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PEIXES Prof. Dr. Celso Martins Pinto PEIXES Grupo de vertebrados aquáticos com brânquias, membros em forma de nadadeiras e a maioria com escamas dérmicas recobrindo a superfície corpórea · Há mais peixes no mundo do que qualquer outro grupo de vertebrados = ~24.600 spp. · maior peixe = tubarão baleia(~15 m comp., foto abaixo) e o menor é o Pandaka pygmea (~8 mm de comp.). CLASSIFICAÇÃO dos PEIXES · FILO CHORDATA · GRUPO CRANIATA · SUBFILO VERTEBRATA - SUPERCLASSE AGNATHA Classe Myxini ( feiticeiras Classe Cephalaspidomorphi ( lampreias - SUPERCLASSE GNATHOSTOMATA Classe Chondrichthyes ( peixes cartilaginosos Classe Osteichthyes ( peixes ósseos EVOLUÇÃO dos PEIXES · Origem inicial ( protocordado livre-natante desconhecido · OSTRACODERMOS período Cambriano Era Paleozóica 570 – 450 milhões de anos peixes agnatos assemelhados atuais: feiticeiras, lampréias (saprófagos) · GNATHOSTOMATA período Ordoviciano – Era Paleozóica originaram todos os outros peixes e os tetrápodos terrestres 1) ACANTÓDIOS períodos Siluriano e Devoniano - Era Paleozóica 450-300 milhões de anos ancestrais dos atuais peixes com maxilas espinhos robustos nas nadadeiras extinção no per. Permiano 2) ACTINOPTERÍGIOS (Classe Actinopterygii) período Siluriano – Era Paleozóica ancestrais dos peixes ósseos modernos 3) PLACODERMES Contemporâneos dos anteriores Descontinuidade evolutiva: extinção no per. Carbonífero 4) PEIXES CARTILAGINOSOS ( originaram a Classe Chondrichthyes desenvolveram o esqueleto cartilaginoso períodos Devoniano e Carbonífero ( surgimento final da Era Paleozóica ( quase extintos Era Mesozóica ( recuperação e conquista dos oceanos 5) SARCOPTERÍGIOS (Classe Sarcopterygii) período Devoniano – Era Paleozóica Ancestrais dos tetrápodes atuais anfíbios, répteis, aves e mamíferos peixes ósseos primitivos, de nadadeiras lobadas originaram: peixes pulmonados celacanto · PRIMEIROS ANFÍBIOS ( evolução paralela aos Sarcopterígios Erossopterígios SUPERCLASSE AGNATHA · Peixes sem maxilas · Cerca de 84 espécies · Classes: - Myxini ( feiticeiras (43 spp.) - Cephalaspidomorphi ( lampréias (41 spp.) · Sem maxilas, ossificação interna, escamas, nadadeiras pares · Aberturas branquiais em forma de poros · Corpo cilíndrico CLASSE MYXINI · Do Grego: myxa = lodo · São as feiticeiras (~43 spp.) · Peixes marinhos · Alimentam-se de anelídeos, moluscos, crustáceos e peixes mortos ou moribundos (saprófagos ou predadores) · Quase completamente cega, olfato e tato apurados · Pele nua com glândulas mucosas (secreção é abundante) · Única nadadeira é a caudal que se extende dorsalmente · Esqueleto fibroso e cartilaginoso, notocorda persistente · Boca mordedora com 2 fileiras de dentículos eversíveis · Coração com seio venoso, átrio e ventrículo, posicionado logo atrás das brânquias · 5 a 16 pares de brânquias, com nº variável de fendas branquiais e arcos aórticos · Rim mesonéfrico segmentado · Osmorregulação: fluidos corpóreos isosmóticos com a água do mar (como nos invertebrados marinhos) · Sistema digestivo: sem estômago · Cordão nervoso dorsal encéfalo diferenciado, sem cerebelo, 10 pares de nervos cranianos · Órgãos sensoriais de paladar, olfato e audição; olhos degenerados, um par de canais semicirculares · Sexos separados: ovários e testículos no mesmo indivíduo, mas somente um é funcional · Proporção populacional fêmeas: machos em algumas espécies chega a 100:1 · Fecundação externa · Óvulos grandes (2 a 7 cm de diâmetro) com bastante vitelo, produzidos em pequeno número · Sem fase larval CLASSE CEPHALASPIDOMORPHI · São as lampréias · Peixes de corpo cilíndrico · Pele desprovida de proteção · 1 ou 2 Nadadeiras medianas, sem apêndices pares · Esqueleto fibroso e cartilaginoso; notocorda persistente · Disco oral em forma de ventosa e língua com dentículos queratinizados bem desenvolvidos · Coração com seio venoso, átrio e ventrículo; arcos aórticos na região branquial · Sete pares de brânquias, com as correspondentes aberturas branquiais externas · Rim opistonéfrico ( partes anterior, média e posterior persistem no adulto · Anádromos ( se reproduzem em água doce mas se desenvolvem até à forma adulta no mar ou dulcícolas; fluidos corpóreos de regulação osmótica e iônica · Cordão nervoso dorsal com encéfalo diferenciado pequeno cerebelo presente 10 pares de nervos cranianos · Sistema digestivo sem estômago; intestino com dobra espiral · Órgãos sensoriais de paladar, olfato, audição; olhos bem desenvolvidos no adulto; 2 pares de canais semicirculares · Sexos separados; gônada ímpar sem duto; fecundação externa; geralmente procuram os rios para desovar · Estágio larval duradouro ( amocete eclodem em 2 semanas, absorvendo o vitelo cresce por 5 a 7 anos no leito arenoso metamorfose ( erupção dos olhos, substituição do capuz pelo disco oral com dentículos queratinizados, aumento das nadadeiras, maturação das gônadas e modificação estrutural das aberturas branquiais SUPERCLASSE GNATHOSTOMATA CLASSE CHONDRICHTHYES SUBCLASSE ELASMOBRANCHII (do grego elasmo, placa + branch, brânquia) · Superordem Bathoidea ( RAIAS · Ordem Batidoidimorpha ou Rajiformes ("verdadeiras" raias) · Ordem Myliobatiformes (jamantas) · Ordem Pristiformes (raias-de-serra) · Ordem Torpediniformes (raias elétricas) · Superordem Selachimorpha ( TUBARÕES · Ordem Hexanchiformes – 2F, 5 spp. ( Cação-bruxa · Ordem Squaliformes – 4F, 80 spp. ( tubarões-bagre · Ordem Pristiophoriformes – 1F, 5 spp. ( tubarões-serra · Ordem Squatiniformes – 1F, 15 spp. ( Cação-viola · Ordem Heterodontiformes – 1F, 8 spp. ( Heterodontus spp. · Ordem Orectolobiformes – 6F, 31 spp. ( Tubarão-baleia · Ordem Carcharhiniformes – 8F, ~270 spp. ( tubarões-martelo (dominam as águas costeiras) · Ordem Lamniformes – 7F, 16 spp. ( Tubarão branco (grandes e pelágicos = de mar aberto) SUBCLASSE HOLOCEPHALI (do grego holo, todo + cephalo, cabeça) · Ordem Chimaeriformes ( Quimeras - 30 spp. - todas marinhas, maioria vive nas profundezas (até 900 m) , onde são raramente observadas - medem menos de um metro de comprimento - olhos grandes que as auxiliam na busca pelo alimento, já que na profundidade maior a luz é praticamente inexistente - fecundação interna como todos os cartilaginosos - alimentam-se de camarões, moluscos, gastrópodes e ouriços do mar - possuem glândulas de veneno associada ao espinho dorsal - Hydrolagus matallanasi ( encontrada na costa brasileira; possui vários sensores para auxiliar na percepção de outros animais SUPERCLASSE GNATHOSTOMATA CLASSE CHONDRICHTHYES ( peixes cartilaginosos ) · Chondrichthyes ( chondros = cartilagem + ichthys = peixe ) · são cartilaginosos ou tem o esqueleto condral, sem ossos verdadeiros, embora possam ser encontrados centros de calcificação · Cerca de 850 spp., sendo somente 28 spp. dulcícolas · Subclasses: Elasmobranchii ( tubarões e raias Holocephali ( quimeras · Características Gerais dos Chondrichthyes: - Tamanho avantajado em muitas spp. de formato fusiforme ou achatado dorso- ventralmente - Pele rija, coberta de pequenas escamas placóides, apresentando glândulas mucosas - Esqueleto cartilaginoso verdadeiro - Coração com duas câmaras (1 aurícula e 1 ventrículo) - Respiração por meio de 5 a 7 pares de brânquias - Dez pares de nervos cranianos - cada ouvido com 3 canais semicirculares - Temperatura do corpo é variável ( ectotérmicos - Sexos separados, fecundação interna - Habitat: mares e tem hábitos de predação - Aspecto externo: a estrutura fusiforme é ainda mais aperfeiçoada na parte anterior da cabeça obtusa e denominada rostro Tubarões ( estrutura fusiforme Rostro = parte anterior da cabeça obtusa Raias ( achatado dorso-ventralmente - 2 nadadeiras dorsais medianas, umanadadeira caudal mediana (heterocerca) e 2 pares de nadadeiras laterais ( peitorais e pélvicas - Nadadeiras pélvicas, nos machos, modificadas em clásperes usados na cópula - Muitos tem uma nadadeira anal - Cauda heterocerca ( coluna vertebral desvia-se para cima, terminando no lobo superior da cauda - Rostro: ventralmente há 2 narinas e boca larga, olhos laterais e sem pálpebras - 5 fendas branquiais de cada lado - Narinas ( 2 bolsas de fundo cego - Espiráculo ( atrás dos olhos (remanescente da 1ª fenda branquial) - Ânus ( entre as nadadeiras pélvicas · TEGUMENTO dos Chondrichthyes: - Pele resistente, coriácea, com escamas placóides ou nua nos elasmobrânquios e quimeras - Dentes ( de escamas placóides modificadas e substituidos em série nos elasmobrânquios modificados em placas de trituração nas quimeras · ESQUELETO dos Chondrichthyes: - Endoesqueleto inteiramente cartilaginoso - Notocorda reduzida - Vértebras: elasmobrânquios ( completas e separadas quimeras ( completas sem centros - Esqueletos: apendicular ( sustentação das nadadeiras peitorais e pélvicas da cintura visceral - Crânio sem suturas · SISTEMA DIGESTIVO - boca ventral com várias fileiras de dentes laminares e pontiagudos, que são substituídos frequentemente podem ser transformações das escamas placóides - língua espessa e presa ao assoalho bucal - faringe com 5 a 7 pares de fendas branquiais separadas e espiráculos - esôfago curto e largo - estômago em forma de “J” , ausente nas quimeras - Pâncreas e um enorme fígado bilobado com vesícula biliar - Não tem glândulas salivares - Intestino ( curto e reto, possui internamente válvulas espirais ou tiflossolis para remover o excesso de sais - Reto ( curto e possui a glândula retal = secreção incolor com alta concentração de NaCl (auxilia a excreção renal) - Cloaca = terminação do intestino · SISTEMA CIRCULATÓRIO - sangue possui Hemácias grandes, ovais e nucleadas - Circulação fechada e dupla - coração é envolvido pelo pericárdio, forma de “S” com 4 câmaras: seio venoso átrio ventrículo cone ou bulbo arterial de onde partem a.aorta ventral, a.aorta dorsal e sistemas porta hepático e porta renal · RESPIRAÇÃO - branquial ( possuem 5 a 7 pares de branquias localizadas em câmaras separadas, com fendas que se abrem para o exterior Quimeras ( 4 pares de brânquias cobertas por um opérculo - Sem bexiga natatória ou pulmões - Tem um par de orifícios: os espiráculos (quando o animal está a grande profundidade, a água entra pelo espiráculo) - A água entra pela boca, passa pelas brânquias e sai pelas fendas e espiráculos · EXCREÇÃO - Rins opistonéfricos (partes anterior, média e posterior persistem no adulto): embrião ( pronefro = posição anterior e segmentada formado por vários tubos abertos por um nefróstoma para a cavidade celômica, onde se localizam os capilares do glomérulo adulto ( mesonefro = tem uma posição toráxica e segmentada glomérulo perde a ligação ao celoma, ficando encapsulado numa porção do tubo renal – cápsula de Bowman Em alguns casos ainda persistem ramificações do tubo renal em contato com o celoma por um nefróstoma - Excretos nitrogenados ( uréia e amônia - Urina possui poucos sais devido a pouca capacidade dos rins em torná-la concentrada - Sangue isosmótico ou ligeiramente hiperosmótico em relação à água do mar ( armazenam no sangue sais, uréia e trimetilamina para equilibrar a pressão osmótica com a água do mar · SISTEMA NERVOSO - encéfalo apresenta o telencéfalo liso e pouco desenvolvido 2 hemisférios cerebrais 2 lobos olfativos 2 lobos ópticos cerebelo bem desenvolvido - 10 pares de nervos cranianos e nervos espinhais pares em cada segmento do corpo - 3 pares de canais semicirculares · SENTIDOS - Faringe ( botões gustativos - Olfato e visão desenvolvidos narinas detectam substâncias químicas em concentrações de até uma parte em 10 bilhões - Visão excelente que permite perseguir a presa em águas mal iluminadas - Ouvido interno ( com função de equilíbrio - Linhas laterais ( em cada lado do corpo, desde o tronco até a cauda, para a percepção da correnteza e pressão da água (mecanorreceptores) sistema composto por neuromastos interligados por tubos e poros que se abrem na pele - Ampolas de Lorenzini ( na cabeça, funcionam como termorreceptores e eletrorreceptores pequenas câmaras contendo células sensitivas ligadas a fibras nervosas - Ouvido interno abre-se para o exterior via duto endolinfático - Existem órgãos elétricos em algumas espécies de raias · REPRODUÇÃO - Sexos separados, maturidade sexual tardia (até 35 anos) - Gônadas pares - Dutos reprodutores abrem-se na cloaca aberturas urogenital e anal separadas em quimeras - Desenvolvimento direto - Fecundação interna - Rituais pré-nupciais ( variam muito entre as diversas espécies padrões de comportamento, como o nado sincronizado, mordidas e alterações de cor são comuns a várias espécies - Ovíparos, ovovivíparos ou vivíparos ovíparos põem ovos com cascas grossas (“bolsa de sereia), resistentes a predadores, que são presos nas rochas ou algas vivíparos dão à luz filhotes alimentados no útero da fêmea através de uma secreção conhecida como “leite uterino” ovovivíparos carregam seus embriões internamente, dando à luz filhotes ativos, mas sem alimentá-los durante o seu desenvolvimento, o que é feito durante o crescimento através do saco vitelino CLASSE OSTEICHTHYES (peixes ósseos) - Forma do corpo ( fusiforme, achatado lateralmente - Notocorda ( persistente apresentando-se como um cordão de contas - Mandíbulas ( presentes ( Gnatostomados ) - Escamas ( de origem dérmica e podem ser : atenóide, ciclóide e as vezes ganóides - Vertebras ( ósseas - Arcos branquiais ( ósseos e internos às branquias - Nadadeiras ( pares: peitorais e pélvicas Impares: dorsais, anal e caudal - Bexiga natatória ( presente com ou sem ductos - Narinas ( dirrinus- pares com ou sem narinas internas · TEGUMENTO dos Osteichthyes - cobertura de epiderme lisa, que produz muco que facilita a movimentação na água e é uma proteção contra a entrada de agentes infecciosos - tronco e cauda apresentam escamas finas, arredondadas, dérmicas, em fileiras longitudinais e diagonais - apresentam escamas de origem mesodérmica, finas e imbricadas que podem ser de três tipos: - Escamas Ctenóides: a parte superior exposta de cada escama apresenta muitos espinhos pequenos ou denticulação - Escamas Ciclóides: são delgadas, elásticas e de forma variável, não apresentam espinhos - Escamas Ganóides: são escamas maiores, têm geralmente forma rômbica ou arredodada, a superfície exposta é coberta por uma camada de ganoína, uma substância dura e vítrea - As escamas crescem durante a vida do animal, aumentando de tamanho juntamente com o peixe. Não há troca de tegumento, mas isto pode ocorrer quando as escamas são perdidas ou danificadas, sendo substituídas · ESQUELETO dos Osteichthyes - As escamas e as nadadeiras constituem um “exoesqueleto” - endoesqueleto consiste no crânio, coluna vertebral, costelas, cintura peitoral e de muitos pequenos ossos acessórios que sustentam os raios das nadadeiras - CRÂNIO ( compreende a caixa craniana encerrando o encéfalo, as cápsulas para os órgãos pares de sentido especial ( olfativo, óptico, auditivo) esqueleto visceral ( forma as mandíbulas e os suportes para a língua e a estrutura branquial - COLUNA VERTEBRAL ( formada por muitas vértebras separadas e similares, unidas por ligamentos · APARELHO DIGESTIVO dos Osteichthyes - maxila e mandíbula podem ter dentes de tamanhos e formas diversas - glândulas epiteliais são numerosas; não há glândulas salivares - línguaé presa ao assoalho da cavidade bucal e pode ajudar nos movimentos respiratórios - faringe ( brânquias nos lados - esôfago ( curto - estômago ( curvo - válvula pilórica ( separa o estômago do intestino - fígado ( volumoso na parte anterior da cav. celomática vesícula biliar e ducto biliar que se abre no intestino · ALIMENTAÇÃO dos Osteichthyes Os peixes exploram todos os níveis tróficos dos ecossistemas aquáticos De acordo com os hábitos alimentares os peixes podem ser: - Fitoplanctófagos – exploram o nível mais baixo da cadeia alimentar dos ecossistemas aquáticos – as algas do fitoplâncton - Zooplânctófagos – exploram o segundo degrau na pirâmide alimentar aquática, o zooplâncton - Predadores – alimentam-se de organismo macroscópicos carnívoros alimentam-se de qualquer tipo de animal ictiófagos exercem predação sobre outros peixes e apresentam forte dentição - Iliófagos - alimentam-se removendo o fundo do ambiente; possuem boca dotada de protibilidade e um apurado sentido de olfação - Herbívoros - ingerem vegetais superiores - Onívoros - alimentam - se de qualquer material orgânico · APARELHO CIRCULATÓRIO dos Osteichthyes - O coração situa-se abaixo da faringe, na cavidade pericárdia - sangue venoso : seio venoso → aurícula de paredes finas → ventrículo muscular, todos separados por válvulas que impedem reversão do fluxo; coletado pelas artérias branquiais eferentes pares correspondentes → a.aorta dorsal, distribuindo a todas as partes da cabeça e do corpo - sistema linfático ( rudimentar · APARELHO RESPIRATÓRIO dos Osteichthyes - Respiram por meio de brânquias - brânquia ( dupla fileira de delgados filamentos branquiais - cada filamento ( muitas placas transversais minúsculas cobertas com epitélio fino e capilares que ligam as artérias branquiais aferentes às eferentes - cada brânquia é sustentada por um arco branquial cartilaginoso - Movimento respiratório: opérculos fecham-se contra o corpo, arcos branquiais arcam-se lateralmente, enquanto a água entra pela boca aberta; em seguida a válvula oral se fecha, os arcos branquiais se contraem, os opérculos se levantam e a água é forçada para fora, passando sobre os filamentos sangue dos filamentos elimina CO2 e absorve O2 da água · BEXIGA NATATÓRIA dos Osteichthyes - ocupa a parte dorsal do corpo, e atua como órgão hidrostático ajustando o peso do peixe ao da água em diferentes profundidades - em diversos peixes a bexiga natatória pode ajudar na respiração ou servir como órgão de sentido ou na produção de sons. · APARELHO EXCRETOR dos Osteichthyes - dois rins situam-se dorsalmente entre a bexiga natatória e as vértebras - excreção ( amônia - excretos fluidos e nitrogenados removidos do sangue são levados por um ureter tubular, desembocando numa bexiga urinária rudimentar · SISTEMA NERVOSO dos Osteichthyes - O encéfalo é curto lobos olfativos, os hemisférios cerebrais e o diencéfalo menores lobos ópticos e o cerebelo mais desenvolvidos - dez pares de nervos espinais cranianos, - medula é coberta pelos arcos neurais e dela sai um par de nervos espinais laterais para cada segmento do corpo · ÓRGÃOS DOS SENTIDOS ESPECIAIS dos Osteichthyes - Botões gustativos, que contêm células sensitivas para substâncias dissolvidas na água, ocorrem dentro e ao redor da boca - Os olhos provavelmente focalizam claramente apenas objetos próximos, mas servem para perceber objetos em movimentos sobre a superfície da água - Ouvido interno contém três canais semicirculares para o equilíbrio - Sistema da linha lateral ( tem várias extensões na cabeça e capta ligeiras modificações da pressão, ondas lentas ou movimentos da correnteza · APARELHO REPRODUTOR dos Osteichthyes - macho ( os dois testículos aumentam muito durante a época da reprodução e no acasalamento o esperma passa pelos ductos deferentes, para sair pela abertura urogenital - na fêmea os óvulos passam dos dois ovários unidos através dos ovidutos - Apresentam todos os mecanismos de fecundação ( bissexual, hermafrodita e a partenogenética - sexagem ( difícil, no entanto ocorrem casos de dimorfismo sexual tão marcante, que se chega a duvidar que os animais pertençam a mesma espécie - Ciclo reprodutivo – a reprodução nos peixes é cíclica. A idade da maturação varia de acordo com a espécie, habito alimentar, porte, sexo etc. PISCICULTURA TIPOS DE PISCICULTURA · Extensiva (praticada em reservatórios, lagos, lagoas e açudes que não foram construídos para o cultivo de peixes, mas para outra finalidade, a exemplo de bebedouro de animais, geração de energia elétrica etc. Este tipo de piscicultura apresenta os menores índices de produtividade uma vez que a alimentação dos peixes depende da produção natural dos corpos d'água. taxa de estocagem = um peixe para cada 10 m2 · Semi-intensiva ( É a criação de peixes praticada em aguada disponível na propriedade, geralmente viveiro de barragem, e que o homem contribui com alguns melhoramentos a exemplo do enriquecimento da água com adubações - orgânicas ou inorgânicas, visando aumentar a quantidade de alimentos naturais - fitoplâncton e zooplâncton, e com a oferta aos peixes de subprodutos disponíveis na propriedade tais como mandioca, milho, frutas, verduras, etc. taxa de estocagem = 3 a 5 peixes por m2 · Intensiva ( Essa criação é realizada em viveiros projetados especialmente com o fim de se criar peixes. viveiros ( possuem sistema de abastecimento e escoamento controlados e são povoados com peixes de valor comercial, a taxa de estocagem é programada como uma criação comercial de alta produtividade e, para aumentar o crescimento dos peixes usa-se, além da fertilização, a ração balanceada ração ( deve proporcionar elevada conversão alimentar capaz de promover um crescimento rápido aeração e/ou renovação da água ( podem ser necessárias para aumentar a taxa de O2 dissolvido produção estimada = 10.000 a 15.000 kg de peixe hect/ano · Superintensiva ( criação de peixes realizada em ambientes confinados como tanques-rede, fabricados de materiais não perecíveis onde uma única espécie de peixe é cultivada em alta densidade de povoamento; - os peixes são alimentados somente com ração balanceada, preferencialmente na forma extrusada - os tanques-rede são utilizados em lagos, grandes reservatórios e em rios de pequeno fluxo; as águas desses locais devem ser livres de poluição e bem oxigenadas - para tilápia, a produção estimada varia de 60 a 120 kg/m³ INSTALAÇÃO de TANQUES e VIVEIROS · Localização Em uma represa, nascente, ou baixada onde haja controle dos fluxos de entrada e saída de água principais fatores a serem observados: • Tipo de solo • Disponibilidade de água • Topografia do terreno • Proximidade do mercado consumidor • Facilidade de acesso ao local · Tipo de Solo argilo-arenoso ou sílico argiloso com composição mínima de 40% de argila, pois não se encharca tanto como o argiloso e não é tão permeável quanto o arenoso · Disponibilidade de Água A quantidade de água necessária para o desenvolvimento da piscicultura é calculada observando-se a área e a profundidade do viveiro dimensionamento de um projeto: deve considerar-se uma vazão suficiente para encher o maior viveiro em quatro dias (noventa e seis horas) e repor a água perdida pelos processos de infiltração e evaporação. Esta perda diária é da ordem de 1cm. · Tipos de Viveiros Viveiro ( reservatório escavado em terreno natural, dotado de sistema de abastecimento e drenagem que permita encher ou secar em um espaço de tempo relativamente curto. são divididos, de forma estrutural, em três tipos: • Viveiros de barragem • Viveiro de derivação • Tanques · CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E QUÍMICAS DA ÁGUA são fundamentais para os organismosque nela vivem, pois determinam as condições ambientais que favorecem o crescimento e a sobrevivência de espécies vegetais e animais aquáticos. Diversos fatores influenciam na sobrevivência e desenvolvimento dos peixes; as variações mais importantes que devem ser monitoradas são: · Temperatura · pH · Oxigênio dissolvido · Turbidez · Sais dissolvidos · Tipos de cultivo A capacidade de suporte de um viveiro depende da qualidade da água e do teor de oxigênio dissolvido que ela contém, sendo determinante para a escolha do cultivo · Monocultivo Neste sistema somente uma única espécie é criada; é praticado onde não existe oferta de alevinos de diferentes espécies uma vez que as fontes de alimentos existentes no viveiro ficam subtilizadas por não fazerem parte do hábito alimentar da espécie cultivada · Policultivo Praticada quando mais de duas espécies de peixes com hábitos alimentares diferentes são cultivadas no mesmo viveiro, explorando melhor as fontes de alimento existentes Neste tipo de sistema deve-se estabelecer a densidade de estocagem dos viveiros e a proporção relativa ideais das espécies - principal ou secundária - a serem neles criadas buscando uma maior produtividade · Alimentação - deve ser adequada às espécies criadas - tem efeito direto na sobrevivência, no crescimento e na produção - existem dois tipos de alimentos: • Naturais ( produzidos no viveiro e que são consumidos pelos peixes; exemplos: Fitoplâncton (algas), zooplâncton (microorganismos animais) e matéria orgânica morta • Artificiais ( são as rações balanceadas para peixes ou similares, extrusadas, peletizadas ou em pó e todos os subprodutos agropecuários locais · O alimento artificial deve ser administrado diariamente na quantidade de 3-5% da biomassa dividido em duas refeições, durante pelo menos 5 dias por semana, de preferência no mesmo local e às mesmas horas do dia (pela manhã e final da tarde). · A quantidade de alimento a ser administrado é calculada através da biometria mensal de uma amostra da população de peixes de um viveiro, que são capturados através da utilização de rede ou tarrafa. ESPÉCIES UTILIZADAS em PISCICULTURA no BRASIL · Carpa Comum (Cyprinus carpio) Omnívoro alimentando-se de zooplâncton na fase juvenil; adulto se alimenta de animais de fundo - minhocas, larvas de insetos, detritos etc. - Em um ano de cultivo atinge peso médio de 1,0kg. No sistema de policultivo, se adapta bem com o tambaqui, a carpa capim, a carpa prateada e a tilápia. · Carpa Prateada (Hypophthalmichthys molitrix) Alimenta-se das menores algas do viveiro e somente consome alimentos artificiais quando na forma farelada. Sua alimentação é incrementada através da adubação. Em policultivo, se adapta bem com a carpa comum e o tambaqui. Alcança com um ano de vida peso aproximado a 2,0kg. · Carpa Cabeça Grande (Aristichthys mobilis) Alimenta-se de algas em colônias, rotíferos e pequenos microcrustáceos . Adapta-se a carpa prateada, a curimatã e o tambaqui. Atinge cerca de 2,0kg com um ano de cultivo. · Carpa Capim (Ctenopharyngodon idella) herbívoro, consome não somente as plantas aquáticas mas também gramas e capins verde e fresco (não seco). É um peixe de piracema. Excelente produtor de adubo orgânico - pode consumir diariamente de 30 a 80% do seu peso. Alcança cerca de 1,8kg com um ano de cultivo. · Curimatã Pacu (Prochilodus marggravii) peixe lodófago e seu alimento natural constitui-se de matéria orgânica em decomposição ou de plantas e pequenos animais que vivem aderidos em pedras ou qualquer outro substrato no fundo do viveiro. Pode ser usado no policultivo com carpa prateada, carpa cabeça grande e tambaqui. Alcança com um ano de cultivo 1,0kg. · Tambaqui (Colossoma macropomum) alimentação principal = microcrustáceos planctônicos e frutas, além de algas filamentosas, plantas aquáticas frescas e em decomposição, insetos aquáticos e terrestres que caem na água, caracóis, caramujos, frutas secas e carnosas e sementes duras e moles. Nos viveiros os tambaquis podem ser alimentados com frutas, tubérculos, sementes e rações peletizadas e extrusadas; alimenta-se rápido e agressivamente, não dando tempo para outros peixes comerem; em sistema de policultivo pode ser cultivado junto com a curimatã, carpa comum, carpa prateada, carpa cabeça grande e carpa capim. Atinge peso médio de 1,5kg em um ano de cultivo. PRINCIPAIS ESPÉCIES DULCÍCOLAS DE PEIXES UTILIZADAS EM AQUÁRIOS POECILÍDEOS Poecilia reticulata Nome Popular: Guppy, Barrigudinho, Lebiste, Bandeirinha, Sarapintado, Peixe-Arco- Íris, Guaru-Guaru, Bobó, Rainbowfish, Missionaryfish, Millionenfisch, Buntfleckkaerpfling, etc. Nome Científico: Poecilia reticulata (Wilhelm C. H. Peters - 1859). Origem: Norte da América do Sul e América Central. Dimorfismo Sexual: Macho: Tem cores no corpo e nadadeiras. Sua nadadeira caudal costuma ser do mesmo tamanho do corpo. Pode chegar a medir 3 cm Fêmea: Tem cores somente no pendúculo caudal e nadadeiras. Pode chegar a medir 5,6 cm Aquário: 50 L Temperatura: De 25°C a 30°C. De preferência 27°C. Água: pH 7.0 a 7.2. dH 6 a 10. Alimentação: Onívora - Tubifex, larvas de mosquito, drosófilas, artêmia salina, dáfnias. Fotografia: Marcos Avila Xiphophorus maculatus (Plati, Platy) Origem: América Central Comprimento: 5 cm Aquário: 50 L pH: 7.3 Temperatura: 25°C Xiphophorus hellerii (Espada) Origem: América Central Comprimento: 13 cm Aquário: 60 L pH: 7.3 Temperatura: 25°C Xiphophorus montezumae (Espada Montezuma) Origem: México Comprimento: 6 cm Aquário: 60 L pH: 7.3 Poecilia sphenops (Molinésia Preta) Origem: México a Colômbia Comprimento: 6 cm Aquário: 60 L pH: 7.5 Temperatura: 27°C Poecilia latipinna (Molinésia Latipina) Origem: México, Estados Unidos Comprimento: 15 cm Aquário: 100 L pH: 7.8 Temperatura: 26°C ANABANTÍDEOS Betta splendens (Peixe de Briga, Betta) Origem: Tailândia Comprimento: 6 cm Aquário: 40 L pH: 7.0 Temperatura: 26°C Macropodus opercularis (Peixe Paraíso) Origem: Leste da Ásia Comprimento: 10 cm Aquário: 80 L pH: 7.0 Temperatura: 23°C Colisa lalia (Colisa) Origem: Bengal e Assam, Índia Comprimento: 6 cm Aquário: 80 L pH: 6.8 Temperatura: 28°C Trichogaster leerii (Tricogaster Léri) Origem: Tailândia, Malásia, Sumatra Comprimento: 10 cm Aquário: 100 L pH: 7.0 Temperatura: 26°C Trichogaster trichopterus (Tricogaster Azul) Origem: Tailândia, Borne Comprimento: 15 cm Aquário: 200 L pH: 6.8 Temperatura: 27°C Helostoma temminkii/temminckii (Beijador) Origem: Java e Tailândia Comprimento:30 cm Aquário: 400 L pH: 7.0 Temperatura: 26°C CIPRINÍDEOS Carassius auratus (Kinguio, Peixinho Dourado, Peixe Japonês, Telescópico) Origem: China Comprimento: 20 cm Aquário: 75 L pH: 7.6 Temperatura: 19°C Cyprinus carpio (Carpa, Koi, Nishikigoi) Origem: Europa até Japão Comprimento: 90 cm Aquário: 1000 L pH: 7.3 Temperatura: 19°C Danio rerio (Paulistinha, Danio Zebra) Origem: Leste da Índia Comprimento: 5 cm Aquário: 40 L pH: 7.0 Temperatura: 27°C Puntius tetrazona (Barbo Sumatra, Sumatrano, Barbo Tigre) Origem: Sumatra, Bornéu Comprimento: 8 cm Aquário: 80 L pH: 6.5 Temperatura: 27°C Danio malabaricus (Danio Gigante) Origem: Índia, Sri Lanka Comprimento: 10 cm Aquário: 100 L pH: 7.0 Temperatura: 27°C CARACÍDEOS Paracheirodon innesi (Neon Verdadeiro) Origem: Peru Comprimento: 4 cm Ph: 6.8 GH: 8 Temperatura: 24°C Hyphessobrycon eques (Matogrosso) Origem: Paraguai, Brasil Central Comprimento: 4 cm pH: 6.6 GH: 7 Temperatura: 26°C Colossoma macropomum (Pacu Vermelho, Tambaqui) Origem: Amazônia Comprimento: 100 cm pH: 6.8 GH: 8 Temperatura: 26°C AQUÁRIO MUNICIPAL DE SANTOSACQUAMONDO – AQUÁRIO DO GUARUJÁ PET SHOP ALIMENTADOR AUTOMÁTICO TUCUNARÉ PIRARUCU PIRANHA TRAÍRA ARRAIA ROBALO CACHARA LAGOSTA � � � � � � � � � � � � Canais semicirculares � PAGE 1
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