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Expropriação do Petróleo Mexicano

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Pós-graduação em Direito Público: Constitucional, Administrativo e Tributário
Aluno: Sebastião Cleyton Alves de Sousa
Resenha do Artigo: Debatendo a Expropriação do Petróleo Mexicano
 
Manaus/AM
 2020
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Pós-graduação em Direito Público: Constitucional, Administrativo e Tributário
 Sebastião Cleyton Alves de Sousa
Resenha do Artigo: “Debatendo a Expropriação do Petróleo Mexicano”.
 
Trabalho apresentado à disciplina Intervenção do Estado na Propriedade e no Domínio Econômico para fins de obtenção parcial de nota, sob a orientação do professor José Madeira
Manaus/AM
 2020
JONES, Geoffrey. WADHWANI, Daniel R. Debatendo a Expropriação do Petróleo Mexicano. In: Harvard Business School, 17 de junho de 2005. 
Introdução
O caso de Harvard expressa o fato no qual o presidente mexicano, Lázaro Cárdenas, em março de 1938, expropriou os ativos das empresas de petróleo estrangeiras estabelecidas naquele país, tendo como justificativa a defesa da soberania da cuja nação.
No texto em análise, “Debatendo a Expropriação do petróleo mexicano”, faz-se constar que, aos 18 de março de 1938, o presidente mexicano – Lázaro Cárdenas – expropriou os ativos das empresas incumbidas da exploração de petróleo do seu país. Empresas estrangeiras que haviam recebido privilégios, na gestão anterior 
A demanda de caráter trabalhista, envolveu o Conselho de Arbitragem do Governo e, devido sua amplitude chegou ao próprio Supremo Tribunal. Por fim, tanto o Conselho de Arbitragem, quanto o Supremo foram favoráveis aos trabalhadores que, em greve, reivindicavam por seus direitos trabalhistas juntamente com o sindicato da classe. 
Destarte, antes da questão em pauta, as empresas já haviam feito várias concessões, tanto ao governo, quanto aos trabalhadores, isso em décadas anteriores. Porém, recusaram-nas em cumpri-las, certamente, por não terem tido êxito na causa que defendia seus interesses. 
Sabe-se que em gestão anterior, quando os primeiros produtores de petróleo se instalaram em solo mexicano, esses receberam consideráveis apoios e amplos direitos de propriedade. No entanto, Cárdenas tornou-se inflexível com as empresas de petróleo e seus ascendentes multinacionais. Essas ações, como se sabe, visavam a proteção da soberania do seu país, razão pela qual decidiu intervir.
As leis exaradas pela Constituição mexicana davam suporte a conflitos recorrentes, no que se refere ao controle total sobre todos os minerais do subsolo, assegurando tratar-se de propriedade do Estado. Por isso, a partir do momento em que o governo mexicano propôs reter sua propriedade, a qual se encontrava sob a posse das empresas estrangeiras, travou-se um relevante debate, pois as mesmas entendiam que as riquezas do subsolo eram de sua exclusiva propriedade, partindo do pressuposto que os contratos pré-revolucionários ainda lhes garantiam o aludido direito; enquanto isso o governo argumentava que a perfuração era uma concessão por tempo limitado e que o Estado lhes havia privilegiado. Em síntese, o caso faz uma abordagem de uma expropriação efetuada pelo Estado Mexicano, valendo-se da necessidade de utilidade pública, bem como em defesa da soberania do Estado, conforme já mencionado. Justificativa largamente usada pela maioria dos países para expropriar ou nacionalizar empresas de capital estrangeiro, desde que constitucionalmente amparados. 
A Lei de Expropriação do México, de 1938, trouxe à baila a necessidade e a utilidade pública, sendo concedido ao presidente o poder de tomar e compensar propriedades privadas em que estivessem presentes as condições sociais arguidas. 
Visando o bloqueio do petróleo mexicano no mercado global as principais multinacionais petrolíferas atuaram ligeiramente estimulando a aplicação de pressões diplomáticas pelos seus respectivos governos. E, quanto ao confisco dos ativos das empresas de petróleo, houve tentativa de resistência por parte dos Estados Unidos, todavia, o México respaldado pela sua ‘Carta Magna’ e decisões judiciais a seu favor, sentiu-se obrigado a admitir a nacionalização de bens adquiridos após 01 de maio de 1917.
Para Celso Antônio Bandeira de Mello “[...] desapropriação se define como o procedimento através do qual o Poder Público, fundado em necessidade pública, utilidade pública ou interesse social, compulsoriamente, despoja alguém de um bem certo, normalmente adquirindo-o para si, em caráter originário, mediante indenização prévia [...]”. (2001, p. 711)
No caso da desapropriação de empresas estrangeiras, no Brasil, isso só se torna viável diante dos fundamentos previstos no artigo 5º, XXIV da Constituição Federal. Assim, o chefe do executivo emite um decreto determinando a intervenção, que a partir daí, o Congresso Nacional aprova uma lei de cunho específico. 
No Brasil, os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica, bem como os minerais do subsolo pertencem à União, nos termos do artigo 20, V e IX da CF, de forma que, quem quiser explorá-los, deverá ter autorização, em caso de produção mineral e, concessão ou partilha, em caso de produção de petróleo, nos termos da Lei nº 12.351/2010. 
Na América Latina houve o caso da petroleira YPF, comandada pela Repsol que foi expropriada pelo Governo da Argentina, em virtude do interesse público a fim de garantir o desenvolvimento econômico, na tentativa de conter a crise do país. (Gazeta do Povo, 2012). De igual modo, a Bolívia desapropriou uma filial de empresa de eletricidade espanhola, visto que o presidente boliviano considerou baixo o investimento da expropriada (Globo, 2012).
Vê-se, no texto, debates políticos, no México, tendo como principal motivo o desgoverno das décadas anteriores, fosse por oposição aos projetos revolucionários ou por uma interpretação considerada herética da Revolução, sobretudo, a partir da experiência catártica do passado insurrecional. Entre outras, essa é uma das principais ideias do texto ora proposto.

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