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Trabalho de Neuroplasticidade - Profª Ivete Pellegrino

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Neuroplasticidade ou Plasticidade Cerebral
Conceito
A neuroplaticidade é a capacidade que o cerebro possui de se remodelar em função das necessidades, experiências e condições pelas quais o indivíduo passa ao longo da vida, reformulando e reorganizando as conexões sinápticas. O sistema nervoso tem a capacidade de mudar, adaptar-se, reorganizar-se e moldar-se a nível estrutural e funcional (modificação do comportamento).
Tipos de neuroplasticidade
Existem cinco tipos de neuroplasticidade: dendrítica, axônica, sináptica, somática e regenerativa.
Dendrítica: As espinhas dendríticas, em que ocorrem as sinapses, sofrem alterações em número, disposição, comprimento e densidade. Esse tipo de neuroplasticidade ocorre principalmente nas primeiras fases do desenvolvimento.
Axônica: É a plasticidade inicial, que ocorre entre zero e dois anos de vida, e é crucial para o desenvolvimento do sistema nervoso.
Sináptica: É constituída pela capacidade de alterações nas sinapses entre as células nervosas. As sinapses podem se tornar mais fortes ou mais fracas, dependendo dos estímulos externos e internos.
Somática: É aptidão para regular o aumento ou morte das células nervosas.
Ocorre somente no sistema central embrionário e não está suscetível a influências externas.
Regenerativa: Mais frequente no sistema nervoso periférico, a neuroplasticidade regenerativa é capacidade de regeneração de axônios lesados.
Como se dá a Neuroplasticidade?
A neuroplasticidade pode ocorre através de três estágios: Desenvolvimento, aprendizagem e adaptação.
Desenvolvimento: Na embriogênese, tem-se a diferenciação celular, em que células indiferenciadas, por expressão genética, passam a ser neurônios. Após a proliferação, migram para os locais adequados e fazem conexões entre si. Os neurônios dispõem de uma capacidade intrínseca sobre sua posição em relação a outros neurônios, e seus axônios alcançam seus destinos graças aos marcadores de natureza molecular e à quimiotaxia. A secreção de fatores de crescimento ajudam o axônio na busca de seu alvo.
A maturação do Sistema Nervoso Central inicia-se no período embrionário e só termina na vida extra-uterina. Portanto, sofre influências dos fatores genéticos, do microambiente fetal e, também, do ambiente externo, sendo este último de grande relevância para seu adequado desenvolvimento.
Fonte: https://tutores.com.br/blog/desenvolvimento-infantil-atipico/
Apredizagem: se dá por meio do fortalecimento das conexões sinápticas entre os neurônios, ou seja, quanto mais práticamos/exercitamos o conhecimento adquirido, mais facilmente iremos lembrar o mesmo, modificando constantemente o cérebro. Este processo pode ocorrer a qualquer momento da vida de um indivíduo, propiciando o aprendizado de algo novo e modificando o comportamento de acordo com o que foi aprendido.
Fonte: https://www.oficinadepsicologia.com/neuroplasticidade-que/
Adaptação: Ocorre pela apropriação das funções de áreas deficitárias ou lesionadas por outras em zonas mais próximas que estão saudavéis e aptas a realizar as funções que antes eram feitas pela área lesionada, por exemplo: No cérebro de pessoas que sofreram danos severos em acidentes ou aneurismas pode ocorrer a recuperação de algumas funções por meio de treinamentos (reabilitação), fazendo com que o cérebro reorganize e mude a direção das conexões, afim de que as áreas proxímas realizem as funções da área danificada.
Reabilitação Neurológica
A reabilitação do cérebro lesado pode promover reconexão de circuitos neuronais lesados. Quando há pequenas perdas de conectividade a tendência é que ocorra uma recuperação autônoma, enquanto que, grandes perdas poderão acarretar em perda permanente da função. Algumas lesões são potencialmente recuperáveis, mas para tanto, necessitam de tratamentos precisos, mantendo níveis adequados de estímulos facilitadores e inibidores. As mudanças organizacionais dependem das áreas lesadas e íntegras pré-existentes e da localização da lesão e são encontradas em ambos os hemisférios cerebrais.
	Até os anos 50, aproximadamente, acreditava-se na impossibilidade de se fazer algo quando conexões e neurônios eram perdidos, em conseqüência de lesão cerebral, devido à incapacidade dos neurônios se dividirem. Com o avanço das pesquisas e dos métodos de imagem foi possível adquirir uma nova visão do sistema nervoso, não como uma estrutura rígida e imutável, mas sim flexível, que modifica sua estrutura funcional sob diferentes circunstâncias, expressando assim uma capacidade plástica durante o processo de adaptação.
A importância da neuroplasticidade no campo da Psicologia
	No campo da Psicologia a neuroplasticidade é utilizada em diversos processos, por exemplo, reabilitação de dependetes químicos, de indivíduos que sofreram lesões cerebrais entre outras. Sua utilização também engloba fatores sociais, contribuindo muito na integração do indivíduo a sociedade e facilitando o convivio com a família, em fatores emocionais, realizando o acompanhamento emocional dos indivíduos em sua atual condição.
	Corpo, mente e cérebro são manifestações de um mesmo organismo. Fenômenos psicológicos emergem de processos neurobiológicos. Avanços na neurobiologia permitiram estabelecer correlações de funções psicológicas em termos de genética e cognições. As mudanças dramáticas provocadas pela pesquisa de plasticidade estrutural e funcional aumentaram nossa compreensão do que é viável e pode ser alcançado por várias formas de psicoterapia, incluindo psicanálise.
	Há até mesmo maior convergência. Muitas das funções cognitivas, afetivas e sociais investigadas em neurociência estão relacionadascom as funções psicológicas descritas por Freud. Por exemplo, afunção cognitiva da memória e da memória autobiográfica pode estar intimamente relacionada com a função psicológica de repressão de Freud.
Referências Bibliográficas
https://www.sbcoaching.com.br/blog/neuroplasticidade/
http://cienciasecognicao.org/neuroemdebate/?p=1053
Psicanálise e seu papel na plasticidade cerebral: muito mais que um simples blá, blá, blá - C ZUBARAN - Proc Natl Acad Sci US A, 2011

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