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FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU
DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
Relatório de Estágio Curricular em
Clínica Escola Uninassau- Departamento de Psicologia
e Supervisão em Psicanálise.
Tayara Medeiros Alves
Campina Grande- PB 
2019
Tayara Medeiros Alves 
Relatório de Estágio Curricular em
Clínica Escola Uninassau- Departamento de Psicologia
e Supervisão em Psicanálise.
Relatório desenvolvido como pré
requisito para aprovação da disciplina
 Estágio Supervisionado I.
Supervisor: Márcia Candelaria.
Campina Grande- PB 
2019
RESUMO
O presente relatório trata da prática do estágio curricular em Psicologia Clínica, Estágio Supervisionado I, tomando-se por base a Abordagem em Psicanálise. Relata a caracterização e as vivências comuns ao grupo de estágio do qual fui integrante, além das opiniões oriundas de vários momentos de troca e discussões a respeito das experiências vividas durante as Supervisões que foram orientadas pela Professora Marcia Candelaria da Rocha − em consonância com os princípios teóricos que fundamentam o trabalho. Contém ainda o registro dos aspectos mais singulares da minha vivência.
Na primeira parte do relatório, portanto, são encontradas informações gerais: (a) campo de atuação (interna e externa), (b) objetivos, (c) diretrizes (d) Atuação e, por fim, (e) um passeio na orientação teórica que embasa o trabalho. Em seguida, são encontrados os relatos dos atendimentos (triagem, salas de espera, palestras) que realizei ao longo do estágio. Ao final do relatório estão presentes algumas considerações a respeito da experiência de estágio e as referências bibliográficas.
 Palavras-chave: Estágio; Psicologia Clínica; Psicanálise; Supervisão. 
Sumário
Resumo .............................................................................................................3
Introdução ........................................................................................................5
Campos de atuação ..........................................................................................7
 Campos de atuação interna ..............................................................7
 Campos de atuação externa .............................................................7
Objetivos ...........................................................................................................8
 Objetivos gerais ..............................................................................8
 Objetivos específicos ......................................................................8
Referencial teórico ...........................................................................................9
 Diretrizes do estagio .........................................................................9
 Supervisão em Psicanalise ..............................................................10
 A clínica na psicanalise ...................................................................12
Atuação Prática ..............................................................................................14
 Atuação interna ................................................................................14
 Atuação Externa ................................................................................16
Conclusão .......................................................................................................18
Referencias ....................................................................................................19
Anexos ............................................................................................................20
Relatório de Estágio Curricular em Clínica Escola Uninassau- Departamento de Psicologia e Supervisão em Psicanálise.
1.INTRODUÇÃO
O oitavo período da graduação em Psicologia na Faculdade Mauricio de Nassau em Campina Grande é marcado pela realização do estágio supervisionado I. Nesse momento, os alunos se dividem em subgrupos de supervisão de acordo com a definição da área e da abordagem teórica do estágio. Atualmente a instituição oferece estágio nas seguintes áreas: Psicologia Clínica e Psicologia Social. Na área da Psicologia Clínica, dispõe de supervisores que atuam embasados em três abordagens teóricas: Psicanálise, Cognitivo-comportamental e Logoterapia.
Desse modo, passei a integrar um grupo de doze estagiários que escolheram atuar
na área da Psicologia Clínica, fundamentados na Abordagem Psicanalítica e supervisionado pela Professora Marcia Candelaria. 
O presente relatório tem o objetivo de relatar a minha trajetória durante o estágio. Relato a caracterização e as vivências comuns ao grupo de supervisão, além das opiniões oriundas de vários momentos de troca e discussões a respeito das experiências vividas, as triagens e os plantões feitos na clinica escola da Uninassau. E, individualmente, registro os aspectos mais singulares da minha vivência.
Na primeira parte do relatório, portanto, são encontradas informações gerais:
Caracterização do campo de estágio; objetivos (gerais e específicos); campo de estagio; atividades desenvolvidas durante o período do estágio e, por fim, um passeio na orientação teórica que fundamenta o trabalho.
Em seguida, apresento os relatos dos atendimentos, role-playing, salas de espera e atividades extras que realizei ao longo do estágio, além do estudo de um dos casos atendidos. 
Ao final do relatório estão presentes algumas considerações a respeito da experiência de estágio e as referências bibliográficas.
 2. CAMPOS DE ATUAÇÃO 
2.1 CAMPO DE ATUAÇÃO INTERNA 
A Clínica-Escola de saúde, além de atender pacientes que precisam de cuidados físicos, cuida das questões psicológicas dos que buscam ajuda profissional.
 Os serviços de psicologia encontrados na instituição são direcionados aos mais diversos perfis; da criança ao adulto idoso, pertencentes a todas as camadas sociais. O atendimento individual, tanto infantil quanto adulto, acontece dentro das perspectivas desejadas pelo conselho de psicologia da região, bem como os atendimentos em grupo que são inteiramente gratuitos. Atualmente existem, além de orientações profissionais, os grupos multidisciplinares que tratam da qualidade de vida dos idosos por exemplo. 
Os estudantes de psicologia que prestam atendimento na clínica são orientados por uma preceptora, sete supervisores e outros monitores responsáveis também pelo estagio. 
Ao buscar os serviços de psicologia da Clínica-Escola da Nassau, o paciente é recebido por um estudante plantonista e encaminhado para triagem, momento em que as queixas são ouvidas e logo em seguida acontece o atendimento solicitado. Atualmente a Clínica-Escola da Nassau atende nas segundas das 8h às 18h e de terças a sextas das 8h às 21h. 
2.2 CAMPO DE ATUAÇÃO EXTERNA
Durante esse período, no estagio supervisionado I da Faculdade Mauricio de Nassau, não foram oferecidos locais para estagio externo pela Faculdade, porem, foram desenvolvidas algumas atividades extracurriculares individuais. 
A primeira, na Unidade Básica de saúde da Família do bairro dos Cuités, na cidade de Campina Grande, com o grupo de saúde mental da unidade.
A segunda, na Unidade básica de saúde da família do Jeremias II, na cidade de Campina Grande com o grupo de tabagismo realizado na Unidade. 
 3. OBJETIVOS 
3.1 OBJETIVO GERAL
Propiciar a vivência da prática da Psicologia Clínica fundamentada pela orientação teórica Psicanalítica, de modo a aplicar e ampliar os conhecimentos adquiridos durante nossa formação teórica.
Sua prática está direcionada a triagens e plantões psicológicos na clinica escola- setor de psicologia, para a população que busca atendimento psicológico na mesma. 
3.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS 
• Possibilitar o exercício de uma escuta clínica a partir da compreensão da relação entre terapeuta e cliente com uma base analítica;
• Aprofundar a compreensão dos pressupostos teórico da Psicanálise, por meio daexperiência clínica supervisionada; 
• Aprofundar os conhecimentos teórico-práticos da Psicanalise nas triagens e escutas;
• Amparar as primeiras experiências profissionais por meio da supervisão que facilite a compreensão dos fenômenos emergentes nessa experiência;
• Utilizar os momentos de supervisão em grupo para compartilhar experiências individuais do estágio ajudando a compreendê-las.
4. REFERENCIAL TEÓRICO 
4.1 DIRETRIZES DO ESTAGIO 
Estágio Supervisionado é o conjunto das atividades de ensino-aprendizagem relacionadas ao meio social, profissional, cultural e didático-pedagógico, proporcionadas ao aluno pela participação em situações reais de vida e trabalho, realizado na comunidade em geral e junto a pessoas jurídicas de direito público ou privado.
Para o discente, o estágio é um fator significativo na sua formação profissional, por proporcionar a interação com a realidade da sua profissão futura e a complementação prática do aprendizado acadêmico. Para a Unidade Concedente de estágio, há uma contribuição prática e efetiva através da atuação do discente em prol do desenvolvimento da mesma. Para a Instituição de Educação Superior, por colaborar com a efetividade da formação que ela oferece. E para o docente, pela oportunidade de orientar, conduzir e avaliar na prática as teorias adquiridas em sala de aula, dando a ele o retorno do processo ensino-aprendizagem.
Na Clinica Escola Uninassau no setor de psicologia, o Estágio Supervisionado é tido como um momento primordial na graduação, permitindo ao aluno o contato mais próximo com carreira como psicologo, a inserção em situações práticas de ordem técnica, científica e sócio-cultural, a integração da aprendizagem teórica com o contexto profissional. 
4.2 SUPERVISÃO EM PSICANÁLISE 
O tema supervisão é um dos mais polêmicos dentro da transmissão da Psicanálise, uma vez que encontramos mais de uma abordagem para a supervisão, de acordo com o desenvolvimento teórico-clínico que se segue. Apesar disso, a literatura sobre Supervisão não é das mais vastas, principalmente se comparada à quantidade e à diversidade de outros assuntos trabalhados e publicados pelos psicanalistas. Este dado justifica a recorrência aos autores desse tema, mesmo entre si.
Porém, percebemos que a importância da Supervisão é sempre enfatizada, considerada como um dos pilares da formação do psicanalista, junto à análise pessoal e aos estudos teóricos da Psicanálise. Esses três itens formam o chamado tripé da transmissão da Psicanálise. As publicações existentes se ocupam, muitas vezes, de aspectos burocráticos de sua formalização institucional ou de problemas de ordem técnica, como, por exemplo, a discussão de quem estaria habilitado a fornecê-la, ou dos procedimentos que deveriam presidir a aceitação de sua demanda, mas pouco se discute sobre seus aspectos mais relevantes.
No entanto, sua prática é importante, a tal ponto que ela é sempre procurada pelos jovens analistas, estejam eles vinculados ou não a uma instituição psicanalítica.
“Embora se saiba que o movimento inconsciente nunca cessa, e que não há procedimento capaz de revelar, por completo, aquilo que determina a tônica da relação do sujeito com o mundo, a prática da supervisão tem sido reconhecida como um dos alicerces capazes de complementar o suporte que a análise pessoal fornece ao trabalho do analista” (GARRAFA, 2006, p.83).
Freud, por exemplo, como fundador da Psicanálise, não podia contar com o auxílio de um supervisor; contudo, podemos ver que era frequente, em sua prática, a reavaliação de seu trabalho junto a seus pacientes. Sabe-se que o lugar do terceiro entre ele e seus analisandos era, muitas vezes, desempenhado pela escrita de sua obra. Sua extensa correspondência com Fliess deixa ver que Freud, em alguns momentos, avalia tanto sua autoanálise quanto sua relação com um dado paciente. Ao lado disso, vemos que ele próprio foi, muitas vezes, procurado por seus discípulos, para um trabalho que se aproxima muito do formato do que se entende hoje por uma supervisão.
Voltando à clínica de Berlim, ela foi criada para tornar o tratamento analítico acessível a um grande número de pessoas, independentemente de sua condição sociofinanceira, tendo-se constituído um Centro de Formação em Psicanálise, onde havia um grupo de ensino dirigido por Karl Abraham.
O trabalho prático era considerado como parte importante da formação. Mas Eitington, nesse mesmo relatório de 1922, relata sua dificuldade em definir como se daria essa prática clínica, o que parece estar relacionado ao fato de permitir que analistas pouco experientes tomassem pacientes em análise. A supervisão era então exercida para limitar os riscos desse trabalho. Sua função era exercer um controle sobre o atendimento, a fim de garantir a qualidade. Daí vem o nome de análise de controle, que é também usado para se referir à supervisão. Essa posição, porém, nunca foi admitida sem qualquer crítica por parte dos próprios analistas supervisores. Embora a discussão sobre o controle ainda exista nos dias de hoje, um autor como Conrad Stein, citado por Garrafa (2006), afirma que
“principalmente entre os autores franceses, (...) muito se flexibilizou a respeito dessa prática, à medida que as condições de transmissão da Psicanálise puderam ser compreendidas como diferentes das de outras aprendizagens. Percebeu-se, portanto, que as extensas narrativas das sessões informam mais a respeito do analista, e de sua própria análise, do que de seu paciente, pois os atendimentos são relatados tal como o analista pode escutá-los. Essas constatações não passaram, contudo, imunes às divergências presentes no movimento psicanalítico” (STEIN apud GARRAFA, 2006, p.84-85).
A supervisão é o único dispositivo da formação do analista que traz em si uma dimensão estritamente didática. Todavia, trata-se de uma didática muito singular, na qual se deve mostrar que o saber precisa ser jogado fora na experiência analítica, pois esta é uma experiência de apreensão da verdade em seu estado nascente, e não de referência a um saber sabido. Trata-se, em vez disso, de um saber-não-sabido no cerne da psicanálise, e se é verdade que há um saber do analista, este talvez possa assim ser definido: o psicanalista sabe que o sujeito sabe sem saber que sabe. Seria este o saber que permite ao analista sustentar seu desejo de analista e insistir na experiência. Seria então, resumindo, um saber-não-saber. (JORGE, 2006, p.289) 
4.3 A CLINICA NA PSICANÁLISE
A clínica da psicanálise, hoje, não se restringe ao âmbito do consultório privado. Trata-se aqui de uma noção da clínica que não se restringe ao âmbito do consultório particular, mas que, ampliada a outros campos, impõe outros questionamentos e problemas a serem enfrentados. Hoje, encontramos psicólogos trabalhando, além dos consultórios particulares, em instituições dos mais diversos campos: na saúde mental, em centros de saúde, em serviços de urgência e em hospitais psiquiátricos; na assistência social, em programas sociais e comunitários, em programas de atendimento a crianças e adolescentes, em ONG�s; no campo jurídico, em instituições policiais e jurídicas; em conselhos tutelares; no campo da saúde, em hospitais gerais, em programas de saúde da família. Se devemos considerar que a clínica psicanalítica tem seu locus privilegiado de trabalho no atendimento individual em consultório particular, não podemos negar sua expansão a campos e setores sociais muito diversos em função da ampliação dos seus limites de atuação. Temos, de um lado, o desenvolvimento da teoria, que permite a abertura de novos campos de atuação, e, de outro, as transformações sociais e os avanços do mundo contemporâneo, que impulsionam e questionam a teoria e a clínica. Se nos interrogamos acerca da possibilidade de transmissão da psicanálise em uma clínica universitária, trata-se, em última instância, de pensar a possibilidade da prática psicanalítica, da sua ética e do seu ato para além do seu enquadre clássico.
É preciso, então, dizer que a psicanálise não se converte aí em umapsicoterapia de inspiração analítica. Não se trata de suprimir o sintoma, nem tampouco de passar a uma prática de conselhos e orientações pautada nas psicoterapias por identificação. Miller (1997) afirma que toda psicoterapia é uma terapia da imagem de si e, portanto, está fundada no estádio do espelho. Definidas como terapias que se fazem a partir da identificação com o mestre, elas caminham no sentido de restituir ao eu suas funções. Institui-se um outro, o terapeuta, como aquele que sabe do que é bom para o sujeito, do que ele deve fazer para alcançar seu bem, um outro que orienta e aconselha. Deste outro colocado no lugar do mestre espera-se a aprovação.
Para Miller (1997), a possibilidade da análise reside na recusa do analista em utilizar tais poderes da identificação. A análise depende então da posição que o analista adota. É recusando-se a ser terapeuta, a agir pela via da identificação, que o analista abre a porta para a análise. Dito de outro modo, é recusando o desejo de ser mestre, de ser aquele que sabe a resposta que falta, de ser aquele que alivia o sujeito de seu sofrimento, enfim, de ser aquele que cura, para assumir o desejo do analista, que a análise pode ocorrer. Freud nos adverte sobre o desejo de curar inúmeras vezes. Na verdade, é recusando o desejo de curar que o analista abre a possibilidade ao sujeito de fazer o percurso de uma análise e assim elucidar seu desejo para além das identificações. Que o encontro com um analista, ou com um estudante orientado pela psicanálise, possa abrir as portas desta elucidação para o sujeito, tal é a aposta. Não se trata de afirmar que este percurso se realiza, mas sim de que se pode ofertar ao sujeito o limiar desta entrada. A prática que se faz na clínica-escola, orientada pela psicanálise, não reduz a psicanálise ao que ela tem em comum com a psicoterapia, mas antes visa este para além que aponta para o percurso de uma análise.
O que é terapêutico na operação analítica é o desejo. Em um certo sentido, o desejo é a saúde. Contra a angústia, é o remédio mais eficaz. A culpa deve-se, fundamentalmente, a uma renúncia ao desejo. Mas, paradoxalmente, o desejo é aquilo que é contrário a toda homeostase, ao bem-estar. Como compreender o que é uma terapia que não conduz ao bem-estar? (Miller, 1997: 19). 
 5. ATUAÇÃO PRÁTICA 
5.1 ATUAÇÃO NO ESTÁGIO INTERNO 
Durante o período do estagio foram realizadas algumas atividades dentro da clinica escola no horário de plantão, como as salas de espera, por exemplo, que foram realizadas a partir de temas relacionados aos meses, como, Setembro Amarelo (campanha de prevenção ao suicídio), Outubro Rosa (campanha de prevenção contra o câncer de mama e saúde da mulher em geral), Novembro azul (campanha de prevenção contra o câncer de próstata e saúde do homem em geral) e Novembro Dourado (Aspectos psicológicos em crianças e adolescentes com câncer), também como informações referentes ao funcionamento da clinica e a desmistificação de aspectos relacionados a psicologia. 
Alguns textos também foram discutidos nos plantões semanais na clinica, com os temas:
1- A prática das intervenções psicoterápicas
2- Entrevista clinica em saúde mental
3- Transtornos psicopatológicos na infância e na adolescência 
4- Transtorno de déficit de atenção/ hiperatividade 
5- Transtorno do espectro autista 
6- Técnicas de entrevistas e suas aplicações em avaliação psicológica clínica
7- Utilização de métodos proféticos na avaliação psicológica clínica
8- Técnicas de observação em avaliação psicológica clínica 
Devido o horário que foi disponibilizado para o meu plantão na clinica, a demanda de procura por plantões e triagens era escassa, sendo realizada apenas uma triagem durante o período do estagio supervisionado I. 
A triagem foi realizada dia 9 de outubro, com L.V.F, 21 anos, com queixa inicial de alto sabotagem, muita cobrança e ansiedade. Mora com os pais, e segundo relato do paciente, sua relação com o pai é conflituosa por causa de sua orientação sexual. Procurou a clinica relatando uma necessidade de conversar com alguém que não o conhecesse e não o julgasse. Relatou uma relação conflituosa em seu circulo de amizade, o que segundo ele, seria o motivo de sua ansiedade e estresse, já que são amigos de infância e ele tem medo de perdê-los. Relatou também a insatisfação com o corpo e que isso o incomodava muito. Paciente foi encaminhado para psicoterapia. 
 
5.2 ATUAÇÃO EXTERNA 
Durante esse período, no estagio supervisionado I da Faculdade Mauricio de Nassau, não foram oferecidos locais para estagio externo pela Faculdade, porem, foram desenvolvidas algumas atividades extracurriculares individuais. 
A primeira, na Unidade Básica de saúde da Família do bairro do Cuités, na cidade de Campina Grande, a convite da Assistente social do Distrito Sanitário III, Joselita Brasileiro, com o grupo de saúde mental da unidade no dia 23 de setembro de 2019. O grupo é composto por 13 mulheres, onde 11 estavam presentes no dia da intervenção. Todas as mulheres são usuárias da Unidade de saúde, fazem o uso de medicações psicotrópicas e são acompanhadas pela equipe do CAPS. A intervenção teve uma hora de duração, onde sentamos em circulo e fizemos uma roda de conversa. Estava presente a assistente social da unidade e a médica que acompanha as usuárias e componentes do grupo. Iniciei falando sobre a importância do cuidado com a saúde mental, logo após, devido a campanha do setembro amarelo, iniciamos uma conversa sobre suicídio, onde todas participaram com relatos e comentários sobre o tema.
A segunda, na Unidade básica de saúde da família do Jeremias II, na cidade de Campina Grande à convide da Enfermeira da Unidade, Shirley Dantas, com o grupo de tabagismo realizado na Unidade no dia 26 de setembro de 2019. O grupo existe desde julho deste ano e estava no 9º encontro. O grupo é composto por 12 pessoas, sendo 10 mulheres e apenas 2 homens. Foi realizado com eles uma atividade chamada “A dinâmica da caixa” onde o orientador pede que todos fiquem em pé, formando um círculo. Enquanto segura a caixa de papelão explica que dentro da caixa existe uma tarefa para cumprir. Deve explicar que a tarefa tem de ser cumprida sem reclamações e sem ajuda de ninguém. Ao som da música a caixa vai sendo passada e quando a música pára o orientador questiona a pessoa que tem a caixa na mão se de facto quer abrir a caixa ou continuar a dinâmica. Dependendo da resposta continua-se ou passa-se ao momento de abrir a caixa e para surpresa de todos encontra-se um presente.
O principal objetivo desta dinâmica é mostrar como somos inseguros diante de situações que representam perigo ou vergonha e que devemos aprender que podemos superar todos os desafios que são colocados à nossa frente. Desafios podem representar boas surpresas e não necessariamente más notícias. O encontro durou 85 minutos e houve bastante interação da parte dos integrantes e demais profissionais da esquipe da unidade de saúde. 
 
 6. CONCLUSÃO 
A vontade de atuar, de experimentar a prática foi uma motivação que me
acompanhou em grande parte da graduação e se intensificou à medida em que senti o estágio se aproximar, alimentando as mais diversas expectativas. Viver essa experiência, portanto, envolveu frustrar algumas fantasias, questionar-me, desconstruir algumas certezas e, acima de tudo, surpreender-me.
Essa descoberta foi uma confirmação da definição profissional que buscava desde a primeira escolha pela psicologia. As teorias, os temas estudados, as reflexões críticas puderam ser conectados com o fazer psicológico e, dessa forma, como embasamento e pano de fundo, dar sentido à formação que em breve estarei concluindo.
Finalmente, reconheço a oportunidade ímpar do aprendizado em grupo. As reuniões de supervisão, as discussões, as escutas compartilhadas, os momentos em comum foram enriquecedores não somente pela troca de conhecimentos, mas também pela comunhão de experiências e afetos presentes nesse Encontro.
7. REFERÊNCIAS
STEIN, C. A supervisão na psicanálise(1979).São Paulo: Escuta, 1992. Citado por FONTENELE, L. B, in JORGE, MAC (org.) Lacan e a formação do psicanalista. Idem.
GARRAFA, T. C. O lugar da supervisão na formação do analista. In revista Percurso, n.36, São Paulo: Instituto Sedes Sapientiae, 2006, p.83-92.
Miller, J. A. (1997). Psicoterapia e psicanálise. In: Forbes, J.  (Org.). Psicanálise ou psicoterapia (pp. 9-20). Campinas, São Paulo: Papirus. 
http://www.uit.br/site/politicas-institucionais/129-estagio-supervisionado
ANEXOS
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