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Fisiologia Endócrina Rafaela Pelloi Introdução à endocrinologia ● Endocrinologia = estudo dos hormônios ● Hormônios → Substâncias químicas secretadas na corrente sanguínea por uma célula ou um grupo de células no sangue para o transporte até um alvo distante, onde é eficaz em concentrações muito baixas. ● Sistema nervoso e sistema endócrino agem de forma parecida e simultânea para manter a homeostase do organismo ➢ Sistema nervoso → ação rápida e fugaz e de curto prazo ➢ Sistema endócrino→ ação lenta, porém duradoura; médio ou longo prazo Conceitos gerais sobre Hormônios ● Composição química: derivados de aminoácidos ou de colesterol ● Produção: glândulas endócrinas ou tecido neurossecretor – quantidades mínimas ● Degradação: pelo fígado e rins (fezes ou urina) ● Transporte: no sangue – livres ou ligados a proteínas. ● Funções gerais: crescimento e desenvolvimento, reprodução, regulação da disponibilidade energética, manutenção do meio interno, modulação do comportamento. ● Mecanismo de ação: formação de 2º mensageiro ou ativação direta de genes. Mecanismos de ação dos hormônios ● 1. Alterar mecanismos de transportes de membrana → Ex.: a insulina que se liga a receptores sobre a superfície celular e mobiliza os transportadores de glicose. ● 2. Estimulação DNA nuclear para iniciar a síntese de proteína específica → Ex.: hormônios da tireoide ● 3.Ativação de proteínas especiais nas células por segundos mensageiros→ Ex.: proteína G. Tipos de hormônios 1. Hormônios peptídicos/proteicos: ● Proteicos (100 ou mais aminoácidos) / Peptídeos (menos de 100 aa) ● Dissolvem-se no plasma – característica mais hidrofílica ● Ligam-se a receptores de superfície na membrana → Normalmente são grandes moléculas por isso dificilmente atravessam a membrana, por isso se ligam a receptores na sua superfície → Resposta celular rápida ● Ex.: PTH, Insulina, TSH, FSH, GH → Maioria dos hormônios Fisiologia Endócrina Rafaela Pelloi 2. Hormônios esteróides ● São derivados do colesterol → São lipofílicos (hidrofóbicos) ● Concentração de hormônios no citoplasma é alta – se movem por difusão simples ● Maioria é transportados ligados a proteínas carreadoras → Mais comum : albumina ● Possuem meia-vida longa → Hormônios ligados a proteínas plasmáticas só exercem sua função ou são metabolizados quando se dissociam da proteína. ● Agem com receptores intracelulares - formando complexos → Entram no núcleo – ativa genes e direcionam a síntese de novas proteínas. ● Resposta celular é mais lenta, pois envolve a síntese proteica. ● Ex.: Cortisol, Aldosterona, Testosterona, Progesterona, Estradiol e Calcitriol 3. Hormônios derivados de aminoácidos ● São derivados de um único tipo de aminoácido (tirosina ou triptofano) ● Podem se comportar como hormônios peptídicos ou como combinação de hormônios esteróides e/ou hormônios peptídicos. ● Ex.: Epinefrina, Norepinefrina e Dopamina → Catecolaminas Regulação da secreção ● Mecanismos neurais → as fibras do sistema nervoso simpático (SNS) desencadeiam a liberação de catecolaminas pelo córtex adrenal. ● Mecanismos hormonais → Um hormônio estimula o outro hormônio. Ex.: o hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) estimula a liberação dos hormônios glicocorticóides pelo córtex suprarrenal ● Mecanismos humorais → Ex.: altas concentrações sanguíneas de glicose induzem a liberação de insulina. A redução subsequente na glicemia elimina o estímulo para liberação de insulina. ● Mecanismos de retroalimentação Feedback positivo Feedback negativo Glândula → Hormônio → Célula alvo (órgão estimulado) → Aumenta a ação da Glândula. Ex.: ocitocina Glândula → Hormônio → Célula alvo → Aumenta substância → Feedback negativo → Inibe a Glândula. Fisiologia Endócrina Rafaela Pelloi Mecanismos de ação ● A. Hormônios que possuem seus receptores na superfície externa da membrana plasmática → ativação de enzimas, a adenilciclase e a guanilciclase produzindo AMPc e GMPc respectivamente, conhecidos como “segundos mensageiros” → Esses são responsáveis por ativar proteínas quinases (que fosforilam e ativam outras proteínas) → Gerando resposta celular ● B. Os hormônios que podem atravessar a membrana plasmática das células-alvo têm os seus receptores localizados no núcleo celular. A interação hormônio-receptor altera diretamente a transcrição de genes específicos, o que requer tempo para síntese de RNAm no núcleo e a subsequente síntese de proteínas nos ribossomos. Hipotálamo/Hipófise ● Hipófise → Glândula pituitária ● Hipófise posterior (tecido neural) → Neurohipófise (projeção do tecido hipotalâmico) → Liberação de ADH e citocina (produção no hipotálamo) ● Hipófise anterior (tecido epitelial) → Adenohipófise ● As secreções hipotalâmicas são hormônios estimuladores/inibidores da hipófise anterior (nucleos arqueados) ou hormônios que são armazenados e liberados pela hipófise posterior (nucleos paraventricular e supra-óptico) Hormônios da neuro-hipófise ADH (antidiurético ou vasopressina) ● O ADH é formado principalmente nos núcleos supraóptico ● Vasopressina → receptor V1 nas artérias causando uma vasoconstrição que auxilia no aumento da pressão. ● ADH → receptores (V2) nos néfrons renais → Permitem que maior volume do ultrafiltrado renal seja reabsorvida, à medida que o líquido tubular passa por esses ductos, consequentemente conservando água no corpo e produzindo urina mais concentrada. Fisiologia Endócrina Rafaela Pelloi Ocitocina ● Funciona com feedback positivo → É formada primariamente nos núcleos paraventriculares. ● Contratilidade uterina no parto – distensão abdominal sinaliza a hipófise a liberar a ocitocina. Estrógenos e progesterona controlam a ação da citocina durante a gestação, quando decai a taxa desses hormônios há então ação maior da ocitocina. ● Progesterona → inibe contração do útero ● Estrógeno → aumenta a sensibilidade do útero para a ocitocina ● Ejeção láctea – expulsão do leite ao contrair a musculatura mioepitelial. Progesterona inibe a lactação. Esse hormônio não tem a função de aumentar a produção do leite, mas sim de contrair células mioepiteliais que estão ao redor daquelas que produzem o leite. ● Emoção sexual – tem relação direta com a intensidade do orgasmo feminino. Hormônios da adeno-hipófise ● Tipos de células da adeno hipófise: ● A) Lactotróficas: produtoras de prolactina. B) Somatotróficas: produtoras de GH. C) Corticotróficas: produtoras do hormônio trófico ACTH (adrenocorticotrófico). D) Tireotróficas: produtoras de TSH. E) Gonadotróficas: produtoras de LH e FSH. ● O Hipotálamo libera Hormônios que ativam a secreção dos hormônios da Hipófise ➢ GHRH: hormônio que libera o GH ➢ TRH: hormônio que libera TSH ➢ CRH: hormônio que libera a ACTH ➢ GnRH: hormônio que libera FSH e LH ➢ PRH: hormônio que libera prolactina ➢ GHIH: somatostatina - inibidor da GH ➢ PIH: dopamina - inibidor da prolactina Prolactina ● Funções primárias: ● A) Mamogênico: Construção na mama feminina → Aumenta tecido glandular preparando a mama para amamentação. ● B) Lactogênico: Produção de leite. ● No casoda gestação a prolactina vai aumentar devido o surgimento da placenta. ● Funções secundárias: Inibição da gonadotrofina: redução da função gonadal (produção de hormônio sexual e gametogênese). ● Gigantomastia gestacional → Níveis altos de prolactina se torna muito prejudicial → aumento excessivo do volume das mamas devido ao efeito mamogênico → mamas ficam edemaciadas, com congestão venosa, podendo ocasionar, dor cervical, problemas posturais, ulceração da pele, celulite e hemorragia. → Tratamento: Drogas com bases de dopamina. Fisiologia Endócrina Rafaela Pelloi Hormônio do crescimento - Somatotrofina (GH) ● Na infância e puberdade é o momento em que há mais produção e na velhice há uma queda drástica. ● Funções: Estimula o fígado a produzir a IGF1 - é uma proteína produzida no fígado em resposta ao hormônio de crescimento (GH) com papel importante no crescimento, desenvolvimento da musculatura, diminui os níveis de glicose no sangue, reduz os níveis de gordura corporal altera a oxidação lipídica e aumenta a síntese de proteínas. ● Efeitos diretos do GH: ➢ Aumento da produção de IGF1; ➢ Aumenta lipolise no tecido adiposo; ➢ Aumento da gliconeogênese hepática e a glicemia; ➢ Aumenta a resistência periféria à insulina, ou seja, não deixa as células usarem glicose como fonte de energia, apenas a gordura (Efeito chamado de diabetogênico); ➢ Produz efeitos metabólicos que vão influenciar o organismo a crescer. ● É usado na farmacologia para emagrecimento → Quando há doses farmacológicas promove emagrecimento, mas também realiza resistência insulínica pelo efeito diabetogênico. Tireotrofina (TSH) ● TSH estimula a liberação de hormonios da tireoide → T3 e T4 ● Estes estão ligados a regulação do metabolismo do nosso organismo→ Iodo: importante na produção de T3 e T4. Gonadotrofinas (FSH E LH) ● 1) FSH: Hormônio foliculos estimulante → Estimula crescimento do folículo ovariano; e tem função gametogênica. ● 2) LH: hormônio luteinizante → Ação esteroidogênica que é de produzir o estrogênio e a progesterona (hormônios sexuais femininos); No homem: produção de testosterona. Fisiologia Endócrina Rafaela Pelloi Hormônio adrenocorticóide (ACTH) ● O ACTH é secretado na corrente sanguínea e chega até a glândula supra renal → córtex adrenal ● Adrenal produz: Cortisol, Aldosterona e Andrógenos. Tireoide ● Glândula tireoide → Célula epiteliais foliculares ● Os folículos ativos são responsáveis pela produção de hormônios tireoideanos ● As células parafoliculares são responsáveis pela síntese de calcitonina mas não produzem tireoglobulina. ● PRECURSORES: Tireoglobulina e iodeto ● T3 e T4 → Hormônios paratireoidianos regulados pelo TSH ● T4 → pró-hormônio tetraiodotironina (90%) ● T3 → Hormônio ativo triiodotironina (10%) ● T4 pode ser convertido em T3 (ativo) → feito pela desiodase (tira um iodo) → Convertido nos tecidos periféricos Funções dos hormônios tireoideanos ● CRESCIMENTO ● Crescimento e maturação óssea ● SNC ● Maturação do Sistema Nervoso central ● CARDIOVASCULAR ● Aumenta o débito cardíaco ● TAXA METABOLISMO BASAL ● Aumento na bomba de sódio-potássio ATPase ● Aumento do consumo de O2 ● Aumento do calor ● METABOLISMO ● Aumento absorção de glicose ● Aumento da glicogenólise ● Aumento da lipólise ● Aumento da síntese e degradação de proteínas. ● SISTEMA DIGESTIVO ● Estimulam a vontade de comer ● Estimulam a motilidade do trato gastrointestinal Fisiologia Endócrina Rafaela Pelloi Síntese de Hormônio tireoidiano ● Células foliculares → Produção de tireoglobulina ● Precursores: Tireoglobulina + Iodo ● Tireoglobulina produzida no RE → Complexo de Golgi → Empacotadas em vesículas → Sai pro lúmen da célula ● Iodeto entra pelo lúmen intestinal através de um transportador dependente de Cloreto → NIS → Estimulado por TSH *por isso união de NaCl + iodo na dieta ● Iodeto sai da célula pro lúmen através do canal Pendrina → Peroxidase oxida o Iodeto em Iodo → Esse capaz de ser incorporado aos resíduos de tirosina ● Iodo + Tirosina → MIT e DIT → Formação de um complexo ➢ 2 DIT → T4 ➢ 1 DIT + 2 MIT → T3 Liberação de T3 e T4 ● Tireoglobulina se liga a receptores megalina da célula folicular ● Enzimas lisossomais degradam o complexo deixando só o T3 e T4 ● Iodeto do MIT e DIT degradado é reciclado. Mecanismo de ação dos hormônios ● Os hormônios T3 e T4 atuam como hormônios hidrofóbicos (precisam se ligar a uma proteína, normalmente TBG) ligando-se a um receptor de membrana e estimulando este a gerar sinais que façam com que o núcleo da célula produza mais RNAm → Aumentando o metabolismo basal das células. Fisiologia Endócrina Rafaela Pelloi Distúrbios da tireoide ● Primário ou Secundário → Primário quando o hiper/hipotireoidismo está a nível de tireoide e Secundário quando o hiper/hipotireoidismo está a nível de hipófise Hipertireoidismo ● Aumento da taxa de metabolismo basal → Altos níveis de T3 e T4 ● Primário: Altos níveis de T3 e T4 e níveis baixos de TSH ● Secundário: Altos níveis de T3 e T4 e também altos níveis de TSH. ● Sintomas clínicos: perda de peso, aumento da produção de calor, tremor, taquicardia, sudorese, dispnéia, fraqueza muscular. Hipotireodismo ● Diminuição da taxa de metabolismo basal → Baixos níveis de T3 e T4 ● Primário: Baixos níveis de T3 e T4 e nível de TSH aumentados ● Secundário: Baixos níveis de T3 e T4, e não há produção de TSH → associado a hipopituitarismo ● Sintomas clínicos: ganho de peso, diminuição de calor (intolerância ao frio), redução do DC, letargia, retardo mental e retardo de crescimento. Bócio ● Aumento da glândula tireóide ● Pode levar a efeitos compressivos como: disfagia, rouquidão e dificuldade respiratória. Fisiologia Endócrina Rafaela Pelloi Adrenal (Supra Renal) ● Estão acima dos rins e são bilaterais ● Produção de hormônios esteróides e catecolaminas CÓRTEX ADRENAL → tecido epitelial ● Composto por 3 zonas: ● Glomerulosa → mineralocorticoides ● Fasciculada → cortisol ● Reticular → androgênios MEDULA → Tecido derivado da neural ● Células cromafins (neurônios modificados) → Produção de catecolaminas ● 20% de noradrenalina e 80% de adrenalina → produção maior de epinefrina que cai na corrente sanguínea e age em locais distantes ● A maior parte da noradrenalina/norepinefrina é produzida nos gânglios simpáticos e seus efeitos se dão no local de secreção. ● Recebe inervação simpática Catecolaminas ● Produção na MEDULA ● Podem ser hormônios (circulação sanguínea) ou neurotransmissores (gânglios ou SNC) ● Agem em receptores alfa e beta ● Adrenal → Maior produção de epinefrina/ Maior parte de norepinefrina é produzida nos gânglios. Fisiologia EndócrinaRafaela Pelloi Cortisol (Glicocorticoide) ● Produção na ZONA FASCICULADA do CÓRTEX ● Todos os efeitos metabólicos do cortisol têm o objetivo de prevenir a hipoglicemia → O efeito global é catabólico→ O cortisol apresenta ação oposta à da insulina e similar à do glucagon. ● Os estímulos para a liberação do cortisol são: a luz solar, a hipoglicemia, e o estresse. ● 90 a 95% estão ligados a proteínas → Transcortina (globulina ligadora de cortisol)/ albumina → Meia-vida longa: 60 a 90 minutos Funções ● Metabolismo glicídico: estimula a produção de glicose, a partir de aminoácidos, pelas células hepáticas, em um processo conhecido como gliconeogênese ● Com aumentos rápidos e significativos na produção de cortisol, o fígado fraciona a gordura mobilizada em seus componentes cetoácidos mais simples (ácido β-hidroxibutírico e ácido acetoacético) → As concentrações excessivas de cetoácidos no LEC podem resultar em cetose ● Catabolismo proteico: causa a degradação de proteínas → a partir da quebra das proteínas, produz-se a glicose. ● Metabolismo lipídico: nos tecidos periféricos, o cortisol estimula a alteração do uso de glicose para o uso de gordura na produção de energia → com essa alteração, “sobra” mais glicose para o Sistema Nervoso Central. Outras funções: ● Sistema nervoso central: efeito euforizante e antidepressivo *Em excesso pode causar insônia ● Sistema cardiovascular: aumenta a atividade adrenérgica e também tem efeito mineralocorticoide, aumentando a retenção de Na e água → aumenta a pressão arterial Possui efeito aterogênico e trombogênico, aumentando assim o risco cardiovascular. ● Sistema digestivo: reduz o muco gástrico e aumenta a secreção de HCl (ácido clorídrico). *Em situações de estresse levando às altas concentrações de cortisol → úlceras de estresse, pois o estresse é um importante estímulo para a liberação de cortisol. ● Células sanguíneas: reduz as células brancas (os leucócitos) → redução da imunidade. Aumenta as células vermelhas (hemácias e plaquetas) → efeito trombogênico. ● Devido a todas essas ações, que causam a supressão do sistema imune, os glicocorticóides são usados como fármacos para combater doenças autoimunes (como lúpus, vitiligo, hepatite autoimune...), que são causadas pelo combate do sistema de defesa ao próprio organismo. Fisiologia Endócrina Rafaela Pelloi Aldosterona (mineralocorticóide) ● Produção da ZONA GLOMERULOSA do Córtex ● Aumenta a reabsorção tubular renal de sódio e a secreção de potássio → Aumento da pressão arterial ● Está inserida no Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona ● O hormônio aldosterona também atuará no SNC, mais especificamente em receptores no hipotálamo, aumentando a produção de vasopressina (ADH) Regulação da secreção de aldosterona ● Aumentam a secreção: ➢ Elevação da concentração de íons K+ no LEC ➢ Elevação na concentração de angiotensina II (sistema renina-angiotensina) ● Reduz a secreção (muito pouco): ➢ Elevação na concentração de íons Na+ no LEC ● A REGULAÇÃO DA SECREÇÃO DE ALDOSTERONA É INDEPENDENTE DA REGULAÇÃO DO CORTISOL E ANDROGÊNIOS ● As células justaglomerulares submetidas a uma diminuição da pressão de perfusão ou a uma redução do fluxo sanguíneo como na: Hemorragia; Assumir uma postura ereta por várias horas; Dieta pobre em sódio por vários dias → Aumentam a liberação de renina Androgênios ● Produção na ZONA RETICULADA do Córtex. ● Apresentam efeitos orgânicos iguais ao hormônio sexual masculino testosterona → DHEA (Deidroepiandrosterona) e Androstenediona ● Na mulher: Possui importantes funções, estando relacionado à libido e à disposição dos pelos axilares e pubianos. ● No homem: Tem pouca importância, por ser um esteróide fraco, e, além disso, o homem produz níveis elevados de testosterona que realizam efeitos muito maiores. Ou seja, em casos de ausência do DHEA no sexo masculino, tal ausência seria pouco notada. ● Em certa anormalidades do córtex adrenal, podem ser secretados em enormes quantidades resultando em efeitos masculinizante Fisiologia Endócrina Rafaela Pelloi Distúrbios da adrenal Hiperplasia adrenal congênita ● Início intra-útero ● Bloqueio da produção do cortisol devido a um defeito na produção enzimática ● Mais produção de testosterona → características virilizantes ● Maior secreção de ACTH (para produzir cortisol) → Hiperestimulação → Hiperplasia da adrenal Doença de Addison ● Redução de glicocorticoides e mineralocorticoides ● Pode ser causada por uma reação autoimune, câncer, infecção ou alguma outra doença. ● Clínica: fraqueza, cansaço e tontura ao se levantar após estar sentada ou deitada e pode apresentar manchas escuras na pele. Síndrome de Cushing ● Quantidade anormal de cortisol e androgênios adrenais ● Pode ser causada por uso excessivo de corticoide mas pode ser também decorrência de produção excessiva de cortisol (seja por tumor das supra-renais ou por tumor produtor de ACTH) ● Clínica: Obesidade centrípeta (ocorre na face e no abdome) mas não nos membros que são finos e com atrofia da musculatura, o que causa fraqueza muscular; Estrias largas e de cor violeta; Equimoses (manchas roxas); Osteoporose. Fisiologia Endócrina Rafaela Pelloi Pâncreas endócrino ● Pâncreas endócrino → Ilhotas de Langerhans → Secretam principalmente INSULINA E GLUCAGON ● Insulina e glucagon → Regulam o metabolismo da glicose, ácidos graxos e aminoácidos ● Também secretam somatostatina (inibe a secreção de insulina, glucagon e PP) e polipeptídeo pancreático (saciedade) Células endócrinas - Ilhotas de Langerhans ● Células beta → Insulina ● Células alfa → Glucagon ● Células delta → Somatostatina e Células F ou PP → polipeptídeo pancreático ● Comunicação intercelular: junções comunicantes, capilares fenestrados e venulas, comunicação neural (semelhantes a dendritos) ● Ácinos pancreáticos corresponde ao pâncreas exócrino Insulina ● Secretada em altos níveis de glicose sanguínea ● Estimula a absorção de glicose e aminoácidos ● Efeito de estocagem de nutrientes (síntese de glicogênio, gordura e proteína) ● Antagonista do glucagon *Cetoacidose diabética: quando há diabetes do tipo 1 há o aumento dos cetoácidos no sangue. Mecanismo de ação da Insulina ● Insulina se liga ao receptor (subunidade alfa) → O receptor sofre uma alteração conformacional → Há então ativação da subunidade beta que funciona como queratina-cinase → Essa tirosina quinase faz a fosforilação do próprio receptor e de proteínas e enzimas (fosfatases, proteína G, fosfolipases, etc) → Ativas várias vias de sinalização. Fisiologia Endócrina Rafaela Pelloi Regulação da insulina ● ESTIMULA → Aumento de glicose no plasma, aumento de aminoácidos no plasma, Gastrina, secretina, CCK, GIP e neurônios parassimpáticos ● INIBE → neurônios simpáticos e adrenalina circulante Resistência insulínica ● A resistência à insulina é definida como uma resposta biológica atenuada a uma determinada concentração deste hormônio → obesidade, a diabetes mellitus,a hipertensão arterial, processos infecciosos, doenças endócrinas são correlacionadas com a resistência insulínica. ● Alterações moleculares na via de sinalização da insulina, principalmente na ativação da translocação do transportador de glicose (GLUTs) à membrana plasmática de células em tecidos periféricos, como o músculo esquelético e o tecido adiposo. Glucagon ● Função: aumentar e manter a glicose no sangue ● Secretado em dietas de baixas concentrações de carboidratos e alta concentrações de proteína ou gordura ● Estimula a glicogenólise, catabolismo da gordura e promove a absorção de aminoácidos para a gliconeogênese → Aumento da concentração plasmática de Glicose Mecanismo de ação ● Ligação ao receptor (proteína G acoplado a adenil cillase)→ aumento de AmpC → Ativa proteína-quinases que fosforilam enzimas que estão relacionadas com as ações do glucagon. Regulação ● ESTIMULANTES → Jejum, redução da concentração de glicose, aumento da concentração de aminoácidos e colecistoquinina (CCK) ● INIBIDORES → Insulina, somatostatina e aumento da concentração de cetoácidos e ácidos graxos. Fisiologia Endócrina Rafaela Pelloi Distúrbios Diabetes Mellitus ● Tipo I (IDDM) - 10% dos casos de diabetes: ➢ O sistema imunológico do organismo ataca as células do pâncreas que produzem insulina e mais de 90% das mesmas são destruídas de forma permanente → O pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina. ➢ Diagnosticada por volta dos 12 anos ➢ Tratada com dieta, exercícios, monitoramento da taxa glicêmica e injeções periódicas de insulina ● Tipo II (NIDDM) - 90% dos casos de diabetes: ➢ Resistência à insulina: a insulina regula para menos seu próprio receptor, o que diminui a sensibilidade à insulina nos tecidos-alvo como na obesidade e no diabete melito tipo II ➢ Fatores de risco: hereditariedade, idade (40+) e obesidade ➢ Tratamento com perda de peso, programa de dieta e exercício ➢ Medicamentos orais aumentam a secreção de insulina ou a sensibilidade celular à insulina ● Sinais e sintomas: poliúria, polidipsia (sede em demasia), polifagia, hiperglicemia, glicosúria → Diurese osmótica: níveis elevados de glicose sanguínea além da capacidade renal de absorção pelos túbulos renais, glicose na urina, osmolaridade e perda de água na urina Cetoacidose diabética ● Cetoacidose é o acúmulo dos chamados corpos cetônicos devido a utilização de ácidos graxos como fonte de energia na ausência da glicose por baixa insulina → essas substâncias deixam o sangue ácido → Extremamente desfavorável ao nosso organismo. ● No diabetes tipo 1, ela pode ser a primeira manifestação da doença ou resultar do aumento das necessidades de insulina por causa de infecções, traumas, infartos e cirurgias. Já nos portadores do tipo 2, pode ocorrer sob condições graves como a sepse, por exemplo. Hiperinsulinismo ● Excesso de injeção de insulina ou tumor das ilhotas pancreáticas ● Causa hipoglicemia, fraqueza e fome: desencadeia secreção de epinefrina, GH e glucagon ● Efeitos: ansiedade, sudorese e aumento da FC. Fisiologia Endócrina Rafaela Pelloi Regulação endócrina da Calcemia Hormônios ● Paratireoideano (PTH) ● Calcitriol (Vitamina D - 1,25 dihidroxivitamina D) ● Calcitonina Órgãos envolvidos ● Intestino ● Tecido ósseo ● Rins ● O cálcio é adquirido através da alimentação passando pelo processo de digestão e será absorvido pela mucosa intestinal (apenas 10% passará pela absorção intestinal) ● A absorção pode ocorrer por dois processos: 1) Transporte passivo: ocorre na porção duodenal apenas uma pequena parcela de cálcio é absorvida por este processo. 2) Transporte ativo: ocorre na porção jejunal sendo o principal meio de transporte para absorção do cálcio ● O calcitriol (vitamina D) é responsável por ativar a proteína pré-transportadora de cálcio denominada calbindina considerada indispensável para absorção. PTH (paratormônio) ● Produzido e secretado nas paratireóides ● É estimulado quando há baixa concentração de cálcio circulante ● Receptores CaSR (receptores de cálcio) estão nas células principais da paratireóide detectam a oscilação da concentração de Ca+ → Estimula a secreção de PTH ● Há inibição quando temos hipercalcemia e aumento do calcitriol (inibição da expressão do gene do PTH ou estimula a expressão do gene do receptor CaSR) ● Há receptores de PTH nos ossos e rins, não está presente no intestino. Fisiologia Endócrina Rafaela Pelloi Ações do PTH ● Rins: aumenta a reabsorção de cálcio e excreta fosfato, e estimula a enzima 1-alfa-hidroxilase. ● Ossos: promove o aumento da atividade osteoclástica removendo a matriz orgânica e solubilizando o cristal de hidroxiapatita, e deste modo é considerado o principal mecanismo responsável por elevar a calcemia. Também atua ativando osteoblastos. ● Intestino: atua de forma indireta promovendo o aumentando na absorção intestinal de cálcio. Vitamina D ● A vitamina D é um pró-hormônio também chamado de colecalciferol ● A 1,25 Di-hidroxivitamina D é o hormônio ativo ● Atua aumentando a absorção de cálcio e fosfato no intestino e nos túbulos renais. ● Há receptores de Vitamina D no intestino, nos ossos, rins e nas glândulas paratireoides. Síntese da vitamina D ● Obtido através de dieta ou pode vir de conversão na pele (colesterol + ação de raios UV = vitamina D) → No fígado há metabolização da vitamina D em 25 hidroxivitamina D → Nos rins hidroxilação da posição C24 (24,25 Di-Hidroxivitamina D - INATIVA) ou hidroxilação da posição C1 (1,25 Di-hidroxivitamina D - ATIVA) Objetivo da vitamina D ● Aumentar as concentrações de cálcio e fósforo para mineralização óssea, ou seja, endurecimento do osso. ● Intestino: absorção intestinal de Ca+ e fósforo ● Rins: estimula a reabsorção de cálcio e fósforo ● Osso: estimula a formação e calcificação do osteóide ● Paratireóide: inibe o PTH. Calcitonina ● Peptídeo produzido pelas células C da tireoide ● Tem ações opostas ao PTH ● É liberada quando a concentração plasmática do cálcio aumenta → Diminui reabsorção óssea e aumenta excreção renal de cálcio ● Atua na: • Redução na absorção óssea. • Também pode inibir a reabsorção de osso provocada pelo PTH Fisiologia Endócrina Rafaela Pelloi Distúrbios Osteoporose ● A osteoporose é um quadro clínico em que uma redução da densidade dos ossos enfraquece os ossos, tornando-os suscetíveis a quebra (fraturas). ● Causas: podem ser o envelhecimento, a deficiência de estrogênio, o baixo nível de vitamina D ou de ingestão de cálcio. ● Na vida adulta → os ossos aumentam em densidade progressivamente até cerca de 30 anos, quando são mais fortes. Depois desse período → a degradação excede a formação → os ossos diminuem lentamente em densidade. ● Se o corpo for incapaz de manter uma quantidade adequada de formação óssea, os ossos continuam perdendo densidade e podem se tornar cada vez mais frágeis, o que resulta em osteoporose. ● Nas mulheres a perda de densidade óssea é maior após a menopausa ● Uma fratura por fragilidadeocorre após trauma menor do que o esperado para fraturar um osso normal.Os locais mais comuns das fraturas por fragilidade são: ➢ Rádio distal ➢ Coluna vertebral (fraturas por compressão vertebral—a fratura mais comum relacionada com a osteoporose) ➢ Colo femoral ➢ Trocânter maior
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