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Tecido Nervoso- Histologia

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Tecido Nervoso 1
🌟
Tecido Nervoso
Quais são os dois componentes principais do tecido nervoso?
Os neurônios, que são células com prolongamentos, e vários tipos de células da 
glia ou da neuróglia, que sustentam os neurônios e participam de funções 
importantes para a sua atividade.
Como o sistema nervoso é dividido?
Anatomicamente, esse sistema é dividido em: sistema nervoso central (SNC), 
formado pelo encéfalo e pela medula espinal, e sistema nervoso periférico 
(SNP), formado pelos nervos e por pequenos agregados de células nervosas 
denominados gânglios nervosos
Quais as funções fundamentais do sistema nervoso?
Receber e transmitir informações oriundas de outros neurônios e de 
estímulos sensoriais representados por calor, luz, energia mecânica e 
modificações químicas do ambiente externo e interno; 
Analisar, organizar e coordenar, direta ou indiretamente, o funcionamento de
quase todas as funções do organismo, dentre as quais as motoras, 
viscerais, endócrinas e psíquicas. Assim, o sistema nervoso estabiliza as 
condições intrínsecas do organismo, como pressão sanguínea, tensão de 
oxigênio (O2) e de gás carbônico (CO2), teor de glicose, de hormônios e pH 
do sangue, além de participar dos padrões de comportamento, como os 
relacionados com alimentação, reprodução, defesa e interação com outros 
seres vivos.
Quais estruturas fazem parte da morfologia do neurônio?
Dendritos, prolongamentos cujo diâmetro diminui à medida que se afastam 
do pericário. São ramificados e numerosos e constituem o principal local 
para receber os estímulos do meio ambiente, de células epiteliais sensoriais 
ou de outros neurônios
Corpo celular ou pericário, que é o centro trófico da célula, onde se 
concentram organelas, e que também é capaz de receber estímulos
Tecido Nervoso 2
Axônio, prolongamento único, de diâmetro constante na maior parte de seu 
percurso e ramificado em sua terminação. É especializado na condução de 
impulsos que transmitem informações do neurônio para outras células 
(nervosas, musculares, glandulares).
As dimensões e a forma das células nervosas e seus prolongamentos são muito 
variáveis. O corpo celular pode ser esférico, piriforme ou anguloso.
Quais as classificações dos neurônios baseado na sua morfologia?
Tecido Nervoso 3
De acordo com sua morfologia, os neurônios podem ser classificados nos 
seguintes tipos:
Neurônios bipolares, que têm um dendrito e um axônio
Neurônios multipolares, que apresentam vários dendritos e um axônio
Neurônios pseudounipolares, que apresentam junto ao corpo celular um 
prolongamento único que logo se divide em dois, dirigindo-se um ramo para 
a periferia e outro para o SNC.
A maioria dos neurônios é multipolar; os bipolares são encontrados nos gânglios 
coclear e vestibular, na retina e na mucosa olfatória. Neurônios 
pseudounipolares são vistos nos gânglios espinais, que são gânglios sensoriais 
situados nas raízes dorsais dos nervos espinais, e também nos gânglios 
cranianos.
Como os neurônios são classificados em relação a sua função?
Os neurônios podem ainda ser classificados segundo a sua função. Os 
motores controlam órgãos efetores, tais como glândulas exócrinas e 
endócrinas e fibras musculares. Os sensoriais recebem estímulos sensoriais 
Tecido Nervoso 4
do meio ambiente e do próprio organismo. Os interneurônios estabelecem 
conexões entre neurônios, sendo, portanto, fundamentais para a formação de 
circuitos neuronais desde os mais simples até os mais complexos.
O que é o corpo celular do neurônio e qual a sua função?
O corpo celular, ou pericário, é a porção do neurônio que contém o núcleo e o 
citoplasma que envolve o núcleo. É, principalmente, um centro trófico, mas 
também tem função receptora e integradora de estímulos, recebendo estímulos 
excitatórios ou inibitórios produzidos em outras células nervosas.
Quais as principais organelas celulares presentes no corpo celular do 
neurônio?
O corpo celular dos neurônios é rico em retículo endoplasmático granuloso, que 
forma agregados de cisternas paralelas, entre as quais existem numerosos 
polirribossomos livres. Esses conjuntos de cisternas e ribossomos são vistos ao 
microscópio óptico como manchas basófilas espalhadas pelo citoplasma, 
os corpúsculos de Nissl.
A quantidade de retículo endoplasmático granuloso varia com o tipo e o estado 
funcional dos neurônios, sendo mais abundante nos maiores, particularmente 
nos motores. O complexo de Golgi localiza-se exclusivamente no pericário e é 
formado por vários grupos de cisternas localizados em torno do núcleo. 
As mitocôndrias existem em quantidade moderada no pericário, mas são 
encontradas em grande número nas terminações axonais.
Os neurofilamentos são filamentos intermediários (10 nm de diâmetro), 
abundantes tanto no pericário como nos prolongamentos. O citoplasma do 
pericário e dos prolongamentos também apresenta microtúbulos semelhantes 
aos encontrados em outros tipos celulares.
Em determinados locais, os pericários contêm grânulos de melanina, pigmento 
de significado funcional ainda desconhecido nesse tipo celular. Outro pigmento 
às vezes encontrado nos corpos celulares dos neurônios é a lipofuscina de cor 
parda, que contém lipídios e se acumula ao longo da idade. Acredita-se que ela 
consista em resíduos de material parcialmente digerido pelos lisossomos.
O que são os dendritos, qual a sua importância e principais 
características?
A maioria das células nervosas tem numerosos dendritos, que aumentam 
consideravelmente a superfície celular, tornando possível receber impulsos 
trazidos por numerosas terminações axonais de outros neurônios. Os neurônios 
Tecido Nervoso 5
que têm um só dendrito (bipolares) são pouco frequentes e localizam-se 
somente em algumas regiões específicas. Ao contrário dos axônios, que 
mantêm o diâmetro constante ao longo de seu comprimento, os dendritos 
tornam-se mais finos à medida que se ramificam, como os galhos de uma 
árvore.
A composição do citoplasma da base dos dendritos, próximo ao pericário, é 
semelhante à do corpo celular; porém, não há complexo de Golgi.
A maioria dos impulsos que chegam a um neurônio é recebida por pequenas 
projeções dos dendritos, os espinhos dendríticos. São formados por uma parte 
alongada presa ao dendrito e terminam com uma pequena dilatação. Os 
espinhos dendríticos são muito numerosos e um importante local de recepção 
de sinalização (impulsos nervosos) que chega à membrana dos dendritos.
O que são os axônios? Qual a sua importância para a propagação do 
impulso nervo e quais as suas principais características?
Cada neurônio emite um único axônio, cilindro de comprimento e diâmetro que 
dependem do tipo de neurônio. Na maior parte de sua extensão, os axônios têm 
um diâmetro constante e não se ramificam abundantemente, ao contrário do 
que ocorre com os dendritos. Alguns axônios são curtos, mas, na maioria dos 
casos, são mais longos do que os dendritos das mesmas células. 
Geralmente, o axônio se origina de uma pequena formação cônica que se 
projeta do corpo celular, denominada cone de implantação. O trecho do axônio 
que parte do cone de implantação, denominado segmento inicial, não é 
recoberto por mielina. É um trecho curto, mas muito importante para a geração 
do impulso nervoso, fato que se deve à existência de grande quantidade de 
canais iônicos para Na+ em sua membrana plasmática. O segmento inicial 
recebe muitos estímulos, tanto excitatórios como inibitórios, de cuja somatória 
pode originar-se um potencial de ação. A propagação do potencial de ação ao 
longo da membrana do axônio constitui o impulso nervoso.
O citoplasma do axônio, ou axoplasma, é muito pobre em organelas. Tem 
poucas mitocôndrias, algumas cisternas do retículo endoplasmático liso e 
muitos microfilamentos e microtúbulos. A ausência de retículo endoplasmático 
granuloso e de polirribossomos demonstra que o axônio é mantido pela 
atividade sintética do pericário.
Muitos axônios originam ramificações em ângulo reto próximo a sua terminação,denominadas colaterais. Em geral, a terminação é muito ramificada e se 
chama telodendro. Nele se concentram pequenas dilatações do citoplasma, 
Tecido Nervoso 6
denominadas botões sinápticos ou botões terminais, em que se acumulam 
sinalizadores químicos e os axônios estabelecem sinapses com outras células.
Existe um movimento muito ativo de moléculas e organelas ao longo dos 
axônios. O centro de produção de proteínas é o pericário, e as moléculas 
sintetizadas migram pelos axônios, movimento chamado fluxo anterógrado. Este 
fluxo tem diversas velocidades, mas há duas correntes principais: uma rápida 
(centenas de milímetros por dia) e outra lenta (poucos milímetros por dia).
Além do fluxo anterógrado, existe também um transporte de substâncias em 
sentido contrário, o fluxo retrógrado, que leva moléculas diversas para serem 
reutilizadas no corpo celular.
O que são a dineína e cinesina e qual a relação com o transporte 
axoplasmático?
Microtúbulos e proteínas motoras são responsáveis pelos fluxos axonais. As 
proteínas motoras prendem vesículas, organelas ou moléculas e transitam com 
a sua “carga” sobre os microtúbulos. Uma delas é a dineína, que toma parte no 
fluxo retrógrado; a outra é a cinesina, que participa do fluxo anterógrado. Ambas 
também atuam como ATPases, que rompem uma ligação do trifosfato de 
adenosina (ATP), liberando energia necessária para o movimento.
O que é o potencial de membrana e como ocorre a propagação do impulso 
no neurônio?
Quando a diferença de voltagem (diferença de potencial) é medida no interior e 
no exterior das células, observa-se um valor de cerca de –65 mV (dependendo 
do neurônio, pode ser de –40 a –80 mV), porque o interior da membrana 
plasmática é negativo em relação ao seu exterior. Essa diferença de potencial é 
denominada potencial de repouso, que resulta da existência de diferentes 
cargas elétricas entre uma e outra superfície da membrana.
O potencial de repouso depende da presença de moléculas carregadas 
eletricamente, assim como de diferentes tipos e concentrações de íons em um 
lado e outro da membrana plasmática. Há, por exemplo, uma concentração 
maior de sódio (Na+) no exterior da célula e de potássio (K+) no interior. O 
potencial de repouso é mantido, em grande parte, por canais iônicos e bombas 
de transporte iônico. Assim, de modo simplificado, pode-se dizer que Na+ é 
transportado continuamente para fora da célula e K+ para dentro.
Estímulos locais sobre a membrana plasmática de um neurônio, causados por 
sinalização transmitida nas sinapses, podem provocar a entrada de íons e a 
Tecido Nervoso 7
consequente despolarização e/ou inversão da polaridade do potencial de 
repouso no local da recepção da sinalização. Os neurônios geralmente recebem 
grandes quantidades de estímulos em sua membrana plasmática, tanto 
excitatórios como inibitórios. A somatória dessas sinalizações ocorridas na 
membrana dos dendritos e do pericário pode resultar na produção de um pico 
de despolarização denominado potencial de ação, cuja característica mais 
relevante é a sua propagação ao longo da membrana plasmática do axônio.
O potencial de ação se forma pela entrada súbita de íons Na+ em um local da 
membrana, alterando a polarização local. Na maioria das vezes, ele é gerado no 
segmento inicial dos axônios, e sua propagação resulta da entrada sequencial 
de íons Na+ ao longo da membrana. No entanto, em cada parte da membrana, 
logo após a passagem do potencial de ação e a entrada local de Na+, ocorre a 
reversão do potencial, com seu retorno ao potencial de repouso, e os íons 
Na+ rapidamente são transportados para fora da célula por meio de bombas e 
transportadores. A reversão do potencial de ação em um potencial de repouso 
também se propaga ao longo da membrana em seguida à onda de propagação 
do potencial de ação. A duração de todo esse processo é de cerca de 5 ms.
A chegada do potencial de ação à terminação axonal provoca vários eventos, 
que resultam na transmissão de informação a outra célula por intermédio de 
uma estrutura denominada sinapse.
O que são as sinapses? Quais os seus tipos? Explique como elas 
ocorrem.
As sinapses são locais de grande proximidade entre neurônios, responsáveis 
pela transmissão unidirecional de sinalização. Há dois tipos: sinapses 
químicas e sinapses elétricas.
Sinapses elétricas: são constituídas por junções do tipo comunicante, que 
possibilitam a passagem de íons de uma célula para a outra, promovendo, 
assim, uma conexão elétrica e a transmissão de impulsos. Elas existem em 
vários locais do SNC, e a transmissão de informação por meio delas é mais 
rápida, porém com menor possibilidade de controle.
Sinapse química: também chamada simplesmente de sinapse, que 
predomina sobre o outro tipo, um sinal representado pela chegada de um 
potencial de ação (impulso nervoso) ao terminal axonal é transmitido a outra 
célula por sinalização química. Esta consiste em moléculas 
Tecido Nervoso 8
denominadas neurotransmissores, que são liberadas para o meio 
extracelular por exocitose.
Os neurotransmissores geralmente são sintetizados no corpo celular do 
neurônio e transportados até os botões sinápticos, onde são armazenados em 
pequenas vesículas chamadas de vesículas sinápticas.
Os neurotransmissores são exocitados em um estreito espaço situado entre as 
células que formam a sinapse e, para que possam agir, devem ser reconhecidos 
por receptores situados na membrana da célula que recebe a informação. 
Nessa membrana, os neurotransmissores promovem abertura ou fechamento 
de canais iônicos, ou desencadeiam uma cascata molecular no citoplasma, que 
resulta na produção de segundos mensageiros intracelulares.
A sinapse de um axônio com o corpo celular de outro neurônio chama-
se axossomática; a sinapse com um dendrito chama-se axodendrítica; e entre 
dois axônios chama-se axoaxônica.
Como ocorre a sequência de transmissão de sinalização nas sinapses 
químicas?
A despolarização que se propaga ao longo da membrana celular do axônio 
alcança o terminal axonal e promove a abertura de canais de cálcio na 
membrana dos botões sinápticos. Em consequência, há um rápido influxo de 
cálcio para o citosol do botão sináptico, que provoca o transporte das vesículas 
sinápticas para a proximidade da membrana pré-sináptica, o qual depende de 
proteínas motoras, como a quinesina. Na membrana pós-sináptica, as vesículas 
aderem preferencialmente a regiões da membrana denominadas zonas ativas, 
devido à atuação de várias moléculas. Nesses locais, ocorre a fusão das 
vesículas com a membrana pré-sináptica e a exocitose do neurotransmissor, 
que se dispõe no estreito espaço da fenda sináptica.
A cada transmissão de impulso sináptico, centenas de vesículas liberam 
neurotransmissores no espaço da fenda sináptica, que são reconhecidos por 
receptores presentes na membrana pós-sináptica. Estes se comportam também 
como canais iônicos, permitindo a entrada de íons através da membrana pós-
sináptica. Este afluxo de íons provoca uma despolarização local da membrana 
pós-sináptica que pode ser conduzida ao longo da membrana dos dendritos e 
do pericário do neurônio pós-sináptico. Esse neurônio integra o sinal com 
muitos outros recebidos simultaneamente de outros neurônios e pode gerar um 
potencial de ação que é transmitido ao longo do seu axônio em direção às 
sinapses que esse neurônio estabelece. Assim, de maneira simplificada, pode-
Tecido Nervoso 9
se dizer que essa sinapse é do tipo excitatório, e há sinapses que podem inibir a 
geração de um potencial de ação, as inibitórias.
Após seu reconhecimento por receptores, os neurotransmissores são removidos 
rapidamente da fenda sináptica por degradação enzimática no interior dela, ou 
são captados por endocitose pela membrana pré-sináptica, podendo ser 
reutilizados no botão sináptico. Desse modo, a ação dos neurotransmissores é 
muito curta. O excesso de membrana que se acumula no terminal pré-sináptico 
após a fusão da membrana das vesículas sinápticas é captadopor endocitose 
para ser reciclado na formação de novas vesículas sinápticas.
O que são as células da neuróglia e quais as principais células?
Sob a designação de neuróglia ou glia incluem-se vários tipos celulares 
encontrados no SNC ao lado dos neurônios.
Calcula-se que no SNC haja 10 células da glia para cada neurônio; no entanto, 
em virtude do menor tamanho das células da neuróglia, elas ocupam 
aproximadamente a metade do volume do tecido. O tecido nervoso tem uma 
quantidade mínima de material extracelular, e as células da glia fornecem um 
https://jigsaw.minhabiblioteca.com.br/books/9788527732178/epub/OEBPS/Text/cap-09.xhtml#fig9-7
Tecido Nervoso 10
microambiente adequado em torno dos neurônios, desempenhando ainda 
outras funções.
As várias células da glia são formadas por um corpo celular e por seus 
prolongamentos. Os seguintes tipos celulares formam o conjunto das células da 
glia: Oligodendrócitos, astrócitos, células ependimárias e células da micróglia. 
Vários autores incluem neste grupo células do SNP que exercem funções 
similares às da neuróglia: as células de Schwann e as células satélites de 
neurônios ganglionares.
Oligodendrócitos e Células de Schwann
Os oligodendrócitos, por meio de seus prolongamentos, que se enrolam 
várias vezes em volta dos axônios, produzem as bainhas de mielina, que 
isolam os axônios emitidos por neurônios do SNC. Cada oligodendrócito 
pode emitir inúmeros prolongamentos, e cada um reveste um curto 
segmento de um axônio. Dessa maneira, ao longo de seu trajeto, um axônio 
é revestido por uma sequência de prolongamentos de diversos 
oligodendrócitos.
As células de Schwann, presentes no SNP, têm a mesma função dos 
oligodendrócitos; no entanto, cada uma delas forma mielina em torno de um 
curto segmento de um único axônio. Consequentemente, cada axônio do 
SNP é envolvido por uma sequência de inúmeras células de Schwann.
Astrócitos
Os astrócitos são células de forma estrelada com múltiplos prolongamentos 
irradiando do corpo celular. Eles têm muitos feixes de filamentos 
intermediários constituídos pela proteína fibrilar ácida da glia, os quais são 
um importante elemento de suporte estrutural dos prolongamentos.
Há dois tipos de astrócitos: fibrosos e protoplasmáticos. Os astrócitos 
fibrosos têm prolongamentos menos numerosos e mais longos, e se 
localizam preferencialmente na substância branca. Os astrócitos 
protoplasmáticos, encontrados principalmente na substância cinzenta, 
apresentam maior número de prolongamentos, curtos e muito ramificados.
Além da função de sustentação dos neurônios, os astrócitos participam do 
controle da composição iônica e molecular do ambiente extracelular. Alguns 
apresentam prolongamentos, chamados de pés vasculares, que se dirigem 
para capilares sanguíneos e se expandem sobre curtos trechos deles. 
Admite-se que esses prolongamentos transfiram moléculas e íons do 
Tecido Nervoso 11
sangue para os neurônios. Estruturas semelhantes são encontradas 
também na superfície do SNC, formando uma camada contínua, 
possivelmente com função de barreira a moléculas e isolamento do SNC. 
Os astrócitos podem influenciar a atividade e a sobrevivência dos 
neurônios, graças à sua capacidade de controlar os constituintes do meio 
extracelular, absorver excessos localizados de neurotransmissores e 
sintetizar moléculas neuroativas, como peptídios da família do 
angiotensinogênio e encefalinas (precursores de opioides). Existem 
evidências experimentais de que eles transportem compostos ricos em 
energia do sangue para os neurônios e metabolizem glicose até o estado de 
lactato, que é passado para os neurônios.
Os astrócitos comunicam-se por meio de junções comunicantes, formando 
uma rede por onde informações podem transitar de um local para outro, 
alcançando distâncias relativamente grandes dentro do SNC. Por exemplo, 
por essa rede e pela produção de citocinas, os astrócitos podem interagir 
com oligodendrócitos e influenciar a renovação da mielina, tanto em 
condições normais como patológicas.
Células ependimárias
As células ependimárias são células cúbicas ou colunares que, de maneira 
semelhante a um epitélio, revestem os ventrículos do cérebro e o canal 
central da medula espinal. Em alguns locais, as células ependimárias são 
ciliadas, o que facilita a movimentação do líquido cefalorraquidiano (LCR).
Micróglia
As células da micróglia são pequenas e ligeiramente alongadas, com 
prolongamentos curtos e irregulares, geralmente emitidos em ângulos retos 
entre si. As células da micróglia são fagocitárias e derivam de precursores 
que provavelmente penetraram no SNC durante a vida intrauterina. Por 
isso, são consideradas pertencentes ao sistema mononuclear fagocitário. 
As células da micróglia participam da inflamação e da reparação do SNC. 
Quando ativadas, elas retraem seus prolongamentos, assumem a forma dos 
macrófagos e tornam-se fagocitárias e apresentadoras de antígenos. A 
micróglia secreta diversas citocinas reguladoras do processo imunitário e 
remove os restos celulares que surgem nas lesões do SNC.
Por que a substância cinzenta possui esse nome?
Tecido Nervoso 12
É denominada assim porque mostra uma coloração escura quando observada 
macroscopicamente.
Qual a constituição da substância cinzenta?
É formada principalmente por corpos celulares de neurônios, dendritos, porções 
não mielinizadas dos axônios e células da glia. A substância cinzenta é o local 
onde ocorrem as sinapses entre neurônios.
O que são os núcleos?
São aglomerados de neurônios na substância branca, que formam ilhas de 
substância cinzenta dentro da substância branca.
Quais são as três camadas de células presentes no córtex cerebelar e 
suas características?
O córtex cerebelar tem três camadas: a molecular, mais externa; a central, 
formada por neurônios de grandes dimensões chamados de células de Purkinje; 
e a granulosa, que é a mais interna. A camada granulosa é formada por 
neurônios muito pequenos (os menores do organismo) e organizados de modo 
muito compacto.
Tecido Nervoso 13
Como é a organização interna da medula espinhal?
Em cortes transversais da medula espinal, observa-se que as substâncias 
branca e cinzenta localizam-se de maneira inversa à do cérebro e cerebelo: 
externamente está a substância branca, e internamente, a substância cinzenta, 
Tecido Nervoso 14
que, em cortes transversais da medula, tem a forma da letra H. O traço 
horizontal desse “H” tem um orifício, o canal central da medula. Ele é revestido 
pelas células ependimárias (pertencentes ao grupo de células da neuróglia) e é 
um remanescente do lúmen do tubo neural embrionário. A substância cinzenta 
dos traços verticais do “H” forma os cornos anteriores, que contêm neurônios 
motores e axônios que dão origem às raízes ventrais dos nervos raquidianos. 
Forma também os cornos posteriores, os quais recebem as fibras dos neurônios 
situados nos gânglios das raízes dorsais dos nervos espinais (fibras sensoriais).
O que são as meninges?
São membranas de tecido conjuntivo que envolvem e protegem o SNC.
Quais são as três camadas de meninges e a sua ordem de disposição?
As três camadas, de exterior para interior são: dura-máter, aracnoide e pia-
máter.
Quais as principais características da dura-máter e quais os espaços 
existentes nessa meninge?
A dura-máter é a meninge mais externa, constituída por tecido conjuntivo denso 
aderido ao periósteo dos ossos da caixa craniana. A dura-máter, que envolve a 
medula espinal, é separada do periósteo das vértebras, formando-se entre os 
dois o espaço peridural, o qual contém veias de parede muito delgada, tecido 
conjuntivo frouxo e tecido adiposo. Em todo SNC, a superfície da dura-máter em 
contato com a aracnoide constitui um local de fácil clivagem, onde, muitas 
vezes, em situações patológicas, pode acumular-se sangue externamente à 
aracnoide, constituindo o chamado espaço subdural, que não existe em 
condições normais. A superfície interna da dura-máter no cérebro e a superfície 
externada dura-máter do canal vertebral são revestidas por um epitélio simples 
pavimentoso de origem mesenquimatosa.
Quais as principais características da aracnoide e qual o espaço presente 
nessa meninge?
A aracnoide apresenta duas partes: uma em contato com a dura-máter e sob a 
forma de membrana, e outra constituída por traves que ligam a aracnoide à pia-
máter. As cavidades entre as traves conjuntivas formam o espaço 
subaracnóideo, que contém líquido cefalorraquidiano (LCR), e comunica-se com 
os ventrículos cerebrais, mas não tem comunicação com o espaço subdural. O 
espaço subaracnóideo, cheio de líquido, constitui um colchão hidráulico que 
protege o SNC contra traumatismos. A aracnoide é formada por tecido 
Tecido Nervoso 15
conjuntivo sem vasos sanguíneos, e suas superfícies são todas revestidas pelo 
mesmo tipo de epitélio que reveste a dura-máter: simples pavimentoso e de 
origem mesenquimatosa. 
O que são as vilosidades da aracnoide e qual a sua função?
Em certos locais, ela forma expansões que perfuram a dura-máter e provocam 
saliências em seios venosos, onde terminam como dilatações fechadas: as 
vilosidades da aracnoide, cuja função é transferir LCR para o sangue. Assim, o 
líquido atravessa a parede da vilosidade e a do seio venoso até chegar ao 
sangue.
Quais as principais características da pia-máter?
A pia-máter é muito vascularizada e aderente ao tecido nervoso, embora não 
fique em contato direto com células ou fibras nervosas. Entre a pia-máter e os 
elementos nervosos, situam-se prolongamentos dos astrócitos, que, formando 
uma camada muito delgada, unem-se firmemente à face interna da pia-máter. A 
superfície externa da pia-máter é revestida por células achatadas, originadas do 
mesênquima embrionário.
Os vasos sanguíneos penetram o tecido nervoso por meio de túneis revestidos 
por pia-máter, os espaços perivasculares. A pia-máter deixa de existir antes que 
os vasos mais calibrosos se transformem em capilares. Os capilares do SNC 
são totalmente envolvidos pelos prolongamentos dos astrócitos.
O que é a barreira hematoencefálica e qual a sua importância?
É uma barreira estrutural e funcional que dificulta a passagem de diversas 
substâncias, como antibióticos, agentes químicos e toxinas, do sangue para o 
tecido nervoso.
A barreira hematencefálica se deve à menor permeabilidade dos capilares 
sanguíneos do tecido nervoso. Seu principal componente estrutural são 
as junções oclusivas entre as células endoteliais. Essas células não são 
fenestradas e mostram raras vesículas de pinocitose. É possível que 
os prolongamentos dos astrócitos, que envolvem completamente os capilares, 
também façam parte da barreira hematencefálica. Além de uma possível 
participação direta na barreira, há estudos que mostram que a formação das 
junções oclusivas desses capilares é induzida pelos prolongamentos dos 
astrócitos.
O que são os plexos coroides e qual a sua constituição?
Tecido Nervoso 16
Os plexos coroides são compostos por pregas da pia-máter ricas em capilares 
fenestrados e dilatados. São constituídos pelo tecido conjuntivo frouxo da pia-
máter, revestido por epitélio simples, cúbico ou colunar baixo, cujas células são 
transportadoras de íons.
Onde os plexos coroides se localizam?
Eles estão situados no interior dos ventrículos cerebrais. Formam o teto do 
terceiro e do quarto ventrículo e parte das paredes dos ventrículos laterais.
Qual a principal função dos plexos coroides?
A principal função dos plexos coroides é secretar o LCR, que contém apenas 
pequena quantidade de sólidos e ocupa as cavidades dos ventrículos, o canal 
central da medula, o espaço subaracnóideo e os espaços perivasculares. Ele é 
importante para o metabolismo do SNC e o protege contra traumatismos.
O que é a hidrocefalia e quais as suas causas?
A obstrução do fluxo de LCR, qualquer que seja a causa, resulta no distúrbio 
denominado hidrocefalia. Essa condição patológica é caracterizada pela 
dilatação dos ventrículos do encéfalo produzida pelo acúmulo do líquido. A 
hidrocefalia pode também ser decorrente de uma diminuição na absorção de 
LCR pelas vilosidades aracnóideas ou, mais raramente, de um tumor do plexo 
coroide que produza excesso de LCR. Os sintomas neurológicos e psíquicos 
decorrem da compressão do córtex cerebral e de outras estruturas do SNC. A 
hidrocefalia iniciada antes do nascimento ou em crianças muito pequenas causa 
afastamento das suturas dos ossos cranianos e aumento progressivo do 
tamanho da cabeça, podendo ocorrer convulsões, retardo mental e fraqueza 
muscular.
O que é a fibra nervosa?
Fibra nervosa é a denominação dada ao conjunto formado por um axônio e sua 
bainha envoltória. Conjuntos de fibras nervosas formam os feixes ou tratos de 
fibras nervosas do SNC e os nervos do SNP.
Quais são as células que envolvem os axônios do Sistema nervoso?
Todos os axônios do tecido nervoso do adulto são envolvidos por uma célula 
envoltória. Nas fibras periféricas, a célula envoltória é a célula de Schwann. No 
SNC os axônios são envolvidos por prolongamentos sucessivos de inúmeros 
oligodendrócitos.
O que são as fibras mielínicas?
Tecido Nervoso 17
São fibras nervosas enroladas pelas células de Schwann (SNP) ou pelos 
prolongamentos dos oligodendrócitos (SNC). O enrolamento dessas células ao 
redor do axônio forma um conjunto de membranas plasmáticas, este conjunto 
tem constituição lipoproteíca e é chamada de bainha de mielina. As fibras assim 
formadas são as fibras mielínicas ou fibras mielinizadas. 
O que são as fibras amielínicas?
Axônios de pequeno diâmetro são envolvidos por uma única dobra da célula 
envoltória, constituindo as fibras nervosas amielínicas ou amielinizadas. No 
SNP as fibras amielínicas são também envolvidas por células de Schwann. No 
entanto, as células não se enrolam em torno dos axônios, pois eles se alojam 
em reentrâncias ou túneis formados pelo citoplasma das células de Schwann. 
Cada célula de Schwann geralmente envolve vários axônios, cada um com o 
seu próprio mesaxônio.
Qual a constituição e os componentes do SNP?
O tecido nervoso periférico (SNP) é constituído pelo tecido nervoso situado fora 
do SNC. Seus componentes são os nervos, feixes de fibras nervosas envolvidas 
por tecido conjuntivo, e os gânglios, acúmulos de corpos celulares de neurônios.
O que são os nervos e qual a sua constituição?
Os feixes de fibras nervosas que constituem os nervos são formados por 
axônios, cada um envolvido por uma sequência de células de Schwann 
revestidas por uma lâmina basal. Devido ao seu conteúdo em mielina e 
colágeno, os nervos são, macroscopicamente, em geral esbranquiçados.
De que forma os nervos se organizam internamente?
Nos nervos calibrosos as fibras nervosas estão divididas em feixes de diferentes 
espessuras, separados por lâminas de tecido conjuntivo. Nervos mais delgados, 
por outro lado, são constituídos somente por um feixe.
Os nervos calibrosos são externamente revestidos por uma faixa de tecido 
conjuntivo, chamada de epineuro, cuja porção mais superficial (oposta ao nervo) 
em geral se continua com o tecido conjuntivo das estruturas vizinhas. Nervos 
delgados, geralmente posicionados no interior de órgãos, são revestidos pelo 
tecido conjuntivo que forma o estroma do órgão, isto é, não têm revestimento 
próprio. O feixe único ou o conjunto de feixes de fibras nervosas de um nervo 
são diretamente envolvidos por uma delgada bainha chamada perineuro. Este é 
formado por algumas camadas de células alongadas que se unem por junções 
oclusivas, constituindo uma barreira à passagem de macromoléculas e sendo 
Tecido Nervoso 18
também importante mecanismo de defesa contra agentes agressivos. O 
epineuro pode se continuar para o interior de nervos muito espessos, separando 
feixes menores, cada qual com seu perineuro próprio. Entre as fibras nervosas 
individuais, há uma delicada camada de tecido conjuntivo constituída 
principalmente por fibras reticulares sintetizadas pelas células de Schwann, 
chamada endoneuro.Quais são os tipos de nervos existentes?
Os nervos estabelecem a comunicação dos centros nervosos com os órgãos da 
sensibilidade e com os efetores (músculos, glândulas). A maioria é mista 
(nervos sensoriais e motores), formada por fibras mielínicas e amielínicas. 
Geralmente, os nervos contêm fibras aferentes e eferentes. As aferentes levam 
para os centros superiores as informações obtidas no interior do corpo e no 
meio ambiente; as eferentes levam impulsos dos centros nervosos para os 
órgãos efetores (músculos, glândulas) comandados por esses centros. Os 
nervos que contêm apenas fibras de sensibilidade (aferentes) são chamados de 
sensoriais, e os que são formados apenas por fibras que levam a mensagem 
dos centros para os efetores são os nervos motores
O que são os gânglios e quais os seus tipos?
Os acúmulos de pericários de neurônios localizados fora do SNC são chamados 
de gânglios. A maioria é de órgãos esféricos, envolvidos por cápsulas 
Tecido Nervoso 19
conjuntivas e associados a nervos. Alguns gânglios reduzem-se a pequenos 
grupos de células nervosas situados no interior de determinados órgãos, 
principalmente na parede do sistema digestório, constituindo os gânglios 
intramurais. Conforme o tipo de informação que retransmitem, os gânglios 
podem ser sensoriais ou do sistema nervoso autônomo (SNA).
O que são os gânglios sensoriais e suas principais características?
Os gânglios sensoriais ou sensitivos recebem fibras aferentes, que levam 
impulsos da periferia para o SNC. Há dois tipos: alguns são associados aos 
nervos cranianos – gânglios cranianos –, e a maioria se localiza nas raízes 
dorsais dos nervos espinais – gânglios espinais. Estes últimos são aglomerados 
de grandes pericários, cada um exibindo muitos corpos de Nissl e circundado 
por células da glia ou equivalentes à glia, denominadas células satélites.
O que são os gânglios do sistema nervoso autônomo e suas principais 
características?
Os gânglios do SNA são, geralmente, formações bulbosas ao longo dos nervos. 
Alguns localizam-se no interior de determinados órgãos, principalmente na 
parede do tubo digestivo, formando os gânglios intramurais. Estes contêm 
menor número de pericários e não apresentam cápsula conjuntiva, sendo seu 
estroma a continuação do próprio estroma do órgão em que estão situados.
O que é o Sistema nervoso autônomo (SNA) e por quais estruturas ele é 
formado?
O SNA é quase que somente um sistema motor e efetor, isto é, conduz 
informação do SNC para órgãos efetores (musculatura lisa, musculatura 
cardíaca e glândulas). O termo “autônomo” pode dar a impressão de que essa 
parte do sistema nervoso funciona de modo completamente independente, o 
que não é verdade; afinal, as funções do SNA sofrem constantemente a 
influência da atividade consciente do SNC. 
O conceito de SNA é anatômico e funcional. Anatomicamente, ele é formado 
por aglomerados de células nervosas localizadas no SNC, por fibras que saem 
do SNC através de nervos cranianos e espinais, pelos gânglios do SNA e por 
fibras nervosas que conectam os gânglios.
Os pericários dos neurônios das fibras efetoras do sistema nervoso somático 
localizam-se no SNC, e suas terminações axonais atingem diretamente os 
efetores. O SNA, ao contrário, é formado por cadeias de dois neurônios. O 
primeiro, de cadeia autônoma, está localizado no SNC, de onde seu axônio sai 
Tecido Nervoso 20
para estabelecer conexão sináptica com o segundo neurônio da cadeia, 
encontrado em um gânglio do SNA (externamente ao SNC). Fibras que 
emergem deste segundo neurônio alcançam os efetores.
As fibras nervosas que ligam o primeiro neurônio ao segundo são 
denominadas fibras pré-ganglionares, e as que partem do segundo neurônio 
para os efetores são as fibras pós-ganglionares. O mediador químico nas 
sinapses formadas pelas fibras pré-ganglionares é a acetilcolina (fibras 
colinérgicas).
Qual a função do SNA?
O sistema nervoso autônomo (SNA) relaciona-se com o controle da musculatura 
lisa, com a modulação do ritmo cardíaco e com a secreção de várias glândulas. 
Sua função é ajustar diversas atividades do organismo, a fim de manter a 
constância do meio interno (homeostase). O SNA é intimamente ligado 
estrutural e funcionalmente ao sistema nervoso somático.
De que forma o SNA é dividido?
O SNA é formado por duas divisões, distintas por sua anatomia e por suas 
funções: a divisão simpática, também chamada de sistema simpático, e a 
divisão parassimpática, também denominada sistema parassimpático.
Como se organiza o Sistema nervoso autônomo simpático?
Os primeiros neurônios da cadeia da divisão simpática formam agrupamentos 
localizados nas porções torácica e lombar da medula espinal. Por isso, o 
sistema simpático é chamado também de divisão toracolombar do SNA. 
Axônios desses neurônios (fibras pré-ganglionares) saem pelas raízes 
anteriores dos nervos espinais dessas regiões. Os gânglios do sistema 
simpático contêm os pericários do segundo neurônio da cadeia simpática, que 
emitem axônios para as células efetoras inervadas pelo simpático. O conjunto 
dos gânglios simpáticos forma a cadeia vertebral e plexos situados próximos às 
vísceras. O mediador químico das fibras pós-ganglionares do simpático é a 
norepinefrina, e as fibras são denominadas fibras adrenérgicas.
Como se organiza o Sistema nervoso autônomo parasimpático?
Os grupos de pericários dos primeiros neurônios da cadeia do sistema 
parassimpático situam-se no encéfalo e na porção sacral da medula espinal. As 
fibras desses neurônios saem por quatro nervos cranianos (III, VII, IX e X) e 
pelo segundo, terceiro e quarto nervos espinais sacrais. Por essa razão, a 
divisão parassimpática é denominada também divisão craniossacral do SNA.
Tecido Nervoso 21
O segundo neurônio da cadeia do parassimpático localiza-se em gânglios 
menores do que os do simpático e sempre perto dos órgãos efetores. 
Frequentemente, esses neurônios ficam no interior dos órgãos, como, por 
exemplo, na parede do estômago e do intestino (gânglios intramurais). Nesses 
casos, as fibras pré-ganglionares penetram nos órgãos e lá estabelecem 
sinapse com os segundos neurônios das cadeias, os quais emitem fibras pós-
ganglinares que inervarão as células efetoras.
O mediador químico liberado pelas terminações nervosas pré e pós-
ganglionares do parassimpático é a acetilcolina. Essa substância é rapidamente 
destruída por acetilcolinesterase, uma das razões pelas quais os estímulos 
parassimpáticos são de ação mais breve e mais localizada do que os do 
simpático.
A maioria dos órgãos inervados pelo SNA recebe fibras do simpático e do 
parassimpático. Geralmente, nos órgãos em que o simpático é estimulador, o 
parassimpático tem ação inibidora, e vice-versa. Por exemplo, a estimulação do 
simpático acelera o ritmo cardíaco, enquanto a das fibras parassimpáticas 
diminui esse ritmo. Em alguns casos, ambos os sistemas agem sinergicamente 
sobre efetores.

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