUANTIA DESEMBOLSADA EM RAZÃO DA CONDENAÇÃO (ART. 934, CC/02) 
(TJ- DF – APL: 168787920108007001 DF 0016878-79.2010.807.0001, Relator: Humberto Adjunto Ulhôa, Data de Julgamento: 24/11/2010)
Daí porque se afigura inafastável o dever reparatório.
DA SUB-ROGAÇÃO 
Aduz o artigo 934 do Código Civil:
“Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz. ”
No referido caso, a autora pode pedir indenização pela deterioração do bem de terceiro, sendo este, o veículo de Alexandre, visto que, aquele que pagou pelo bem, se sub-roga nas ações que sofreu prejuízo no primeiro momento em que tinha em face daquele que causou o dano.
Desta forma, expõe a jurisprudência:
 APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO RESSARCITÓRIA – ACIDENTE DE TRÂNSITO– COLISÃO NA TRASEIRA – DISTÂNCIA NECESSÁRIA NÃO OBSERVADA – CULPA VERIFICADA -RESPONSABILIDADE AFERIDA – DIREITO DE REGRESSO. – O terceiro que pagou recebe os direitos, ações e privilégios do credor primitivo, conforme disposto nos artigos 349 e 786 do CC.
(TJ – MG – AC: 10000191426923001 MG, Relator: Valdez Leite Machado, Data de Julgamento: 18/02/2020)
DOS PEDIDOS
Diante de todo o exposto, é o pedido para:
1. Determinar a citação da ré no endereço apontado para que, em querendo, apresente resposta à presente, sob as penas de revelia e confissão;
2. A produção de todos os meios de prova em direito admitidos, nos termos do artigo 369 do NCPC;
3. Condenação ao pagamento dos honorários advocatícios no importe de 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação e custas processuais;
4. Seja deferida total procedência da ação com a respectiva condenação do réu, para realização do pagamento de indenização na importância de R$ 45.000,00 (quarenta e cinco mil reais), acrescido de juros e correção monetária;
5. A procedência total da presente ação, condenando o réu ao pagamento dos danos materiais para conserto do veículo, bem assim, valores dispendidos com locação de outro veículo para uso do autor, durante o período que esteve privado da utilização de seu bem, com as devidas atualizações até o efetivo pagamento;
6. Dá-se à causa o valor de R$ 45.000,00 (quarenta e cinco mil reais), correspondentes ao valor pago pela requerente ao dono do veículo, atualizado e acrescido de juros e correção monetária.
Termos em que,
Pede deferimento.
São Bernardo do Campo, 20 de abril de 2020.
Giulia Souza Mendes
OAB/SP 19.750

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