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Tecido Nervoso - neuroanatomia

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Letícia de Moura Amarante 
Tecido Nervoso
Introdução 
· O tecido nervoso é composto basicamente por dois tipos de células:
· Neurônios: é a unidade fundamental do tecido nervoso e estabelece as funções de receber, processar e enviar estímulos nervosos no tecido. 
· Células da glia ou neuroglia: são aquelas células que se estabelecem entre os neurônios, com funções de sustentação, de isolamento ou revestimento, de modulação neuronal e de defesa. 
· Os neurônios dos vertebrados, após a diferenciação não se dividem, porém sabe-se hoje que no bulbo-olfatório e no hipocampo novos neurônios são formados diariamente, mesmo nos adultos. 
Neurônios 
· São células altamente excitáveis que se comunicam entre si ou com células efetuadoras, através de modificações no potencial de membrana. 
· A maior parte dos neurônios possui 3 regiões responsáveis por funções especializadas:
· Corpo celular 
· Dendritos 
· Axônio 
Corpo celular 
· Contém núcleo, citoplasma e organelas citoplasmáticas, como a maioria das células do corpo. 
· O núcleo é geralmente vesiculoso, com um ou mais nucléolos evidentes. Porém, neurônios dos grânulos do córtex cerebelar, por exemplo, possuem núcleos mais densos. 
· O citoplasma do corpo celular recebe o nome de pericário e é onde se encontra grande número de ribossomas, retículo endoplasmático granular e agranular e aparelho de golgi para a síntese de proteinas, observe a imagem:Reticulo endoplasmático rugoso
Ribossomos 
Grânulo de lipofucsina
Núcleo 
Mitocôndrias 
Aparelho de golgi
Lisossomo
· Os ribossomas podem se concentrar em áreas citoplasmáticas, onde ocorrem livres ou ficarem aderidos nas cisternas do retículo endoplasmárico.
· Na microscopia óptica é comum observar nos corpos dos neurônios, grumos basófilos, conhecidos como corpúsculos de Nissl. 
Nucléolo 
Núcleo 
Corpúsculos de Nissl
A riqueza em ribossomos está ligada à intensa síntese proteica, necessária para manter os múltiplos e longos prolongamentos citoplasmáticos (dendritos e axônio). Como os ribossomos contêm ácido ribonucleico, têm afinidade por corantes básicos, como hematoxilina e cresil violeta. Em microscopia óptica, correspondem a pequenas manchas arroxeadas no citoplasma dos neurônios maiores, conhecidas como substância de Nissl ou tigróide.  Quanto mais longos os prolongamentos celulares, maior será o corpo celular do neurônio e mais evidentes os corpúsculos de Nissl.
· As mitocôndrias são abundantes, geralmente pequenas e estão distribuídas por todo o pericárdio, ao redor dos corpúsculos de Nissl. 
· Além disso, há também microtúbulos, microfilamentos de actina e neurofilamentos – filamentos intermediários específicos para neurônios. 
· O corpo celular é o centro metabólico do neurônio, sendo responsável pela síntese das proteinas neuronais e pela maioria dos processos de degradação e renovação dos constituintes celulares. Para essa degradação, tem-se uma riqueza de lisossomas, entre os quais os chamados grânulos lipofucsima – corpos lisossômicos residuais que aumentam com a idade. 
· A forma e o tamanho do corpo celular são extremamente variáveis, conforme o tipo de neurônio. Porém, é bastante comum corpos celulares estrelados e piramidais, como ocorre no córtex cerebral. 
Exemplos:
- Células de Purkinje células do córtex cerebelar, com corpos celulares piriformes e grandes. 
- Neurônios sensitivos dos gânglios espinais corpos celulares esferoidais. 
 
· Do corpo celular partem prolongamentos, os dendritos e o axônio. 
· O corpo celular é local de recepção de estímulos, através de contatos sinápticos, sendo que nas áreas da membrana plasmática do corpo neuronal que não recebem estímulos, apoiam-se os elementos gliais. 
Dendritos 
· Geralmente são curtos, ramificam-se profusamente como os galhos de uma árvore, originando dendritos com diâmetro cada vez menor. 
· Apresenta as mesmas organelas do pericárdio, porém convém ressaltar algumas considerações: 
· Aparelho de golgi: se limita às porções mais calibrosas e próximas ao pericárdio. 
· Substância de Nissl: penetra nos ramos mais afastados até ser excluída das menores divisões. 
· Microtúbulos: são elementos predominantes nas porções iniciais e nas ramificações mais espessas.
 Dendrito 
Microtúbulos 
Mitocôndrias 
Ribossomos 
· Os dendritos são especializados em receber estímulos, traduzindo-os em alterações do potencial de repouso da membrana que se propagam em direção ao corpo do neurônio e deste em direção ao cone de implantação do axônio. 
· Na estrutura dos dendritos, detacam-se as espinhas dendríticas, expansões da membrana plasmática do neurônio com características específicas. Cada espinha é constituída por um componente distal globoso que fica ligado a superfície do dendrito por uma haste. A parte globosa está conectada a um ou dois terminais axônicos, formando com eles sinapses axodendríticas.
· Verificou-se em estudos que o número de espinhas dendríticas pode ser modificado de acordo com os estímulos do ambiente, mudando, consequentemente, as sinapses do sistema nervoso, o que recebe o nome de plasticidade neuronal, relacionada com a memória e aprendizagem. 
Observação:
- Espinhas dendríticas estão em menor quantidade em crianças com deficiência mental, como a síndrome de down. 
Axônio 
· Axônios são prolongamentos longos e finos, originados do corpo celular ou de um dendrito principal, de uma região chamada de cone de implantação (desprovida de corpúsculos de Nissl e rica em microtúbulos e neurofilamentos) 
· O axônio tem comprimento variável, dependendo do tipo de neurônio. 
· O citoplasma dos axônios contém:
· Microtúbulos 
· Neurofilamentos 
· Microfilamentos 
· Retículo endoplasmático agranular 
· Mitocondias 
· Vesículas 
· Os axônios, após emitirem um número considerável de ramos colaterais, geralmente sofrem arborização terminal. Através dessa porção terminal, estabelecem conexões com outros neurônios ou com células efetuadoras – músculos ou glândulas. 
· Alguns neurônios podem se especializar em secreção, sendo chamados de neurossecretores (hipotálamo). Nesse caso seus axônios terminam próximos à capilares sanguíneos e captam o produto de secreção liberado, como um polipeptideo. 
Atividade elétrica dos neurônios 
· A membrana celular separa dois ambientes que apresentam composições iônicas próprias:
· Meio intracelular (citoplasma): predominam íons orgânicos com cargas negativas e potássio (K+)
· Meio extracelular: predominam sódio (Na+) e cloro (Cl-) 
· As cargas elétricas dentro e fora da célula são responsáveis pelo estabelecimento de um potencial de membrana. 
· Na maioria dos neurônios, o potencial de membrana em repouso gira em torno de -60 mV a -70mV, devido ao excesso de cargas negativas dentro da célula. 
· Movimentos de íons através da membrana permitem alterações do potencial de membrana. Esses íons atravessam a membrana através de canais iônicos, obedecendo aos gradientes de concentração e elétricos. 
· Os canais iônicos são formados por proteinas e caracterizam-se pela seletividade e, em alguns casos, pela capacidade de se fecharem e abrirem. 
· Os canais iônicos que se abrem e fecham podem ser controlados por diferentes mecanismos, assim temos canais iônicos sensíveis a:
· Voltagem 
· Neurotransmissores 
· Fosforilação da sua porção citoplasmática 
· Estímulos mecânicos (exemplo: distensão e pressão) 
· Os dendritos são especializados em receber estímulos, traduzindo-os em alterações do potencial de repouso da membrana. Essas alterações envolvem entrada ou saída de íons e podem expressar-se por pequena despolarização ou hiperpolarização. 
· A despolarização é excitatória, portanto, há redução da carga negativa do lado citoplasmático da membrana. 
Exemplo – canais de Na: canais de Na ao se abrirem, causam a entrada de íons sódio para dentro da célula diminuindo o potencial de membrana. Sendo assim, um potencial que antes, em repouso, era -60mV pode passar para -45mV despolarização 
· Enquanto isso, a hiperpolarização é inibitória, ocorrendo o aumento da carga negativado lado de dentro da célula ou o aumento da positiva do lado de fora.
Exemplo – canais de Cl: canais de cloro se abrem quando se ligam a um determinado neurotransmissor, permitindo a entrada de íons cloro para o citoplasma. A partir disso, o potencial da membrana pode, por exemplo, passar de -60 mV para -90mV hiperpolarização da membrana 
· As alterações elétricas que ocorrem nos dendritos e no corpo celular, constituem potenciais graduáveis ou eletrotônicos (pequena amplitude), isto é, eles podem se somar e percorrer pequenas distancias até que se extinguam. 
· Os potenciais graduáveis propagam-se em direção ao corpo e, deste, em direção ao cone de implantação do axônio até a chamada zona de disparo, onde existem canais de Na+ e K+ sensíveis a voltagem. 
· Quando ocorre a abertura de canais de Na+ sensíveis à voltagem na zona de disparo, ocorre alteração do potencial de membrana, gerando o que é conhecido como potencial de ação ou impulso nervoso, isto é, a despolarização da membrana em grande amplitude do tipo “tudo ou nada”, capaz de repetir-se ao longo do axônio, conservando sua amplitude até atingir a terminação axônica. 
· Sendo assim, o axônio é especializado em gerar e conduzir o potencial de ação
· O local onde o primeiro potencial de ação é gerado é a zona de disparo, na qual concentram canais de sódio e potássio sensíveis à voltagem, ou seja, que se abrem quando despolarizações os atingem. 
· O potencial de ação, originado na zona de disparo, repete-se ao longo do axônio, sendo que ele próprio origina um distúrbio local eletrotônico que se propaga até novos locais ricos em canais de sódio e potássio sensíveis à voltagem, ao longo do axônio. · Despolarização: caracteriza-se pela grande entrada de sódio no interior da célula, com o aumento do potencial da membrana.
· Repolarização: se dá pela saída de potássio de dentro da célula, através dos canais de K+ sensíveis a voltagem que se abrem mais lentamente. 
· Repouso: volta das condições de repouso dentro e fora da célula (potencial de membrana por volta de 70 mV)
Esses mecanismos são promovidos por ação da chamada bomba de sódio e potássio 
Classificação dos neurônios quanto a seus prolongamentos 
· Neurônios multipolares: são a maioria dos neurônios, eles possuem vários dendritos e um axônio
· Neurônios bipolares: nesse caso dois prolongamentos deixam o corpo celular, um dendrito e um axônio. 
Exemplo: neurônios bipolares da retina e do gânglio espinal do ouvido interno 
· Neurônios pseudounipolares: esses neurônios têm seus corpos situados nos gânglios sensitivos; eles possuem apenas um prolongamento que deixa o corpo celular e este se divide como um T, formando dois ramos, um periférico e um central. O ramo periférico se dirige a periferia, onde forma uma terminação nervosa sensitiva, enquanto o ramo central se dirige ao sistema nervoso central, onde ele estabelece contatos com outros neurônios. Ambos os prolongamentos têm estrutura de axônio e podem gerar potencial de ação, embora o ramo periférico conduza o impulso nervoso em direção ao pericário, como um dendrito. A zona de gatilho dos neurônios pseudounipolares se situa perto da terminação nervosa sensitiva. Essa terminação recebe estímulos, originando potenciais graduáveis que, ao alcançarem a zona de gatilho provocam o potencial de ação. Este é conduzido passando diretamente do prolongamento periférico ao prolongamento central. 
Pseudounipolar
Multipolar
Bipolar 
Receptor sensorial 
Receptor sensorial 
Axônio 
Dendrito 
Fluxo axoplasmático 
· Por não conter ribossomos, os axônios são incapazes de sintetizar proteína, assim, toda proteína necessária à sua sobrevivência deriva do pericário. Além disso, as terminações axônicas também necessitam de organelas, portanto é necessário um fluxo contínuo de substâncias solúveis e de organelas, do pericário ao axônio, através do axoplasma, o que recebe o nome de fluxo axoplasmático. 
· Existem dois tipos de fluxo axoplasmático, são eles:
· Fluxo axoplasmático anterógrado: é o movimento de substâncias e organelas em direção à terminação axônica 
· Fluxo axoplasmático retrogrado: é o movimento de substâncias e organelas em direção ao pericário. 
· As terminações axônicas têm capacidade endocítica, o que permite a captação de substancias tróficas. 
Exemplo: fatores de crescimento de neurônios são carreados até o corpo celular pelo fluxo axoplasmático retrogrado. 
Agentes patógenos que podem atingir o SNC, após a captação pelas terminações axônicas periféricas fluxo axoplasmático retrógrado. 
Observação: 
- O fluxo axoplasmático permitiu a realização de técnicas neuroanatômicas, baseado na detecção de substâncias marcadas que foram captadas e transportadas pelo fluxo. Um exemplo disso, foi a constatação da via corticoespinhal, uma via formada por neurônios cujo os pericários estão no o córtex e os axônios terminam na medula. 
Neuróglia 
· No sistema nervoso os neurônios se relacionam com células denominadas genericamente de neuroglia ou células da glia. 
· Ao contrário dos neurônios as células da neuróglia são capazes de se multiplicar por mitoses, mesmo em adultos
Neuróglia do sistema nervoso central 
· No sistema nervoso central, a neuróglia compreende:
· Astrócitos Macroglia 
Colocam-se entre os neurônios e possuem massa citoplasmática distribuída em prolongamentos 
· Oligodendrócitos 
· Microgliócitos Micróglia 
· Células ependimárias (tipo de glia com disposição epitelial) 
· Com exceção dos microgliócitos, todas essas células derivam do neuroectoderma 
Astrócitos 
· São abundantes e têm forma semelhante a uma estrela, uma vez que emitem inúmeros prolongamentos, restando pequena massa citoplasmática ao redor do núcleo. 
· Existem dois tipos de astrócitos:
· Astrócitos protoplasmáticos: localizados na substância cinzenta, possuem prolongamentos mais espessos e curtos que se ramificam profusamente. 
· Astrócitos fibrosos: encontrados na substancia branca, têm prolongamentos finos e longos que se ramificam relativamente pouco e abundância de filamentos intermediários. 
Protoplasmático 
Fibroso 
Astrócitos 
· Os astrócitos apresentam organelas usuais, mas caracterizam-se pela riqueza de filamentos intermediários, constituídos por polipeptídios específicos da glia. 
· Funções dos astrócitos:
· Sustentação: essas células, por meio de expansões conhecidas como pés vasculares, apoiam-se em capilares sanguíneos. 
Astrócito 
Capilar sanguíneo 
· Isolamento: seus processos contatam também os corpos neuronais e dendritos em locais desprovidos de sinapses e axônios, de forma que envolvem as sinapses isolando-as. 
· Neuronal: participam do controle de níveis de potássio extraneuronal, captando íons e ajudando na manutenção de sua baixa concentração extracelular. Também contribuem para a receptação de neurotransmissores, em especial o glutamato, cujo o excesso causa disparos axonais repetitivos. 
· Armazenamento de glicogênio: é o principal armazenador de glicogênio do sistema nervoso e existem evidencias que eles podem liberar glicose pelos neurônios. 
· Cicatrização: nos casos de lesão do tecido, os astrócitos são ativados e aumentam localmente seu número de mitoses, ocupando áreas lesadas à maneira de cicatriz. 
· Fagocítica: em casos de degeneração axônica, adquirem função fagocítica nas sinapses. 
· Secreção de fatores neurotróficos: esses fatores são essenciais pata a sobrevivência e pela manutenção dos neurônios. 
Observação:
- A plasticidade sináptica, exige também a plasticidade astrocitária. Sendo assim, ativações neuronais podem levar ao afastamento de processos astrocitários, desnudando a superfície neuronl para novos contatos sinápticos, por exemplo. 
Oligodendrócitos 
· São menores que os astrócitos e possuem poucos prolongamentos, que também podem formar pés vasculares. 
Oligodendrócitos 
· Os oligodendrócitos são divididos em dois, baseado com sua localização:
· Oligodendrócitos satélites ou perineurais: ficam situados junto ao pericário e aos dendritos
· Oligodendrócitos fasciculares: são encontrados juntosàs fibras nervosas e são responsáveis pela formação da bainha de mielina em axônios do sistema nervoso central. 
Microgliócitos
· São células pequenas, alongadas, de contorno irregular e com o núcleo denso e bem alongado. 
· Possuem poucos prolongamentos, que partem das suas extremidades. 
· São encontrados tanto na substância branca como na cinzenta e apresentam funções fagocíticas. 
· Evidencias indicam os microgliócitos como derivados do mesoderma ou, mais precisamente, de monócitos. Sendo assim, no sistema nervoso central eles equivalem a macrófagos, com funções de remoção de células mortas, dendritos e microrganismos invasores, por fagocitose. 
· Os microgliócitos aumentam em caso de injúria e inflamação, sobretudo por novo aporte de monócitos da corrente sanguínea. 
· Possuem características de macrófagos e monócitos, como:
· Reagem a mudanças no microambiente, adquirindo forma ameboide e passando para o estado ativado 
· Quando ativados podem migrar para locais de lesão e proliferar
· Apresentam antígenos 
· Tem papel na resposta imune, nesse caso no sistema nervoso central. 
· Interagem com os leucócitos que invadem o tecido nervoso, quando ocorre quebra da barreira hematocefálica. 
Células ependimárias 
· São remanescentes do neuroepitélio embrionário, sendo coletivamente designadas como epêndima ou epitélio ependimário. 
· Constituem células cuboidais ou prismáticas que forram, como epitélio de revestimento simples, as paredes dos ventrículos cerebrais, do arqueduto cerebral e do canal central da medula espinhal. 
Epitélio ependimário 
Canal central da medula
· Nos ventrículos cerebrais um tipo de célula ependimária modificada recobre tufos de tecido conjuntivo, rico em capilares sanguíneos, que se projetam da pia-máter, constituindo os plexos corióideos, responsáveis pela produção do líquido cerebroespinhal. 
Plexo corioide: é constituído por monocamada de células secretoras cúbicas apoiadas sobre tecido conjuntivo frouxo ricamente vascular. As células são neuroectodérmicas, e assemelham-se às do epêndima, mas são tipicamente epiteliais, citoplasma com limites nítidos, sem prolongamentos citoplasmáticos indo a vasos.
Neuróglia do sistema nervoso periférico 
· A neuróglia periférica compreende:
· Anfícitos (células satélites): envolvem os pericários dos neurônios, dos gânglios sensitivos e do sistema nervoso autônomo. Geralmente as células satélites são lamelares ou achatadas e dispostas de encontro aos neurônios. 
· Células de Schwann: são células derivadas da crista neural que circundam os axônios, formando seus envoltórios de bainha de mielina ou de neurilema. Essas células desempenham importante papel na regeneração das fibras nervosas, fornecendo substrato que permite o apoio e o crescimento dos axônios em regeneração. Além disso, nessas condições as células de Schwann apresentam capacidade fagocítica e podem secretar fatores tróficos que, captados pelo axônio e transportados ao corpo celular, desencadeiam ou incrementam o processo de regeneração axônica. 
· Ao contrário dos gliócitos do sistema nervoso central, as células da neuróglia do SNP apresentam-se circundadas por membrana basal. 
Fibras nervosas 
· Uma fibra nervosa consiste em um axônio e, quando presentes, seus envoltórios de origem glial que, na maioria das vezes, é a bainha de mielina (isolante elétrico). 
· Quando envoltos por bainha de mielina, os axônios são denominados, fibras nervosas mielínicas. Na ausência de mielina, denominam-se fibras nervosas amielínicas ambos os tipos ocorrem tanto no SNP (formada pelas células de Schwann) como no SNC (formada pelos oligodendrócitos) 
· No sistema nervoso central, as áreas contendo fibras nervosas e neuróglia são mais claras macroscopicamente e, por isso, são reconhecidas como substância branca. Já aquelas regiões que concentram corpos de neurônios, fibras amielínicas e neuróglia são mais escuras e, portanto, recebem o nome de substancia cinzenta. 
· No sistema nervoso central as fibras nervosas reúnem-se em feixes denominados tratos ou fascículos. No sistema nervoso periférico as fibras também se agrupam em feixes, formando os nervos.
Fibras nervosas mielínicas 
· No sistema nervoso periférico, logo após seus segmentos iniciais, cada axônio é circundado pelas células de Schwann, que se colocam em intervalos ao longo dos seus comprimentos. 
· Nos axônios motores e na maioria dos sensitivos as células de Schwann formam duas bainhas, a de mielina e de neurilema. Para isso, cada célula de Schwann forma um cilindro de mielina dentro do qual fica o axônio, o restante da célula fica completamente achatado sobre a mielina, formando o neurilema. 
· As bainhas se interrompem em intervalos ao longo do axônio, chamados de nódulos de Ranvier e cada segmento de fibra situado entre eles é denominado internódulo, região ocupada pela célula de Schwann. 
internódulo
Nódulo de Ranvier
· No nível da arborização terminal do axônio a bainha de mielina desaparece, mas o neurilema continua até as proximidades dessas terminações. 
· No sistema nervoso central, prolongamentos de oligodendrócitos, formam a bainha de mielina. No entanto, os corpos dessas células ficam a certa distância do axônio, não havendo a formação de neurilema. 
· A bainha de mielina é formada por uma série de lamelas concêntricas, originadas de voltas de membrana da célula glial ao redor do axônio. 
· A bainha de mielina, como a membrana plasmática que a origina, é composta por lipídios e proteinas (principalmente fosfolípides). Sendo assim, ela possui caráter isolante, o que permite que corrente elétrica percorra todo o internódulo sem extinguir-se. 
· Ao longo dos axônios mielínicos, os canais de sódio e potássio sensíveis à voltagem encontram-se apenas nos nódulos de Ranvier. A condução do impulso nervoso é, portanto, saltatória, isto é, potenciais de ação só ocorrem nos nódulos de Ranvier e saltam em direção ao nódulo mais distal, o que confere mais velocidade à condução do estimulo nervoso pela célula. 
· A mielinização está diretamente relacionada à maturidade da função de cada área encefálica. 
Exemplo: áreas sensitivas se inicia durante a ultima parte do desenvolvimento fetal e continua durante o primeiro ano pós-natal. 
Córtex pré-frontal a mielinização só é concluída na terceira década de vida. 
· Em cada célula de Schwann forma-se um sulco ou goteira que contém axônio e segue-se o fechamento dessa goteira com formação de uma estrutura com dupla membrana chamada mesoaxônio. Esse mesoaxônio alonga-se e enrola-se ao redor do axônio várias vezes e o restante da célula de Schwann forma o neurilema. 
· No sistema nervoso central o processo de mielinização ocorre da mesma maneira, sendo os responsáveis pelo processo os oligodendrócitos. Porém, ao contrário do que ocorre com a célula de Shwann, um oligodendrócitos pode promover a mielinização de 20 a 30 axônios. 
Citoplasma da célula de Schwann
Mesoaxônio externo
Bainha de mielina 
Mitocôndria 
Microtúbulos do axônio
Membrana basal da célula de Schwann
Fibras nervosas amielínicas 
· No sistema nervoso periférico, há algumas fibras nervosas, como as pós-ganglionares (SNA) e algumas sensitivas muito finas, que se envolvem por células de Schwann sem que haja formação de mielina. 
· No sistema nervoso central, as fibras amielínicas não apresentam envoltórios e apenas prolongamentos de astrócitos tocam os axonios amielínicos. 
· As fibras amielínicas conduzem o impulso nervoso mais lentamente, uma vez que a ausência de mielina impede a condução saltatória. 
Fibras colágenas do endoneuro 
Célula de Schwann
Axônios amielinicos no SNP 
Axônios mielínicos 
Nervos 
· As fibras nervosas motoras e sensitivas reúnem-se em feixes que se associam a estruturas conjuntivas, constituindo nervos espinhais e cranianos 
· Os grandes nervos são mielínicos, ou seja, apresenta a maior parte de suas fibras mielinizadas. 
· Tais nervos apresentam um envoltório de tecido conjuntivo rico em vasos sanguíneos, denominado epineuro. 
· No interior dos nervos as fibras nervosas ficamorganizadas em fascículos e o epineuro penetra entre essas estruturas levando vasos sanguíneos. Cada fascículo, no entanto, é delimitado pelo perineuro, um tecido conjuntivo denso ordenado com células epiteliais lamelares e achatadas, que formam camadas entre esse tecido conjuntivo e as fibras nervosas.
fascículos
Epineuro 
Observação: 
- Entre as camadas de células epiteliais perineurais há também fibras colágenas. 
- As células epiteliais perineurais unem-se umas às outras por junções íntimas ou de oclusão e, assim, isolam as fibras nervosas do contato com o líquido intersistial do epineuro e estruturas adjacentes. 
· Dentro de cada fascículo, há delicadas fibrilas colágenas que envolvem cada fibra nervosa, constituindo o chamado endoneuro. Este limita-se internamente com a membrana basal da célula de Schwann. 
Vaso 
Endoneuro
Perineuro
Axônios mielínicos 
· Na medida em que o nervo se distancia de sua origem, os fascículos o abandonam para penetrarem nos órgãos que serão inervados.
· Os capilares sanguíneos encontrados do endoneuro são semelhantes aos do sistema nervoso central e, portanto, capazes de selecionar moléculas que entram em contato com as fibras nervosas no interior dos fascículos tem-se, então, uma barreira hematoneural (semelhante a barreira hematoencefálica) graças ao perineuro epitelial, que isola o interior do fascículo. 
Correlações anatomoclínicas 
Anestesias locais
· Anestésicos locais, como a lidocaína, bloqueiam a geração de potenciais de ação dos axônios por se ligarem a canais de sódio dependentes de voltagem. 
Doenças desmielinizantes 
· As patologias mais frequentes que provocam a desmielinização das fibras nervosas, são:
· Esclerose múltipla 
· Síndrome de Guillain-Barré
Esclerose múltipla
· Nesse quadro, ocorre a destruição progressiva das bainhas de mielina de feixes de fibras nervosas do encéfalo, da medula e do nervo ótico. Com isso, cessa-se a condução saltatória nos axônios, levando à diminuição da velocidade dos impulsos nervosos até sua extinção completa. 
· O nome múltipla se deve ao fato de que são diversas áreas do sistema nervoso central acometidas pela desmialinização 
· A sintomatologia depende da área que foi afetada, sendo os sintomas mais comuns a falta de coordenação motora, fraqueza e dificuldades na visão. 
· A origem da doença é autoimune e progressiva, com surtos sintomáticos e períodos de remissão que evoluem ao longo de vários anos. 
· Não existe cura, porém medicamentos como o Interferon e imunossupressores podem diminuir o processo desmielinizante e os sintomas. 
Síndrome de Guillain-Barré (polirradiculoneuropatia aguda pós-infecciosa)
· Nessa síndrome, a desmielinização, também tem origem autoimune, acomete os nervos periféricos, e a sintomatologia decorre da redução ou ausência de condução de impulsos nervosos. Esse quadro leva à contração da musculatura estriada esquelética, resultando em fraqueza muscular progressiva seguida de paralisia. 
· A paralisia da síndrome, evolui de forma ascendente e inicia-se tipicamente nos membros inferiores, podendo levar à perda de marcha. Em casos mais graves, pode atingir a musculatura respiratória. 
· Imunoglobulinas e imunomoduladores, podem reduzir o tempo de evolução da doença. 
· A desmielinização na síndrome de Guillain-Barré acomete o sistema nervoso periférico ao contrário da esclerose múltipla que acomete o SNC. Além disso, o curso clínico da doença é agudo e na maioria das vezes ocorre em surto único de evolução rápida seguido de estabilização e tendência à melhora completa. Existem casos, contudo, que evoluem para a forma crônica. 
Infecções 
· No nível das terminações nervosas sensoriais livres, das placas motoras e das terminações autonômicas, as fibras nervosas que perdem seus envoltórios não são protegidas por barreiras, como ocorre ao longo dos nervos. 
· Tem-se, assim, um caminho aberto para a passagem de vírus que penetram nessas terminações nervosas e chegam ao pericário dos neurônios da medula pelo fluxo axoplasmático retrogrado e, enfim, atingem os axônios que se comunicam com áreas cerebrais. 
Exemplos: 
· Varicela Zoster: após um quadro de varicela o virua permanece alojado no gânglio sensitivo da raiz dorsal, podendo permanecer inativo por diversos anos. Em algum momento ao se reativar ele causa um quadro de herpes de zoster, caracterizado pelo aparecimento de erupções no território sensitivo daquele gânglio, causando dor intensa no dermátomo correspondente. 
· Vírus da raiva
· Bacilo da hanseníase 
Epilepsias 
· Nas epilepsias ocorre uma alteração na excitabilidade de um grupo de neurônios, em geral envolvendo os canais iônicos de sódio e cálcio. Podem também ocorrer alterações nos mecanismos inibitórios. Essas alterações podem ser resultantes de fatores genéticos ou desconhecidos (epilepsias idiopáticas), ou ainda decorrer de uma lesão cerebral prévia. 
· As crises epilépticas decorrentes destes fatores podem ser de vários tipos, dependendo da área cerebral que produz atividade elétrica anormal, podendo ser focais ou generalizadas.
Exemplo: 
· Crise tonicoclônica generalizada: nesse caso a atividade elétrica anormal pode ter inicio focal, mas atinge os dois hemisférios cerebrais levando à perda de consciência e à contração tônica de toda musculatura, seguida de abalos clônicos rítmicos. Após cessarem as contrações musculares tem-se o período pos-ictal, em que o paciente permanece inconsciente por mais alguns minutos e vai se recuperando progressivamente. 
· O tratamento é feito com medicamentos antiepilépticos que atuam estabilizando a atividade nos canais iônicos, sobretudo de sódio, ou aumentando a atividade gabaética inibitória.

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