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2 - 1º TRABALHO DIREITO DAS FAMÍLIAS

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UNIVERSIDADE DE UBERABA 
CELINA MARIA NOVAES PEREIRA – 5143185 
VINICIUS SEGATTO ARAUJO – 5146365 
TRABALHO DE DIREITO DAS FAMÍLIAS
UBERLÂNDIA – MG
2020
1) 	Existem dois tipos de reconhecimento de paternidade, o de modo voluntário que é o que está se referindo a pergunta e do modo judicial, o de modo voluntário é bem simples, basta o reconhecimento do pai, ou seja, de livre e espontânea vontade do pai, o que deveria ser mais que uma obrigação de qualquer pessoa, mas como a lei e a doutrina se preocupa com o tema, vale destacar, se há o questionamento é porque surgiu dúvidas sobre o conceito, no que tange ao conceito de reconhecimento voluntário, vale destacar, o próprio consentimento do pai, o registro na certidão de nascimento do filho(a), ou seja, independe de exame de DNA, para que saliente sua dúvida, quanto ao filho(a) que está sendo discutido a sua paternidade. Diniz, destaca-se que o ato jurídico tem efeito declaratório, ao estabelecer a relação de parentesco entre genitores e a prole, origina efeitos jurídicos. A partir deste consentimento e desta declaração advém outros direitos e obrigações que antes não eram declarados, ou seja, expressos, de forma clara. O efeito de declaração é EX TUNC e ele retroage desde a data de nascimento do filho(a), ou seja, desde a sua declaração os direitos e obrigações inerentes anterior a sua data de declaração serão avaliados e levados em consideração para os efeitos civis da legislação vigente. Lei dos registros públicos em seu artigo 53 combinado com o artigo 1.613 do código civil. A averiguação oficiosa é um caso de reconhecimento da paternidade, que embora não seja espontânea, também é considerada voluntária, é exatamente quando a mãe ou o oficial tabelião deixa de constar o nome do pai no registro de nascimento do ser humaninho, ou seja, da criança, neste caso é através de uma ação judicial o qual tramitará sobre segredo de justiça e o oficial de registro irá encaminhar ao juiz competente, que irá analisar o caso, e averiguar a paternidade, lembrando que deverá constar, nome, prenome, profissão, identidade, residência, e outros dados importantes para localização do suposto pai, sendo também possível o uso das ferramentas, judiciais, como RENAJUD, BACENJUD, INFOJUD, para localizar o possível, pai, Venosa destaca- se a importância do processo, figurar como segredo de justiça, devido os possíveis efeitos morais e civis que irão causar a vida do possível pai. 
2) 	Quando não reconhecida de modo voluntário o reconhecimento de paternidade, será pelo meio judicial, através de uma ação chamada: ação investigatória de paternidade, esta ação, caráter personalíssimo, sendo legítimos para propor a ação, o próprio filho, ou por seu representante (mãe ou tutor), caso seja menor ou incapaz, contra seu genitor, seus herdeiros ou legatários. 
Quanto à legitimidade Carlos Roberto Gonçalves (2009, p. 319) observa:
Não é correto a mão ajuizar a ação. Esta deve ser proposta pelo menor, representado pela mãe. Todavia, o fato de constar o nome da genitora na inicial como postulante tem sido interpretado pela jurisprudência como mero lapso de redação, que não torna inepta a aludida peça. Tratando-se na espécie de representação implícita, visto que a sai atuação se dá na qualidade de representante legal do filho, embora formulado o pedido em seu próprio nome.
Na legislação vigente iremos conseguir um respaldo jurídico no código civil em, seu artigo 1.609, onde que trata das relações de parentesco fora do casamento, nomenclatura meio rude, mas traz consigo esse artigo a possibilidade de uma criança ter um pai na certidão de nascimento e ser reconhecido esse vínculo de possível afeto, e o parágrafo único vai além e nos diz que o reconhecimento pode proceder o nascimento do filho ou ser posterior ao seu falecimento, se ele deixar descendentes, ou seja, o efeito EX TUNC fica evidente a cada momento em que você se aprofunda no estudo, e vou mais além;
Também possui legitimidade para propor a ação em comento, o filho adotivo com o escopo de obter ciência a respeito do pai biológico. Sobre tal possibilidade Carlos Roberto Gonçalves (2009, p. 320) comenta:
Não há impeço a que o filho adotivo intente ação de investigação de paternidade em face do pai biológico, de caráter declaratório e satisfativo de seu interesse pessoal. A propósito, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul reconheceu a legitimidade, na medida em que “os deveres erigidos em garantia constitucional à criança e ao adolescente, na Carta de 1988, em seu artigo 227, se sobrepõem às regras formais de qualquer natureza e não podem ser relegados a um plano secundário, Opor-se à justa pretensão do menor adotado, em ver reconhecida a paternidade biológica, com os embaraços expostos na sentença, diz o aludido decisum, é o mesmo que entender que alguém, registrado em nome de um casal, seja impedido de investigar sua verdadeira paternidade, porque a filiação é tanto ou mais irrevogável do que a adoção.
De modo subjetivo, uma das provas mais condizentes para comprovar a relação de paternidade é o exame de DNA que não está de modo, claro e a todo momento, mas é a prova consubstancial para o pai que se recusa a reconhecer voluntariamente a paternidade. 
3) 	A simples recusa do suposto pai em fazer o exame de DNA, se concretiza em presunção de paternidade, ou seja, para o caso em si, a negativa do suposto pai, em vez de favorece-lo ao tentar se esquivar das suas responsabilidades e efeitos civis que geraram após a declaração de paternidade, poderá ser usado o juris tantum, até que o possível pai prove contrario e o magistrado analise o caso, de acordo com as provas do processo e busque a verdade real. Esta decisão é do STJ o qual virou a Súmula 301, e a lei n. 12.004/09. 
4) 	O intuito é preservar os direitos adquiridos e respeitar legislação vigente que traz consigo em seu artigo 1.593 que o parentesco não precisa ser somente natural, mas também podendo ser civil, ou, outra origem, é nesse caminho que chamo sua atenção e destaco caro leitor, a expressão outra origem garante a possibilidade de reconhecimento de relações de parentesco derivadas de fontes diversas do sangue, como é no caso da socioafetividade. E vou além o artigo 42, § 6° do ECA, prevê que a adoção poderá ser deferida ao adotante que, após inequívoca manifestação de vontade, vier falecer no curso do procedimento, antes de prolatada a sentença. O STJ de interpreta de modo extensivo, entendendo pela sua aplicabilidade em casos onde a vontade de adotar tenha sido ampla e equivocadamente demonstrada, mesmo à revelia da abertura de processo formal de adoção. 
5) 	Quem realiza busca a ascendência genética por sua vez, pode ser uma pessoa que tem a curiosidade de saber de onde veio e quem são seus pais biológicos, pode ser que esta pessoa já tenha uma filiação, ou seja, já possua pai e mãe, mas quer saber de sua origem e quem são seus pais biológicos, e todos tem o direito ao reconhecimento da sua origem genética, ou seja, quem busca ascendência genética, já tem um estado de filiação estabelecido, mas almeja informação sobre sua origem biológica, por alguma razão, que pode ser inclusive médica, e o Ministério Público não tem legitimidade para propor a ação, sendo uma ação personalíssima, onde que cabe o interesse do individuo essa descoberta por suas origens consanguíneas.
6) 	Com fulcro nos artigos, 171 e 1601 do Código Civil, a ação negatória de paternidade, ou impugnação de paternidade, ação anulatória de paternidade ou ação de contestação de paternidade, é admitida nos casos de filiação decorrente da presunção legal de paternidade, é o respaldo que a lei trouxe para afastar a presunção de paternidade, a legitimidade para propor a ação em debate, é do pai presumido. O foro de competência para propor a ação é no domicilio da parte ré, conforme o artigo 94 do CPC (código de Processo Civil.) Se caso o pai estiver obrigado de pagar os alimentos o pedido da ação deverá ser cumulado com a exoneração dos alimentos.7) 	O poder familiar não decorre da guarda mais sim pelo fato de ser genitor. Começando integralmente o exercício do poder familiar a partir do nascimento do filho. “O pátrio poder ou poder familiar decorre da paternidade e da filiação e não do casamento, tanto que o mais recente Código se reporta também à união estável.” (VENOSA, 2016, p.335).
O poder familiar é indisponível. Decorrente da paternidade natural ou legal, não pode ser transferido por iniciativa dos titulares, para terceiros. O poder familiar é indivisível, porém não seu exercício. O poder familiar é imprescritível. Ainda que por qualquer circunstância, não possa ser exercido pelos titulares, trata-se de estado imprescritível, não se extingue pelo desuso. Somente a extinção, dentro das hipóteses legais poderá determina-lo. (VENOSA, 2016, p.340-341)
Não menos importante o poder familiar também é irrenunciável, conforme Venosa “De qualquer modo contudo, por exclusivo ato de vontade, os pais não podem renunciar ao pátrio poder.” (VENOSA, 2016, p.341)
É de total responsabilidade do genitor, cuidar, alimentar ,administrar, zelar e guardar os que sua guarda sustiverem, a fim de que o poder familiar, está presente em todas as relações, afetivas e extrapatrimoniais, e, se for, ferida, tendo que recorrer ao judiciário para tomar as providencias cabíveis, tendo falecido, um de seus responsáveis(tutores), o poder familiar não morrerá, mas ficará a cargo do sobrevivente, em caso de separação da mesma forma, o poder familiar estará presente, deixando os primórdios, onde que o homem figurava como centro do poder familiar e agora com a transformação da sociedade de uma forma positiva, trouxe o avanço para as relações familiares e a divisão do poder entre homem x mulher, relação de igualdade, e de, confiança a modo que, de acordo com as estatísticas existem mais mães solteiras cuidando de filhos sozinhas do que pais solteiros cuidando de filhos sozinhos, isto, é porque a figura do homem tem decaído cada vez mais, com estes abandonos afetivos e sendo figuras completamente horrendas em situação de, guarda, saúde, educação e proteção dos filhos que estão sobre sua guarda. 
8) 	O tutor possui poder familiar sim, pois essa é justamente sua intenção e função. Os pais são os detentores do poder familiar, sendo este conhecido como todos os direitos e deveres atribuídos aos genitores, com relação à pessoa e aos bens dos seus filhos menores. Entretanto, podem surgir situações em que o referido poder se extingue, como nos casos de falecimento dos pais ou da destituição do poder familiar, acarretando a necessidade da nomeação de um tutor para o menor, com o objetivo de cuidar da sua pessoa e dos seus bens. O instituto da tutela encontra-se previsto no artigo 1728 e seguintes do Código Civil, podendo ser conceituado como o conjunto de poderes e encargos conferidos por lei a um terceiro, para que zele pela pessoa do menor e lhe administre o patrimônio. 
9) 	Aos pais são atribuídos a responsabilidade pela guarda, conservação, administração e usufruto dos bens de seus filhos (art. 1689, do CC). Para alienar ou gravar ônus reais, os pais devem pedir autorização judicial, que somente será concedida se provado que tal ato é necessário e em benefício do menor. Se houver venda sem autorização judicial o ato será anulável, onde o próprio menor, seus herdeiros, ou representantes legais tem legitimidade para pedir. Havendo conflito de interesse entre os interesses de pais e filhos o juiz poderá nomear curador para este fim (art. 1692, do CC). Os pais podem usufruir os rendimentos dos frutos dos bens dos filhos menores, como espécie de compensação pelos encargos que o poder familiar causa, é o usufruto legal (art. 1689, inciso I, do CC). Contudo, existe uma exceção quanto aos bens do filho havido fora do casamento, antes do reconhecimento ou bens doado ao menor, condição de não serem usufruídos pelos pais (art. 1693, do CC). 
10) 	A suspensão do poder familiar ocorre por causas naturais (art. 1635, do CC), como morte (se apenas um morrer, o poder permanece com o pai vivo), emancipação, maioridade civil, adoção ou decisão judicial (perda do poder). 
11) 	A extinção do poder familiar ocorre por prazo indeterminado, mas não gera rompimento do vínculo de parentesco, em sentença aplicada pelo Juiz em decorrência de castigo imoderado, deixar o filho em abandono, praticar atos contrários à moral e aos bons costumes, incidir reiteradamente nas causas que suspendem o poder familiar (art. 1638, do CC). O filho tem direito a alimentos. A visitação dos pais após o afastamento deve ser evitada se for prejudicial ao bem estar da criança. Esta decisão abrange toda prole. 
12) 	É de suma importância na legislação brasileira essa proteção às famílias, pois a Lei 13.715/18 dispõem sobre as hipóteses de perda do poder familiar pelo autor de determinados crimes contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar ou contra filho, filha ou outro descendente. O artigo 1.638, do Código Civil, foi acrescido assim: a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de morte, quando se tratar de crime doloso envolvendo violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher. A violência doméstica é comum ser vivenciada por várias mulheres no Brasil hoje, porém esse cenário tem que mudar e leis assim vem como um amparo e esperança a essas vítimas que com certeza não passam por isso em caráter de escolha. Sendo válida essa tentativa de proteção a esse grupo vulnerável e que precisa sim, de apoio e defesa.

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