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002 Regência Nominal

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Professor Marcos Pacco 
Gramática 
Material das Aulas 01 e 02 – Regência Nominal 
 
 
1 É PROIBIDO REPRODUZIR OU COMERCIALIZAR www.estudioaulas.com.br 
 
REGÊNCIA NOMINAL 
 
 
1 Empreguei outro dia aqui a expressão “substantivo intransitivo”, e um petralha resolveu me chamar de 
ignorante, claro: “Oh, só os verbos podem ser intransitivos ou transitivos”. Vá estudar, animal! O conceito é 
e m p r e g a d o p o r a l g u n s g r a m á t i c o s p a r a 
5 distinguir substantivos que requerem (ou não) complementos. Para se entender, aliás, o que é exatamente um 
“complemento nominal” e o que o distingue, em alguns casos, do adjunto adnominal, é preciso trabalhar com a noção 
de transitividade do substantivo e do adjetivo. Aqui, na página 63 da coluna que abre à direita, vocês encontram uma 
e x p l i c a ç ã o 
10 dada por Celso Pedro Luft em Moderna Gramática Brasileira. Não é um conceito com que se trabalhe 
usualmente no segundo grau. Mas o vagabundo que chega com aquela agressividade tem de, ao menos, fazer antes 
uma pesquisa. 
 [ . . ] é u m p r a z e r r e s p o n d e r a o p e t r a l h a . É o p r a z e r d o c h u t e n o 
15 traseiro. Quem disse que eu não gosto de chutar? Mas sempre chuto com bibliografia. Vale dizer: não deixa 
de ser um pontapé instrutivo. Já que, a exemplo de Lula, eles têm sono quando pegam um livro, eu os instruo com a 
minha botina pedagógica. 
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo (Acesso em 23/04/2012) 
 
1 O conceito de verdade tem sido abordado e compreendido de diferentes formas por diversos 
pensadores e por diversas escolas filosóficas. Os filósofos gregos começaram a buscar a verdade em relação ou 
o p o s i ç ã o à f a l s i d a d e , i l u s ã o , a p a r ê n c i a . D e a c o r d o c o m 
5 essa concepção, a verdade estaria inscrita na essência, sendo idêntica à realidade e acessível apenas ao 
pensamento, e vedada aos sentidos. Assim, um elemento necessário à verdade era a “visão inteligível”; em outras 
palavras, o ato de revelar, o próprio desvelamento. 
 J á p a r a o s r o m a n o s , a v e r d a d e e r a V e r i t a s , a v e r a c i d a d e . O c o n c e i t o 
10 era sempre aplicado, isto é, remetia a uma história vivida que pudesse ou não ser comprovada. Essa 
concepção de verdade subordinava-a, portanto, à possibilidade de uma verificação. A formulação do problema do 
“critério de verdade” ocupou os adeptos da gnosiologia, aqueles que se dedicavam ao estudo das relações do 
p e n s a m e n t o , e d e s e u e n u n c i a d o , 
15 sua forma de tradução na comunicação humana com o objeto ou fato real, em que se buscava uma relação de 
correspondência. Para a lógica, o interesse circunscrevia-se na correção e (ou) coerência semântica do discurso, da 
enunciação, descartando a reflexão sobre o mundo objetivo. 
 
 
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 P a r a o f i l ó s o f o H e i d e g g e r , a s v e r d a d e s s ã o r e s p o s t a s q u e o h o m e m 
20 dá ao mundo. Ressalte-se a utilização do termo no plural, quando o conceito de verdade perde o critério do 
absoluto e(ou) do indivisível. Portanto, não haveria mais uma verdade filosófica, mas várias verdades. Esse sentido 
mais pluralista também é defendido por Foucault, para quem o significado de verdade seria o de expressão de 
d e t e r m i n a d a 
25 época, cada qual com sua verdade e seu discurso. 
www.metodista.br (com adaptações). 
 
A Regência Nominal estuda as relações de dependência entre substantivos, adjetivos, advérbios e seus complementos. 
O mais importante é conhecer a preposição adequada para cada uma dessas classes gramaticais. Vale ressaltar que, em 
regência nominal, não existe tanta diferença entre o coloquial e o culto. Vejam-se algumas análises: 
 
Os filósofos gregos começaram a buscar a verdade em relação ou oposição à falsidade, ilusão, aparência. 
 
 
De acordo com essa concepção, a verdade estaria inscrita na essência, sendo idêntica à realidade e acessível apenas 
ao pensamento, e vedada aos sentidos. 
 
 
 
Assim, um elemento necessário à verdade era a “visão inteligível”; em outras palavras, o ato de revelar, o próprio 
desvelamento.
 
 
 
 
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Já para os romanos, a verdade era Veritas, a veracidade. O conceito era sempre aplicado, isto é, remetia a uma história 
vivida que pudesse ou não ser comprovada. Essa concepção de verdade subordinava-a, portanto, à possibilidade de 
uma verificação. 
 
Veja-se: 
 
 
 
Veja-se uma questão do Cespe que demonstra essa relação: 
 
“[...] o que permitiu o indiciamento e julgamento de policiais militares em casos de múltiplas e graves violações como 
os do Carandiru, Corumbiara e Eldorado dos Carajás; a tipificação do crime de tortura (Lei n. 9.455/1997), que 
constituiu marco referencial para o combate a essa prática criminosa no Brasil”. 
 
 
 
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 1) ADJUNTO ADNOMINAL: termo que se associa, especifica, qualifica, caracteriza ou determina um substantivo, 
sem mediação de verbo. Pode ser preposicionado. 
 
Encontre sua vaga.
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Uma boa notícia, sem dúvida, para quem está à procura de oportunidades de trabalho.
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Existem diferentes formas de procurar emprego, que vão dos tradicionais anúncios de jornal à nova onda de sites 
de emprego.
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 2) COMPLEMENTO NOMINAL: associa-se a substantivos abstratos, adjetivos e advérbios para especificá-
 
 
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los e complementar-lhes o sentido. Sempre será preposicionado. 
 
A fabricante de computadores Dell conta com um programa institucionalizado de incentivo às indicações.
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Estamos percebendo uma retomada dos negócios nas últimas semanas.
5
 
 
A recomendação e contratação de profissionais podem gerar bônus em algumas empresas.
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Por isso, as chances de ser contratada aumentam em relação aos demais concorrentes.
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O primeiro passo, porém, está bem mais próximo de você.
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A aparente semelhança entre adjunto e complemento só ocorre com termos substantivos antecedidos pela 
preposição de. Veja-se como diferenciá-los: 
 
 
 
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Segue uma lista dos nomes mais comuns e das preposições que eles exigem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Questões Comentadas – Cespe/UnB 
 
1 Estudo do Banco Mundial (BIRD) sobrepolíticas fundiárias em todo o mundo defende que a garantia 
do direito à posse de terra a pessoas pobres e o incremento do mercado fundiário – principalmente o sistema de 
a r r e n d a m e n t o – s ã o f a t o r e s f u n d a m e n t a i s p a r a 
5 facilitar o acesso à terra e promover o crescimento econômico. 
 
 
 
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 1. As regras de regência da norma culta exigem o emprego da preposição “a” imediatamente antes de “pessoas 
pobres” (.3) para que se complemente sintaticamente o termo “garantia” (.2). 
 
 [...] O objetivo é estancar a banalização da morte, seja ela no trânsito, na fila do pronto-socorro, 
dentro dos presídios, em decorrência do uso indevido de armas ou das chacinas de crianças e trabalhadores rurais. 
 
 2. A expressão “das chacinas de crianças e trabalhadores rurais” é complemento de “em decorrência” (.2-3). 
 
 A pergunta fundamental que precisamos fazer em cada ato de compra é: precisamos 
realmente desse produto ou serviço? É necessário reagir ao consumo desenfreado a que as peças 
publicitárias querem nos induzir. 
 
 3. O emprego de preposição em “a que” (.3) justifica-se pela regência de “consumo” (.3). 
 
1 Um dos mais fortes argumentos contra qualquer espécie de racismo vem das recentes descobertas no 
campo da genética, que consolidaram, no campo científico, a ideia bastante conhecida atualmente de que todos os 
s e r e s h u m a n o s e x i s t e n t e s h o j e e m d i a s ã o 
5 originários de um mesmo grupo de hominídeos que viveram na África Ocidental há dezenas de milhares 
de anos. 
 
 4. O emprego da preposição “de” em “de que todos os seres humanos existentes hoje em dia são” (.4) deve-se 
à regência da forma verbal “consolidaram” (.3). 
 
1 O fortalecimento da agricultura familiar é estratégico para o avanço de propostas de desenvolvimento 
local, pela sua presença maciça na grande maioria dos municípios brasileiros, pelo número de pessoas que vivem 
n e s s a s c o n d i ç õ e s , p e l a f o r ç a d e s u a p r o d u ç ã o 
5 agrícola e sua capacidade de interação com outras atividades econômicas e sociais locais. Esse 
processo cria não só ocupações produtivas para os membros da família, mas para toda a região onde se produz o 
processo de dinamização da economia. 
 
 5. A presença da preposição por em “pela” (.2) e “pelo” (.3) deve-se à regência do substantivo “avanço” (.2). 
 
1 A diversidade de realidades dos municípios não se explica exclusivamente pelas desigualdades 
regionais, mas também por desigualdades intrarregionais. Esses diferenciais são evidenciados pela distribuição dos 
m u n i c í p i o s s e g u n d o o n ú m e r o d e h a b i t a n t e s , 
5 o que apresenta seus reflexos na estrutura financeira. 
 
 6. Em “pelas desigualdades” (.2), o emprego da preposição “por” justifica-se pela regência de “se explica” (.1). 
 
1 “[...] o que permitiu o indiciamento e julgamento de policiais militares em casos de múltiplas e 
graves violações como os do Carandiru, Corumbiara e Eldorado dos Carajás; a tipificação do crime de tortura (Lei n. 
9.455/1997), que constituiu marco referencial 
5 para o combate a essa prática criminosa no Brasil”. 
 
 
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 7. A substituição de “o combate a” (.5) por combater mantém a correção gramatical do período. 
 
1 A gestão pela qualidade permite fazer mais com menos e o Brasil precisa dessa solução para 
construir uma nação forte, potencializando ao máximo cada real investido em educação. Só assim formaremos 
b r a s i l e i r o s c i d a d ã o s , c a p a z e s d e l e r e d e r e a l m e n t e 
5 compreender o que leem, de se inserir no mercado de trabalho e de contribuir com o crescimento do 
país. 
 
 8. Na linha 5, o emprego da preposição “de” antes de “se inserir” e de “contribuir” indica que esses termos são 
complementos de “capazes” (.4). 
 
 Não se trata ainda de uma condenação irreversível. Mas o mal crônico que está asfixiando o 
ecossistema já passou do ponto em que seu metabolismo possa recuperar a exuberância do passado. 
 
 9. Por ser de emprego facultativo, preservam-se a correção gramatical e a coerência textual ao se retirar a 
preposição do termo “em que” (.2-3). 
 
1 Ao entrar em capacidade máxima de operação, a unidade P-52, que é do tipo semissubmersível, 
poderá processar 180 mil barris de petróleo e comprimir 9,3 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. 
I n t e g r a n t e d o p r o g r a m a d e d e s e n v o l v i m e n t o d o C a m p o d e 
5 Roncador, na Bacia de Campos, a P-52 ficará ancorada em uma profundidade de 1.800 metros e 
será interligada a 29 poços (18 produtores e 11 injetores de água). 
 
10. Em “ficará ancorada em uma profundidade” (.5-6), a substituição de “em” por a mantém a correção 
gramatical do período. 
 
1 Defendendo o nível coletivo da ação, o advogado que representa os fumantes disse que os fabricantes 
usaram uma estratégia de mercado para promover cigarros leves como uma alternativa de baixo risco em relação aos 
c o m u n s , e m b o r a e l e t i v e s s e a c e s s o a 
5 estudos que mostram que os riscos são iguais. 
 
11. Na linha 4, o emprego de preposição em “aos comuns” deve-se à regência da palavra “relação”.

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