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Dimensionamento de Hidrantes e Reservatório para Combate a Incêndio_Rev01

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1Graduação em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro – UFTM. 
UNIFEV – CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOTUPORANGA 
 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
 
 
 
 
 
DIMENSIONAMENTO DE HIDRANTES E RESERVATÓRIO PARA 
COMBATE A INCÊNDIO 
 
 
 
 
 
Bissi Pimentel, Gustavo¹ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho 
 
 
 
 
 
 
Orientador: Prof. André Luis Magossi 
 
VOTUPORANGA 
2020 
 
 
RESUMO 
 
Diferentemente do que acontece em regiões onde o inverno é rigoroso e, com isso, necessitam 
de materiais termicamente isolantes, predominando deste modo a construção em madeiras e 
espumas, como nos países da América do Norte, Canadá e EUA, no Brasil as estruturas e pisos 
das edificações não são normalmente inflamáveis. Com o desenvolvimento industrial e das 
técnicas e tecnologias das construções brasileiras, estas passaram a ser compostas em seu maior 
percentual por materiais cerâmicos e metálicos, com pequenas partes ainda em madeira, que é 
utilizada mais por questões estéticas e em partes pontuais, reduzindo assim a inflamabilidade e 
carga térmica das mesmas. Determinados locais requerem sistemas diferenciados de combate a 
incêndio, conforme especifica o decreto 63.911 de 10 de dezembro de 2018. Dentre estes 
sistemas existem os hidrantes, que são equipamentos hidráulicos distribuídos estrategicamente 
em edificações para combater incêndios e são compostos por tubulações com diversas 
singularidades e possíveis ramificações e desníveis, o que torna o cálculo para 
dimensionamento da rede de tubulações e bombas um serviço complexo de ser executado 
manualmente e requer profissionais especializados. Buscando esclarecer esse processo de 
cálculo e trazer agilidade ao mesmo, foi proposto a programação das equações de perda de 
carga, vazão e potência requerida através de uma planilha de cálculo de um projeto base que 
ilustra o dimensionamento para uma situação de um empreendimento de pequeno porte. A 
mesma contém de forma clara para servir de referência a futuros projetistas que iniciem o 
trabalho com esse ramo da engenharia o dimensionamento da reserva técnica de incêndio, da 
quantidade de hidrantes e o cálculo das equações de perda de carga da água no sistema com 
objetivo de chegar a potência da bomba requerida. Espera-se assim, ao final deste trabalho, dar 
o embasamento necessário aos projetistas para então auxiliá-los na elaboração de projetos de 
hidrantes passíveis de aprovação dos avaliadores técnicos do Corpo de Bombeiros do estado de 
São Paulo. Atualmente, há poucos Engenheiros de Segurança do Trabalho que atuem nessa 
área, que pode ser explicado pela complexidade dos cálculos hidráulicos ou ainda devido a 
pouca disseminação deste conhecimento nos cursos de especialização nesta área da Engenharia. 
Deste modo, busca-se assim esclarecer a metodologia de desenvolvimento dos cálculos e das 
recomendações e exigências das normas e instruções técnicas pertinentes. 
Palavras-chave: Bomba de Incêndio; Hidrantes; IT-22. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
Unlike what happens in regions where the winter is harsh and, therefore, they need thermally 
insulating materials, thus predominating the construction in wood and foam, as in the countries 
of North America, Canada and USA, in Brazil the structures and floors of buildings are not 
normally flammable. With the industrial development and the techniques and technologies of 
the Brazilian constructions, these started to be composed in its greater percentage by ceramic 
and metallic materials, with small parts still in wood, which is used more for aesthetic reasons 
and in specific parts, reducing the flammability and thermal load. Certain locations require 
different fire-fighting systems, as specified in Decree 63.911 of December 10, 2018. Among 
these systems there are hydrants, which are hydraulic equipment strategically distributed in 
buildings to fight fires and are composed of pipes with different singularities and possibles 
ramifications and unevenness, which makes the calculation for dimensioning the network of 
pipes and pumps a complex service to be performed manually and requires specialized 
professionals. Seeking to clarify this calculation process and bring agility, it was proposed that 
the programming of the equations of head loss, flow and power required through a calculation 
spreadsheet of a base project that illustrates the dimensioning for a situation of a small 
enterprise. It contains clearly to serve as a reference for future designers who start working with 
this branch of engineering the dimensioning of the technical fire reserve, the number of hydrants 
and the calculation of the water pressure loss equations in the system with the objective of 
reaching the required pump power. Therefore, it is hoped, at the end of this work, to give the 
necessary background to the designers to then assist them in the elaboration of hydrants projects 
subject to the approval of the technical evaluators of the Fire Department of the State of São 
Paulo. Currently, there are few Occupational Safety Engineers working in this area, which can 
be explained by the complexity of hydraulic calculations or due to the lack dissemination of 
this knowledge in specialization courses in this area of Engineering. Thus, it seeks to clarify the 
methodology for developing calculations and the recommendations and requirements of the 
relevant technical standards and instructions. 
Keywords: Fire Pump; Hydrants; IT-22. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1. INTRODUÇÃO 
A rotina do Engenheiro na indústria exige tomadas de decisões rápidas e certeiras, os 
projetos devem ser executados em curtos prazos e com resultados satisfatórios econômica e 
tecnicamente falando, sem deixar a desejar em quesitos de qualidade. Na universidade, apesar 
de durante o curso as problemáticas dadas pelos professores aos futuros Engenheiros parecerem 
exorbitantes e insolúveis, a situação é amenizada pelo tempo disponível e a não concretização 
dos projetos na maioria dos casos. Na Engenharia de Segurança do Trabalho, um dos pontos 
que mais intimida os profissionais pelo tempo demandado, responsabilidade sobre o elevado 
custo envolvido e o tema complexo de mecânica dos fluídos é o dimensionamento de sistemas 
de hidrantes e bombas de combate a incêndios. 
O fogo é gerado por meio da combinação simultânea e reação em cadeia de materiais 
combustíveis, elemento comburente e calor, que são caracterizados como elementos 
imprescindíveis no processo. Esse tetraedro do fogo, objeto de estudo dos combatentes de 
incêndios, é composto por quatro pontos que devem estar presentes para o início e permanência 
do incêndio, sendo assim, qualquer um destes que for eliminado pode interromper a queima. 
Dentre as Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho, àquela que 
traz o tópico de Proteção Contra Incêndios é a NR-23, dizendo que todos os trabalhadores de 
uma empresa devem adotar medidas de prevenção de incêndios, contudo o empregador que 
tomará ações para que saibam utilizar os equipamentos de combate ao incêndio, os 
procedimentos de evacuação dos locais com segurança, os dispositivos de alarme existentes e, 
conforme legislação estadual e normas técnicas aplicáveis, deverá equipar os locais da empresa 
com os equipamentos e estruturas necessárias a prevenção de incêndios e proteção da vida dos 
que lá atuam (SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO,2019). 
O Decreto Nº 63.911 de dezembro de 2018 discrimina as edificações onde faz-se 
necessário a implantação do sistema de hidrantes (BRASIL, 2018) e a IT-Instrução Técnica Nº 
22 de 2019 do Corpo de Bombeiros do estado de São Paulo expõe detalhes técnicos que devem 
ser observados nos cálculos e na aplicação do sistema de combate a incêndio nas edificações, 
bem como orienta ainda sobre o método de cálculo de perdade carga como o de Weisbach – 
Fórmula geral de perda de carga localizadas – que deve ser utilizado durante o processo 
(SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA, 2019). 
O local de aplicação do projeto foi uma indústria metalúrgica, que apesar de ser 
dispensada do uso de hidrantes pelo Anexo E da IT 22/2019-SP, faz-se interessante a mesma 
aplicar o sistema para garantir proteção ao ambiente e redução de custos com a seguradora 
(SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA, 2019). A indústria possui um galpão coberto 
5 
 
com dois mil e quinhentos metros quadrados de área coberta, utilizado majoritariamente para 
fabricação de peças automotivas que vai desde a matéria prima – aço em bobinas e chapas – à 
embalagem. Espera-se desmistificar o assunto descrevendo a metodologia de cálculo ao olhar 
a Engenheiros e aplicá-los em uma planilha para resolver o problema base que servirá 
posteriormente como norte para futuros projetistas da área. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
2. METODOLOGIA E DISCUSSÃO 
Primeiramente foi feita a identificação do local, caracterizando-o conforme a Instrução 
Técnica Nº 14/2018, Anexo A – Tabela de Carga de Incêndio Específicas por Ocupação 
(SECRETARIA DE ESTADOS DOS NEGÓCIOS DA SEGURANÇA PÚBLICA, 2018). 
Deste modo, procurou-se pelo uso Industrial na coluna referente a Ocupação/Uso, enquanto na 
de Descrição buscou-se aquelas compatíveis com os setores da empresa de modo a poder avaliar 
posteriormente qual Carga de Incêndio seria cabível a mesma. Com isso, como pode ser visto 
na Tabela 01, a carga a ser considerada é a de 200 MJ/m². 
 
Tabela 01- Carga de Incêndio da Edificação segundo a Instrução Técnica nº 14/2018 do Corpor de 
Bombeiros do Estado de São Paulo. 
Ocupação/Uso Descrição Divisão 
Carga de 
Incêndio (qfi) em 
MJ/m² 
Industrial 
Aço, corte e dobra, sem 
pintura, sem embalagem 
I-1 40 
Galvanoplastia I-1 200 
Metalúrgica I-1 200 
 
A empresa também deve ter características descritas (Tab. 02), como área e altura da 
edificação, para posteriormente enquadrá-la no Anexo “A” do Decreto nº 63.911, que dá a 
classificação das edificações e tabelas de exigências (BRASIL, 2018). 
 
Tabela 02-Informações base para enquadramento da edificação nas tabelas e informações do Anexo 
"A" do Decreto nº 63.911/2018. 
Ocupação/Uso Divisão 
Área Coberta 
[m²] 
Altura 
Carga de 
Incêndio [MJ/m²] 
Industrial I-1 2500 Térrea 200 
 
Com isso pode-se classificar a edificação com Potencial de Risco Baixo quanto à carga 
de incêndio por ser inferior a 300 MJ/m², e por possuir área coberta, excluindo banheiros e 
vestiários conforme inciso VI, artigo 18 do capítulo VII do referido Decreto, maior que 750 m² 
exige-se que essa possua as seguintes medidas de segurança contra incêndio (Tab. 03): 
 
7 
 
Tabela 03-Medidas de Segurança Contra Incêndios para edificações com área superior a 750m² e/ou 
altura superior a 12m conforme Anexo "A" do Decreto nº 63.911. 
Item 
Grupo de ocupação e uso Grupo I - INDUSTRIAL 
Divisão I-1 (risco baixo) 
Medidas de Segurança contra 
Incêndio 
Classificação quanto à 
Altura 
Térrea 
01 Acesso de Viatura na Edificação x 
02 Segurança Estrutural Contra Incêndio x 
03 
Controle de Materiais de 
Acabamento x 
04 Saídas de Emergência x 
05 Brigada de Incêndio x 
06 Iluminação de Emergência x 
07 Alarme de Incêndio x 
08 Sinalização de Emergência x 
09 Extintores x 
10 Hidrantes e Mangotinhos x 
 
 
Assim, para desenvolvimento do projeto da medida do Item 10 (Tab. 03), Hidrantes, 
deve-se buscar métodos e embasamentos teóricos, normatizados preferencialmente, para 
especificar-se a quantidade desses equipamentos necessária a dar cobertura completa a área do 
local a ser protegido, o diâmetro e tipo de tubulação, a reserva técnica de água que o 
reservatório, elevado neste caso, deve possuir especificamente para o uso do sistema de 
hidrantes e a bomba de incêndio. Para isso, recorreu-se a Instrução Técnica nº 22/2019 do Corpo 
de Bombeiros Militar do Estado de SP e a NBR 13714 da Associação Brasileira de Normas 
Técnicas (SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA, 2019 e ABNT, 2000). 
De acordo com o inciso D.2.2, do Uso e Instalação, Anexo D da IT-22, os equipamentos 
devem estar posicionados a no máximo 5 m da porta de acesso da área a ser protegida. As 
mangueiras, independentemente do tipo de sistema de proteção, devem ter comprimento de 30 
m para equipamentos internos à edificação, segundo a Tabela 2 da IT-22. O comprimento do 
jato d’água dos dois hidrantes considerados devem ser de no mínimo 10 m, conforme o item 
5.8.2 da mesma IT. O comprimento a ser considerado será então de 40 m, porém este deve ser 
avaliado no trajeto real da mangueira no local e, o comprimento do jato do esguicho, 
trivialmente, só poderá ser considerado em linha reta, portanto, como pode ser visto na figura 
abaixo (Fig. 01), a planta baixa proposta terá dois pontos de hidrantes para satisfazer essas 
condições e cobrir todas as regiões do galpão. A elevação dos hidrantes em relação ao piso local 
8 
 
é estabelecida atendendo ao item 5.7.1.4, da IT-22, podendo estar no intervalo fechado entre 1 
e 1,5 m (SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA, 2019). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Deste modo, pôde-se encontrar a quantidade de hidrantes necessários ao local e, com 
isso, o comprimento e as singularidades do encanamento, que gerarão perdas de energia de 
pressão ao longo do trajeto – também conhecidas como perdas de carga – além dos desníveis 
que o fluxo deverá vencer, que são a transformação da energia mecânica que a bomba transfere 
ao fluído pelo trabalho realizado em energia potencial gravitacional. Usou-se o ponto A (Fig. 
02) de divisão do fluxo entre os ramos que alimentam os hidrantes como referência nos cálculos. 
As singularidades consideradas foram dispostas na Tab. 04 e seus comprimentos equivalentes 
tiveram como base a Fig. 03. Os comprimentos reais, equivalentes e totais dos trechos entre a 
Bomba de Incêndio e o ponto A, dos dois ramos de tubulações A-H1 e A-H2, e os desníveis 
das saídas dos hidrantes estão demonstrados esquematicamente na Fig. 02 e tabelados a seguir 
(Tab. 05). 
 
Figura 01-Esquema demonstrativo da distribuição dos pontos de hidrantes para 
cobertura da área a ser protegida. 
9 
 
 
Figura 02-Vista isométrica da tubulação compreendida entre a Bomba de Incêndio e os Hidrantes. 
 
Tabela 04-Tipos e Quantidades de Singularidades, com respectivos comprimentos equivalentes, 
consideradas no cálculo deste dimensionamento. 
Singularidades 
Comprimentos 
Equivalentes [m] 
Quantidades por Trecho 
BI-A A-H1 A-H2 
Válvula de Retenção 8,10 1 1 0 
Registro Gaveta 0,40 1 1 0 
Joelho 2,35 2 3 4 
Entrada Normal 0,90 1 1 0 
Tê de Saída Lateral 3,43 0 1 1 
Válvula Globo 
Angular 10,00 0 1 1 
 
Tabela 05-Comprimentos dos encanamentos e Desníveis conforme Fig. 02 e Tab. 04. 
Trechos 
Comprimentos [m] Desnível em relação a A [m] 
Real Equivalente Total Fluido: sobe (+) e desce (-) 
BI-A 17 14,1 31,1 5 
A-H1 9 29,9 38,9 -4 
A-H2 48 22,8 70,8 -4 
10 
 
 
Figura 03-Comprimentos equivalentes das singularidades a canalização retilínea expresso em metros 
(Fonte: SIMEI, 2012) 
11 
 
A NBR 13714/2000 expõe que o tipo de sistema de hidrantes para a indústria I-1 é o 2, 
o que nos dá as especificações de esguicho e mangueira, bem como de vazão e pressão mínimas 
na válvula do hidrante mais desfavorável em relação a perda de carga, de acordo com a Tabela 
2 da IT-22, como exposto na Tab. 06. A tubulação considerada para escolha do coeficiente de 
atrito “C” de Hazen-Williams foi a de aço preto (Tabela 1, item 5.8.11.2 da IT-22), com 
diâmetro nominal – DN conforme item 5.11.6.1 da IT-22, com isso obteve-se os dados finais 
para realização dos cálculos (Tab. 07) (SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA, 2019 e 
ABNT, 2000). 
 
Tabela 06-Dados do tipo 2 de sistema de hidrantesconforme IT-22. 
Tipo de 
sistema 
Esguicho 
Regulável (DN) 
Mangueira de Incêndio Hidrante 
DN 
[mm] 
Comprimento 
[m] 
Número de 
Expedições 
Vazão 
Mínima 
[L/min] 
Pressão Mínima 
[mca] 
2 40 40 30 Simples 150 30 
Nota: Parâmetros para que um brigadista possa dar o primeiro combate de forma segura e o jato d'água tenha o alcance 
previsto no item 5.8.2 da IT-22/2019. 
 
 Tabela 07-Dados principais da tubulação para cálculo. 
 
 
Após o levantamento dos dados de entrada, chamados assim por serem a base de cálculo 
do resultado final almejado, fez-se a utilização das equações de Perda de Carga Unitária por 
Atrito (Eq. 01) na unidade [mca/m], Perda de Carga (Eq. 02) na unidade [mca] e Potência do 
Motor Elétrico da Bomba de Incêndio (Eq. 03) em [CV], sendo as duas primeiras conforme 
especifica a IT-22 (SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA, 2019) e a última conforme 
Filho e colaboradores (2010). Ao realizar o cálculo da perda de carga nos trechos entre o ponto 
de referência A e os hidrantes (Fig. 02) deve-se respeitar o requisito do item 5.8.15 da IT-22, 
não devendo a diferença entre esses valores ser superior a 0,50 mca (5,0 kPa). 
 
 
DN 
[mm]
Ø cálculo 
[mm]
Fator C de 
Hazen-Williams 
[admensional]
65 (2 ½") 63 120
Tubulação
Aço Preto (sistema 
de tubo molhado)
12 
 
 
Equação 01: 𝐽 = 605 𝑥 𝑄1,85 𝑥 𝐶−1,85 𝑥 𝐷−4,87 𝑥 104 
 Sendo: 
 J a perda de carga por atrito em metros de coluna d’água por 
metro [mca/m]; 
 Q a vazão de água, em litros por minuto [L/min]; 
 C o fator de Hazem-Williams; 
 D o diâmetro interno do tubo em milímetros [mm]. 
 
Equação 02: ℎ𝑓 = 𝐽 𝑥 𝐿𝑡 
 Sendo: 
Lt o Comprimento total, sendo a soma do comprimento real da 
tubulação e dos equivalentes das conexões (singularidades) [m]; 
𝒉𝒇 a perda de carga por atrito do fluido na tubulação [mca]. 
 
Equação 03: 𝑃𝑚 =
𝑄 𝑥 𝐻𝑚𝑎𝑛 𝑥 1000
75 𝑥 𝑛𝑏
 
 Sendo: 
𝑷𝒎 a potência do motor da bomba em cavalos vapor [CV]; 
𝑸 a vazão da bomba em metros cúbicos por segundo [m³/s]; 
𝑯𝒎𝒂𝒏 a pressão requisitada pelo sistema metros de coluna 
d’água [m.c.a]; 
𝒏𝒃 a eficiência global da bomba em valor adimensional. 
 
A Reserva de Incêndio corresponde a um volume de água determinado em concordância 
com a Tabela 3 da IT-22 que alimentará especificamente o sistema de hidrantes para combate 
ao incêndio, não podendo assim ser possível o desvio dessa para outro fim como as atividades 
normais da indústria. Caso necessitem compartilhar um mesmo reservatório para ambos os fins, 
há essa possibilidade, no entanto, a capitação de água do sistema de hidrantes deve ser no nível 
mais baixo e a outra no nível acima do volume requisitado para o sistema e estar conforme o 
item 5.9.5 da IT-22 (SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA, 2019). 
 
 
 
13 
 
3. RESULTADOS OBTIDOS 
 
Pôde-se calcular que o layout proposto para a tubulação respeitou o requisito de que a 
diferença de pressão entre os ramos dos dois hidrantes com maiores perdas de energia de 
pressão deveria ser menor ou igual a 0,5 mca, sendo a diferença aqui encontrada de exatos 0,50 
mca. Os resultados de perda de carga estão apresentados na Tab. 08 de forma detalhada e foram 
calculados para os três trechos de relevância. O volume da reserva técnica de incêndio é de 8m³, 
valor que atende a exigência para áreas de edificações de até 2.500m². 
 
Tabela 08-Perdas de Energia de Pressão nos Trechos avaliados conforme Fig. 02. 
Fator de Hazem-Williams C 120 
 Trecho BI-A A-H1 A-H2 
Vazão d’água Q [L/min] 300,0 150,0 150,0 
Diâmetro Interno D [mm] 63,0 63,0 63,0 
Comprimento Total Lt [m] 31,1 38,88 70,83 
Perda de Carga Unitária J [mca/m] 0,057 0,016 0,016 
Perda de Carga hf [mca] 1,77 0,61 1,12 
Desnível Z [mca] 5 -4 -4 
Perda de Carga Total hf + Z [mca] 6,77 -3,39 -2,88 
 
Para a escolha a da bomba de incêndio deve-se pautar nos resultados obtidos e expostos 
na Tab. 09, sendo que aqui foi adotado por experiência um coeficiente de segurança com 
margem de 20% para encobrir possíveis vazamentos, defeitos de fabricação e inconsistências 
na execução do projeto que possam acontecer e, adotou-se o valor de 0,5 para a eficiência global 
do grupo moto-bomba por ser um valor usual e razoável, porém este pode ser reavaliado e 
alterado na planilha de cálculo elaborada e disponível para os interessados através de contato 
via e-mail do autor (gtvbissi@gmail.com). 
 
Tabela 09-Informações Calculadas para Escolha da Bomba Elétrica Centrífuga de Incêndio 
Eficiência global da Bomba, ɳb 0,50 Coeficiente de Segurança 1,2 
Vazão de Trabalho, Q [m³/s] 0,0050 18,00 m³/h 
Altura Manométrica, Hman [mca] 63,9 6,51 kgf/cm² 
Potência, Pm [CV] 10,22 7,62 kW 
Nota: 1-Escolha um coeficiente de segurança acima conforme sua experiência; 
 2-Procure a bomba com potência de valor maior ou igual ao calculado acima. 
 
 
14 
 
4. CONCLUSÃO 
Neste projeto a experiência levou ao acerto do layout da tubulação logo de início, no 
entanto não é algo que acontecerá usualmente na prática, com isso caso não seja satisfeito logo 
no começo o requisito do equilíbrio de pressão no ponto A – aceitando como diferença máxima 
de pressão 0,5 mca – altere os parâmetros de projeto que influenciem nesse valor, como 
comprimento dos trechos da tubulação, singularidades e desníveis. Nota-se então já no início 
dos cálculos que não é viável a realização dos mesmos manualmente, assim percebeu-se que a 
proposta de realização da planilha de cálculo é de grande valor para o desenvolvimento do 
projeto, trazendo flexibilidade, agilidade e maior chances de eficácia dos resultados. Vale 
ressaltar que para encontrar a potência da bomba elétrica pode-se ainda verificar com o 
fabricante o melhor valor para a eficiência global do sistema, buscando garantir o valor adotado 
e, ao procurar pela bomba calculada em catálogos, escolha aquela de valor de potência maior 
ou igual a dada pela planilha. Atenção precisa ser dada ao momento do calcula das perdas de 
carga para entender as componentes da mesma, que tem a parcela devida ao atrito com a 
rugosidade do tubo, o perfil de velocidade que o fluido apresenta nas condições de vazão e 
diâmetro trabalhadas, aos vórtices gerados na passagem pelas conexões e, a parcela proveniente 
dos desníveis que a tubulação apresenta, hora favoráveis, hora não. Com as pesquisas realizadas 
e estudos feitos sobre a temática em questão pôde-se observar que a sistemática utilizada na 
prática por softwares comumente empregados nos laudos e projetos elaborados pelos 
profissionais da área seguem a mesma linha de raciocínio deste trabalho. E entende-se que é a 
apropriada para o dimensionamento do sistema de hidrantes e posteriormente pleitear a 
aprovação do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de São Paulo. Apesar de tomar bases 
técnicas das instruções de São Paulo, vale ressaltar que os Estados tendem a ter essas instruções 
técnicas bem similares, contudo se deve observar a IT específica para notar as diferenças que 
possam existir em alguns detalhes técnicos. O conhecimento com este tudo será disponibilizado 
para estudos e profissionais na forma deste artigo, da planilha e ainda via contato com o autor 
se for de interesse. 
 
 
 
 
 
15 
 
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 13714 : Sistema de 
hidrantes e de mangotinhos para combate a incêndio, 25.p, 2000. 
 
BRASIL. Decreto No 63.911, de 10 de Dezembro de 2018. Institui o Regulamento de 
Segurança Contra Incêndios das edificações e áreas de risco no Estado de São Paulo e 
dá providências correlatas. Diário Oficial da União: Brasília, DF, 11 dez.2018. 
 
BOHN, A.R. Instalação Predial de Prevenção e Combate a Incêndios. 
Universidade Federal de Santa Catarina, 34.p. Apostila (pdf). 
 
FILHO, D.O; RIBEIRO, M.C; MANTOVANI, E.C; SOARES, A.A; FERNANDES, 
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