Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Peixes cartilaginosos ou condrictes (do grego chondros, cartilagem, e ichthyos, peixes). Caracterizam-se por apresentar esqueleto totalmente constituído de cartilagem. Possuem vértebras e crânio bem desenvolvido. 1. Elasmobranchii (elasmobrânquios) ou Selachii (seláquios)- tubarões, cações e raias (ou arraias). Possuem de cinco a sete fendas branquiais não protegidos por opérculo. 2. Holocephali (holocéfalos)- Quimeras, animais marinhos menos conhecidos, que vivem em grandes profundidades (entre 80 e 1 800 m) e águas oceânicas frias. Possuem brânquias protegidas por um opérculo membranoso, cauda longa e flexível, olhos muito grandes e corpo sem escamas. Corpo recoberto por escamas placoides ou dentículos dérmicos, de origem dermoepidérmica (produzidas pela ação conjunta da derme e da epiderme), com estrutura semelhante ao dente. Cada uma é formada por um espinho voltado para a região posterior do corpo do animal e uma placa basal situada na derme. A forma e disposição dessas escamas no corpo dos elasmobrânquios reduzem a turbulência da água ao redor do animal, aumentando a eficiência do nado. O espinho é coberto por esmalte, apresentando internamente uma camada de dentina que se estende formando a placa basal. No centro do espinho e da placa existe a polpa, onde estão presentes, terminações nervosas e vasos sanguíneos. Apresentar um prologamento anterior da cabeça (o rostro). A boca é transversal em posição ventral. Possuem várias fileiras de dentes afiados, derivados das escamas placoides, que se desenvolvem continuamente atrás dos dentes funcionais para substituir os que são perdidos. São carnívoros ativos, no entanto, existem espécies que se alimentam de plâncton, o tubarão-baleia, que chega atingir 20 m de comprimento. Conseguem morder e arrancar grandes pedaços do corpo das presas. Isso ocorre porque seu arco mandibular está frouxamente ligado ao crânio, o que não acontecem em outros vertebrados, cujo arco fica firmemente aderido ao crânio. Vantagem: Essa ligação frouxa é que as maxilas podem ser movimentadas para frente até o limite da elasticidade do ligamento que as une ao crânio. Tubarões e cações têm duas nadadeiras dorsais e dois pares de nadadeiras ventrais, um na região anterior do corpo – as nadadeiras peitorais – e outro na região posterior – as nadadeiras pélvicas. Há também uma nadadeira caudal achatada lateralmente e assimétrica, com a parte superior maior que a inferior, sendo por isso denominada heterocerca. Tubo digestório completo: 1. Boca2. faringe 3. esôfago “curto”4. estômago (início da digestão- massa alimentar) 5. intestino “Válvula espiral: retarda o trânsito dos alimentos e aumenta a área de absorção de nutrientes”/ digestão extracelular6. cloaca. As narinas são dois orifícios na região cefálica e não possuem função respiratória. Não se comunicam com a faringe, como ocorre também na maioria dos peixes ósseos. Para respiração, a água entra pela boca, passa pela faringe, banha as brânquias ricamente vascularizadas e sai através das fendas branquiais. Nos condrictes, a primeira fenda branquial é reduzida e não está associada às brânquias, ela forma um canal denominado espiráculo, que comunica o exterior do corpo diretamente com a faringe. Não possuem bexiga natatória e podem manter sua flutuabilidade sem afundar, principalmente pela presença de reserva de lipídios (óleo) no fígado. O óleo, que é menos denso do que a água auxilia na redução da densidade desses peixes. Peixe ósseo Peixes cartilaginosos mantêm alta a concentração de ureia no corpo, mantendo um ambiente corporal interno praticamente isotônico em relação à água do mar. Sistema excretor realizado por um par de rins “filtram do sangue as excreções nitrogenadas, principalmente ureia” e podendo também eliminar parte das excreções pelas brânquias. Sistema sensorial bem desenvolvido, com estruturas sensoriais utilizadas na percepção de estímulos do meio e na captura de suas presas a grandes distâncias. Quimiorrecepção - um dos sentidos mais desenvolvidos nos tubarões é o olfato, com células localizadas nas narinas. Ex: A presa é percebida quando está eliminando fluidos se seu corpo, como o sangue, de modo que geralmente já se encontra ferida. Mecanorreceptores/ Linha lateral (peixes em geral)- sentido importante para orientação dos vertebrados aquáticos, através da percepção de vibrações na água. Peixe ósseo Eletrorreceptores/ Ampolas de Lorenzini- localizam na cabeça, são poros e tubos cheios de muco, que comunicam células sensoriais com a água. Essas células são capazes de detectar a fraca corrente elétrica gerada pela atividade muscular da presa. Equilíbrio dado pela orelha (ouvido interno), com canais semicirculares. Os tubarões realizam fecundação interna. De sexo separado, apresentando dimorfismo sexual, os machos de elasmobrânquios possuem um órgão copulador chamado clásper (par de nadadeiras pélvicas transformadas em um órgão copulador), que deposita os gametas, masculinos no interior da fêmea. O desenvolvimento é direto, com espécies ovíparas (as fêmeas eliminam os ovos, que se desenvolvem na água), ovovivíparas (as fêmeas retêm os ovos no interior do corpo até o final do desenvolvimento embrionário, “dando à luz” jovens imaturos) e vivíparas “poucas espécies” (desenvolvimento totalmente dentro do corpo da fêmea). Caraterísticas gerais dos osteíctes Trata-se de um grupo bastante diversificado, com espécies vivendo em lagos, córregos, rios e oceanos, desde as regiões polares até os trópicos. Endoesqueleto formado basicamente por ossos. Boca anterior. 1. Actinopterygii – Actinopterígeos (peixes com nadadeiras radiais). Grupo mais diversificado. Dourado Tilápia Peixe-papagaio Baiacu Enguia Bagre 2. Sarcopterygii- Sarcopterígeos (peixes com nadadeiras lobadas ou carnosas, sustentadas por ossos semelhantes aos membros dos tetrápodes). Observação: acredita-se que os primeiros vertebrados terrestres – os anfíbios – teriam surgido de um grupo de sarcopterígeos, sem representantes na fauna atual, que viviam em águas rasas respirando por brânquias e também por pulmões. Hoje representados em dois grupos: Actinistia (actinístios ou Celacantos – “Fóssil vivo”) e Dipnoi (dipnoicos ou pulmonados – exp. Piramboia). Celacanto Tubo digestório completo (boca e ânus). Tubo digestório assemelha-se à dos condrictes, mas não há válvula espiral. Logo após o estômago há cecos pilóricos, que aumentam a área intestinal de contato com os alimentos. O fígado é bem desenvolvido e participa da digestão produzindo a bile, um líquido que é armazenado na vesícula biliar e eliminado no intestino, onde auxilia na digestão das gorduras. Sistema respiratório A circulação é permanente de água entre os filamentos branquiais garantindo o suprimento de gás oxigênio e a remoção do gás carbônico do sangue. Eles abaixam o “assoalho” da cavidade bucal para aspirar água pela boca. Em seguida, fecham a boca, abrem os opérculos e elevam o assoalho bucal, forçando a água a passar pelas fendas branquiais. Bexiga natatória Os actinopterígeos têm, na porção dorsal da cavidade corporal, uma bolsa interna de parede flexível cheia de gás, que controla a flutuação do peixe, permitindo que ele se mantenha em diferentes profundidades, subindo e descendo sem ter de despender muita energia. Em algumas espécies de osteíctes, a bexiga natatória liga-se à faringe por meio de um ducto, o ducto pneumático são denominados fisóstomos.Além de poder engolir o ar atmosférico na superfície, eles secretam gases do sangue, especialmente o oxigênio, para dentro da bexiga natatória por meio de uma região especial chamada glândula de gás. Na maioria dos peixes ósseos, a bexiga natatória é uma bolsa completamente fechada (conexão perdida com a faringe) são denominados fisóclistos. Eles regulam o volume da bexiga secretando gases do sangue para o interior da bexiga usando a glândula de gás e eliminando o excesso para o sangue por outra região especializada. secreta ácido láctico no sangue. “O ambiente ácido faz o gás oxigênio dissociar-se da hemoglobina e difundir-se para o interior da bexiga natatória que, na região da rete mirabile (artérias e veias localizada na bexiga natatória), é permeável a gases.” A bexiga natatória dilata e o peixe não afunda. nos peixes fisóclistos a bexiga natatória entra em contato com os vasos sanguíneos e permite a difusão de gás oxigênio de volta para o sangue. Sistema excretor Um par de rins localizados na parte superior da cavidade abdominal. Os rins retiram as excreções nitrogenadas do sangue, principalmente a amônia, eliminando- as na forma de urina. Esta é conduzida por ureteres até um poro excretor localizado perto do ânus. Grande parte das excreções também é eliminada pelas brânquias. Sistema circulatório Fechado, simples e completa. Em alguns o coração tem quatro câmaras: o seio venoso, o átrio, o ventrículo e o cone ou substituído pelo bulbo. Pelas cavidades do coração circula somente sangue venoso. A circulação do sangue nos filamentos branquiais ocorre sentido contrário ao da circulação da água contracorrente. CLASSIFICAÇÃO Filo Chordata Grupo Protochordata (Acraniata) Subfilo Urochordata Subfilo Cephalochordata Grupo Craniata Subfilo Vertebrata (vértebras) Classe Agnatha (sem mandíbulas) Subclasse Ostracodermi (peixes extintos) Subclasse Cyclostomata(lampréias,feiticeiras) CLASSE AGNATHA – Vertebrados Primitivos Fóssil de peixe sem mandíbulas - cerca de 400 milhões de anos, e pertence ao Cephalaspis do grupo dos Osteostracos extintos, 10 cm de comprimento. Classe Agnatha (gnathos, mandíbula) - sem mandíbulas Subclasse Cyclostomata (cyklos, circular e stoma, boca) Lampréia (água-doce e marinha) Feiticeira ou peixe-bruxa (marinha) Ordem Myxini (myxa - muco) – Feiticeira ou peixe-bruxa • Corpo delgado , arredondado, pele nua com glândulas de muco; • Sem nadadeira dorsal – nadadeira caudal estende-se a frente; • Boca mordedora com filas de dentículos; Comprimento - 73,7 cm Marinha - 250 a 530 m profundidade (2000) Eptatretus menezesi - Região Sul e Sudeste Brasil (SC, RS, RJ) Comprimento – 52cm Marinha – 690 a 810 profundidade (2001) Myxine sotoi – Região Sul e Sudeste (SC e SP) http://www.fishbase.us/Photos/PicturesSummary.php?ID=58628&what=species • Ao longo das paredes laterais do corpo abrem- se glândulas mucosas que secretam grandes quantidades de muco e filamentos espiralados protéicos densos, que em contato com a água do mar enrijecem, se entrelaçando retendo o muco mais fluido que envolve o corpo da feiticeira. • Vertebrados marinhos; • Dotados de crânio e coluna vertebral cartilaginoso; • Corpo alongado que podem atingir até 1m; • Animais de vida livre, carnívoros; • Boca com pequenos dentes, rodeada de tentáculos •Arrancam pedaços de suas presas • Vivem enlodados, semienterrados, na lama do fundo dos mares. • Boca com pequenos dentes, rodeada de tentáculos. • Uma vez fixa à presa, a feiticeira enrola-se sobre si mesma formando um nó em sua cauda que se desloca em direção a região anterior do corpo até o ponto onde este nó forneça o ponto de apoio para que o animal possa abocanhar e dilacerar a presa. • Órgãos sensoriais de paladar, olfato e audição e olhos degenerados; •5 a 16 pares de brânquias; • Notocorda persistente; • Cordão nervoso dorsal com encéfalo diferenciado, sem cerebelo – nervos cranianos; • Esqueleto fibroso e cartilaginoso (crânio); • Coração com seio venoso,átrio e ventrículo; • Sistema digestório sem estômago – sem válvula espiral ou cílios; • Em algumas espécies existem 100 fêmeas para cada macho; • Hermafroditas, com um sexo funcional (ovários e testículos) – sexos separados. • Fecundação externa - não se sabe como ocorre a fecundação. • As fêmeas produzem poucos ovos e de grande tamanho. • O desenvolvimento é direto. MORFOLOGIA EXTERNA • Ordem Cephalaspidomorphi (kephale, cabeça + aspidos, escudo + morphe,forma) • Petromyzones (petros, pedra + myzon, sugador) Boca sugadora com dentes córneos Lampreias - Petromyzon marinus - Oceano Atlântico (1m) • Marinhas e de água doce, sem mandíbulas; • Corpo delgado, arredondado com pele nua; • 1 ou 2 nadadeiras medianas, sem apêndices pares; http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/e5/Lamprey_illustration_side.png Boca – disco oral em forma de ventosa e língua com dentículos usados fixação e dilacerar a pele do hospedeiro. Glândula salivar produz substância anticoagulante, impedindo cicatrização do ferimento. • Ectoparasitas de baleias e peixes. • 7 pares de brânquias – abertura branquial externa; • Órgãos sensoriais de paladar, olfato, audição; olhos bem desenvolvidos (no adulto). • Esqueleto cartilaginoso e fibroso, notocorda persistente; • Cordão nervoso dorsal com encéfalo diferenciado, pequeno cerebelo presente; • Sistema digestório sem estômago; intestino com dobra espiral; • REPRODUÇÃO • Sexos separados – fertilização externa, longo estágio larval ( 4 a 5 anos). • Todas lampréias MARINHAS e de ÁGUA-DOCE se reproduzem em rios. • Espécies anádromas migram para o mar depois da metamorfose; • Onde se desenvolvem e atingem a maturação sexual - pode durar 1 ou 2 anos. • Quando atingem a maturidade sexual, as lampréias entram num rio, reproduzem-se e morrem. Eliminação dos gametas Fecundação - os adultos morrem; Fêmeas geram ovos pequenos e sem reservas nutritivas. Larva vive enterrada filtra partículas de alimento Vida larval - pode durar até 7 anos, sempre passada no rio onde nascem. Larvas sofrem metamorfose Transformam- se em adultos. • LAMPREIAS PARASITAS: • Migram para o mar ou permanecem rio; • Se fixam no hospedeiro para se alimentar quando satisfeitas liberam-se do peixe. • LAMPREIAS NÃO-PARASITAS: • Não se alimentam após se tornarem adultas; • Canal alimentar degenera na forma de uma camada de tecido não-funcional; • Dentro de alguns meses desovam e morrem. Ecologia • Invasão de Lampreias tem efeito devastador para a pesca; • Algumas espécies de Lampreias são usadas como alimento. • No sul da Europa a lampreia é tida por iguaria requintada, sendo vendida nos restaurantes a preços muito elevados. Diferenças entre Feiticeiras e Lampréias Feiticeiras Lampréias Sem nadadeiras Nadadeiras medianas Boca mordedora Disco oral (ventosa) Sem cerebelo Com pequeno cerebelo Olhos degenerados Olhos desenvolvidos Duas gônadas (1 funcional) Sem estágio larval Gônada ímpar Estágio larval longo CELACANTO - era conhecido através de fósseis com idade de 400 milhões de anos, acreditava-se extinto há 80 milhões de anos Em 1938, cientistas ficaram espantados com a descoberta na África do Sul representantes vivos.
Compartilhar