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Relatório Documentário - Vik Muniz

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UNIVERSIDADE PAULISTA – CAMPUS PARAÍSO
PSICOLOGIA DO COTIDIANO
ANGELA PIZZO
RESENHA - DOCUMENTÁRIO “LIXO EXTRAORDINÁRIO”
Bruna de Oliveira Almeida, N311290
Larissa de Freitas Porto Cavalcanti, D35AGE6
Lays Camargo, N2855E8
Mariana Ramos, N314583
Stefany Campos, N2541B1
Vitor Moreira dos Santos Lopes, D623354
São Paulo
Março de 2020
Reflexão – Lixo extraordinário, Vik Muniz
Vik Muniz é um artista plástico que usa materiais do cotidiano como chocolate, açúcar, pasta de amendoim, entre outras coisas, para criar imagens artísticas e em seguida, fotografá-las. O documentário Lixo Extraordinário mostra seu talento como artista e também seu lado humano, no tocante de seu envolvimento com os catadores de lixo recicláveis do aterro em Jardim Gramacho, seu objetivo com esse trabalho é mudar a vida de um grupo de pessoas com o material do qual elas lidam todos os dias, o lixo. 
Quando Vik Muniz decide que usaria o lixo como material para as suas criações, ele vai em busca da imagem que quer criar e estuda sobre o Jardim Gramacho, um grande aterro de lixo que fica localizado perto de favelas que são comandadas pelo tráfico e onde há um grande número de pessoas vulneráveis economicamente e excluídas socialmente. Para ele, é importante fazer um trabalho social relacionado com arte, porque é o que traz as pessoas para fora daquela situação, e por um momento mostra-se um mundo diferente, e que essa experiência de fato, pode mudar as pessoas. Com ajuda dos próprios catadores, ele tira fotos dos trabalhadores locais em seu dia a dia, e faz a obra utilizando os materiais encontrados no lixão para formar imagens incríveis e impactantes. 
O aterro Jardim Gramacho era o maior aterro do mundo, 70% de todo o lixo do Rio de Janeiro era levado para o local e por dia os catadores de lixo recolhem por volta de 200 toneladas de material reciclável. O aterro se encontra geograficamente no fim de uma linha, como Muniz diz “onde vai tudo que não é bom”, é rodeado por indústrias de reciclagem e toda aquela comunidade depende do lixo para sobreviver. 
Muniz faz o registro das imagens do aterro sobrevoando o local com um helicóptero e repara como aquilo não registra a realidade do local, visto que, de longe não é possível observar o fator humano. O que tem de mais bonito no Jardim Gramacho são as pessoas, as histórias e os sorrisos de quem trabalha no local. O artista plástico tinha pré-estabelecido de que encontraria pessoas trabalhando lá deprimidas, envergonhadas de si mesmas e se surpreendeu com a dinâmica entre os trabalhadores no local, pois, eles conversavam, faziam piadas, riam e pareciam estar orgulhosos do trabalho que realizavam. Desconstruindo os estereótipos que não só Muniz e sua esposa tinham mas grande parte da sociedade mundial que classifica essas pessoas como perigosas e usuárias de drogas quando a realidade é completamente diferente, os catadores de materiais recicláveis são pessoas que valorizam a família, a educação, pessoas que a sociedade exclui e que não lhe dão oportunidades. 
No primeiro contato, Vik pede para tirar algumas fotos deles, para dar início ao seu trabalho artístico. Será a partir de algumas dessas fotos que ele irá produzir sua obra. Realizados os registros com os personagens, ele os convida para trabalhar por duas semanas em um estúdio, para que os ajude a criar as imagens com os materiais coletados. Os coletores de material reciclável, Zumbi, Tião, Magna, Irmã, Isis, Suelem e Valter posaram para as imagens e ajudaram a reconstruí-las utilizando o material recolhido, e assim, construíram a imagem fotografada por Muniz, e isso deu a esses trabalhadores outra visão. Através da arte, eles puderam enxergar um mundo fora do Jardim Gramacho, além disso, refletiram que suas condições de trabalho não eram favoráveis e que eles poderiam fazer algo diferente. 
Após completar uma coleção de fotos, o trabalho está terminado. Vik vai para Londres leiloar as obras e convida Tião para ir com ele. É uma experiência enriquecedora para ele. As obras foram vendidas por 28 mil libras, que na época valiam cem mil reais. Esse valor foi doado a Tião para investir na melhoria de vida da população de Jardim Gramacho.
 Ao voltar ao Brasil, todos os envolvidos estão empolgados para ver uma exposição em que estão os quadros que eles fizeram com suas próprias mãos e os materiais que eles mesmos coletaram do lixo.
No final do documentário, Vik visita os trabalhadores que se envolveram no projeto junto a ele, presenteando-os com seus quadros. As produções dos retratos de Vik Muniz renderam mais de 250 mil dólares. Como retorno para a Associação dos catadores do Jardim Gramacho, foi comprado um caminhão, inaugurado um centro de ensino e uma biblioteca com 15 computadores. Todos os catadores envolvidos na exposição tiveram uma mudança de vida, alguns melhoraram suas condições, outros abandonaram o lixão, mas todos foram influenciados de uma forma positiva e/ou por uma experiência marcante e única.
Inicialmente a ideia de Muniz era entrar na comunidade, registrar artisticamente o cotidiano dos personagens com quem ele estabeleceu contato e apresentar a obra. O artista plástico se declara arrogante por pensar que somente mudaria a vida daquelas pessoas, quando na verdade foi uma relação estabelecida entre ambas as partes, porque Vik Muniz afetou os personagens com quem trabalhou, assim como Zumbi, Tião, Magna, Irmã, Isis, Suelem e Valter afetaram Muniz. O artista achou que poderia ver essas pessoas apenas como um representação, mas eles se tornaram mais do que isso para ele e mudaram sua visão de mundo, fez com que refletisse sobre seu caminho e o que fez ele se tornar uma pessoa importante.
O trabalho realizado por Vik Muniz afetou diretamente esses trabalhadores, trazendo à tona diversos aspectos importantes. O primeiro é que os catadores mesmo vivendo à margem social e com todo o descaso que as cercam, existem e lidam diariamente com a insalubridade do local de trabalho para sobreviverem, são pessoas alegres. O papel que eles ocupam é de extrema importância do ponto de vista ecológico, pois sem eles, o material reciclável que é depositado ali no lixo geraria apenas mais poluição. O reconhecimento destas pessoas é fundamental e esse trabalho trouxe essa visibilidade necessária. O impacto que causou na vida deles também é uma boa forma de refletir sobre oportunidades, que nem sempre são concedidas. No caso deles, as oportunidades eram escassas, mas alguém viu ali a presença de vidas em uma área considerada inexistente.
Essa intervenção de Muniz afetou a vida dos trabalhadores, o que foi um fator de grande preocupação na esposa de Vik Muniz. Porém, dentro do que ela imaginava que seria a experiência, é compreensível sua visão, pois, as pessoas ali estão acostumadas com uma realidade e que de fato é mais difícil de sair, pois há uma desigualdade gritante. A preocupação dela, era como seria o impacto de ir para uma outra realidade, longe do alcance deles, causaria nas pessoas após voltarem às suas próprias vidas. Alguns dos coletores que trabalharam no estúdio, deram depoimentos dizendo que não queriam voltar para o Jardim Gramacho, o que de fato seria bom. Neste contraponto entre Muniz e sua esposa, observamos um lado que pensa no presente, no que a experiência em si causaria naquelas pessoas naquele momento, e o outro pensa nas consequências, no que esta mudança geraria. 
Embora a preocupação de esposa de Vik Muniz seja válida a experiência foi muito positiva para os trabalhadores e levá-los para outra realidade abriu horizontes para aquelas pessoas que já não tinham mais expectativas de futuro enquanto trabalhavam em Gramacho, o que acabou sendo de extrema importância para esses trabalhadores pois o aterro acabou sendo fechado em 2012, sem essa experiência talvez não teriam uma visão do que fazer dali em diante. 
O documentário é impactante e surpreendente, pois, além de nos apresentar algo que é do nosso cotidiano - o lixo - e que nunca paramos para pensar sobre, ele deixa qualquer um sensibilizado,pela troca que existe entre as pessoas e pela forma que é exibida a realidade. É deslumbrante a entrega que o artista teve neste trabalho, onde desde o começo anunciou “é aqui que vou passar meus próximos dois anos”, ou seja, não foi algo que ele simplesmente pensou e realizou de forma simples, como uma obra em tela, por exemplo. É visível um empenho da parte dele, assim como, dos trabalhadores, que no começo não entendiam o propósito e mesmo assim confiaram em Vik. No final, todos ficaram satisfeitos e houve uma mudança pessoal na vida de cada um. 
 Vemos que essa experiência com a arte mudou a forma como eles enxergam a vida, assim como, deu a eles um novo olhar sobre eles mesmos, o que eles podem fazer de diferente e que eles são capazes de ser inspiradores. O próprio Vik reflete sobre como sua vida poderia ter sido igual a deles, pois sua origem também é humilde. Ele fala sobre como hoje em dia ele já não pensa tanto em acumular coisas. Ele fala ainda que eles são ótimas pessoas, apenas não tiveram tantas oportunidades na vida. Vemos que a opinião dele muda completamente após conhecer e conviver com os moradores de Jardim Gramacho.
 Esse documentário é importante para refletirmos sobre vários aspectos de nossas vidas. Primeiramente, acho que devemos olhar para nossos privilégios e agradecer aos nossos pais por nos proporcionarem um mínimo de conforto e oportunidade de estudar, parece normal quando se tem acesso a tudo isso, mas para algumas pessoas é um sonho ter um local onde morar. Vemos também que precisamos repensar a nossa forma de consumir, pois geramos muito lixo, que polui o meio ambiente e acaba trazendo consequências para a natureza e para nós mesmos. E vemos também o quanto o profissional catador é desvalorizado, pois notamos que eles trabalham duro, ajudam a diminuir o lixo no planeta e ainda assim mal conseguem sobreviver com o que ganham.

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