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A IMPORTÂNCIA DO CONTRATO. Contrato esta para o Civilista assim como o crime para o criminalista. “Desde os primórdios da civilização, quando abandonamos o estágio da barbárie, experimentando certo progresso espiritual e material, o contrato passou a servir, enquanto instrumento por excelência de circulação de riquezas, como a justa medida dos interesses contrapostos” Pablo Stolze Falar de transferência da propriedade – Esboço histórico. Nenhum instituto sobreviveu tanto como o contrato. A propriedade é um direito complexo (usar, gozar/fruir, dispor, reivindicar) – O contrato serve com mecanismo para a transmissão da coisa/disposição. Art. 104 Código Civil CONCEPÇÃO HISTÓRICA DOS CONTRATOS. Direito Romano, atribui-se a GAIO a catalogação das fontes das obrigações, dentre as quais se incluía o contrato como uma delas, consoante já anotamos: “Deve-se ao jurisconsulto GAIO o trabalho de sistematização das fontes das obrigações, desenvolvidas posteriormente nas Institutas de Justiniano, que seriam distribuídas em quatro categorias de causas eficientes: a) o contrato – compreendendo as convenções, as avenças firmadas entre duas partes; b) o quase contrato – tratava-se de situações jurídicas assemelhadas aos contratos, atos humanos lícitos equiparáveis aos contratos, como a gestão de negócios; c) o delito – consistente no ilícito dolosamente cometido, causador de prejuízo para outrem d) o quase delito – consistente nos ilícitos em que o agente atuou culposamente, por meio de comportamento carregado de negligência, imprudência ou imperícia”3 (grifamos). Não é em Roma a origem do contrato como imaginamos, mas sim no Iluminismo Francês. Em verdade, arremata o ilustre autor, a moderna concepção de contrato, tal qual nós o concebemos hoje, consistente “em um acordo de vontades por meio do qual as pessoas formam um vínculo jurídico a que se prendem”, somente se esclarece à luz da ideologia individualista típica do regime capitalista de produção Direito Francês Antropocentrismo Vontade racional do homem como centro do universo Pacta sunt servanda. O Código Napoleônico foi a primeira grande codificação moderna, espelha a vitória obtida pela Burguesia no Revolução de 1789, com suas conquista politicas, ideológicas e econômicas. Como repulsa aos privilégios da antiga classe dominante, esse Código eleva a aquisição da propriedade privada ao ponto culminante do direito da pessoa. O contrato é instrumento para a aquisição da propriedade e por si só suficiente para essa aquisição. O contrato é um mero instrumento para se chegar a propriedade. Liberdade e propriedade. Representa a nova vontade da classe dominante, a transferência da propriedade passa a ser exclusivamente uma representação de vontade. Contrato no Código Civil Alemão. Quase um século após o francês, também de origem burguesa capitalista. O contrato passa a pertencer a uma categoria mais geral. Submetido aos negócios jurídicos. O contrato é veiculo de transferência da propriedade, mas não opera. Adotado no CC/16 e mantido no atual. O contrato, assim como todos os outros negócios jurídicos, constituem declaração de vontade a produzir efeitos jurídicos. Contudo há negócios jurídicos que independem de duas vontades. Fazer um contrato entre negocio jurídico (Art. 104 CC) e Contrato. Plano de validade... Antecedente histórico. – Definição de Contrato o contrato é um negócio jurídico por meio do qual as partes declarantes, limitadas pelos princípios da função social e da boa-fé objetiva, autodisciplinam os efeitos patrimoniais que pretendem atingir, segundo a autonomia das suas próprias vontades. A palavra contractus unir, contrair. A perspectiva Civil/Constitucional do Contrato – Nova Reconceitução? Abordar a crise do contrato – CDC (paridade, declaração de vontade) Abordar a questão da função social do contrato. Nesse diapasão, com sabedoria, JOÃO HORA NETO preleciona: “Em verdade, se é certo que a Carta Magna de 1988, de forma explícita, condiciona que a livre-iniciativa deve ser exercida em consonância com o princípio da função social da propriedade (art. 170, III), e, uma vez entendida que a propriedade representa o segmento estático da atividade econômica, não é desarrazoado entender que o contrato, enquanto segmento dinâmico, implicitamente também está afetado pela cláusula da função social da propriedade, pois o contrato é um instrumento poderoso da circulação da riqueza, ou melhor, da própria propriedade” Socialização de institutos jurídicos de direito privado, não é novo. Clovis Bevilaqua: Pode-se, portanto, considerar o contracto como um conciliador dos interesses collidentes, como um pacificador dos egoísmos em lucta. É certamente esta a primeira e mais elevada funcção social do contrato. E para avaliar-se de sua importância, basta dizer que, debaixo deste ponto de vista, o contracto corresponde ao direito, substitue a lei no campo restricto do negocio por elle regulado. Ninguem dirá que seja o contracto o único factor da pacificação dos interesses, sendo o direito mesmo o principal delles, o mais geral e o mais forte, mas impossível será desconhecer que também lhe cabe essa nobre função socializadora. Vêde uma creança em tenra edade. Appetece um objecto, com que outra se diverte; seu primeiro impulso é arrebata-lo, num ímpeto de insoffrido egoísmo, das mãos frágeis, que o detêm. A expiência, porém, pouco e pouco, lhe ensina que encontrará resistência, sempre que assim proceder. Seu proceder vae amoldando-se às circumstancias e, em vez de apoderar-se à força, pede, solicita, propõe trocas, seduz com promessas capitosas e, esgotados os meios brandos, passará, então, à violência, ou aos gritos, último recurso dos fracos. Assim foi o homem primitivo, assim seria o homem civilizado, se não o contivessem os freios do direito, da religião, da opinião pública, de todas as disciplinas sociaes empenhadas na tarefa de trazer bem enjaulada a fera, que cada homem traz dentro de si” Em um Estado verdadeiramente democrático de direito, o contrato somente atenderá à sua função social no momento em que, sem prejuízo ao livre exercício da autonomia privada: 1) respeitar a dignidade da pessoa humana – traduzida sobretudo nos direitos e garantias fundamentais; 2) admitir a relativização do princípio da igualdade das partes contratantes – somente aplicável aos contratos verdadeiramente paritários, que atualmente são minoria; 3) consagrar uma cláusula implícita de boa-fé objetiva – ínsita em todo contrato bilateral, e impositiva dos deveres anexos de lealdade, confiança, assistência, confidencialidade e informação; 4) respeitar o meio ambiente; 5) respeitar o valor social do trabalho Art. 421 – Código Civil – Tudo isso será tratado em momento oportuno. Natureza Juridica do Contrato. Art. 112 – CC “todo fato jurídico consistente em declaração de vontade, a que o ordenamento jurídico atribui os efeitos designados como queridos, respeitados os pressupostos de existência, validade e eficácia, impostos pela norma jurídica que sobre ele incide”. Em linguagem mais simples, posto não menos jurídica, seria a manifestação de vontade, emitida em obediência aos seus pressupostos de existência, validade e eficácia, com o propósito de produzir efeitos admitidos pelo ordenamento jurídico, pretendidos pelo agente. A esse conceito, pois, perfeitamente se subsume a noção de contrato. Entretanto, uma vez que o contrato é espécie do gênero “negócio”, é forçoso convir que algum aspecto o particulariza dos outros negócios jurídicos. Esse aspecto, sem sombra de dúvidas, consiste na convergência das manifestações de vontades contrapostas, formadora do denominado consentimento. Trabalhar a questão da manifestação da vontade. Elemento nuclear dos contratos. Conforme já tivemos oportunidade de anotar, em nossa obra dedicada à Parte Geral, ao analisarmoso negócio jurídico (gênero do qual o contrato é espécie), para apreender sistematicamente o tema – e não simplesmente reproduzir regras positivadas – faz-se mister analisá-lo sob os três planos15em que pode ser visualizado: a) Existência – um negócio jurídico não surge do nada, exigindo-se, para que seja considerado como tal, o atendimento a certos requisitos mínimos. b) Validade – o fato de um negócio jurídico ser considerado existente não quer dizer que ele seja considerado perfeito, ou seja, com aptidão legal para produzir efeitos, o que exige o atendimento de determinados pressupostos legais. c) Eficácia – ainda que um negócio jurídico existente seja considerado válido, ou seja, perfeito para o sistema que o concebeu, isto não importa em produção imediata de efeitos, pois estes podem estar limitados por elementos acidentais da declaração. Esses três planos, portanto, servem para a análise minuciosa e científica do contrato, uma vez que permite a dissecação dos seus elementos de constituição, os pressupostos de validade e os fatores que eventualmente inferem na sua eficácia jurídica Elementos constitutivos do contrato (plano de existência do negócio jurídico). Para um negócio jurídico – e, consequentemente, um contrato – existir, quatro elementos se fazem necessários, de maneira simultânea. O primeiro deles, considerado a essência do negócio jurídico, é a manifestação de vontade. Como dissemos, sem querer humano, não há negócio jurídico e, não havendo negócio, não há que se falar em contrato. Antonio Junqueira de Azevedo: A declaração, uma vez feita, desprende-se do iter volitivo; adquire autonomia, como a obra se solta de seu autor. É da declaração, e não da vontade, que surgem os efeitos. Tanto é assim que, mesmo quando uma das partes, em um contrato, muda de ideia, persistem os efeitos deste. Como diz TARDE: ‘No momento em que se diz que minha vontade me obriga, esta vontade já não existe; ela se tornou estranha a mim, de modo tal que é exatamente como se eu recebesse uma ordem de outra pessoa’. Ou, ainda, como afirma BETTI, com bons exemplos e muita clareza: ‘Inversamente, o dogma em causa torna difícil justificar como possa vigorar uma ‘vontade’ sem estar sustentada e animada por uma pessoa viva e capaz; é o que acontece no testamento e pode acontecer no caso de incapacidade, que seja posterior à emissão da declaração (com a proposta), mas que surja antes que o negócio (contrato) esteja concluído (arts. 1.239 e 1.330 do CC italiano), ou antes que ele entre em vigor (se subordinando a uma condição). Na verdade, a vontade, como fato psicológico interno, já se determinou anteriormente: ela se exaure, como já dissemos, com a declaração ou com o comportamento, e neles permanece absorvida. Já, pelo contrário, o preceito de autonomia privada surge pela primeira vez como entidade duradoura, externa e desligada da pessoa do autor. O preceito opera para o futuro, vivendo vida própria, independente da vontade, que lhe deu o ser, e, talvez, até mesmo, se lhe contrapondo. Segue-se daí que, se a vontade, como fato psíquico, é alguma coisa que se confunde com a pessoa e não é concebível separada dela, o preceito do negócio é, por sua natureza normativa e não psicológica, alguma coisa de separado da pessoa, a ponto de se contrapor a ela (mesmo nos negócios unilaterais) e de a vincular’ O segundo elemento existencial: a presença de um agente, para manifestar tal vontade E, por fim, no contrato, essa manifestação de vontade do agente, para a realização desse objeto, precisa de uma forma para se exteriorizar. Presentes estes quatro elementos, podemos afirmar, sem a menor sombra pálida de dúvida, que o contrato, como negócio jurídico, existe no campo da realidade fática. Todavia, se ele pode – e deve – produzir efeitos é um outro campo de análise. Trata-se do plano de validade, a ser abordado no próximo subtópico Pressupostos de validade do contrato (plano da validade do negócio jurídico). Existente o contrato, é necessário verificarmos se ele é valido. De fato, embora a concreta manifestação de vontade seja suficiente, neste tópico, para reconhecer a existência de um contrato, a sua validade está condicionada a que esta vontade seja emanada de maneira livre e de boa-fé. Nesse campo, desponta o estudo dos vícios de consentimento e da boa-fé objetiva, para o qual remetemos o leitor. a) Capacidade b) Idoneo, possível, determinado ou determinável c) Forma prescrita em lei Fatores eficaciais do contrato (plano de eficácia do negócio jurídico). Existente e válido, pressupõe a produção de eficácia. Todavia em certos contratos, é possível inserção de elementos acidentais. Esses três elementos acidentais são os seguintes: a) Termo – evento futuro e certo, que protrai o começo da produção de efeitos (termo inicial) ou faz cessá-los (termo final) b) Condição – evento futuro e incerto que, se ocorrente, poderá dar início à produção de efeitos (condição suspensiva) ou fazer cessá-los (condição resolutiva). c) Modo/Encargo – determinação acessória acidental de negócios jurídicos gratuitos, que impõe ao beneficiário da liberalidade um ônus a ser cumprido, em prol de uma liberalidade maior FORMAS DE CONTRATO. Art. 107 Código Civil Liberdade é a regra do contrato. Exceções: Testamento, Transferência Direito Real. “Art. 227. Salvo os casos expressos, a prova exclusivamente testemunhal só se admite nos negócios jurídicos cujo valor não ultrapasse o décuplo do maior salário mínimo vigente no País ao tempo em que foram celebrados. Parágrafo único. Qualquer que seja o valor do negócio jurídico, a prova testemunhal é admissível como subsidiária ou complementar da prova por escrito”. PRINCIPIOS DO DIREITO CONTRATUAL. A respeito deles, discorre, com a maestria que lhe é peculiar, o jusfilósofo WILLIS SANTIAGO GUERRA FILHO, em indispensável obra: “Princípios, por sua vez, encontram-se em um nível superior de abstração, sendo igual e hierarquicamente superiores, dentro da compreensão do ordenamento jurídico como uma ‘pirâmide normativa’ (Stufenbau), e se eles não permitem uma subsunção direta de fatos, isso se dá indiretamente, colocando regras sob o seu ‘raio de abrangência’”1. a)princípio da autonomia da vontade ou do consensualismo; b) o princípio da força obrigatória do contrato; c) o princípio da relatividade subjetiva dos efeitos do contrato; d) o princípio da função social do contrato; e) o princípio da boa-fé objetiva; f) o princípio da equivalência material. Acima de todos, principio de dignidade da pessoa humana, de índole constitucional. Dignidade da pessoa humana possibilidade de realização plena, não apenas sobrevivência. Guinada do Direito Privado de extremamente patrimonialista para proteção das pessoas, sem ignorar a segurança patrimonial. Art. 1º. Inciso III da CF Art. 11 e 12 CC proteção ao direito da personalidade. Direitos Inerentes ao homem – acima do Direito Positivo – devendo o Estado apenas assegura-lo. Discutir a questão o interesse público sobre o privado - Limite WILLIS SANTIAGO GUERRA FILHO, maior autoridade brasileira no assunto: “Para que o Estado, em sua atividade, atenda aos interesses da maioria, consignados em direitos coletivos e difusos, igualmente respeitando os direitos individuais fundamentais, faz-se necessária não só a existência de normas para pautar essa atividade que, em certos casos, nem mesmo a vontade de uma maioria pode derrogar (Estado de Direito), como também há de se reconhecer e lançar mão de um princípio regulativo para ponderar até que ponto vai-se dar preferência ao todo ou às partes (princípio da proporcionalidade), o que também não pode ir além de certo limite, para não retirar o mínimo necessário a uma existência humana digna de ser chamada assim”11 PRINCIPIO DA AUTONOMIA DA VONTADE. Sem autonomia da vontade não há contrato. Distinguir aquestão da Dignidade da Pessoa Humana com a liberdade de contratação. ARNOLDO WALD, nesse particular, lembra-nos que “a autonomia da vontade se apresenta sob duas formas distintas, na lição dos dogmatistas modernos, podendo revestir o aspecto de liberdade de contratar e de liberdade contratual. Liberdade de contratar é a faculdade de realizar ou não determinado contrato, enquanto a liberdade contratual é a possibilidade de estabelecer o conteúdo do contrato. A primeira se refere à possibilidade de realizar ou não um negócio, enquanto a segunda importa na fixação das modalidades de sua realização” Consensualismo encontro de duas vontades. Claro está, entretanto, que, no curso do século XX, com o incremento tecnológico e a eclosão de guerras e revoluções que redesenhariam a arquitetura geopolítica do mundo, o individualismo liberal cederia lugar para o intervencionismo do Estado, que passaria a se imiscuir mais e mais na atividade econômica, abandonando o vetusto dogma francês do laissez-faire. Com isso, o reflexo dessa ingerência estatal se fez sentir nos sistemas jurídicos por meio do denominado “dirigismo contratual”. No dizer de WALD: “As ideias solidaristas e socialistas e a hipertrofia do Estado levaram, todavia, o Direito ao dirigismo contratual, expandindo-se a área das normas de ordem pública destinadas a proteger os elementos economicamente fracos, favorecendo o empregado, pela criação do Direito do Trabalho, o inquilino, com a legislação sobre locações, e o consumidor, por uma legislação específica em seu favor” Em razão da Globalização individualismo selvagem cedeu lugar ao solidarismo social. Assim, envolvem-se, nessa ideia de liberdade contratual e suas limitações por preceitos de ordem pública, três modalidades distintas que podem ser didaticamente compreendidas da seguinte forma: a) a própria liberdade de contratar: em regra, ninguém pode ser forçado a celebrar um negócio jurídico, pois isso importaria em um vício de consentimento a macular a validade da avença. Numa evidente flexibilização de tal regra (o que já mostra que nenhum princípio pode ser encarado seriamente como uma verdade absoluta para toda e qualquer situação, mas sim somente como uma verdade socialmente aceita, enquanto socialmente aceita), o direito positivo consagrou algumas situações de contratação obrigatória, como, por exemplo, em determinadas modalidades securitárias; b) a mencionada liberdade de com quem contratar: aqui, também, se visualiza uma ressalva, quando se verifica, por exemplo, a ocorrência de um monopólio na prestação de serviços, o que, por outro lado, também é hodiernamente combatido por normas de Direito Econômico, na busca da realização da livre concorrência, princípio constitucional insculpido no art. 170, IV, da Carta de 1988; c) a liberdade de estabelecimento do conteúdo do contrato, ou seja, a liberdade para escolher o que se vai contratar. Da mesma forma, constata-se facilmente uma limitação de tal modalidade no fenômeno do dirigismo contratual, sendo o contrato individual de emprego o exemplo mais evidente disso, uma vez que seu conteúdo mínimo é todo estabelecido, no sistema brasileiro, por normas constitucionais (art. 7.º da CF/88) e infraconstitucionais (CLT e legislação complementar) PRINCIPIO DA FORÇA OBRIGATÓRIA DO CONTRATO Pacta sunt servanda Utilidade econômica e social. Segundo ORLANDO GOMES, “o princípio da força obrigatória consubstancia-se na regra de que o contrato é lei entre as partes. Celebrado que seja, com a observância de todos os pressupostos e requisitos necessários à sua validade, deve ser executado pelas partes como se suas cláusulas fossem preceitos legais imperativos”. E arremata o ilustre civilista baiano: “Essa força obrigatória, atribuída pela lei aos contratos, é a pedra angular da segurança do comércio jurídico” Não se pode encara-lo como absoluto. Esse principio já foi utilizado como meio de opressão econômica. A teoria da imprevisão Aliás, a teoria da imprevisão, construída a partir da revivescência da vetusta cláusula rebus sic stantibus do direito canônico, é invocada quando um acontecimento superveniente e imprevisível torna excessivamente onerosa a prestação imposta a uma das partes, em face da outra que, em geral, se enriquece à sua custa ilicitamente Desvalorização do Real em relação ao dólar. Teoria da Onerosidade Excessiva ou Imprevisão. PRINCÍPIO DA RELATIVIDADE SUBJETIVA DOS EFEITOS DO CONTRATO Os contrato gera direito entre as partes, não erga omnes a terceiro. O caso, por exemplo, da estipulação em favor de terceiro e do contrato com pessoa a declarar. FUNÇAO SOCIAL DO CONTRATO E EQUIVALENCIA MATERIAL Trata-se de clausula geral (conceito aberto) que no caso concreto deve ser analisado pelo juiz... tem por objetivo tornar a relação contratual economicamente útil e socialmente valiosa. Falar sobre o plano de existência, validade e eficácia e contrasta-lo como normas de cunho social e moral. Socialização do contrato (função social). Boa-fé objetiva e função social do contrato (clausula geral) “Dotadas que são de grande abertura semântica, não pretendem as cláusulas gerais dar resposta, previamente, a todos os problemas da realidade, uma vez que estas respostas são progressivamente construídas pela jurisprudência. Na verdade, por nada regulamentarem de modo completo e exaustivo, atuam tecnicamente como metanormas, cujo objetivo é o de enviar o juiz para critérios aplicativos determináveis ou em outros espaços do sistema ou através de variáveis tipologias sociais, dos usos e costumes. Não se trata – é importante marcar desde logo esse ponto – de apelo à discricionariedade: as cláusulas gerais não contêm delegação de discricionariedade, pois remetem para valorações objetivamente válidas na ambiência social. Ao remeter o juiz a estes critérios aplicativos, a técnica das cláusulas gerais enseja a possibilidade de circunscrever, em determinada hipótese legal (estatuição), uma ampla variedade de casos cujas características específicas serão formadas por via jurisprudencial, e não legal. Em outros casos, por não preverem, determinadamente, quais são os efeitos ligados à infringência do preceito, abrem a possibilidade de serem também estes determinados por via de jurisprudência” A socialização do contrato não é ideia nova. Por se tratar de clausula geral e aberta é difícil sua conceituação, mas atuação em dois níveis: a) intrínseco – o contrato visto como relação jurídica entre as partes negociais, impondo-se o respeito à lealdade negocial e à boa-fé objetiva, buscando-se uma equivalência material entre os contratantes b) b) extrínseco – o contrato em face da coletividade, ou seja, visto sob o aspecto de seu impacto eficacial na sociedade em que fora celebrado Exemplo dos deveres de informação, confidencialidade, assistência, lealdade A analise do contrato não apenas como transferência de riqueza mas também desenvolvimento social. Art. 421 – CC Exercida em relação critério finalístico ou teleológico. PRINCIPIO DA EQUIVALENCIA MATERIAL Proporcionalidade entre as obrigações assumidas. BOA-FÉ COMO UM PRINCIPIO JURIDICO. Conceituar Boa fé objetiva e boa fé subjetiva. Boa-fé objetiva é o principio Boa-fé subjetiva: O homem de boa-fé tanto diz o que acredita, mesmo que esteja enganado, como acredita no que diz. É por isso que a boa-fé é uma fé, no duplo sentido do termo. Vale dizer, é uma crença ao mesmo tempo que é uma fidelidade. É crença fiel, e fidelidade no que se crê. É também o que se chama de sinceridade, ou veracidade, ou franqueza, é o contrário da mentira, da hipocrisia, da duplicidade, em suma, de todas as formas, privadas ou públicas, da má-fe O PRINCIPIO DA BOA-FÉ OBJETIVA. Deveres anexos. “Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração Art. 422 CC DESDOBRAMENTOBOA FE- Venire contra factum proprium. Art. 973 CC Art. 330 CC Supressio Silêncio ensurdecedor. Surrectio. Art. 330 CC Tu Toque Art. 180 CC Exceção de contrato não cumprido. Exceptio doli. É o exemplo, no direito positivo brasileiro, do art. 940, CC-02 (art. 1.531, CC-16), que preceitua que aquele “que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver prescrição FORMAÇÃO DOS CONTRATOS. Negócio jurídico bilateral convergência de vontade contrapostas. Núcleo volitivo dos contratos consentimento. Destacar o momento da formação dos contratos e dos interesses contrapostos até o consentimento firmado. Destacar da proposta a aceitação, e as vias percorridas até a aceitação (consentimento firmado). NEGOCIAÇÕES PRELIMINARES DO CONTRATO. A declaração de vontade é o primeiro e mais importante requisito da existência do negócio jurídico. A vontade se processa subjetivamente enquanto que a declaração é o momento objetivo de sua revelação, que passa a ser conhecida e a produzir efeitos. O contrato resulta de duas vontades. A proposta/oferta e a aceitação. Na maioria das vezes a oferta é precedida de uma fase longa ou não de negociação preliminar. Não confundir com contrato preliminar a ser estudado posteriormente. Embora as negociações preliminares não gerem direito e obrigações, ela faz surgir deveres para os contraentes, decorrentes da clausula geral de boa-fé e os deveres anexos: deveres de lealdade e correção, de informação, de proteção e cuidado e de sigilo. 1) PROPOSTA DE CONTRATAR. A proposta ou policitação passo posterior as negociações preliminares. Proponente. Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso. Exceções: Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta: I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante; II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente; III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado; IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente. Há situações em que a poderá ser analisada com vista a retomada de um pensamento direito de retratação (não é valida ao consumidor) ou a própria natureza do contrato (oferta pública). Há também o caso de validade da oferta. Pessoas ausentes e presentes relação imediata com o proponente (presente) ausente o oposto. Critica de Pablo Stolze a ausência dos contratos celebrados pelos meios virtuais no Código Civil de 2002. Como definir no mundo virtual a pessoa ausente e a presente??? Chat e e-mail. Tecidas tais considerações, retornaremos à análise do art. 428, sob comento, o qual enumera as seguintes hipóteses de perda da eficácia obrigatória da proposta: a) se, feita sem prazo à pessoa presente, não foi imediatamente aceita – ora, se se trata de pessoas presentes, infere-se daí que a resposta ou aceitação deve ser imediata, sob pena de perda de eficácia da oferta. Note-se que o legislador salienta considerar também presente a pessoa que contrata por telefone ou outro meio de comunicação semelhante (o mencionado chat, por exemplo); b) se, feita sem prazo à pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente – neste caso, a proposta é enviada, sem referência a prazo, e decorre tempo suficiente para a manifestação do aceitante, que o deixa transcorrer in albis. Interessante notar que o legislador, ao referir-se a “tempo suficiente”, consagrou uma expressão que encerra conceito aberto ou indeterminado, cabendo, portanto, ao julgador, sempre de acordo com o princípio da razoabilidade, aplicar da melhor forma a norma ao caso concreto. Como parâmetro pode o juiz, por exemplo, considerar “suficiente” o período de tempo dentro do qual, habitualmente, em contratos daquela natureza, costuma-se emitir a resposta; c) se, feita à pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado – nessa hipótese, a proposta é feita à pessoa ausente, com definição de prazo, e a aceitação não é expedida dentro do prazo dado. Exemplo: Caio envia correspondência a Tício, propondo-lhe a celebração de determinado contrato, consignando, na própria carta, o prazo de seis meses para a resposta (aceitação). Passam-se os seis meses e a resposta não é expedida. De tal forma, perde a proposta a sua obrigatoriedade. d) Se, antes dela (a proposta), ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente – aqui, antes da proposta, ou junto com ela, chega ao conhecimento da outra parte a retratação ou o arrependimento do proponente, caso em que a oferta perderá também a sua obrigatoriedade. Fora dessas hipóteses (arts. 427, segunda parte, e 428), portanto, a proposta obriga o proponente e deverá ser devidamente cumprida, caso haja a consequente aceitação. 2) OFERTA AO PUBLICO. Art. 429. A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os requisitos essenciais ao contrato, salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos. Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua divulgação, desde que ressalvada esta faculdade na oferta realizada. A distinção entre as demais ofertas diz respeito ao número de pessoas atingidas, novamente reforça a ideia de harmonização com a clausula de boa-fé obrigatoriedade ao ofertante, podendo-se retratar desde que utilizado o mesmo meio de oferta. Citar exemplo de feira livre. Discutir a contratação eletrônica – Exemplo VIVO e o pacote de Internet. MORTE DO PROPONENTE. Prestação infungível (personalíssima) e a questão da falência. 3) ACEITAÇÃO. Aquiescência a proposta formulada. Aceitação intempestiva, ou com alterações equivalera em nova proposta. Art. 430. Se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar tarde ao conhecimento do proponente, este comunicá-lo-á imediatamente ao aceitante, sob pena de responder por perdas e danos. Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará nova proposta. Art. 432. Se o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa, ou o proponente a tiver dispensado, reputar-se-á concluído o contrato, não chegando a tempo a recusa. Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao proponente a retratação do aceitante. Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, exceto: I - no caso do artigo antecedente; II - se o proponente se houver comprometido a esperar resposta; III - se ela não chegar no prazo convencionado. Art. 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto. Trabalhar Art. 432 – Comentando a referida norma, MARIA HELENA DINIZ exemplifica, com peculiar precisão: “Ter-se-á aceitação tácita quando: a) não for usual aceitação expressa. Por exemplo, quando um industrial costuma todos os anos enviar seus produtos a certa pessoa que os recebe e na época oportuna os paga, e, se num dado momento não convier a esta pessoa o recebimento da mercadoria, deverá avisar o industrial, sob pena de continuar vinculada ao negócio (RT, 232:227 e 231: 304; RF, 161:278); b) o ofertante dispensar a aceitação. Por exemplo, se alguém reserva acomodação num hotel, dizendo que chegará tal dia, se o hoteleiro não expedir a tempo a negativa, o contrato estará firmado”. A FORMAÇÃO DOS CONTRATOS COM AUSENTES. Aplicável ao mercadoeletrônico. a) teoria da cognição – para os adeptos dessa linha de pensamento, o contrato entre ausentes somente se consideraria formado quando a resposta do aceitante chegasse ao conhecimento do proponente. b) teoria da agnição (dispensa-se que a resposta chegue ao conhecimento do proponente): b.1. à subteoria da declaração propriamente dita – o contrato se formaria no momento em que o aceitante ou oblato redige, datilografa ou digita a sua resposta. Peca por ser extremamente insegura, dada a dificuldade em se precisar o instante da resposta. b.2. à subteoria da expedição – considera formado o contrato, no momento em que a resposta é expedida. b.3. à subteoria da recepção – reputa celebrado o negócio no instante em que o proponente recebe a resposta. Dispensa, como vimos, sua leitura. Trata-se de uma subteoria mais segura do que as demais, pois a sua comprovação é menos dificultosa, podendo ser provada, por exemplo, por meio do A.R. (aviso de recebimento), nas correspondências. Qual teoria foi adotada pelo Ordenamento Jurídico Pátrio? Resposta Art. 434 –Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao proponente a retratação do aceitante. Art. 434 – Teoria da Expedição com 3 exceções. E nas relações de consumo, como se posiciona a legislação quanto a oferta? Art. 30 – CDC. Mesmo escrita, senão chega ao conhecimento do consumidor, obriga o fornecedor? Exagero, obriga o fornecedor? Ex. melhor sabor, o mais bonito ausência de verificação objetiva. Há casos em que mesmo exagerado permite v.g melhor preço da capital. Art. 35 CDC. LUGAR DE FORMAÇÃO DO CONTRATO. Art. 435 – CC Questão de competência do juízo. E a contratação via Internet? Declaração de vontade no computador – Questão de IP. Exemplo a Gol oferece Internet.... UNCITRAL – Convenções das Nações Unidas para a Venda Internacional de Mercadoria – Convenção de Viena – 1980. Decreto Legislativo 538/2012. DA ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO. Explanar sobre o principio da relatividade da força do contrato. a) estipulação em favor de terceiro; b) promessa de fato de terceiro; c) contrato com pessoa a declarar a) Estipulante – b) promitente (cumpridor da obrigação) – c) Terceiro O terceiro não é participante da relação contratual, ainda que a obrigação vertera em seu favor. Cinco teorias/posições doutrinárias: a) Não passa de uma oferta a espera de aceitação. b) gestão de negócio – estipulante age como representante oficioso do terceiro. c) Um outra vai busca na declaração unilateral de vontade (difícil já que há duas vontades). d) Admite que o terceiro seja o beneficiário. e) Essa a mais próxima da realidade, considera como um contrato sui generis – A execução é de maneira peculiar. Fazer um triangulo a,b e c: A/B (estipulante e promitente) na celebração do contrato – Na execução é B e C (promitente e beneficiário). A/C relação entre o estipulante e terceiro (ex: revogação do beneficio ou substituição). Art. 436. O que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da obrigação. Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação, também é permitido exigi- la, ficando, todavia, sujeito às condições e normas do contrato, se a ele anuir, e o estipulante não o inovar nos termos do art. 438. Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o direito de reclamar-lhe a execução, não poderá o estipulante exonerar o devedor. Art. 438. O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o terceiro designado no contrato, independentemente da sua anuência e da do outro contratante. Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato entre vivos ou por disposição de última vontade. Como dito na aula anterior o seguro de vida é o caso mais comum de contrato com estipulação em favor de terceiro. Divórcio consensual nas quais se insiram clausula em favor dos filhos. EFEITOS. Leitura do Art. 436 e 437. PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO. Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, quando este o não executar. Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge do promitente, dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens. Art. 440. Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por outrem, se este, depois de se ter obrigado, faltar à prestação. Natureza jurídica? Pablo Stolze diz tratar de um negócio jurídico submetido a fator eficacial que limita o obligatio (responsabilidade civil pelo descumprimento). Duas fases: A da formação do contrato e da Execução (assim como na estipulação em favor de terceiro). Primeira fase tem-se o devedor ajusta uma obrigação com o credor (ele passa a ser o devedor). Na segunda fase (aceitação por parte do terceiro) substituiu-se o devedor. O devedor originário (obrigação de resultado) se obriga a conseguir a anuência do terceiro. – Não conseguindo e por não ser prestação fungível se converte em perdas e danos. So se desobriga se o terceiro for impossível de realizar a obrigação. Exemplo: Professor Sala de Aula / Cantor. Existe uma prestação imposta a terceiro. Existe a necessidade de aceitação do beneficiário? Caso do Seguro de Vida, o beneficiário poderá desistir implicara no plano de eficácia. (Execução do Contrato). E senão for cumprido, tem o beneficiário capacidade postulatória para exigir o cumprimento? CONTRATO COM PESSOA A DECLARAR. Art. 467. No momento da conclusão do contrato, pode uma das partes reservar-se a faculdade de indicar a pessoa que deve adquirir os direitos e assumir as obrigações dele decorrentes. Art. 468. Essa indicação deve ser comunicada à outra parte no prazo de cinco dias da conclusão do contrato, se outro não tiver sido estipulado. Parágrafo único. A aceitação da pessoa nomeada não será eficaz se não se revestir da mesma forma que as partes usaram para o contrato. Art. 469. A pessoa, nomeada de conformidade com os artigos antecedentes, adquire os direitos e assume as obrigações decorrentes do contrato, a partir do momento em que este foi celebrado. Art. 470. O contrato será eficaz somente entre os contratantes originários: I - se não houver indicação de pessoa, ou se o nomeado se recusar a aceitá-la; II - se a pessoa nomeada era insolvente, e a outra pessoa o desconhecia no momento da indicação. Art. 471. Se a pessoa a nomear era incapaz ou insolvente no momento da nomeação, o contrato produzirá seus efeitos entre os contratantes originários. Exemplo mais comum, é o da garagem de carro... Consignação. Não confundir com cessão contratual. CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS. PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES DOS CONTRATOS. Quanto aos direitos e deveres das partes envolvidas ou quanto à presença de sinalagma. O negócio jurídico pode ser unilateral, bilateral e plurilateral. Contrato Unilateral: O contrato unilateral é aquele em que apenas um dos contratantes assume deveres em face do outro. É o que ocorre na doação pura e simples, uma vez que há duas vontades (a do doador e a do donatário), mas do concurso de vontades surgem deveres apenas para o doador; o donatário apenas auferirá vantagens. Contrato Bilateral: o contrato será bilateral quando os contratantes são simultânea e reciprocamente credores e devedores uns dos outros, produzindo o negócio direitos e deveres para ambos, de forma proporcional. O contrato bilateral é também denominado contrato sinalagmático, pela presença do sinalagma, que é a proporcionalidade das prestações, eis que as partes têm direitos e deveres entre si (relação obrigacional complexa) Plurilateral: Ex. seguro de vida em grupo e consorcio. Quanto ao sacrifício patrimonial das partes: Oneroso: Os contratos onerosos são aqueles que trazem vantagens para ambos os contratantes, pois ambos sofrem o mencionadosacrifício patrimonial (ideia de proveito alcançado). Ambas as partes assumem deveres obrigacionais, havendo um direito subjetivo de exigi-lo. Gratuito: São aqueles que oneram somente uma das partes, proporcionando à outra uma vantagem sem qualquer contraprestação. No que concerne aos contratos gratuitos, deve ser observada a norma do art. 114 do CC, que prevê a interpretação restritiva dos negócios benéficos. O exemplo típico de contrato gratuito é a doação pura ou simples. Em regra todos os gratuitos onerosos são bilaterais. Enquanto que os gratuitos são unilateral, com exceções a exemplo do mutuo feneraticio. Discutir a questão da onerosidade excessiva. Quanto ao momento do aperfeiçoamento do contrato Consensuais Os contratos consensuais são aqueles negócios que têm aperfeiçoamento pela simples manifestação de vontade das partes envolvidas. São contratos consensuais a compra e venda, a doação, a locação, o mandato, entre outros, conforme será devidamente desenvolvido quando do estudo dos contratos em espécie. Reais Os contratos reais são aqueles que apenas se aperfeiçoam com a entrega da coisa (traditio rei), de um contratante para o outro. São contratos reais o comodato, o mútuo, o contrato estimatório e o depósito. Nessas figuras contratuais, antes da entrega da coisa tem-se apenas uma promessa de contratar e não um contrato perfeito e acabado. Quanto aos riscos que envolvem a prestação Comutativo: Em determinados negócios não existe o fator risco em relação às prestações, que serão certas e determinadas. A compra e venda, por exemplo, é, em regra, um contrato comutativo, pois o vendedor já sabe qual o preço a ser pago e o comprador qual é a coisa a ser entregue. Também é contrato comutativo o contrato de locação, pois as partes sabem o que será cedido e qual o valor do aluguel. Aleatório: a prestação de uma das partes não é conhecida com exatidão no momento da celebração do negócio jurídico pelo fato de depender da sorte, da álea, que é um fator desconhecido. O Código Civil de 2002 trata dos contratos aleatórios nos arts. 458 a 461: Discutir seguro – comutativo e aleatório. Contrato aleatório emptio spei (comprador assume a existência da coisa futura). Contrato aleatório emptio rei speratae: assume o risco da quantidade (comprador). Quanto à previsão legal Dessa forma, os contratos típicos são aqueles regulados por lei, enquanto os atípicos aqueles que não encontram previsão legal. Nos termos do citado dispositivo, é lícito às partes estipular contratos atípicos, desde que observadas as normas gerais estabelecidas pelo próprio Código Civil. “Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste Código”. Quanto à negociação do conteúdo pelas partes Paritário Adesão: Caio Mario: chamam-se contratos de adesão aqueles que não resultam do livre debate entre as partes, mas provêm do fato de uma delas aceitar tacitamente cláusulas e condições previamente estabelecidas” (Instituições..., 2004, p. 72) Art. 54 CDC Quanto a presença de formalidade. Consensuais: consensuais aqueles que se formam exclusivamente pelo acordo de vontades (solo consensu). É claro que todo contrato pressupõe o consentimento. Mas alguns existem para cuja celebração a lei nada mais exige que esse consentimento. Solene ou formal Chama-se contrato solene ou formal aquele para cuja formação não basta o acordo das partes. Exige-se a observância de certas formalidades, em razão das quais o contrato se diz, também, formal. As exigências legais, neste sentido, podem ser várias. Discorrer sobre adoção da forma pública por força de lei ou vontade das partes. Real Denomina-se real o contrato para cuja perfeição a lei exige a traditio efetiva do objeto. Nele, a entrega da coisa não é fase executória, porém requisito da própria constituição do ato. O consentimento é seu elemento, pois não pode haver contrato sem acordo de vontades. Mas não é suficiente, devendo integrar nele a tradição da coisa. Alguns doutrinadores criticam o contrato real. Entendem que o mesmo é bilateral e consensuais. Um assume a obrigação de receber a coisa e outro de entregar. Quanto ao momento do cumprimento Os contratos instantâneos ou de execução imediata são aqueles que têm aperfeiçoamento e cumprimento de imediato, caso de uma compra e venda à vista. Por outra via, os contratos de execução diferida têm o cumprimento previsto de uma vez só no futuro. O exemplo típico é uma compra e venda pactuada com pagamento por cheque pré ou pós-datado. Por fim, os contratos de execução continuada ou de trato sucessivo têm o cumprimento previsto de forma sucessiva ou periódica no tempo. Quanto à pessoalidade Os contratos pessoais, personalíssimos são aqueles em que a pessoa do contratante é um elemento determinante de sua conclusão. Diante desse fato, o contrato não pode ser transmitido por ato inter vivos ou mortis causa, ou seja, pelo falecimento da parte. Ocorrendo a morte do contratante que assumiu uma obrigação infungível, insubstituível, ocorrerá a extinção desse contrato pela cessação contratual VICIOS REDIBITÓRIOS E EVICÇÃO. Vício redibitório é o defeito oculto de que portadora a coisa objeto de contrato comutativo, que a torna imprópria ao uso a que se destina, ou lhe prejudica sensivelmente o valor. PRINCIPIO DA GARANTIA – O ADQUIRENTE, SUJEITO A UMA CONTRAPRESTAÇÃO TEM O DIREITO AO USO NATURAL DA COISA, E SE ELA LHE FALTAR, PRECISA DE ESTAR GARANTIDO CONTRA O ALIENANTE. a) defeito deve ser oculto – Não se considera oculto pelo simples fato do adquirente não exergar (negligência) não se aplica as relações de consumo – homem médio b) desconhecidos do adquirente (se ele tiver conhecimento mesmo que não seja aparente não há vicio). c) Contemporâneos ao negocio jurídico (existentes quando da celebração). d) Não é qualquer defeito, senão aquele que prejudica o uso natural da coisa, ou diminua seu valor quando da aquisição. Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor. Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas. Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441), pode o adquirente reclamar abatimento no preço. Art. 443. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu com perdas e danos; se o não conhecia, tão-somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato. Art. 444. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça em poder do alienatário, se perecer por vício oculto, já existente ao tempo da tradição. Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade. § 1o Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis. § 2o Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão os estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se o disposto no parágrafo antecedente se não houver regras disciplinando a matéria. Art. 446. Não correrão os prazos do artigo antecedente na constância de cláusula de garantia; mas o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante nos trinta dias seguintes ao seu descobrimento, sob pena de decadência. Por definição são defeitos ocultos que diminuem o valor ou prejudicam a utilização da coisa recebida por força de um contrato comutativo. Caso de garantia contratual. (para solucionara questão de prazo decadencial para coisas moveis mais complexas). E, afinal de contas, verificada a incidência de vício redibitório, quais seriam as suas consequências jurídicas? A teor do art. 442 do Código Civil (art. 1.105 do CC-16), abrem-se, para o adquirente, duas possibilidades: a) rejeitar a coisa, redibindo o contrato (via ação redibitória); b) reclamar o abatimento no preço (via ação estimatória ou “quanti minoris”). A primeira solução é a mais drástica. O alienatário, insatisfeito pela constatação do vício, propõe, dentro do prazo decadencial previsto em lei, uma ação redibitória, cujo objeto é, precisamente, o desfazimento do contrato e a devolução do preço pago, podendo inclusive pleitear o pagamento das perdas e danos. No segundo caso, prefere o adquirente, também dentro do prazo decadencial da lei, propor ação para pleitear o abatimento ou desconto no preço, em face do defeito verificado. Tal ação denomina-se ação estimatória ou “quanti minoris” PRAZO Art. 445 CC Art. 26 §3º. CDC EVICÇÃO. Evicção ideia de Perda Defeito no direito Reconhecimento judicial ou administrativo do direito anterior do Evictor. Vê-se, portanto, dessas breves noções conceituais introdutórias, que, da evicção, participam três personagens fundamentais: a) alienante; b) adquirente (evicto); c) terceiro (evictor). Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública. Art. 448. Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade pela evicção. Art. 449. Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a evicção, se esta se der, tem direito o evicto a receber o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube do risco da evicção, ou, dele informado, não o assumiu. Art. 450. Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da restituição integral do preço ou das quantias que pagou: I - à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir; II - à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultarem da evicção; III - às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído. Parágrafo único. O preço, seja a evicção total ou parcial, será o do valor da coisa, na época em que se evenceu, e proporcional ao desfalque sofrido, no caso de evicção parcial. Art. 451. Subsiste para o alienante esta obrigação, ainda que a coisa alienada esteja deteriorada, exceto havendo dolo do adquirente. Art. 452. Se o adquirente tiver auferido vantagens das deteriorações, e não tiver sido condenado a indenizá-las, o valor das vantagens será deduzido da quantia que lhe houver de dar o alienante. Art. 453. As benfeitorias necessárias ou úteis, não abonadas ao que sofreu a evicção, serão pagas pelo alienante. Art. 454. Se as benfeitorias abonadas ao que sofreu a evicção tiverem sido feitas pelo alienante, o valor delas será levado em conta na restituição devida. Art. 455. Se parcial, mas considerável, for a evicção, poderá o evicto optar entre a rescisão do contrato e a restituição da parte do preço correspondente ao desfalque sofrido. Se não for considerável, caberá somente direito a indenização. Art. 456. Para poder exercitar o direito que da evicção lhe resulta, o adquirente notificará do litígio o alienante imediato, ou qualquer dos anteriores, quando e como lhe determinarem as leis do processo. (Revogado pela Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência) Parágrafo único. Não atendendo o alienante à denunciação da lide, e sendo manifesta a procedência da evicção, pode o adquirente deixar de oferecer contestação, ou usar de recursos. (Revogado pela Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência) Art. 457. Não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a coisa era alheia ou litigiosa. Contrato Gratuito é protegido pela Evicção? Discorrer sobre quem deve responder no caso de hasta pública. Denunciação a Lide EXTINÇÃO DO CONTRATO. Antes necessitamos falar sobre: Execução imediata (execução se da em um único ato), diferida (execução se da em vários atos) e de trato sucessivo (protrai no tempo – típico de contrato de locação por prazo indeterminado, cuja extinção se dá pela resilição). Art. 472 a 480 CC Convém destacar que como tudo na vida que nasce, cresce e morre, o mesmo acontece com o contrato, que, via de regra, é para ser cumprido. a) morte natural do contrato ocorre o que esperado pelas partes: Exaurimento da obrigação ou ocorrência da condição resolutiva. As causas que posteriormente verificadas que podem dar fim ao contrato podem ser: Contemporânea à celebração; Causas anteriores à celebração; (extinção, resilição, resolução ou rescisão) quando referir-se ao gênero são sinônimos: Quando especificamente sobre determinado contrato (espécie). Quando anteriores ou contemporânea (extinção) Quanto aos motivos supervenientes: resilição (extinção baseada na declaração de vontade unilateral) resolução extinção fundamentada por descumprimento, e rescisão modalidade especifica para hipóteses de desfazimento. Morte ou ocorrência de fato superveniente e força maior (não podem ser ignoradas). EXTINÇÃO NATURAL DO CONTRATO Cumprido ou exaurida a obrigação, extingue-se ex-nunc a relação contratual havida entre as partes, fácil verificação nos contratos instantâneos (compra e venda), ou contrato de prestação de serviço (musico a exemplo). Fatores eficaciais. Vencimento do termo. Contrato de Experiência de trabalho (distinguir a regra por prazo indeterminado) assistência técnica. Implemento de condição resolutiva. Termo é um evento certo, mas pode-se na celebração do contrato a ocorrência de um evento futuro e incerto a condição. Ex: Retrovenda. Frustração da condição suspensiva: Contextualizar o plano de validade, existência e eficácia para o caso de ganhar na loteria. (fim da loteria) impossibilidade jurídica de sua execução. EXTINÇÃO NÃO NATURAL DO CONTRATO (ACIDENTAL) Para melhor compreensão dividida em: CAUSAS ANTERIORES OU CONTEMPORÂNEA A FORMAÇÃO DOS CONTRATOS: Nulidade ou anulabilidade. Transgressão da ordem pública, efeito retrospectivos (ex tunc). A ocorrência de nulidade absoluta ou relativa, influência no contrato a ponto de inviabilizar sua eficácia. Art. 169 CC Art. 166 CC Impossível convalidação. Anulável: Imperfeição da vontade. O ato anulável, por outro lado, pode ser confirmado pelas partes quando não houver prejuízo a direito de terceiros. Note que tal possibilidade não existe para os atos nulos. O art. 178, aliás, estabelece prazo decadencial para o pedido de anulação do ato. A anulabilidade não pode ser declarada de ofício pelo juiz, devendo ser peticionada pela parte interessada. Art. 171 CC Redibição Explicado na aula anterior Direito de Arrependimento. CDC – compra realizada fora do estabelecimento (Art. 49) CAUSAS SUPERVENIENTES A FORMAÇÃO DO CONTRATO. Tem-se que o contrato concretizou de forma plena (existência, validade, eficácia), e posteriormente ocorreu uma causa que enseja sua extinção. Resilição: Art. 472 e 473 Produção de efeito ex nunc. Bilateral (chamado de Distrato) a) Forma (art. 472) ORLANDO GOMES: “Todos os contratos podem ser resilidos, por distrato. Necessário, porém, que os efeitos não estejam exauridos, uma vez que a execução é a via normal da extinção. Contrato extinto não precisa ser dissolvido. Se já produziram alguns efeitos, o acordo para eliminá-los não é distrato mas outro contrato que modifica a relação. Geralmente o distrato é utilizado nos contratos de execução continuada para desatar o vínculo antes do advento de seu termo extintivo, mas pode ser convencionado para pôr termo a contrato por tempo indeterminado. Claro é que se o contrato cessa por se ter expirado o prazoestipulado, não há que falar em distrato, pois, nesse caso, dá-se a extinção normal, por execução” Unilateral Art. 473 – discorrer sobre junção de vontades e autonomia da vontade, tentando a discussão sobre a (im)possibilidade de resilição em qualquer contrato. Relação de Trabalho com prazo indeterminado aviso prévio (melhor exemplo) denúncia locação imóvel prazo indeterminado. Art. 6º. da Lei 8.245 (Lei locação) Ato jurídico que se processa a resilição é a denúncia, denúncia contratual. a) Limitação temporal Discutir a questão de investimento com boa-fé objetiva (assistência técnica autorizada). b) c) Formas especiais. b.1) Revogação Contrato de Mandato e Doação. b.2) Renúncia Art. 688 CC/02. Resolução Extinção do contrato fundada no descumprimento do acordado. (inadimplemento culposo ou voluntário) Discorrer sobre a questão da boa fé e na manutenção Se o contrato é feito para ser cumprido, o não cumprimento pode ensejar a parte lesada o direito de resolver o contrato. A expressão pode é por precisão técnica, já que deve sempre prestigiar a tutela especifica da obrigação. De fato, seja pela recusa – justificada ou não – do devedor, seja por fatos alheios à sua vontade, como, por exemplo, no caso fortuito ou de força maior, sempre será possível ao interessado (parte lesada pelo descumprimento) pedir a resolução do contrato, extinguindo-se o vínculo contratual. Aqui é necessário discutir a questão da onerosidade excessiva e a exceção de contrato não cumprido (matéria de defesa do “devedor”), discutiremos em momento oportuno. Resolução por inexecução voluntária: A resolução por inexecução voluntária decorre de comportamento culposo de um dos contraentes, com prejuízo ao outro. Produz efeitos ex tunc, extinguindo o que foi executado e obrigando a restituições recíprocas, sujeitando, ainda, o inadimplente ao pagamento: a) das perdas e danos; e b) da cláusula penal, convencionada para o caso de total inadimplemento da prestação (cláusula penal compensatória), em garantia de alguma cláusula especial ou para evitar o retardamento (cláusula penal moratória), conforme os arts. 475 e 409 a 411 do Código Civil. Em sendo de trato sucessivo, a resolução não produz efeitos retroativos, mas sim prospectivos. CLAUSULA RESOLUTIVA EXPRESSA: As partes podem prever, no próprio conteúdo do contrato, que, caso haja descumprimento, o mesmo será considerado extinto. Em todo contrato bilateral, por força da interde-pendência das obrigações, o descumprimento culposo por uma das partes deve constituir justa causa para a resolução do contrato, uma vez que, se um é causa do outro, deixando-se de cumprir o primeiro, perderia o sentido o cumprimento do segundo. (Clausula Resolutiva Tácita). “Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de interpelação judicial”. Destacar a questão do pleno direito (risco de prestigiar o devedor), possibilidade de tutela especifica para cumprimento forçado. Dessa forma, havendo o inadimplemento, e optando a parte lesada pela resolução, duas situações poderão advir: a) Há cláusula resolutória expressa: nesse caso, uma manifestação judicial terá efeito meramente declaratório, operando-se ex tunc. A provocação do Estado- Juiz somente se faz necessária para assegurar uma certeza jurídica, o que é, em essência, a finalidade de qualquer postulação de natureza declaratória. Ademais, podem-se cumular pretensões (postulações condenatórias), ao exigir restituição de parcelas pagas, devolução de bens e indenização pela extinção do contrato. b) Não há cláusula resolutória expressa: nesse caso, entende-se ser imprescindível a interpelação judicial para desconstituir o vínculo contratual, uma vez que não é razoável se imaginar que, em um contrato sinalagmático, uma das partes tenha de continuar a cumprir a sua prestação, se a outra se abstém de tal mister. A finalidade de tal interpelação é justamente cientificar a parte contrária da intenção de considerar resolvido o contrato, podendo ser suprida por outra forma de cientificação. Orlando Gomes, civilista baiano: “Não se rompe unilateralmente sem a intervenção judicial. Nenhuma das partes pode considerá -lo rescindido, havendo inexecução da outra. Há de pedir a resolução. Sem a sentença resolutória, o contrato não se dissolve, tenha como objeto imóvel loteado, ou não Discutir a questão de devolução por parte do credor, reavendo bens alienados em prestação, sem a devida compensação – Vedação pacto comissório real (art. 1.428 CC/02)” Art. 53. Nos contratos de compra e venda de móveis ou imóveis mediante pagamento em prestações, bem como nas alienações fiduciárias em garantia, consideram-se nulas de pleno direito as cláusulas que estabeleçam a perda total das prestações pagas em benefício do credor que, em razão do inadimplemento, pleitear a resolução do contrato e a retomada do produto alienado. Discutir teoria do adimplemento substancial. https://tj-mg.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/820048247/apelacao-civel-ac-10027050650756001- mg/inteiro-teor-820048307?ref=juris-tabs https://scon.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=BUSCA+E+APREENSAO+ADIMP LEMENTO+SUBSTANCIAL&b=ACOR&thesaurus=JURIDICO&p=true Discutir o Art. 477 do CC. Rescisão: “rescisão s.f. (1813 cf.ms 2) ação de rescindir 1 anulação de (contrato) 1.1 JUR ato através do qual um contrato deixa de surtir efeitos devido a um vício nele contido; anulação 2 rompimento, corte. ETIM lat. rescissio, onis ‘rescisão, anulação; supressão, destruição’, com dissimilação das sibilantes” Boa parte da doutrina, considera a rescisão para os casos dos contratos que tenham sido celebrados em estado de perigo ou lesão. Direito Trabalho utiliza rescisão para todos os casos. Lei Licitação utilização rescisão do contrato, onde o termo seria melhor utilizado é a resolução. MIGUEL MARIA DE SERPA LOPES, o qual, após registrar a confusão terminológica existente, prefere concluir que, em nosso Direito, a rescisão deve, de fato, ser tratada como causa extintiva do contrato em caso de nulidade, seguindo a linha do Código Civil francês. MORTE DO CONTRATANTE Orlando Gomes: “Entre as causas de extinção dos contratos, a morte de um dos contratantes ocupa lugar à parte. Sua inclusão nos outros modos de dissolução não tem realmente cabimento. Não é possível afirmar- se que resolve o contrato. Sem dúvida, impossibilita sua execução, ou faz cessá-la definitivamente, mas, a rigor, não pode ser considerada inexecução involuntária, porque seus efeitos não se igualam aos do caso fortuito. Não se justifica, também, enquadrá-la entre as causas de resilição, como procede a doutrina francesa, pois a resilição se caracteriza por ser consequência de manifestação da vontade de um ou dos dois contratantes” Com exceção da obrigação personalíssima, equipara-se a incapacidade superveniente, já que terá produzido efeitos ate a ocorrência do evento morte. Transmite aos herdeiros nos demais casos. A cláusula “rebus sic stantibus” (nos contratos comutativos, de trato sucessivo e de execução diferida, a existência implícita (não expressa) de uma cláusula, pela qual a obrigatoriedade de seu cumprimento pressupõe a inalterabilidade da situação de fato. Se esta, no entanto, modificar -se em razão de acontecimentos extraordinários, como uma guerra, que tornem excessivamente oneroso para o devedor o seu adimplemento, poderá este requerer ao juiz que o isente da obrigação, parcial ou totalmente) e a teoria da imprevisão – “Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em vir tude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato.
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