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COMODATO NOVO

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5. COMODATO.
5.1. Base legal: Arts. 579-585
5.2. Conceito: É modalidade de empréstimo gratuito de coisa infungível, por meio do qual o comodante (dono da coisa) transfere sua posse ao comodatário por determinado período de tempo.
Art. 579. O comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis. Perfaz-se com a tradição do objeto.
5.3. Natureza Jurídica: Unilateral [pois a entrega da coisa não é obrigação do comodante, mas requisito de existência do comodato], gratuito, real, típico e não solene.
5.4. Obrigações do comodatário:
a) Conservação da coisa emprestada. Art. 582;
b) Utilização da coisa conforme a natureza do contrato. Art. 582;
c) Restituição da coisa, ao término do prazo do contrato. Art. 582;
	NOTA: Caso o devedor não restitua a coisa ao término do contrato surgirá o dever de pagamento do chamado aluguel-pena, perdendo, o comodato, sua gratuidade. 
O preço do aluguel será determinado pelo comodante, o que deverá ser feito com base no critério da razoabilidade e de acordo com o valor real de mercado. 
Em caso de abusividade na fixação do preço do aluguel, aplicar-se-á o disposto no art. 575 do CCB [locação de coisas], podendo o Juiz reduzi-lo a um valor adequado, considerando, inclusive, seu caráter de penalidade. Nesse sentido, o Enunciado 180 da Jornada de Direito Civil do CJF:
180 – Arts. 575 e 582: A regra do parágrafo único do art. 575 do novo CC, que autoriza a limitação pelo juiz do aluguel-pena arbitrado pelo locador, aplica-se também ao aluguel arbitrado pelo comodante, autorizado pelo art. 582, 2ª parte, do novo CC.
d) Priorizar a proteção dos bens emprestados em detrimento do seu próprio patrimônio, inclusive na hipótese de caso fortuito e força maior. Art. 583;
e) Arcar com as despesas relativas à utilização da coisa emprestada. Art. 584;
5.5. Anotações gerais à lei:
Art. 580. Os tutores, curadores e em geral todos os administradores de bens alheios não poderão dar em comodato, sem autorização especial, os bens confiados à sua guarda. 
	Ilegitimidade para dar bens em comodato: O art. 580 estabelece hipóteses de ilegitimidade contratual, que, no caso, se estabelece contra os tutores, curadores e administradores em geral (administrador judicial da massa falida, o inventariante do espólio, etc, o síndico de um condomínio).
Art. 581. Se o comodato não tiver prazo convencional, presumir-se-lhe-á o necessário para o uso concedido; não podendo o comodante, salvo necessidade imprevista e urgente, reconhecida pelo juiz, suspender o uso e gozo da coisa emprestada, antes de findo o prazo convencional, ou o que se determine pelo uso outorgado.
	Seria o caso do fazendeiro que, tendo dois tratores em sua fazenda, empresta um deles para um colega e, inesperadamente, tem roubado o trator que havia ficado em sua posse [fato inesperado], tornando-se evidente o risco de, ele próprio, perder a época de semeadura
 [motivo urgente].
Art. 582. O comodatário é obrigado a conservar, como se sua própria fora, a coisa emprestada, não podendo usá-la senão de acordo com o contrato ou a natureza dela, sob pena de responder por perdas e danos. O comodatário constituído em mora, além de por ela responder, pagará, até restituí-la, o aluguel da coisa que for arbitrado pelo comodante.
	Ver item 5.4
Art. 583. Se, correndo risco o objeto do comodato juntamente com outros do comodatário, antepuser este a salvação dos seus abandonando o do comodante, responderá pelo dano ocorrido, ainda que se possa atribuir a caso fortuito, ou força maior.
	Ver item 5.4
Art. 584. O comodatário não poderá jamais recobrar do comodante as despesas feitas com o uso e gozo da coisa emprestada.
	Ver item 5.4
Art. 585. Se duas ou mais pessoas forem simultaneamente comodatárias de uma coisa, ficarão solidariamente responsáveis para com o comodante.
	Aqui, uma hipótese de solidariedade legal. O art. 585 estabelece que, se duas ou mais pessoas forem simultaneamente comodatárias de uma coisa, ficarão solidariamente responsáveis para com o comodante, valendo destacar que essa solidariedade se estende, inclusive, para a já mencionada hipótese de obrigação de pagamento de aluguel-pena.

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