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TEORIA DA PENA - SEGUNDA

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TEORIA DA PENA
· HISTÓRIA DAS PENAS:
a) Antiguidade:
- Prisão = custódias (até sofrer a pena)
- Pena = morte geralmente 
b) Idade média:
- Punições cruéis (torturas)
- Não havia distinções (velho, criança, adulto, gênero)
- Prisão: de estrado (políticos) e eclesiásticos (clérigos, penitencia reaproximação de deus) 
c) Idade moderna:
- Casas de correção presos como mão-de-obra (trabalho) 
	- Casas de trabalho (Holanda) relacionado a igreja, trabalho para preso (ocupação)
	JUS PUNIEND (pretensão de d. material), só cobre ao estado o direito de punir
		 X
	JUS PERSEQUEND IN JUDICIO (D. de ação), cabe a polícia cumprir
	
· CONCEITO DE PENA:
‘Sanção penal de caráter aflitivo, imposta pelo estado, em execução de uma sentença, ao culpado pela pratica de uma infração penal, consistente na restrição ou privação de um bem jurídico, cuja finalidade é aplicar a retribuição punitiva ao delinquente, promover sua reabilitação social e prevenir novas transgressões pela intimidação dirigido à coletividade’ (Capez)
· FINALIDADE DA PENA:
1. Absoluta ou retribuição (antigamente) simplesmente punir 
2. Finalista, utilitária ou prevenção 
- Prevenção geral: intimidação a coletividade 
- Prevenção especial: retira da sociedade o individuo 
3. Mista ou eclética: nosso sistema penal (três finalidades da pena)
· CARACTERÍSTICAS DAS PENAS:
a) Legalidade (Art. 1°, CP, 2°P E Art 5°, XXXIX,CP)
b) Anterioridade ‘igual anterior “
c) Personalidade (Art 5°, XLV,CF) não passa gerações 
d) Individualidade (mérito e culpabilidade) mesmo crime pena diferente
e) Inderrogabilidade não importa o tamanho a pena tem que ser cumprida 
f) Proporcionalidade (Art 5°, XLVl e XLVll, CF
g) Humanidade (Art 5°, XLVll e Art 75,CP
· DA AÇÃO PENAL 
Conceito: é o direito de pedir ao estado-juiz aplicação do direito penal adjetivo a um caso concreto. E também o direito público subjetivo do estado-administração, único titular do poder-dever de punir, de pleitear ao estado-juiz a aplicação do direito penal objetivo, com a consequente satisfação da pretensão punitiva.
Características: 
a) É autônomo, não se confunde com o direito material que se pretende tutelar;
b) É abstrato, que independe do resultado final do processo;
c) É subjetivo, porque o titular pode exigir do estado-juiz a prestação jurisdicional;
d) É direito público, porque a atividade jurisdicional que se pretende provocar é de natureza pública.
Espécies:
a) Ações penais públicas – peça Inicial = denuncia 
- Incondicionadas
- Condicionadas representações 
b) Ações penais privadas peça Inicial = queixa crime
- Propriamente dita ou exclusivamente privada
- Subsidiaria da pública
- Personalíssimo 
	Princípios:
 	Pública 			Privada
	- Obrigatoriedade	- oportunidade ou conveniência 			
	- Indisponibilidade	- Disponibilidade 
	- Oficialidade 		- Indivisibilidade
	- Oficiosidade 		- Intranscendência 	
	- Autoridade
	- Indivisibilidade
	- Intranscendencia 
	DIREITOS DOS PRESOS: ( Art 38, CP e Art 3°, 40° e 41 da LEP Lei 7.210/84, e CF)
1) Direito a vida;
2) Direito a integridade física e moral, Art 5° CF
3) Direito da igualdade, Art 3° CF
4) Direito de propriedade
5) Direito de liberdade de pensamento e convicção religiosa, Art 220 CF
6) Direito a inviolabilidade, vida privada, honra e imagem;
7) Direito de petição aos poderes públicos em defesa de direitos ou contra abuso do poder 
8) Direito à assistência jurídica: CF, art. 5º, LXXIV + LP, arts. 15, 16, e 41, IX + art. 7º, III da Lei 8.906/94;
9) Direito à educação e à cultura: CF, arts. 205 e 215 + LEP, art. 11, IV; arts. 17 a 21 + CF, art. 208, I.
10) Direito ao trabalho remunerado – CF, art. 6º + LEP, art. 29 e CP art. 39 – veremos nos próximos conteúdos.
11) Direito à indenização por erro judiciário – CF, art. 5º, LXXV 
12) Direito à alimentação, vestuário e alojamento com instalações higiênicas – LEP arts. 12 e 13;
13) Direito de assistência à saúde – LEP, art. 41 e parágrafos.
14) Direito à assistência social – LEP, art. 22;
15) Direito à individualização da pena: conforme culpabilidade e mérito. Veremos melhor quando tratarmos da dosimetria da pena;
16) Direito de receber visitas: LEP, art. 41, X - que não é absoluto, conforme o parágrafo único do artigo em questão. (Ver a situação atual)
17) Direitos políticos: que são suspensos quando da condenação definitiva – é efeito extrapenal da condenação.
· DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE
Espécies:
- Reclusão – art. 33, caput, CP
- Detenção – art. 33, caput, CP
- Prisão Simples – arts. 5º e 6º da Lei de Contravenções Penais – Decreto-Lei 3.688/41
FIXAÇÃO DO REGIME CARCERÁRIO:
Espécies de Regimes Carcerários:
- Fechado: art. 33, §1º, alínea a, CP;
- Semiaberto: art. 33, §1º, alínea b, CP;
- Aberto: art. 33, §1º, alínea c, CP.
“Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto. A de detenção, em regime semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado.
§ 1º - Considera-se:
a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média;
b) regime semiaberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar;
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado” (BRASIL, CP, 2020).
REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO DA PENA:
Art. 110. O Juiz, na sentença, estabelecerá o regime no qual o condenado iniciará o cumprimento da pena privativa de liberdade, observado o disposto no artigo 33 e seus parágrafos do Código Penal (BRASIL, LEP, 2020).
· art. 33, parágrafos 2º e 3º, CP:
Art. 33 [...]
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso:
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos critérios previstos no art. 59 deste Código (BRASIL, CP, 2020). 
Atenção: Se o condenado é reincidente sempre começa no regime mais gravoso da reclusão (fechado) ou da detenção (que é o semiaberto). Exceção – reincidente em crime punido com pena de multa.
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: 
I - as penas aplicáveis dentre as cominada;
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; 
III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade; (BRASIL, CP, 2020)
Se as circunstâncias do art. 59 são desfavoráveis, inicia no regime mais gravoso para a espécie de pena privativa de liberdade.
30/03/2020
PROGRESSÃO, REGRESSÃO DE REGIME e DETRAÇÃO
PROGRESSÃO DE REGIME: passar de um regime mais gravoso para um menos gravoso 
· O fato de alguém ter recebido um determinado regime de cumprimento da pena não significa que permanecer todo o tempo nesse regime.
· O processo de execução é dinâmico e, por isso, sujeito a modificações. Não pode passar direto do fechado para o aberto, primeiro vai para o semiaberto e depois para o aberto. 
· A progressão de regime está prevista no art. 112 da Lei de Execução Penal (Lei 7.210/84 – com modificações da Lei Anticrime).
· O Legislador previu a possibilidade de alguém que inicia o cumprimento de uma pena em um regime mais gravoso (fechado ou semiaberto), obter o direito de passar a uma forma mais branda e menos expiativa de execução. Trata-se da passagem do condenado de um regime mais rigoroso para outro mais suave de cumprimento da penaprivativa de liberdade, desde que satisfeitas as exigências legais. Quando não teve vaga nos semiaberto, ele continua na prisão máxima ou media por mais um tempo, como ficção jurídica, depois ele passa pra o aberto.
· Não há progressão por salto.
· Há dois requisitos: 
· Objetivo: tempo de cumprimento de pena no regime anterior – art. 112, caput e incisos;
· Subjetivo: compreende o mérito do executado – art. 112, § 1º - ostentar boa conduta carcerária, comprovada pelo diretor do estabelecimento.
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos:
I - 16% (dezesseis por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido sem violência à pessoa ou grave ameaça; furto simples
II - 20% (vinte por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido sem violência à pessoa ou grave ameaça; furto simples mais reincidente art 63 ou 64 CP
III - 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido com violência à pessoa ou grave ameaça; 
IV - 30% (trinta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido com violência à pessoa ou grave ameaça;
V - 40% (quarenta por cento) da pena, se o apenado for condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, se for primário; tortura 
VI - 50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado for:
a) condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resultado morte, se for primário, vedado o livramento condicional;
b) condenado por exercer o comando, individual ou coletivo, de organização criminosa estruturada para a prática de crime hediondo ou equiparado; ou 47 
c) condenado pela prática do crime de constituição de milícia privada;
VII - 60% (sessenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente na prática de crime hediondo ou equiparado;
VIII - 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime hediondo ou equiparado com resultado morte, vedado o livramento condicional.
§ 1º Em todos os casos, o apenado só terá direito à progressão de regime se ostentar boa conduta carcerária, comprovada pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão.  Mérito do executario 
§ 2º A decisão do juiz que determinar a progressão de regime será sempre motivada e precedida de manifestação do Ministério Público e do defensor, procedimento que também será adotado na concessão de livramento condicional, indulto e comutação de penas, respeitados os prazos previstos nas normas vigentes.     
§ 3º No caso de mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência, os requisitos para progressão de regime são, cumulativamente:  
I - não ter cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa;       
II - não ter cometido o crime contra seu filho ou dependente;             
III - ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da pena no regime anterior;           
IV - ser primária e ter bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento;               
V - não ter integrado organização criminosa.               
§ 4º  O cometimento de novo crime doloso ou falta grave implicará a revogação do benefício previsto no § 3º deste artigo.   
§ 5º Não se considera hediondo ou equiparado, para os fins deste artigo, o crime de tráfico de drogas previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006.
§ 6º O cometimento de falta grave durante a execução da pena privativa de liberdade interrompe o prazo para a obtenção da progressão no regime de cumprimento da pena, caso em que o reinício da contagem do requisito objetivo terá como base a pena remanescente (BRASIL, LEP, 2020).
Importante: quando alguém está no regime fechado por 20 anos, sendo crime de homicídio qualificado, vai ter que cumprir 50% da pena, vai para 10 ano para poder passar para um regime menos gravoso semiaberto. Depois o segundo calculo vai ser feito em cima da pena remanescente, semiaberto para aberto, 10 anos menos 50%, com mais 5 anos ele vai para o regime aberto, em nossa região é prisão domiciliar. 
REGRESSÃO DE REGIME: contrário da progressão, volta ao mais gravoso.
· Conceito: é a volta do condenado ao regime mais rigoroso, por ter descumprido as condições impostas para o ingresso e permanência no regime mais brando.
· Pode-se regredir do regime aberto pra o fechado, sem passar pelo semiaberto.
· Está previsto no art. 118 da LEP:
Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado:
I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave; art 50 LEP VER FALTA GRAVE 
II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, torne incabível o regime (artigo 111). Cada vez que faz um novo crime, é somado com o restante da pena do crime anterior 
§ 1° O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses referidas nos incisos anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa cumulativamente imposta. Não se aplica mais, teve mudança art 51 CP. Hoje o juiz cobra com todo o rito da fazenda pública, penhorar bens.. não é mais detenção como anterior por não pagar. 
§ 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, deverá ser ouvido previamente o condenado (BRASIL, LEP, 2020).
DETRAÇÃO PENAL:
· Conceito: “Aplicar a Detração significa que o encarcerado tem o direito de descontar na pena privativa de liberdade e na medida de segurança o tempo que permaneceu preso provisoriamente” (CASTILHO, 2019, p. 34). Não vai ser apenas na pena privativa de liberdade. As penas restritivas de direitos que substituem a de liberdade, normalmente duram o mesmo tempo que a pena privativa de liberdade, Art. 32 CP quais penas temos. 
· Previsto no art. 42 do CP:
	Art. 42 Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de 	segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de 	prisão administrativa e o de internação (medida de segurança) em qualquer dos estabelecimentos 	referidos no artigo anterior (BRASIL, CP, 2020).
· Competência:
	Art. 66. Compete ao Juiz da execução:
	[...]
	III - decidir sobre:
	[...]
	b) progressão ou regressão nos regimes;
	c) detração e remição da pena; (BRASIL, LEP, 2020).
· Haverá detração quando o agente estava preso provisoriamente ( não foi condenado com sentença transitado em julgado) e, uma vez transitada em julgado a sentença condenatória, o tempo dessa prisão provisória será descontado agora, em sua pena privativa de liberdade, ou na pena restritiva de direitos ou, ainda, em sua medida de segurança. Preso provisoriamente, depois desconta do que foi condenado. 
· Em relação à medida de segurança, “o desconto deve ser feito no prazo mínimo de internação ou tratamento ambulatorial (1 a 3 anos), e não no tempo total de aplicação da medida de segurança. Assim, se o juiz fixa 2 anos de internação mínima, mas o apenado já ficou preso por um ano, preventivamente, deve ser realizado o exame de cessação de periculosidade dentro de um ano (e não em dois, como originalmente determinado)(NUCCI, 2017 apud CASTILHO, 2019, p. 36). Prazo indeterminado, tratamentos...
· Veja –se a Lei: exceto
Art. 97 - Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua internação (art. 26). Se, todavia, o fato previsto como crime for punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo a tratamento ambulatorial.
 Prazo
§ 1º - A internação, ou tratamento ambulatorial, será por tempo indeterminado, perdurando enquanto não for averiguada, mediante perícia médica, a cessação de periculosidade. O prazo mínimo deverá ser de 1 (um) a 3 (três) anos (BRASIL, CP, 2020). 
· O pedido de detração deverá ser requerido pela Defensoria Pública ou advogado constituído e será decidida pelo Juízo da Execução. 
· Não cabe detração em pena de multa, pois a mesma não pode mais ser transformada em pena privativade liberdade por força do art. 51 do CP:
 	Art. 51. Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será executada 	perante o juiz da execução penal e será considerada dívida de valor, aplicáveis 	as normas relativas à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne 	às causas interruptivas e suspensivas da prescrição (BRASIL, CP, 2020).
06/04/2020
REGRAS DOS REGIMES CARCERÁRIOS
REGIME FECHADO: direito e dever
· TRABALHO INTERNO:
· Art. 6º da CF: 
	Art. 6º  São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho,...” direito
· Art. 31; 39, V e 50, da LEP:
	- Art. 31 O condenado à pena privativa de liberdade está obrigado ao trabalho na medida de suas aptidões e capacidade. Dever 
	Parágrafo único. Para o preso provisório, o trabalho não é obrigatório e só poderá 	ser executado no interior do estabelecimento.
	- Art. 39 Constituem deveres do condenado: [...] V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas;
	- Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que: [...] 	VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei.
· Art. 28 da LEP: “O trabalho do condenado, como dever social e condição de dignidade humana, terá finalidade educativa e produtiva”.
· Art. 39 do CP: ”O trabalho do preso será sempre remunerado, sendo-lhe garantidos os benefícios da Previdência Social”.
· Art. 41, III da LEP: “Constituem direitos do preso: [...] III - Previdência Social;”
· Art. 29 O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela, não podendo ser inferior a 3/4 (três quartos) do salário mínimo.
§ 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender:
a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde que determinados judicialmente e não reparados por outros meios;
b) à assistência à família;
c) a pequenas despesas pessoais;
d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manutenção do 	condenado, em proporção a ser fixada e sem 	prejuízo da destinação prevista 	nas letras anteriores.
§ 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será depositada a parte restante para constituição do pecúlio, em Caderneta de Poupança, que será entregue ao condenado quando posto em 	liberdade.
· Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser autorizada pela direção do estabelecimento, dependerá de aptidão, disciplina e responsabilidade, além do 	cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena.
Parágrafo único. Revogar-se-á a autorização de trabalho externo ao preso que vier a praticar fato definido como crime, for punido por falta grave, ou 	tiver comportamento contrário aos requisitos estabelecidos neste artigo.
· Art. 200 da LEP: O condenado por crime político não está obrigado ao trabalho
REGIME SEMIABERTO:
· Em relação ao trabalho, segue as mesmas regras do regime fechado, dando direito à remição, com a diferença de que é desenvolvido no interior de colônia penal ou industrial, em maior liberdade do que no estabelecimento carcerário.
AUTORIZAÇÕES DE SAÍDA:
· Dividem-se em:
· Permissão de Saída: art. 120 e 121 da LEP
	Art. 120. Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semiaberto e os presos provisórios poderão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer um dos seguintes fatos:
	I - Falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão;
	II - Necessidade de tratamento médico (parágrafo único do artigo 14).
	Parágrafo único. A permissão de saída será concedida pelo diretor do estabelecimento onde se encontra o preso.
	Art. 121. A permanência do preso fora do estabelecimento terá a 	duração 	necessária à finalidade da saída.
· Saída Temporária: art. 120 a 125 da LEP
Art. 122. Os condenados que cumprem pena em regime semiaberto poderão obter autorização para saída temporária do estabelecimento, sem vigilância direta, nos seguintes casos:
	I - visita à família;
	II - frequência a curso supletivo profissionalizante, bem como de instrução do 2º grau ou superior, na Comarca do Juízo da Execução;
	III - participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio social.
	§ 1º A ausência de vigilância direta não impede a utilização de 	equipamento de monitoração eletrônica pelo condenado, quando assim determinar o juiz da execução. 
	§ 2º Não terá direito à saída temporária a que se refere o caput deste artigo o condenado que cumpre pena por praticar crime hediondo com resultado morte. 
 
Art. 123. A autorização será concedida por ato motivado do Juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a administração penitenciária e dependerá da satisfação dos seguintes requisitos:
I - comportamento adequado;
II - cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se o condenado for primário, e 1/4 (um quarto), se reincidente;
III - compatibilidade do benefício com os objetivos da pena.
Art. 124. A autorização será concedida por prazo não superior a 7 (sete) dias, podendo ser renovada por mais 4 (quatro) vezes durante o ano.
	Parágrafo único. Quando se tratar de frequência a curso profissionalizante, de instrução de 2º grau 	ou superior, o tempo de saída será o necessário 	para o cumprimento das atividades discentes.
	§ 1o Ao conceder a saída temporária, o juiz imporá ao beneficiário as seguintes 	condições, entre 	outras que entender compatíveis com as circunstâncias do caso e a situação pessoal do condenado:
	I - fornecimento do endereço onde reside a família a ser visitada ou onde 	poderá ser encontrado durante o gozo do benefício;
	II - recolhimento à residência visitada, no período noturno;
	III - proibição de frequentar bares, casas noturnas e estabelecimentos congêneres. 
	§ 2o Quando se tratar de frequência a curso profissionalizante, de instrução de ensino médio ou 	superior, o tempo de saída será o necessário para o cumprimento das atividades discentes. 
	§ 3o Nos demais casos, as autorizações de saída somente poderão ser concedidas com prazo mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias de intervalo entre uma e outra.
-Art. 125. O benefício será automaticamente revogado quando o condenado praticar fato definido como crime doloso, for punido por falta grave, desatender as condições impostas na autorização ou revelar baixo grau de aproveitamento do curso.
Parágrafo único. A recuperação do direito à saída temporária dependerá da absolvição no processo 	penal, do cancelamento da punição disciplinar ou da demonstração do merecimento do 	condenado.
REGIME ABERTO:
· Requisitos: art. 36 do CP + arts. 113 e 114 da LEP
· Art. 36 - O regime aberto baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado. 
§ 1º - O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar, frequentar curso ou exercer outra 	atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o período noturno e nos dias de folga. 
§ 2º - O condenado será transferido do regime aberto, se praticar fato definido como crime doloso, se frustrar os fins da execução ou se, podendo não pagar a multa cumulativamente aplicada.
· Art. 113. O ingresso do condenado em regime aberto supõe a aceitação de seu programa e das condições impostas pelo Juiz.
· Art. 114. Somente poderá ingressar no regime aberto o condenado que:
	I - estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de fazê-lo imediatamente;
	II - apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo resultado dos exames a que foi submetido, fundados indícios de que irá ajustar-se, com autodisciplina e senso de responsabilidade, ao novo regime.
	Parágrafo único. Poderão ser dispensadas do trabalho as pessoas referidas no artigo 117 desta Lei.
· Condições:
· A) Obrigatórias: art. 115, incisos I a IV da LEP
· B) Especiais: art. 115, caput da LEP
	Art. 115. O Juiz poderá estabelecer condições especiais para a 	concessão de regime aberto, sem prejuízo das seguintes condições gerais e obrigatórias:
	I - permanecer no local que for designado, durante o repouso e nos dias de folga;
	II - sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados;
	III - não se ausentar da cidade onde reside,sem 	autorização judicial;
	IV - comparecer a Juízo, para informar e justificar as suas atividades, quando for determinado.
· CASA DE ALBERGADO: art. 93 a 95 da LEP
· Art. 93. A Casa do Albergado destina-se ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime aberto, e da pena de limitação de fim de semana.
· Art. 94. O prédio deverá situar-se em centro urbano, separado dos demais estabelecimentos, e caracterizar-se pela ausência de obstáculos físicos contra a fuga.
· Art. 95. Em cada região haverá, pelo menos, uma Casa do Albergado, a qual deverá conter, além dos aposentos para acomodar os presos, local adequado para cursos e palestras.
Parágrafo único. O estabelecimento terá instalações para os 	serviços de fiscalização e orientação dos condenados.
· Prisão- albergue domiciliar: art. 117 da LEP
· Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de regime aberto em residência particular quando se tratar de:
· I - condenado maior de 70 (setenta) anos;
· II - condenado acometido de doença grave;
· III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou 	mental;
· IV - condenada gestante.
13/04/2020
SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA “SURSIS”
· Conceito: direito público subjetivo do réu de, preenchidos todos os requisitos legais, ter suspensa a execução da pena imposta durante certo prazo e mediante determinadas condições.
· Natureza Jurídica: é direito público subjetivo do réu. O juiz não pode negar sua concessão ao réu quando preenchidos os requisitos legais: no entanto, resta, ainda, alguma discricionariedade ao julgador, quando da verificação do preenchimento dos requisitos objetivos e subjetivos, os quais devem ficar induvidosamente comprovados nos autos, não se admitindo que sejam presumidos.
· REQUISITOS: art. 77 CP
Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que: 
I - o condenado não seja reincidente em crime doloso; 
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício; 
III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código. 
§ 1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do benefício. 
§ 2º - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado seja maior de 70 (setenta) anos de idade. 
a) Objetivos:
· Qualidade da pena: deve ser privativa de liberdade;
· Quantidade da pena: não superior a 2 anos;
· Impossibilidade de substituição por pena restritiva de direitos: art. 77, III c/c art. 44 do CP;
· 
b) Subjetivos:
· Condenado não reincidente em crime doloso. Exceção apresentada na Súmula 499 do STF cujo entendimento foi incorporado ao § 1º do art. 77.
Súmula 499: “Não obsta à concessão do "sursis" condenação anterior à pena de multa”.
Art. 77, § 1º: “A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do benefício”. 
C) Circunstâncias Judiciais favoráveis ao agente (art. 59 do CP): maus antecedentes impedem a concessão do sursis. Exige mínima culpabilidade e boa índole, sendo incabível nas hipóteses de crimes violentos.
· Diferença entre o Sursis e a Pena Restritiva de Direitos:
Se se operar a revogação do sursis, o condenado terá que cumprir toda a pena privativa de liberdade imposta (que ficou suspensa condicionalmente). Isso significa que não se desconta o período em que o sentenciado esteve solto.
Nas penas restritivas de direito, o juízo da condenação promove uma verdadeira substituição: troca a pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos. Com isso, cada dia de execução é um dia a menos da pena, de modo que, ocorrendo a revogação, somente serão cumpridos os dias faltantes, respeitando-se o limite de 30 dias, consoante o art. 44, § 4º do CP.
· Obrigatoriedade de manifestação sobre o sursis:
Se impõe ao juiz pronunciar-se sobre a concessão ou não em se tratando de pena que não exceda o teto de 2 anos.
· Espécies de Sursis:
a) Etário: art. 77, § 2º, CP;
b) Humanitário: art. 77, § 2º, CP;
c) Simples: condições do art. 78, § 1º, CP;
d) Especial: condições do art. 78, § 2º, CP (mais brandas);
· Período de Prova:
No etário e humanitário, de 4 a 6 anos.
Nos demais, de 2 a 4 anos.
· Não cabe detração em sursis. Apenas caberá se ele for revogado, situação em que o condenado terá que cumprir a pena privativa de liberdade.
· Não cabe sursis em crime hediondo (art. 1º da Lei 8.072):
Art. 1° São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados:  
I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V, VI, VII e VIII);   
I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2o) e lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3o), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição;               
II - roubo:     
 a) circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima (art. 157, § 2º, inciso V
b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de arma de fogo de uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º-B
c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte (art. 157, § 3º
III - extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima, ocorrência de lesão corporal ou morte (art. 158, § 3º);     
IV - extorsão mediante sequestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o);    
V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o);              
VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o); 
VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o).                  
VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de julho de 1998).           
VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º).
IX - furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum (art. 155, § 4º-A).     
Parágrafo único. Consideram-se também hediondos, tentados ou consumados:    
I - o crime de genocídio, previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei nº 2.889, de 1º de outubro de 1956;       
II - o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido, previsto no art. 16 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003;       
III - o crime de comércio ilegal de armas de fogo, previsto no art. 17 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003;      
IV - o crime de tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição, previsto no art. 18 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003;      
V - o crime de organização criminosa, quando direcionado à prática de crime hediondo ou equiparado.
· Condições do Sursis:
a) Legais: art. 78, parágrafos 1º e 2º
Art. 78 - Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará sujeito à observação e ao cumprimento das condições estabelecidas pelo juiz. 
 § 1º - No primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar serviços à comunidade (art. 46) ou submeter-se à limitação de fim de semana (art. 48). § 2° Se o condenado houver reparado o dano, salvo impossibilidade de fazê-lo, e se as circunstâncias do art. 59 deste Código lhe forem inteiramente favoráveis, o juiz poderá substituir a exigência do parágrafo anterior pelas seguintes condições, aplicadas cumulativamente:
a) proibição de frequentar determinados lugares; (b) proibição de ausentar-se da comarca ondereside, sem autorização do juiz; 
c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades.
b) Judiciais: art. 79 do CP.
 	Art. 79 - A sentença poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do condenado.
c) Condições legais indiretas: é como são chamadas as causas de revogação do benefício (ou seja, não dar causa à revogação do benefício).
· Revogação do Sursis:
A) Obrigatória: art. 81 do CP.
Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário: 
I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso; 
II - frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem motivo justificado, a reparação do dano; 
III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código
B) Facultativa: art. 81, parágrafo 1º do CP.
Revogação facultativa
 § 1º - A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer outra condição imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos. 
· Audiência Admonitória:
É a audiência de advertência, que tem como única finalidade cientificar o sentenciado das condições impostas e das consequências de seu descumprimento.
É ato ligado à execução da pena, logo, só pode ser realizada após o trânsito em julgado da decisão condenatória (art. 160 da LEP):
Art. 160 da LEP: Transitada em julgado a sentença condenatória, o Juiz a lerá ao condenado, em audiência, advertindo-o das consequências de nova infração penal e do descumprimento das condições impostas.
· Cassação do Sursis:
A) Não comparecimento o sentenciado à audiência admonitória:
Art. 161 da LEP: “Se, intimado pessoalmente ou por edital com prazo de 20 (vinte) dias, o réu não comparecer injustificadamente à audiência admonitória, a suspensão ficará sem efeito e será executada imediatamente a pena”.
B) Aumento de pena que exclua o benefício em decorrência do provimento de recurso da acusação.
· Deve haver oitiva do MP no caso de declaração de extinção do sursis. 
· Não pode haver revogação sem a oitiva do sentenciado.
· Cabe renúncia ao sursis: sua aceitação não é obrigatória – pode ser renunciado pelo condenado por ocasião da audiência admonitória ou durante a entrada em vigor do período de prova.
27/04/2020 
REMIÇÃO DA PENA
Art. 126.  O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena
§ 1o A contagem de tempo referida no caput será feita à razão de:                   
I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar - atividade de ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional - divididas, no mínimo, em 3 (três) dias;                
II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho (BRASIL, LEP, 2020).
§ 2o As atividades de estudo a que se refere o § 1o deste artigo poderão ser desenvolvidas de forma presencial ou por metodologia de ensino a distância e deverão ser certificadas pelas autoridades educacionais competentes dos cursos frequentados
§ 3o Para fins de cumulação dos casos de remição, as horas diárias de trabalho e de estudo serão definidas de forma a se compatibilizarem.                  
§ 4o O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará a beneficiar-se com a remição.
§ 5o O tempo a remir em função das horas de estudo será acrescido de 1/3 (um terço) no caso de conclusão do ensino fundamental, médio ou superior durante o cumprimento da pena, desde que certificada pelo órgão competente do sistema de educação.
§ 6o O condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto e o que usufrui liberdade condicional poderão remir, pela frequência a curso de ensino regular ou de educação profissional, parte do tempo de execução da pena ou do período de prova, observado o disposto no inciso I do § 1o deste artigo.       
§ 7o O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses de prisão cautelar. Preso provisório não esta obrigado a trabalhar, mais só se ele quiser.
§ 8o A remição será declarada pelo juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa (BRASIL, LEP, 2020).    
Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido, observado o disposto no art. 57, recomeçando a contagem a partir da data da infração disciplinar. 
Art. 128. O tempo remido será computado como pena cumprida, para todos os efeitos.
Art. 129. A autoridade administrativa encaminhará mensalmente ao juízo da execução cópia do registro de todos os condenados que estejam trabalhando ou estudando, com informação dos dias de trabalho ou das horas de frequência escolar ou de atividades de ensino de cada um deles. O juiz também faz acompanhamento, o diretor tem que ter registro de todas as horas, a quais são obrigados a prestar. 
§ 1o O condenado autorizado a estudar fora do estabelecimento penal deverá comprovar mensalmente, por meio de declaração da respectiva unidade de ensino, a frequência e o aproveitamento escolar (pode levar a falta grave) 
§ 2o Ao condenado dar-se-á a relação de seus dias remidos.
Art. 130. Constitui o crime do artigo 299 do Código Penal declarar ou atestar falsamente prestação de serviço para fim de instruir pedido de remição (BRASIL, LEP, 2020).
REMIÇÃO PELA LEITURA:
Conselho Nacional de justiça (CNJ)
· A possibilidade de remir a pena por meio da leitura já é realidade em diversos presídios do país. De acordo com a Recomendação n. 44 do CNJ, deve ser estimulada a remição pela leitura como forma de atividade complementar, especialmente para apenados aos quais não sejam assegurados os direitos ao trabalho, educação e qualificação profissional. 
· Para isso, há necessidade de elaboração de um projeto por parte da autoridade penitenciária estadual ou federal visando a remição pela leitura, assegurando, entre outros critérios, que a participação do preso seja voluntária e que exista um acervo de livros dentro da unidade penitenciária. 
Em santa Catarina:
· Projeto Despertar Pela Leitura desenvolvido no sistema prisional do Estado. Viabilizado por meio de uma parceria entre a Secretaria de Administração Prisional e Socioeducativa (SAP) e a Secretaria da Educação (SED), o programa estimula a reinserção social do interno, por meio do ensino e da literatura e pode resultar em quatro dias de remição de pena.
· Para integrar o projeto e obter o benefício, não basta apenas ler o livro. Depois de participar de uma prova de nivelamento, os internos selecionados recebem as orientações e um livro, que deverá ser lido na cela em até 30 dias. Passado o período, retornam à sala de aula para escrever uma resenha. O texto é avaliado pela comissão de ensino da unidade prisional e atribuído uma nota, sendo que a média é 6,0. Se for aprovado, o documento é encaminhado para o juiz da Vara de Execuções penais, que concede ou não a remição de quatro dias de pena.
· Se o reeducando não conseguir alcançar a média, tem mais uma chance para escrever nova resenha, que se não alcançar a nota 6,0, o detento precisa começar outro livro. Cada interno pode ler até 12 livros por ano o que garante remição de 48 dias de pena.
· Fonte: http://www.sed.sc.gov.br/secretaria/imprensa/noticias/30389-projeto-leva-leitura-a-5-5-mil-presos-em-santa-catarina
Em Florianópolis:
Art. 3º Cada participante receberá um exemplar de obra literária, clássica, científica ou filosófica, dentre outras, de acordo com as obras disponíveis no Complexo Penitenciário de Florianópolis, que forem recomendadas pela equipe pedagógica e/ou professores respectivos e conforme as diretrizes do Projeto Despertar pela Leitura;
Parágrafo único. O participante terá o prazo de 30 (trinta) dias para a leitura do livro indicado, e, findo o qual, no prazo de 10 (dez) dias, será avaliado por meio de prova aplicada pela equipe pedagógica com observância dos critériosestabelecidos no Projeto Despertar pela Leitura;
Art. 4º. O participante deverá atingir, no mínimo, a nota 7 (sete) na avaliação, que será de 0 (zero) a 10 (dez), para remir 04 (quatro) dias de pena.
§ 1º. Caso o participante não consiga a nota mínima de 07 (sete), poderá, após 10 (dez) dias, fazer outra avaliação. Se não conseguir atingir a nota mínima na segunda avaliação não fará jus à remição nos termos desta Portaria.
§ 2º. Cada obra lida corresponderá à remição de 04 (quatro) dias de pena, sendo que ao final de 12 (doze) obras lidas, avaliadas com nota mínima 07 (sete), no período de 12 (doze) meses, o participante terá direito de remir 48 (quarenta e oito) dias da pena. 
VARA DE EXECUÇÕES PENAIS DA CAPITAL Portaria n.º 02, de 18 de dezembro de 2017
LIVRAMENTO CONDICIONAL
· CONCEITO: Consiste em incidente na execução da pena privativa de liberdade, que representa a antecipação provisória da liberdade do condenado, satisfeitos certos requisitos e mediante determinadas condições.
· Busca-se a ressocialização, possibilitando ao executado, que ostenta bom comportamento carcerário, a liberação antecipada, sendo que, durante o restante da pena, deverá se comportar de forma a não ter o benefício revogado e cumprir determinadas condições. Está regulado pelo artigo 83 do Código Penal. 
· NATUREZA JURÍDICA: 
Para Damásio de Jesus: é forma de execução da pena privativa de liberdade.
Para Delmanto: é direito subjetivo do condenado se preenchidos os requisitos legais.
 
Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que:
I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes; 
II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso; 
III - comprovado: 
a) bom comportamento durante a execução da pena; 
b) não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze) meses; 
c) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído; e 
d) aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto; 
IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela infração; 
V - cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza. Se tiver dois crimes diferentes e hediondo é considerado reincidente especifico
Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinquir. 
· Portanto, o livramento condicional é cabível nos casos de pena privativa de liberdade igual ou superior a dois anos (requisito objetivo). É necessário que tenha sido comprovado o seu bom comportamento durante a execução da pena; o não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze) meses; o bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e a aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto (requisitos subjetivos). Exige-se, ainda, que o executado tenha reparado o dano, salvo se comprovada a impossibilidade de fazê-lo (requisito objetivo).
· No caso de condenado por crime doloso, praticado com violência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do benefício fica subordinada à demonstração de condições pessoais do executado que levem à presunção de que ele não voltará a delinquir (requisito subjetivo). O juiz pode, para tanto, determinar a realização de exame criminológico.
· Por fim, em todos os casos, exige-se o cumprimento de determinado lapso temporal da pena, isto é, de determinada fração da pena privativa de liberdade imposta ao condenado (requisito objetivo). 
· No caso de réu não reincidente em crime doloso e bons antecedentes, o lapso é de um terço. 
· Na hipótese de condenado que seja reincidente em crime doloso, a fração é de metade da pena. 
· Por fim, no caso de condenados por crime hediondo ou equiparado (tráfico de drogas, tortura e terrorismo) e de tráfico de pessoas, a fração é de dois terços, desde que não seja reincidente específico.
· Cumpre mencionar, ainda, que a Lei 13.964/2019, ao modificar o artigo 112, inciso VI, alínea a, e inciso VIII, da Lei de Execução Penal, passou a vedar o livramento condicional para os condenados por crime hediondo ou equiparado, com resultado morte. 
· O artigo 2º, § 9º, da Lei 12.850/2013, introduzido pela Lei 13.964/2019, passou a vedar o livramento condicional para o condenado expressamente em sentença por integrar organização criminosa ou por crime praticado por meio de organização criminosa, se houver elementos probatórios que indiquem a manutenção do vínculo associativo.
Condições do Livramento Condicional:
· Obrigatórias: art. 132, § 1º da LEP
Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificará as condições a que fica subordinado o livramento. Serão sempre 
§ 1º Serão sempre impostas ao liberado condicional as obrigações seguintes:
a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o trabalho;
b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação;
c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução, sem prévia autorização deste.
· Facultativas: art. 132, § 2º da LEP
§ 2° Poderão ainda ser impostas ao liberado condicional, entre outras obrigações, as seguintes:
a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à autoridade incumbida da observação cautelar e de proteção;
b) recolher-se à habitação em hora fixada;
c) não frequentar determinados lugares.
· Judiciais: art. 85 CP: “A sentença especificará as condições a que fica subordinado o livramento”. 
· Condições legais indiretas: são as causas que revogam o livramento.
REVOGAÇÃO DO LIVRAMENTO
· Obrigatória: art. 86, CP
Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a pena privativa de liberdade, em sentença irrecorrível:         
I - por crime cometido durante a vigência do benefício; 
II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84* deste Código.
* Art. 84 - As penas que correspondem a infrações diversas devem somar-se para efeito do livramento. Ou seja se ouve um crime anterior e o indivíduo é condenado a aquele crime, as a somar as penas, e ele não cumpriu 1/3 a pena necessária, é revogado, ele cumpri mais um pouco e depois vai pra revogação
· Facultativa: art. 87 do CP c/c art. 140, parágrafo único da LEP
Art. 87 - O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade (Brasil, CP, 2020). faculdade do juiz
Art. 140. A revogação do livramento condicional dar-se-á nas hipóteses previstas nos artigos 86 e 87 do Código Penal.
Parágrafo único. Mantido o livramento condicional, na hipótese da revogação facultativa, o Juiz deverá advertir o liberado ou agravar as condições (BRASIL, LEP, 2020). Adotar outras funções. 
Art. 88 - Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido, e, salvo quando a revogação resulta de condenação por outro crime anterior àquele benefício, não se desconta na pena o tempo em que esteve solto o condenado.
· A revogação do livramento condicional impõe o retorno ao cumprimento da pena em que concedido. Além disso, ela impede:
a) A concessão de um novo livramento a partir da pena em cumprimento; e
b) O aproveitamento, na pena já executada, do período em que esteve solto, salvo quando a condenação superveniente for por crime anterior, já que, neste caso, a revogação não se deu por descumprimento das condições do benefício.
· Art. 89 O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em julgado a sentença em processo a que responde o liberado, por crime cometido na vigência do livramento.
Neste caso o período de prova é prorrogado até o trânsito em julgado da decisão desse processopara saber se haverá ou não revogação do benefício.
Mas, Súmula 617 do STJ: “A ausência de suspensão ou revogação do livramento condicional antes do término do período de prova enseja a extinção da punibilidade pelo integral cumprimento da pena”.
· Art. 90 Se até o seu término o livramento não é revogado, considera-se extinta a pena privativa de liberdade.
Segunda prova

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