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Metodo para Organizar Acervo de Biblioteca

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Método, tempo e criatividade para organizar a biblioteca em casa
De etiquetas colantes a software complexos, o que vale são os critérios pessoais de cada proprietário
Revista Entre Livros Junho 2005
Por Rachel Botelho
“Tinha preguiça de procurar um livro, porque sabia que não o encontraria.” A frase do economista e ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega resume bem a situação de quem formou ao longo da vida uma biblioteca particular de fôlego, mas por falta de tempo, método ou paciência, não conseguiu organizá-la.
Arrumar um acervo de 2.000 ou 3.000 mil volumes é trabalhoso – um bibliotecário pode levar mais de um ano para acabar a tarefa – e exige criatividade. Isto porque, diferentemente do que ocorre em bibliotecas públicas, não há regras para organizar um acervo de acesso restrito. “Uma biblioteca particular dificilmente precisa ‘conversar’ com outra, por isso seu dono pode escolher como organizá-la”, explica Marfísia Lancellotti, diretora técnica da biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo. “O método tem de partir das necessidades do dono do acervo”, concorda Ana Regina Luz Lacerda, responsável pela organização da biblioteca do sociólogo Francisco de Oliveira, um dos principais teóricos de esquerda do país. “As bibliotecas particulares são direcionadas para certos interesses, por isso o critério de Dewey não é o melhor”, afirma Ana Regina.
Na Mário de Andrade, como na maioria das bibliotecas públicas do mundo, utiliza-se o Código Decimal de Dewey – criado em 1876 pelo matemático norte-americano que o batizou – para separa os livros por assunto. O CDD enquadra o conhecimento humano em dez classes principais: na 100 estão as obras sobre filosofia; na 200, as de religião, até a classe 000, de generalidades. A 800 abarca literatura e suas subdivisões – literatura brasileira, por exemplo, é identificada pelo número 869.
Mas a professora de biblioteconomia da USP, Regina Keiko Ferreira Amaro, defende o uso do código como apoio. “Para não quebrar a cabeça na hora de definir os temas”, explica. Segundo ela, o primeiro passo é separar os livros diferentes e juntar os iguais, não importa o critério.
Maílson da Nóbrega desenvolveu um método próprio para organizar seus 2.000 volumes, a maioria deles sobre economia, finanças, história e instituições. “agrupava por tema, só que separava os escritos em português e inglês, de forma que os assuntos se repetiam”, conta. Maílson não se preocupou com a ordem alfabética, mas sim em reunir os livros do mesmo autor. “Com o tempo, foi ficando difícil organizar, então acabei contratando uma empresa (SSG – Serviços e Sistemas Gerenciais).”
Apesar de ter ficado satisfeito com a nova biblioteca, o ex-ministro aponta um inconveniente na delegação da tarefa. “A classificação tem uma subjetividade que não é a minha, então um livro que eu classificaria como economia nacional pode estar em história”, exemplifica, afirmando que pretende rever os temas.
O engenheiro aposentado Márcio Gomes também testou diferentes métodos. Começou a distribuir seus 2.000 livros nas estantes seguindo a ordem alfabética, mas não ficou satisfeito. “A biografia de Mozart ficava muito longe da de Wagner, então preferi criar uma prateleira só de música e, nela, colocar os livros em ordem alfabética de autor”, conta. Fã de Honoré de Balzac e Anton Tchecov, Gomes calcula que metade de seu acervo, adquirido ao longo de três décadas, seja de literatura. O restante trata de filosofia, teatro, história e informática, entre outros temas.
De acordo com o livro “Organização e Administração de Bibliotecas”, de Heloísa de Almeida Prado, há três maneiras principais de arrumar as obras nas estantes. A arrumação fixa procura reunir os livros de acordo com o tamanho, sem considerar o assunto. Já a arrumação relativa reúne livros que tratam do mesmo assunto. A arrumação mista consiste em agrupar os livros por assunto e, dentro deles, atender ao tamanho.
Independentemente do método escolhido, é importante manter um catálogo atualizado das obras. Há tempos, o antigo fichário anotado à máquina foi substituído por programas de computador – de simples editores de texto a programas especializados. “O mais importante é ter dados precisos para recuperar a informação”, acredita Cristina Antunes, autora do livro Memórias de uma guardadora de livros, onde conta sua experiência de mais de duas décadas na organização do acervo do bibliófilo José Mindlin. “O que está no computador precisa corresponder ao que está na estante”.
A tarefa é complexa, mas é fácil. “Quem consegue organizar os mantimentos na geladeira tem condições de arrumar sua biblioteca”, brinca a professora Regina Ferreira Amaro.
Organização:
- Primeiro, separe o acervo por tipo de material: livros, catálogos, periódicos, folhetos;
- Separe os livros por tema ou autor (como preferir). Uma consulta ao sumário do Código Decimal de Dewey (www.oclc.org) pode ser útil na escolha dos temas;
- Depois, defina a ordem dos temas/autores nas prateleiras. Literatura na sala e livros de consulta no escritório pode ser uma boa opção;
- Se quiser, crie siglas ou um sistema de cores que identifique cada tema e cole uma etiqueta em cada exemplar com essa informação. Facilita na hora de devolver um livro à estante;
- Dentro de cada tema, organize os livros pela ordem de sobrenome do autor. Se necessário, coloque os títulos em ordem alfabética também.
- Separe os temas na estante com ajuda de uma cartolina;
- Se possível, deixe um terço da estante livre, para comportar o crescimento.
- Escolha um programa de computador para catalogar seu acervo. Pode ser uma simples lista no Word, o avançado Microisis (www.grupospisis.com.br/news) ou o LightBase (www.lightinfocon.com.br). 
Curso de graça 
Se você toma conta de uma biblioteca de escola pública, pode conseguir de graça cursos de capacitação, com financiamento do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), do Ministério do Trabalho. Informe-se no seguinte endereço: Esplanada dos Ministérios, Bloco F, sala 734, CEP 70059-900, Brasília, DF.
O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) instituiu o Programa Nacional de Bibliotecas Escolares e a Secretaria de Política Cultural do Ministério da Cultura (MinC), em conjunto com o MEC, vem criando bibliotecas públicas por meio do programa Uma Biblioteca em Cada Município. Convém procurar esses órgãos. O telefone do FNDE é 0800610404 e o do MinC, (061) 223-9290.
INSTALAÇÃO DO ESPAÇO/BIBLIOTECA
1. Local adequado (como deve ser a sala)
a- A sala não pode ser úmida;
b- A iluminação deve ser farta;
c- Sala bem ventilada;
d- Recomenda-se que a sala tenha mesas e cadeiras, para que os alfabetizadores, alfabetizandos e a comunidade em geral possam estudar e ler, sozinhos ou em grupo.
2. Funcionamento da biblioteca/sala
Para que a biblioteca/sala tenha um bom funcionamento no que se refere a organização dos livros , faz-se necessário:
a- Registrá-los
Os livros devem ficar à disposição dos professores, alunos e da comunidade em geral, mas sempre retornar à biblioteca. Sendo assim, é preciso que a pessoa responsável pela biblioteca/sala saiba que livros fazem parte do acervo. Para ter este controle a primeira medida é fazer o registro de todos os livros que existem na biblioteca e de todos que vierem a fazer parte do acervo.
A princípio, pode-se utilizar um caderno especialmente preparado para esse fim ou um fichário; o mesmo deve conter colunas onde são anotados os dados mais importantes, como por exemplo nome do autor e obra. Ressalta-se que um registro no mínimo deve conter um número de entrada para cada livro chamado “número de tombo”, seguido do nome do livro e do autor e data de entrada.
Os livros que este município recebeu ou receberá deverão ter tombamento explícito e a utilização dos mesmos não é exclusividade dos alunos e alfabetizadores da Alfabetização Solidária.
b- Classificá-los
A classificação é utilizada para reunir os livros na estante. Uma das formas mais simples é classificar os livros em grupos e em cores. Em grupos de acordo com seugênero: ficção, poesia, prosa... Exemplo de classificação de obras segundo seu gênero: Angústia (Graciliano Ramos) - ficção-prosa; Poesia Completa (Jorge de Lima) – ficção-poesia; Formação do Brasil Contemporâneo (Caio Prado Junior) – não ficção; Atlas Atual de Geografia (Vicenzo Raffaele Bochicchio) – obras de referência.
Cada livro também deve ter uma etiqueta de identificação contendo o nome do grupo ao qual faz parte, o nome do autor e também deve ter cor, para que a mesma indique o grupo ao qual pertence o livro, isto facilitará a localização do livro na estante.
3. Regras para empréstimo do acervo
Para que o livro possa ser emprestado, a biblioteca precisa ter um mínimo de controle. A princípio o livro precisa ser preparado para empréstimo. Recomenda-se que se elabore um cartão de empréstimo. Este cartão deve ter a identificação do livro (título, autor e número de classificação). Sugere-se que deixe espaço para anotações básicas de controle de empréstimo, exemplo: nome da pessoa que retirou o livro e datas de retirada e devolução. Na última folha do livro, cole um cartão para anotar a data em que o livro deve ser devolvido e guarde o cartão de empréstimo em um fichário ou caixa de empréstimo.
Caso o número de pessoas que retiram os livros seja grande, é bom que se faça a inscrição dos usuários.
4. Cuidados que se deve ter com o acervo
a- Vire a página dos livros pelo meio (nunca molhe os dedos para virar as páginas, pois pode manchar o papel);
b- Não risque, escreva ou faça qualquer tipo de marca nos livros;
c- Não dobre as folhas nem use clipes para marcar as páginas;
d- Não arranque as folhas do livro;
e- Limpe, periodicamente, os livros com um pano seco tirando toda a poeira;
f- Não manuseie os livros com as mãos sujas;
g- Somente utilize cola para conserto dos livros.
5. Soluções para alguns problemas (adaptações que podem ser realizadas)
Se seu município não possui as condições ideais para instalação do espaço/biblioteca, recomenda-se alguma adaptação:
Problema: Não existe espaço exclusivo para instalação da biblioteca/sala
Solução: Coloque uma estante em uma sala de aula, na secretaria do colégio ou até mesmo em uma sala da prefeitura, o importante é que os alfabetizadores, alfabetizandos e a comunidade em geral tenha acesso aos livros.
Problema: Não existem estantes para colocar o acervo.
Solução 1:Monte uma estante utilizando tábuas e tijolos. Na falta dos tijolos, utilize cordas e tábuas de madeira. Perfure cada tábua em suas extremidades, para passar as cordas.
Solução 2: Também podem ser utilizadoos caixotes para colocar os livros, os mesmos devem ser empilhados uns sobre os outros.
Problema: Não existe luz elétrica no espaço reservado para colocar o acervo.
Solução: Coloque as mesas e cadeiras o mais próximo das janelas.
6. Estratégias de motivação para leitura
Sugere-se que se mobilize os alfabetizadores para que estes desenvolvam as estratégias abaixo com os alfabetizandos em sala de aula.
a- Oficina de Leitura
A oficina tem por objetivo a reunião de alunos que passam um determinado período lendo livros, revistas, jornais e depois desenvolvem textos, trabalhos baseados na leitura que foi feita.
b - Varal de poesias
Configura-se em um varal mesmo, são colocados um ou mais cordões esticados e com auxílio de pregadores de roupas são fixados poemas, poesias, textos produzidos pelos alunos. O varal chama mais atenção que o mural.
c - Dramatização/ Teatro/ Representação
O objetivo é colocar o texto em ação. É uma maneira de despertar o interesse para leitura no que se refere a determinado autor ou tipo de literatura.
d- Debates
As notícias e os temas atuais podem ser debatidos em sala de aula. O debate pode ativar o interesse pela leitura de um bom livro.
e- DDia de Leitura
Trata-se de um dia reservado para leitura, com brincadeiras e jogos elaborados e desenvolvidos a partir dos textos lidos.
OBSERVAÇÃO:
Lembre-se: “lugar de livro é na mão de aluno/leitor e não na estante”.
CONCLUSÃO
As orientações e sugestões de como organizar e manusear o acervo ora apresentadas, vêm ressaltar que não basta enviar os livros para o município, é preciso colocá-los nas mãos dos leitores, que são: alfabetizadores, alfabetizandos e a comunidade em geral. Também se faz necessário intervir com estratégias de motivação para leitura, permitindo que o diálogo se estabeleça não só entre leitores - autores - textos, mas também entre leitores (alfabetizandos) e professores (alfabetizadores) da classe.
O ato de ler implica necessariamente um diálogo com o mundo e com o envio do acervo aos municípios parceiros, a Alfabetização Solidária trabalha proporcionando a ampliação da visão de mundo daqueles que têm acesso aos livros, permitindo assim, uma maior conscientização dos mesmos para o exercício de sua cidadania.
BIBLIOGRAFIA
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Manual básico da biblioteca da escola (MEC/FNDE). Brasília: 1998.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Manual pedagógico da biblioteca da escola (MEC/FNDE). Brasília: 1998.
TEIXEIRA, R.L. Capacitação de educadores para o trabalho nas salas de leitura das EMEIs. São Paulo:SME,1998.
Alfabetização Solidária
Departamento de Projetos Especiais
Gerência de Projetos Especiais
Fones: 0800 61 02 02 Ramais: 3811 3955
61- 319 3811, 319 3955 e 319 3881.

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