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www.jaleko.com .br 1 FISIOLOGIA NEUROLÓGICA FUNDAMENTOS NEUROPLASTICIDADE www.jaleko.com .br 2 Ao contrário do que se pensava antigamente, as células do sistema nervoso não são imutáveis: pelo contrário, elas possuem plasticidade. Nesse contexto, a neuroplasticidade (também conhecida como plasticidade neuronal) refere-se à capacidade do sistema nervoso de sofrer modificações e adaptações quando exposto a novas experiências. No entanto, a plasticidade não ocorre de maneira uniforme e imutável ao longo da vida. Na realidade, há o que denominamos “período crítico”, o qual é caracterizado como o momento em que determinada região cerebral está mais suscetível a se sintonizar com o mundo e com os estímulos produzidos por ele. Assim, de acordo com os períodos críticos de plasticidade cerebral, o processo de desenvolvimento ocorre em momentos distintos para cada área cerebral. Além disso, a plasticidade diminui gradativamente ao longo dos anos, de forma inversamente proporcional à idade (ela é maior durante os períodos iniciais de vida e de desenvolvimento, apresentando declínio progressivo). Porém, deve- se atentar para o fato de que ela não se extingue e, por mais que decline, o potencial de modificação neuronal conferido pela plasticidade pode permanecer na vida adulta. TIPOS DE PLASTICIDADE NEURAL A neuroplasticidade manifesta-se de várias formas, podendo ser classificada em regenerativa, axônica, sináptica, dendrítica e somática. 1- Regenerativa: • Consiste no recrescimento de axônios lesados. • Trata- se de um tipo de plasticidade rara no sistema nervoso central (embora não seja inexistente), mas muito presente no sistema nervoso periférico. www.jaleko.com .br 3 o Motivo: no sistema nervoso periférico há células não-neurais que facilitam a regeneração, enquanto no sistema nervoso central, oligodendrócitos e astrócitos produzem substâncias capazes de inibir o crescimento dos axônios. 2- Axônica • Trata- se da capacidade de reorganização da distribuição de terminais axônicos de neurônios de acordo com estímulos ambientais. • A plasticidade axônica é máxima nos períodos críticos do desenvolvimento e ocorre de forma limitada na vida adulta. • Pode resultar no aumento ou na diminuição da eficácia da transmissão sináptica • Além disso, tem potencial para estabilizar sinapses existentes e para formar novas sinapses. 3- Dendrítica • É a capacidade de regular a proliferação ou a morte de células nervosas, o que poderia resultar em acréscimo de neurônios após o período de desenvolvimento. • É máxima durante os períodos críticos do desenvolvimento, nos quais ela pode se manifestar amplamente (nos troncos, ramos e espinhas dendríticas). Já nos adultos, aparentemente é restrita espinhas dendríticas. • Embora em mamíferos somente o sistema nervoso central (SNC) embrionário seja dotado de capacidade proliferativa, o organismo adulto pode preservar sua capacidade proliferativa em determinadas áreas do sistema nervoso central. • No entanto, apesar de poder ocorrer proliferação, nem sempre essa função é capaz de recuperar função e compensar perdas, o que é evidente em muitos casos de pacientes com acometimento do sistema nervoso central onde certas funções não são recuperadas. www.jaleko.com .br 4 !Fique ligado! Quadro de conceitos 1. Funções mais complexas possuem período de plasticidade mais tardio em relação às menos complexas. Como assim? - Nos primeiros anos de vida, a criança entra em contato com estímulos sensoriais relacionados ao som e luz e, assim, inicia- se o período crítico sensorial. Em seguida, com a progressão do desenvolvimento, iniciam- se períodos críticos de funções mais complexas, como o desenvolvimento da fala, da leitura, dentre outros. Já as funções executivas, as quais estão relacionadas à tomada de decisões, possuem período crítico mais tardio. 2. Como induzir a modificação no cérebro do adulto? - Experimentos em animais mostraram a importância da atenção/ foco, da recompensa e de repetições como fomentadores da neuroplasticidade. Isso explica, por exemplo a utilização de videogames e jogos virtuais selecionados como método de terapia cognitiva, já que envolvem atenção, recompensa e repetição. Ainda, deve- se ressaltar que tais conceitos são de extrema importância para a evolução da neuroterapia cognitiva, a qual vem mostrando grandes vantagens como opção terapêutica.
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