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TARIFAÇÃO E QUALIDADE DE ENERGIA Rafael Alex Vieira do Vale Qualidade da Energia Elétrica SENAI - SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL DEPARTAMENTO REGIONAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIAS ”ÍTALO BOLOGNA” CLASSIFICAÇÃO DO CONSUMIDORES O consumidor é a pessoa física ou jurídica, comunhão de fato ou direito, legalmente representada, que solicita a concessionária o fornecimento de energia elétrica e se responsabiliza pelo pagamento das respectivas contas de consumo apresentadas pela concessionária, bem como as suas obrigações legais; CLASSIFICAÇÃO DO CONSUMIDORES A Unidade Consumidora é caracterizada pela entrega de energia elétrica em um só ponto, com medição individualizada, a um consumidor. A cada consumidor pode corresponder uma ou mais unidades de consumo; O consumidor de energia faz com a concessionária um contrato de fornecimento de energia. CLASSIFICAÇÃO DO CONSUMIDORES Para se determinar as estruturas tarifárias a concessionária deve levar em consideração a classificação dos consumidores; Consumidores de Baixa Tensão (até 2,3 kV); Consumidores de Alta Tensão (maior que 2,3 kV); CLASSIFICAÇÃO DO CONSUMIDORES Além da classificação conforme o nível de tensão existe uma outra classificação dos grupos consumidores em decorrência da classe de consumo que define o setor econômico; Consumidor Residencial; Consumidor Comercial; Consumidor Industrial; Consumidor de Serviço Público; CONSUMIDOR DE BAIXA TENSÃO O consumidor de baixa tensão ou classificado em grupo B é aquele que recebe energia elétrica em tensões entre 220V a 380V e tem com a concessionária um contrato de adesão; Este contrato é um instrumento, com cláusulas vinculadas às normas e regulamentos aprovados pela ANEEL, não podendo ser o conteúdo das mesmas modificado pela concessionária ou consumidor, a ser aceito ou rejeitado de forma integral; CONSUMIDOR DE BAIXA TENSÃO Os consumidores de baixa tensão podem ser classificados em: B1 – Residencial; B2 – Rural; B3 – Demais Classes; B4 – Iluminação Pública; CONSUMIDOR DE BAIXA TENSÃO De acordo com a instalação de fornecimento esses consumidores são classificados como: Tipo A – Monofásico – Dois condutores (Fase e Neutro); Tipo B – Bifásico – Três condutores (Duas fases e o neutro); Tipo C – Trifásico – Quatro condutores (Três fases e o neutro); CONSUMIDOR DE BAIXA TENSÃO Para a determinação da instalação, deverá ser calculada a carga instalada de cada unidade consumidora; Sendo o somatório das potências nominais de placa de cada um dos equipamentos usados na instalação; Consumidores monofásicos são classificados em potências menores que 15kW, bifásicos entre 15 a 25 kW e trifásicos entre 25 a 75 kW; CONSUMIDOR DE ALTA TENSÃO Os consumidores de alta tensão são aqueles que operam em potências maiores que 75 kW de carga instalada e tensões acima de 2,3kV; O fornecimento de tensões abaixo de 2,3 kV fica inviável, visto que, o tamanho dos cabos e as perdas seriam consideráveis necessitando de grande número de subestações para o fornecimento de energia; CONSUMIDOR DE ALTA TENSÃO Apesar disso todo consumidor de alta tensão necessita de uma subestação própria para receber o fornecimento de energia vinda da concessionária; Esta subestação é construída em propriedade particular e suprida através dos alimentadores primários da concessionária; A concessionária, geralmente, fornece energia em tensões de 13,8 kV ou 69 kV para consumidores AT; CONSUMIDOR DE ALTA TENSÃO As subestações pode ser do tipo: Aérea (até 225 kVA); Abrigada (maior que 225 kVA); Os níveis de tensão, corrente elétrica e potência de fornecimento determinam estas classificações devido a segurança e adequações das instalações; CONSUMIDOR DE ALTA TENSÃO CONSUMIDOR DE ALTA TENSÃO Os consumidores de alta tensão podem ser classificados em: Grupo A3 – Tensão em 69 kV; Grupo A3a – Tensões entre 30 a 44 kV; Grupo A4 – Tensões entre 2,3 a 15 kV; ESTRUTURA TARIFÁRIA A estrutura tarifária refere-se ao conjunto de tarifas aplicáveis aos componentes de consumo de energia elétrica e/ou demanda de potência ativa, de acordo com a modalidade de fornecimento; Tarifa Convencional; Tarifa Horossazonal Azul; Tarifa Horossazonal Verde; TARIFA CONVENCIONAL A tarifa convencional é dita uma tarifa Binômia que apresenta duas fontes de tarifas tanto para a demanda da localidade quanto para o consumo; As tarifas Binômias são aplicáveis, geralmente, para consumidores de alta tensão; Os consumidores de baixa tensão são taxados por tarifas Monômias com a cobrança de somente a tarifa de consumo;; TARIFA CONVENCIONAL De acordo com a resolução da ANEEL 414/2010 a tarifa convencional é enquadrada para os consumidores com seguintes critérios; Consumidores com tensão inferior a 69 kV A demanda contratada inferior a 300 kW; TARIFA CONVENCIONAL O cálculo da tarifa pode ser efetuada por: 𝑃𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 = 𝑇𝑎𝑟𝑖𝑓𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑥 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑀𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜 𝑃𝑑𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 = 𝑇𝑎𝑟𝑖𝑓𝑎 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑥 𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑡𝑎𝑑𝑎 𝑃𝑢𝑙𝑡𝑟𝑎𝑝. = 𝑇𝑎𝑟𝑖𝑓𝑎 𝑑𝑒 𝑈𝑙𝑡𝑟𝑎𝑝𝑎𝑠. 𝑥 (𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑀𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎 − 𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝐶𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑡𝑎𝑑𝑎) Desta forma a conta de energia vai ser a soma destas percelas; TARIFA CONVENCIONAL Na tarifa convencional a parcela de ultrapassagem é a diferença entre a demanda medida e a demanda contratada, quando exceder o limite de 5%; Ocorrendo este fato a ultrapassagem é calculada com a tarifa duas vezes maior que a tarifa normal também regido pela Resolução 414/2010. TARIFA HOROSSAZONAL VERDE Os consumidores AT podem ser enquadrados também na tarifa Horossazonal Verde que apresentem as seguintes características; Tensão de Fornecimento inferior que 69 kV; Demanda contratada igual ou superior a 300 kW; TARIFA HOROSSAZONAL VERDE A diferença entre a tarifa verde e a convencional se dá pela tarifa verde apresentar tarifas em horários específicos chamados horários de ponta e fora de ponta com relação ao consumo; E também de acordo com o período do ano divididos em período seco e úmido; Cada período apresenta uma determinada tarifa para o consumo mantendo a tarifa da demanda fixa; TARIFA HOROSSAZONAL VERDE TARIFA HOROSSAZONAL VERDE Assim, a tarifa de energia pode ser calculada por: TARIFA HOROSSAZONAL VERDE O somatório dos custos das parcelas de consumo, demanda e ultrapassagem engloba o custo total da tarifa de energia; A demanda de ultrapassagem segue o mesmo raciocínio usado para a tarifa convencional com uma tolerância de 5% com o custo de 2 vezes o valor da tarifa normal de demanda;; TARIFA HOROSSAZONAL AZUL Esta tarifa pode ser usada para qualquer consumidor do grupo A: Porém, para consumidores atendidos em tensões acima de 69 kV a tarifa horossazonal azul deve ser obrigatória; O cálculo da conta de energia conta com tarifas de ponta e fora de ponta tanto para o consumo ativo quanto para a demanda ativa; TARIFA HOROSSAZONAL AZUL TARIFA HOROSSAZONAL AZUL Desta forma o cálculo da conta de energia de um consumidor grupo A em modalidade tarifária azul pode ser calculado por: 𝑃𝑑𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 = tarifa de demanda ponta x demanda contratada na ponta + tarifa de demanda fora ponta x demanda contratada fora da ponta QUALIDADE DE ENERGIA Sistemas de potência apresentam vários defeitos. Estes defeitos geram interrupções no fornecimento de energia e danos aos equipamentos: Curtos-Circuitos; Sobrecargas; Sobretensões; Fases abertas em motores; A qualidade do projeto elétrico e dos equipamentos envolvidos na instalação são fatores que reduzem os defeitos; QUALIDADE DE ENERGIA A qualidade de energia está relacionada a qualquer desvio que possa ocorrer em magnitude, forma de onda ou frequência de tensão e corrente. Os desviosse aplicam às interrupções de natureza permanente ou transitória que afetam o desempenho de transmissão, distribuição e utilização da energia elétrica; QUALIDADE DE ENERGIA Esses desvios podem ser classificados em: Desequilíbrio de Tensão; Flutuação de Tensão; Afundamento de Tensão ou SAG; Elevação de Tensão Momentânea ou Swel; Interrupções de energia elétrica; Variações de Frequência; Harmônicas; QUALIDADE DE ENERGIA Os desvios podem ocorrer tanto em sistemas de energia do consumidor quanto nos sistemas da concessionária; O problema com o desvio de tensão vem se agravando por algumas razões: Instalação de cargas não-lineares aumentam as distorções harmônicas e podem levar ao sistema condições de ressonância; Maior sensibilidade dos equipamentos aos defeitos de qualidade de energia; DESEQUILÍBRIO DE TENSÃO As principais fontes geradoras de desequilíbrio de tensão são: Equipamentos Monofásicos; Fornos a Arco; Fornos a Indução Com relação às concessionárias as origens dos desequilíbrios de tensão são devidos as cargas monofásicas mal distribuídas; DESEQUILÍBRIO DE TENSÃO Por outro lado a instalação consumidora aumenta quando os consumidores são alimentados de forma trifásica e que possuem má distribuição de cargas em seus circuitos; O desequilíbrio de tensão é agravado quando se usa motores elétricos devido a variações de tensão e potência; DESEQUILÍBRIO DE TENSÃO FLUTUAÇÃO DE TENSÃO Flutuações de tensão correspondem a variações sistemáticas dos valores eficazes da tensão de suprimento dentro da faixa de 0,95 a 1,05 pu; As flutuações de tensão podem ser causadas por: Motores que apresentam oscilações de potência, torque e queda de rendimento; Sistemas luminosos que apresentam interferencia nos sistemas de proteção e efeito Flicker ou cintilação luminosa; FLUTUAÇÃO DE TENSÃO A causa da flutuação de tensão em sistemas industriais, geralmente, se deve ao uso de partidas diretas de motores de indução; AFUNDAMENTO MOMENTÂNEO DE TENSÃO Em geral os afundamentos de tensão, Sags, respondem por 87% dos distúrbios de tensão em uma instalação elétrica; Chama-se interrupção de curta duração quando a tensão cai para um valor menos que 0,1 pu por um tempo não superior a 1 minuto; Isso ocorre devido a faltas de energia, falhas nos equipamentos e mau funcionamento dos sistemas de controle; AFUNDAMENTO MOMENTÂNEO DE TENSÃO Muito comuns em partidas de motores quando a corrente elétrica de partida é usada para o acionamento do motor; ELEVAÇÃO MOMENTÂNEA DE TENSÃO Uma sobretensão de curta duração ou Swell é definida como a elevação de tensão entre 1,1 e 1,8 pu na tensão eficaz com duração entre 0,5 ciclo a 1 minuto; Esta elevação se deve devido a saída temporária de cargas e a conexão de banco de capacitores; Porém, essa elevação é pequena comparadas as sobretensões em provenientes de faltas fase-terra nas redes de transmissão e distribuição; ELEVAÇÃO MOMENTÂNEA DE TENSÃO Essa elevação de tensão pode causar danos aos equipamentos eletrônicos reduzindo a sua vida útil; A severidade de um Swell durante uma condição de falta é função do local de falta, da impedância e do sistema de aterramento; A duração da falta esta ligada ao tempo de atuação dos dispositivos de proteção, a natureza da falta e a sua localização na rede elétrica; ELEVAÇÃO MOMENTÂNEA DE TENSÃO INTERRUPÇÃO TOTAL DE ENERGIA As interrupções no fornecimento de energia elétrica estão associadas a fenômenos transitórios; Os transitórios são fenômenos eletromagnéticos que aparecem durante alterações súbitas nas condições de operação de um sistema de energia elétrica; Geralmente, o transitório dura muito pouco tempo mas importante uma vez que submete circuitos e equipamentos a grandes solicitações de tensões e correntes; INTERRUPÇÃO TOTAL DE ENERGIA Existem dois tipos de transitórios: Impulsivos – Causados por Descargas Atmosféricas; Oscilatórios – Causados por chaveamentos; Os impulsivos têm, normalmente, natureza repentina alterando os parâmetros elétricos e caracterizados por apresentar impulsos unidirecionais em polaridade e com frequência diferente da frequência da rede; CORRENTE DE CURTO-CIRCUITO As correntes de curto-circuito são aqueles provenientes de falhas ou defeitos encontrados nas instalações; Os curtos-circuitos podem acontecer devido: Falha ou rompimentos da isolação entre fase e terra; Falha ou rompimentos da isolação entre fase e neutro; Falha ou rompimento da isolação entre fases distintas; CORRENTE DE CURTO-CIRCUITO A consequência destas falhas é o grande aumento relativo a corrente elétrica que circula pelo circuito; Os curtos-circuitos produzem correntes da ordem de 1000% a 10000% o valor da corrente nominal; Os efeitos das corrente de curto-circuito dependem da intensidade e da duração da corrente e se manifestam em todos os componentes da instalação; CORRENTE DE CURTO-CIRCUITO PROTEÇÕES Sistemas de potência apresentam vários defeitos. Os defeitos geram interrupções no fornecimento de energia e podem causar danos nos equipamentos; Para diminuir os efeitos faz-se o uso dispositivos de proteção; A proteção pode ser feita em linhas elétricas, transformadores e motores elétricos; PROTEÇÕES Os alimentadores devem ser protegidos contra curtos-circuitos. O curto-circuito em cabos ou linhas pode provocar; Fusão do Condutores; Queima da capa isolante dos cabos; Riscos de danos para os equipamentos conectados tais com transformadores, geradores e motores; PROTEÇÕES Proteção de transformadores pode ser mais ou menos complexa dependendo da sua importância (subestação de distribuição, subestação em cabine particular); Os transformadores de pequeno porte são protegidos unicamente por dispositivos de sobrecorrente; Fusíveis e disjuntores são os mais utilizados para a proteção destes equipamentos; PROTEÇÕES Os circuitos elétricos com motores são protegidos contra: Sobrecargas; Curtos-Circuitos; Esta proteção pode ser feita através de disjuntores, fusíveis e também relés de sobrecarga; VARIAÇÕES DE FREQUÊNCIAS As variações de frequências de um sistema elétrico são definidas como sendo desvios de frequência na sua componentes fundamental; A frequência do sistema de potência está diretamente associada à velocidade de rotação dos geradores que suprem o sistema. Pequenas variações de frequência podem ser observadas como resultado do balanço dinâmico entre carga e geração no caso de alguma alteração; VARIAÇÕES DE FREQUÊNCIAS Distúrbios na frequência podem acarretar em um sistema industrial a variação de velocidade de máquinas rotativas; Os motores elétricos de corrente alternada dependem diretamente da frequência da rede elétrica; A variação na frequência modifica a velocidade de rotação das máquinas para valore maiores ou menos a que elas foram projetadas; DISTORÇÕES HARMÔNICAS As correntes e tensões harmônicas são geradas pela presença de cargas não-lineares conectadas a rede elétrica; As harmônicas geram deformações nos sinais de tensão e corrente elétrica do sistema; Uma carga é classificada como não-linear quando a corrente que ela absorve não tem a mesma forma de onda de tensão que a alimenta; DISTORÇÕES HARMÔNICAS DISTORÇÕES HARMÔNICAS As distorções harmônicas podem causar interrupções no fornecimento de energia pela abertura de chaveamentos e dificulta sistemas de telefonia e transmissão de dados; Além disso as harmônicas provocam aquecimentos devido as perdas, principalmente, em transformadores e causam envelhecimento precoce dos equipamentos elétricos;
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