TEORIAS DE WEBER - SOCIOLOGIA COMPREESIVA -OF

Prévia do material em texto

GRUPO UNIASSELVI – PÓS-GRADUAÇÃO
ALUNA – SONIA T. R. NITZKE
DISCIPLINA: TEMAS E TEORIAS DA SOCIOLOGIA
AVALIAÇÃO FORMATIVA 1 – TEORIA SOCIOLÓGICA CLASSICA	
A SOCIOLOGIA COMPREENSIVA DE MAX WEBER
MAX WEBER – (1864 – 1920) – Um dos clássicos da sociologia, fundador da abordagem compreensiva na sociologia. Notabilizou-se por ser um intelectual rigoroso e de grande erudição. Weber introduziu definitivamente a dimensão subjetiva nos estudos das Ciências Sociais.
No entendimento das ideias de Max Weber, onde a sociedade moderna era resultado de um longo processo de racionalização, da secularização da experiência humana e da burocratização das estruturas sociais e dos comportamentos da pessoas como traços específicos da civilização ocidental. Sua preocupação central foi definir as bases intelectuais que permitiram o surgimento do capitalismo como ápice desse desenvolvimento histórico e social do Ocidente. Para weber, dois fenômenos estão ligados à modernidade: o desencantamento do mundo, que é a perda do significado místico da vida, e a perda da liberdade, que compreende ao domínio burocrático da vida. Conforme suas palavras: “O destino de nossos tempos é caracterizado pela racionalização e intelectualização e, acima de tudo pelo desencantamento do mundo”. 
Compreende-se que a ciência enfatiza que cientista social é uma profissão especializada no conhecimento e no reconhecimento de relações que pressupõe a validação das regras da lógica e da metodologia que constituem os fundamentos gerais da orientação do mundo do cientista. Desse modo, weber combateu o positivismo ao propor às Ciências Sociais um método distinto das ciências Naturais, mas compactou com o princípio positivista da neutralidade do cientista. 
O ponto de partida e unidade de análise da sociologia weberiana é o indivíduo. Ao contrário de Durkheim, que enfatiza a estrutura social, Max Weber desenvolve uma Sociologia interpretativa que considera o indivíduo e sua ação como unidade básica para a explicação dos fenômenos sociais. Isso porque a sociedade humana difere-se da natureza , uma vez que os seres humanos são portadores de condutas significativas, isto é, atribuem sentidos as suas ações. Com isso, ele afirmou que a sociologia deveria dar conta desses aspectos dinâmicos típicos dos processos permanentemente vivos da experiência humana e procurar compreender o seu sentido a partir dos próprios indivíduos. O próprio Weber define de modo bastante preciso sua definição de Sociologia, ação e ação social no início da obra ECONOMIA E SOCIEDADE. 
“Sociologia (no sentido aqui entendido desta palavra empregada com tantos significados diversos) significa: uma ciência que pretende compreender interpretativamente a ação social e assim explicá-la causalmente em seu curso e em seus efeitos. Por “ação” entende-se neste caso, um comportamento humano (tanto faz tratar-se de um fazer externo ou interno, de omitir ou permitir) sempre que na medida em que o agente ou os agentes o relacionem a um sentido subjetivo. Ação “Social”, por sua vez significa uma ação que quanto a seu sentido visado pelo agente ou os agentes, se refere ao comportamento de outros, orientando-se por este em seu curso”.
Desse modo, weber estabeleceu as bases para uma sociologia interpretativa ou compreensiva, cujo objeto é a ação social, buscando estabelecer os procedimentos metodológicos para explicá-la causalmente em seu desenvolvimento e efeitos.
O método da sociologia compreensiva, busca a compreensão dos sentidos atribuídos pelo agente, ou agentes que executa a ação, quando este, levando em consideração a ação dos outros, realiza AÇÃO SOCIAL. Na apresentação do método da Sociologia Compreensiva de Weber: o que ele entende por compreensão e como se pode falar de “leis gerais” em Sociologia. O termo COMPREENSÃO apresenta-se com duas dimensões:
1ª: Compreensão ATUAL dos sentidos apreendidos de uma ação, o que equivale a um estado determinado de entendimento sobre as coisas;
2º: Compreensão EXPLICATIVA, quando se refere a todas as conexões de sentido compreensíveis e equivale a explicação do curso de uma ação.
É importante verificar que a maneira como weber trabalha a questão da relação indivíduo e sociedade, é uma forma que está sendo muito resgatada por autores contemporâneos, justamente pela não-polarização desses elementos (indivíduo e sociedade), por trabalhar a relação de interdependência entre indivíduo e sociedade. Aliás, a palavra-chave que pode-se considerar em weber é justamente interdependência e, considerando esse aspecto, podemos verificar que apropria sociologia é a ciência, que, no contexto da contemporaneidade, estudará o homem em relação de interdependência com o outro, com a natureza e com o seu meio social. Em primeira e significativa importância a questão da determinação social, em Weber não é negada, mas de certa forma colocada sem a centralização que considera-se existir em Marx e Durkheim. 
O objetivo de investigação sociológica em weber é a ação, ou seja, a ação que o indivíduo realiza, considerando, tendo como orientação, a ação do outro indivíduo. Cabe salientar que o elemento que define a ação social é justamente o sentido, o significado que grupos no processo de interação social compartilham, assim, afirmam Quintaneiro, Barbosa e Oliveira:
“A ação é definida por Weber como toda conduta humana (ato, omissão, permissão) dotada de um significado subjetivo dado por quem a executa e que orienta essa ação. Quando tal orientação tem em vista a ação – passada, presente ou futura – de outro ou de outros agentes que podem ser individualizados e conhecidos ou uma pluralidade de indivíduos indeterminados e completamente desconhecidos – o público, a audiência de um programa, a família do agente, etc. – a ação passa a ser definida como social. A sociologia é para weber a ciência “que pretende entender interpretando-a, a ação social para, dessa maneira, explicá-la causalmente em seu desenvolvimento e efeitos”, observado suas regularidades as quais se expressam na forma de usos, costumes ou situações de interesse, e embora a sociologia não tenha a ver somente com a ação social, sem embargo, para o tipo de sociologia que o autor propõe, ela é o dado central, constitutivo. Entretanto, algumas ações não interessam à sociologia por serem reativas, sem um sentido pensado, como a de retirar a mão ao levar um choque”.
Conclui-se que a Sociologia de Max Weber tem como objeto de estudo a ação social. Para garantir a objetividade do conhecimento sociológico, argumenta a favor de uma prática científica fundada na neutralidade axiológica e no rigor na aplicação dos conceitos. Seus procedimentos metodológicos inauguram a Sociologia Compreensiva. Esse nome deve-se ao fato de que sua proposta visa à compreensão dos sentidos subjetivos atribuídos pelos sujeitos atribuídos pelos sujeitos que executam a ação. Disso emerge o par conceitual, AÇÃO SOCIAL E SENTIDO como central à sua construção teórica e metodológica. Esta tem como instrumento principal o TIPO IDEAL, que é um recurso de análise bastante útil para testar hipóteses que visam à compreensão dos fenômenos sociais. Por compreensão entende-se a captação do sentido ou da conexão de sentidos atribuídos pelos sujeitos da ação, o que permite a identificação de probabilidades típicas da ação social. 
 
REFERÊNCIAS
QUNTANEIRO, T.; BARBOSA, M. L. de O.; OLIVEIRA, M. G. M. de. Um toque de clássicos: Marx, Durkheim e weber. Belo Horizonte: UFMG, 2003.
WEBER, Max. Ciência e Política: duas vocações. 12. ed. São Paulo: Cultrix, 2004.
3