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1 UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ – UTFPR DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ELÉTRICA – DAELT CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA RODRIGO RAFFAELLI YAGNYCZ TRANSFORMADORES PARA INSTRUMENTOS. TRANSFORMADORES DE CORRENTE E TENSÃO ÓTICOS. DIVISORES CAPACITIVOS DE POTENCIAL (DCP’s) E SISTEMA CARRIER TRABALHO DE MEDIDAS ELÉTRICAS CURITIBA 2013 2 RODRIGO RAFFAELLI YAGNYCZ TRANSFORMADORES PARA INSTRUMENTOS. TRANSFORMADORES DE CORRENTE E TENSÃO ÓTICOS. DIVISORES CAPACITIVOS DE POTENCIAL (DCP’s) E SISTEMA CARRIER CURITIBA 2013 Trabalho de Medidas Elétricas apresentado ao Professor Eloi Rufato Junior da Universidade Tecnológica Federal do Paraná como requisito parcial para a aprovação na Disciplina de Medidas Elétricas do 5º período do curso de Bacharelado em Engenharia Elétrica. Orientador: Prof. Eloi Rufato Junior. 3 “O único lugar em que o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário” Albert Einstein (1879-1955) 4 RESUMO Esta pesquisa apresentará num contexto geral, assuntos a respeito da criação dos transformadores de corrente, tensão, óticos, etc. Também falará a respeito do sistema Carrier e de Divisores capacitivos de potencial. Informações como os materiais que foram, são ou serão utilizados na constituição de inúmeros tipos de transformadores também poderão ser encontradas aqui. Abordará também as curiosidades e principalmente as aplicações dos transformadores no cotidiano e também em larga escala para ambientes profissionais. Fatos como os criadores/estudiosos que foram os pioneiros no estudo e na aplicação dos transformadores, nomes e informações que julguemos interessantes serão também apresentados. Discutiremos os conceitos envolvidos na criação, fabricação em massa, aplicações, materiais envolvidos dentre partes importantes que serão relevadas. A pesquisa apresentará os benefícios encontrados após a criação das ferramentas em questão, e também como funcionava anteriormente. Fenômenos envolvidos nos equipamentos e no seu funcionamento ideal serão detalhados e justificados para melhor entendimento, os principais compostos utilizados na fabricação também serão apresentados de forma clara e objetiva. Tal pesquisa tem como objetivo apresentar as principais informações relacionadas aos alunos do curso de Bacharelado em Engenharia Elétrica da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, buscando um aprimoramento do conhecimento na área. Palavras-chave: Engenharia Elétrica. Transformador de Corrente. Transformador de Tensão. Transformador Ótico. Transformadores para Instrumentos. Divisores Capacitivos de Potencial. Sistema Carrier. 5 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – André-Marie Ampere (1775 – 1836) Pág.9 Figura 2 – Michael Faraday (1791 – 1867) Pág.10 Figura 3 – Thomas Alva Edison (1847-1931) Empresário e inventor americano. Pág.11 Figura 4 - George Westinghouse - Empresário Americano. Pág. 12 Figura 5 – William Stanley, inventor do primeiro “Transformador”. Pág. 13 Figura 6 – O Transformador de Stanley. Pág. 14 Figura 7 – Imagem em corte de um transformador de potencial. Pág. 15 Figura 8 – Esquema de um transformador de potencial. Pág. 16 Figura 9 – Esquema simples de um transformador. Pág. 17 Figura 10 - Esquerda: Laminas tipo E de constituição ferromagnética do transformador – Direita: Tipo E-1 Pág. 18 Figura 11 – Transformador modelo Toroidal. Pág. 18 Figura 12 – Exemplificação do experimento utilizado para determinar a Lei de Indução de Faraday. Pág. 19 Figura 13 – Esquema simplificado mostrando as montagens para observar os efeitos das correntes de Foucault. Pág. 19 Figura 14 – Primário de um transformador. Pág. 20 Figura 15 – Secundário de um transformador. Pág. 20 Figura 16 – Imagem de um transformador de potencial. Pág. 22 Figura 17 – Esquema de ligação de um transformador de corrente. Pág. 23 Figura 18 – Exemplo de transformador de corrente tipo janela. Pág. 23 Figura 19 – Esquema de um transformador de corrente tipo barra. Pág. 25 Figura 20 – Transformador de corrente tipo enrolado. Pág. 25 Figura 21 – Transformador de corrente tipo janela. Pág. 25 Figura 22 – Transformador de corrente tipo bucha. Pág. 26 Figura 23 – Transformador de corrente tipo núcleo dividido. Pág. 26 Figura 24 – Transformador de corrente com vários enrolamentos primários. Pág. 28 Figura 25 – Transformador de corrente com vários núcleos secundários. Pág. 28 Figura 26 - Transformador de corrente com vários enrolamentos secundários. Pág. 29 Figura 27 – Transformação de corrente tipo derivação no secundário. Pág. 29 Figura 28 – Esquema de ligação de um transformador de corrente. Pág. 30 Figura/Gráfico 1 – Curva de magnetização. Pág. 34 Figura/Gráfico 2 – Ordem de grandeza. Pág. 35 Figura/Gráfico 3 – Densidade de fluxo magnético. Pág. 36 Figura 29 – Exemplo de birrefringência da luz. Pág. 41 Figura 30 – Modulador eletro-óptico para configuração longitudinal. Pág. 41 Figura 31 – Modulador eletro-óptico para configuração transversal. Pág. 41 Figura 32 – Vista em corte de um TP óptico. Pág. 42 Figura 33 – Vista em corte de um EOVT. Pág. 43 Figura 34 – Esquema representativo de um EOVT. Pág. 44 Figura 35 – Simulação de efeito Faraday. Pág. 44 Figura 36 – Vista em corte de um transformador de corrente óptico. Pág. 46 Figura 37 – Sistema de medição de corrente em um TC óptico. Pág. 47 Figura 38 – Vista da montagem de um MOCT. Pág. 48 6 Figura/Gráfico 4 - Comparativo de massa entre TC ópticos e convencionais. Pág. 49 Figura/Gráfico 5 – Comparativo de massa entre TP óptico e convencionais. Pág. 50 Figura 39 – TCs ópticos de 138 kV instalados na posição horizontal. Pág. 51 Figura 40 – TCs ópticos de 362 kV instalados invertidos. Pág. 51 Figura 41 – Resultados dos ensaios de precisão de um TC óptico. Pág. 52 Figura 42 – Resultados de um ensaio de precisão de um TP óptico. Pág. 53 Figura 43 – Diagrama fasorial das tensões e correntes primárias e secundárias. Pág. 58 Figura/Gráfico 6 – Comparativo dos custos entre TCs convencionais e ópticos. Pág. 62 Figura 44 – Esquema de instalação do Sistema Carrier. Pág. 62 Figura 45 – Modulação da senóide. Pág. 63 Figura 46 – Filtros e processadores separam a informação da energia elétrica. Pág. 64 Figura 47 – Divisor Capacitivo de Potencial. Pág. 66 Figura 48 – Divisor de Tensão Capacitivo em vazio. Pág. 67 Figura 49 – Divisor de Tensão Capacitivo com carga. Pág. 68 Figura 50 – Circuito equivalente. Pág. 68 Figura 51 – Circuito equivalente simplificado. Pág. 68 Figura 52 – Diagrama fasorial do circuito equivalente. Pág. 69 Figura 53 – Divisor Capacitivo de Potencial. Pág. 70 Figura 54 – Circuito simplificado de um DCP. Pág. 70 Figura 55 - Circuito equivalente do DCP. Pág. 71 7 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Tabelas de Correntes nominais do transformador de corrente (TC). Pág. 32 Tabela 2 - Transformadores de Corrente – Cargas Nominais. Pág. 33 Tabela 3 - Fator de sobrecorrente. Pág. 38 Tabela 4 - Tensão e Frequência. Pág. 39 Tabela 5 – Massa em Kg de TIs ópticos do fabricante A. Pág. 49 Tabela 6 – Massa em Kg de TIs convencionais do fabricante B. Pág. 49 Tabela 7 – Massa em kg de TIs convencionais do fabricante C. Pág. 49 Tabela 8 – Massa em Kg de TIs convencionais do fabricante C (isolados a SFe) Pág. 49 Tabela 9 – Massa em Kg de TIs ópticos do fabricante C. Pág. 50 Tabela 10 – Massa em Kg de TIs convencionais do fabricante D. Pág. 50 Tabela 11 – Volume de óleo (em litros) em TCs convencionais do fabricante C. Pág. 51 Tabela 12 – Relação entre pesos óleo/total dos TCs do fabricante C. Pág. 51Tabela 13 – Custos modulares de um TI. Pág. 61 Tabela 14 – Quantidade de TIs comercializados nos processos de licitações. Pág. 61 Tabela 15 – Valores pagos pelos TIs convencionais (valores em R$). Pág. 62 Tabela 16 – Custos orietativos de TIs convencionais (valores em R$). Pág. 62 8 Sumário RESUMO ................................................................................................................................... 4 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 10 1 - TRANSFORMADORES .................................................................................................... 11 1.1 – História: ....................................................................................................................... 11 1.1.1 - Guerra das Correntes: ................................................................................................ 13 1.1.2 – Primeiro dispositivo prático de transformação de energia elétrica: .......................... 16 1.2 - Características construtiva: ........................................................................................... 17 2 - Transformador de Potencial – TP: ...................................................................................... 18 2.1 - Constituição do equipamento: ...................................................................................... 19 2.2 - Princípios de funcionamento: ....................................................................................... 21 2.3 - Principais aplicações: ................................................................................................... 24 3 - Transformador de corrente (TC): ........................................................................................ 25 3.1 - Constituição do equipamento: ...................................................................................... 26 3.1.1 - Transformador de Corrente Tipo Barra: .................................................................... 26 3.1.2 - Transformador de Corrente Tipo Enrolado: .............................................................. 27 3.1.3- Transformador de Corrente Tipo Janela: .................................................................... 27 3.1.4 - Transformador de Corrente Tipo Bucha: .................................................................. 28 3.1.5 - Transformador de Corrente de núcleo divido: .......................................................... 28 3.1.6 - Transformador de Corrente com vários enrolamentos primários: ............................. 29 3.1.7 - Transformador de Corrente com vários núcleos secundários: .................................. 29 3.1.8 - Transformador de corrente com vários enrolamentos secundários: .......................... 30 3.1.9 - Transformador de corrente tipo derivação no secundário: ....................................... 30 3.2 - Características Elétricas:............................................................................................... 31 3.3 - Correntes nominais: ...................................................................................................... 32 3.4 - Cargas nominais ........................................................................................................... 33 3.5 - Fator de sobrecorrente: ................................................................................................. 34 3.6 - Corrente de magnetização: ........................................................................................... 35 3.7 - Tensão secundária: ....................................................................................................... 37 3.8 - Corrente térmica nominal ............................................................................................. 38 3.9 - Tensão Suportável a Frequência Industrial: ................................................................. 39 4 - Transformadores Ópticos: .................................................................................................. 40 4.1 - Transformador de Potencial Óptico: ............................................................................ 41 4.2 - Transformador de Corrente Óptico: ............................................................................. 45 4.3 - Análise Comparativa Técnica dos Tis ópticos: ............................................................ 49 4.4 – Facilidade de manutenção e maior segurança:............................................................. 53 9 4.5 - Elevada precisão: .......................................................................................................... 53 4.6 - Estimativas do prejuízo devido a falhas de um TI: ...................................................... 55 4.7 - Redução dos Custos de Manutenção: ........................................................................... 56 4.8 - Influência da classe de exatidão na receita das empresas:............................................ 57 4.9 - Estimativa dos Custos de Aquisição dos TIs: ............................................................... 61 5 - SISTEMA CARRIER – PLC (POWER LINE COMMUNICATION) .............................. 63 6 - DIVISORES CAPACITIVOS DE POTENCIAL ............................................................... 67 6.1 - Divisor de Tensão Capacitivo em Vazio: ..................................................................... 68 6.2 - Divisor de Tensão Capacitivo com Carga: ................................................................... 68 6.3 - Principio do Divisor Capacitivo de Potencial: ............................................................. 70 7 – CONCLUSÕES .................................................................................................................. 73 REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 74 10 INTRODUÇÃO Esta pesquisa pretende apresentar aos leitores os principais aspectos envolvidos na criação de dispositivos eletromagnéticos, tais como o transformador, como surgiu, os fenômenos envolvidos na transformação, os principais estudiosos/cientistas que estiveram envolvidos com a criação, também irá apresentar as principais necessidades que trouxeram a tona a aplicação destas ideias, além de explanar modelos de transformadores e seus aspectos mais evoluídos, como o transformador de tensão ótico, dentre alguns outros modelos de aplicação no nosso dia-a-dia. Divisores capacitivos também serão tratados e apresentados por esta pesquisa, que apresentará os principais elementos de criação assim como os fenômenos que estão envolvidos para o funcionamento pleno dos dispositivos. Também tratará dos principais aspectos do sistema Carrier, suas aplicações e como funciona e no que isto pode influenciar na vida dos usuários. Todas as informações coletadas e apresentadas nesta pesquisa foram coletadas de sites confiáveis da internet, assim como de livros. A lista com as fontes será apresentada no final da pesquisa em referências bibliográficas. O texto seguirá uma linha apresentando primeiramente a história dos dispositivos citados (e também dos dispositivos que não foram citados aqui, mas que serão apresentados na pesquisa), começará por os principais relatos das descobertas e as primeiras aplicações, também como as principais descobertas que levaram ao dispositivos em questão, posteriormente irá apresentar os fenômenos, os materiais envolvidos na fabricação anteriormente e atualmente, as principais aplicações, e sempre que possível trará curiosidades que envolvam o assunto em questão. Os conceitos acima e toda a complexidade que envolve seus desdobramentos serão objetosde análises detalhadas no decorrer deste estudo. 11 1 - TRANSFORMADORES 1.1 – História: Os primeiros passos para o desenvolvimento/criação dos transformadores foram dados no início do século XIX pelo físico Hans Christian Oersted. Este observou que um fio com um fluxo de corrente elétrica age sobre uma bússola, ou seja, porém, naquele tempo ainda não se sabia, o campo magnético gerado pelo fluxo de corrente elétrica do fio estava agindo sobre o imã da bússola, e com isso pode-se notar que havia uma ligação direta entre eletricidade e magnetismo, obviamente sabendo que o ponteiro da bússola é atraído por um campo magnético. Após esta descoberta seguiram-se várias outras que também contribuíram para o desenvolvimento dos transformadores, como a de Joseph Henry e André-Marie Ampère que descobriram que a corrente elétrica é induzida por mudanças no campo magnético.¹ O físico e matemático André-Marie Ampère contribuiu para a elaboração posterior do transformador da seguinte forma: Em 1820 Ampère descobriu que dois fios condutores que estejam expostos a uma tensão em seus respectivos polos, ou seja, possuem uma corrente elétrica fluindo no seu interior, exerciam ações recíprocas um sobre o outro, porém, ainda não sabia-se como explicar este fenômeno. Tal descoberta foi muito importante, pois, a partir deste ponto cientistas começaram a estudar este fenômeno. Ampère também foi inventor do eletroímã, dispositivo que revolucionou e aprimorou muitos dispositivos como os microfones dentre outros. Por volta do ano de 1821 Faraday ficou bastante interessado pela descoberta do físico Oersted. Este notou que, mesmo que sem querer, ao transmitir corrente elétrica por um condutor, e se aproximar uma bússola (que esta sujeita a atuação de campos magnéticos), pode-se notar que o condutor atuava de alguma maneira sobre a bússola, portanto pode-se concluir que a corrente elétrica que passava através do condutor gerava um campo magnético ao redor deste condutor, ou seja, existia uma interação entre corrente elétrica e campo magnético. Há também uma relação com a descoberta de Ampère neste caso.² O objetivo de Faraday em seus experimentos era mostrar o inverso do que foi concluído com o experimento de Oersted, portanto, ele queria mostrar que havia uma interação direta também entre campo magnético e corrente elétrica, queria dizer que através de um campo magnético poder-se-ia gerar corrente elétrica. Para chegar a essa averiguação, Faraday colocara um ímã verticalmente sobre um banho de mercúrio, fazendo que uma de suas extremidades ficasse imersa no líquido. Ligando, então, um fio condutor ao mercúrio, fechando o circuito, observou que, quando o fio era móvel em torno de seu ponto de suspensão, descrevia círculos em volta do ímã. Caso contrário, fixando-se o fio e libertando o ímã, este girava em torno do fio. Assim ele pode então concluir que realmente existia uma relação entre Figura 1 – André-Marie Ampere (1775-1836). 12 corrente elétrica e campo magnético. Esta conclusão foi muito importante para o desenvolvimento do transformador elétrico anos mais tarde. Outro estudioso que colaborou consideravelmente não apenas para a elaboração do transformador foi o cientista Simon Ohm, que dentre outras descobertas apresentou a Lei de Ohm, que, em palavras breves, consiste em dizer que a força eletromotriz total é igual ao produto do fluxo de carga da seção transversal do condutor e a sua respectiva resistência. Após estas criações ocorreu então a invenção lâmpada elétrica pelo empresário e inventor Americano Thomas Alva Edison (1847 – 1931). Criada a partir do desejo de utilizar pequenas lâmpadas domesticamente para substituir o gás, a lâmpada se originou de um filamento de carbono e terminou com algodões carbonizados. Foi então que Edison fez, finalmente, a luz por mais de 40 horas. Tal descoberta foi realizada no ano de 1879. A primeira demonstração pública da invenção do sistema de Edison foi em dezembro do mesmo ano, quando o laboratório Menlo Park ganhou um sistema completo e complexo de energia. Não satisfeito, Edison passou os próximos anos desenvolvendo sistemas para o setor. Influenciado profundamente pela vida moderna, criou também a vitrola e a câmera de cinema. Durante sua vida, teve mais de 2000 patentes e divulgou diversas de suas invenções em público. Com a descoberta da lâmpada que funcionava com corrente continua, Edison desenvolveu um sistema de distribuição de energia elétrica. Tal sistema era limitado, pois necessitava vários centros de geração. A resposta de Edison às limitações do sistema de corrente contínua foi simplesmente gerar energia nos locais próximos ao consumidor, que hoje chamado de geração distribuída, além de instalar condutores de grandes dimensões para lidar com a crescente demanda de eletricidade. Porém, tal solução mostrou-se dispendiosa (especialmente em zonas rurais que não podiam conceder recursos para a construção de uma estação local ou pagar pela grande quantidade de grossos fios de cobre), não prática (incluindo, mas não se limitando, uma ineficiente conversão de voltagem), e de difícil manejo. Edison e seus sócios, no entanto, teriam se beneficiado amplamente a partir da construção de um grande número de usinas elétricas, necessárias para a introdução da eletricidade em várias comunidades. A corrente contínua não podia ser facilmente alterada para uma tensão menor ou maior. Isto significava que linhas elétricas tinham de ser instaladas separadamente, a fim de prover energia para aparelhos que funcionavam a diferentes tensões, por exemplo, a iluminação e os motores elétricos. Isso levou a um aumento do número de cabos para instalação e sustentação, desperdiçando dinheiro e introduzindo riscos desnecessários. Um certo número de mortes da Grande Nevasca de 1888 foi atribuído ao desabamento dos cabos suspensos de energia em Nova York.³ Figura 2 - Michael Faraday (1791-1867) http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Gera%C3%A7%C3%A3o_distribu%C3%ADda&action=edit&redlink=1 http://pt.wikipedia.org/wiki/Grande_Nevasca_de_1888 13 Já a corrente alternada podia ser conduzida: a longas distâncias em altas tensões e a baixas correntes, utilizando condutores mais finos (portanto, com maior eficiência de transmissão), e depois era convenientemente diminuída para baixas tensões, para a utilização em residências e fábricas. Quando Tesla introduziu o sistema de geradores, transformadores, motores, fios e luzes a corrente alternada, em novembro e dezembro de 1887, tornou-se claro que esse tipo de corrente era o destino futuro para a distribuição de energia elétrica, embora o sistema contínuo fosse utilizado nos centros das áreas metropolitanas por décadas subsequentes. Após o acontecido mencionado acima, onde foi determinado que com corrente alternada seria muito mais fácil a transmissão da energia elétrica em grandes distâncias com maior eficácia e menor custo, foi onde surgiu um período chamado de Guerra das Correntes, onde dois empresários lutaram para estabelecer suas teses dos modos de distribuição. Enquanto Thomas Edison lutava para manter o sistema de distribuição com corrente contínua, do outro lado vinha o empresário George Westinghouse defendendo a distribuição em corrente alternada. Vale a pena citar aqui algumas curiosidades por volta da vida deste homem chamado Thomas Edison, pois ele é considerado até hoje um dos principais inventores que trouxe um grande avanço para a civilização, tais que podem ser vistas (e muitas!) até nos dias de hoje. Com seis anos de idade, o futuro inventor naquela época, enfrentou uma mudança de cidade junto com sua família, neste momento ele ingressou numa escola da cidade de Port Huron no ano de 1853. Seu professor, o padre Engle, dizia que o garoto era muito curioso e não tinha a capacidade de aprender, o padre dizia também: “o garoto é um coça-bichinhos estupido, que não para de fazer perguntas e que lhe custa aprender”. Visto tamanha reprimenda, o pequeno aluno desistiu de frequentar a escola após 3 meses em que havia ingressado na mesma. Nunca mais voltaria a frequentar uma escola. Porém, quem tomou a responsabilidade de educar o garoto foi sua mãe, e ele, obviamente que optando por aprender apenas aquilo que lhe interessa. Acaba por devorar todos os livros da mãe com temas sobre ciências. Edison montou então um laboratório de química no sótão e, de vez em quando, fazia a casa tremer. Posteriormente a Guerra das Correntes, Thomas Edison juntou seus conhecimentos e o seu capital junto com também inventor Willian Stanley, que havia inventado anteriormente o primeiro dispositivo de distribuição de energia elétrica, o transformador. Posteriormente a empresa de Stanley, que havia implantado o seu sistema com transformadores em corrente alternada, passou a ser controlada pela empresa de Thomas Edison que é conhecida até hoje por General Electric Corporation. 1.1.1 - Guerra das Correntes: Este momento da história foi fundamental para o desenvolvimento da ideia e aplicação do dispositivo Transformador de tensão ou corrente. Com o domínio de Edison sobre as distribuições de energia elétrica em corrente continua, puderam-se notar várias formas de otimizar, além de elevar os Figura 3 - Thomas Alva Edison (1847-1931) Empresário e inventor americano. http://pt.wikipedia.org/wiki/Energia_el%C3%A9trica 14 níveis de segurança, alcançar um maior aproveitamento na distribuição de energia elétrica. A partir de um trabalho com campos magnéticos rotacionais, Tesla desenvolveu um sistema de geração, transmissão e uso da energia elétrica proveniente de corrente alternada. Tesla fez uma parceria com George Westinghouse para comercializar esse sistema. Westinghouse comprou com antecedência os direitos das patentes do sistema polifásico de Tesla, além de outras patentes de transformadores de corrente alternada, de Lucien Gaulard e John Dixon Gibbs e dessa forma driblando o monopólio de patentes reivindicado por Thomas Edison. O sistema de distribuição de corrente contínua consistia de centrais de geração e alimentação com grossos condutores para a distribuição, derivando deles a fração destinada ao consumo doméstico (iluminação e eletrônicos). Todo o sistema operava à mesma voltagem. Por exemplo, lâmpadas de 100 volts para o consumo doméstico seriam conectadas a um gerador de fornecimento de 100 volts, para permitir uma possível queda de tensão entre o gerador e a resistência ligada a ele. O nível de tensão foi escolhido por conveniência na fabricação de lâmpadas; lâmpadas de filamentos de carbono de alta resistência poderiam ser fabricadas para resistir a 100 volts e para fornecer iluminação de desempenho econômico comparável à iluminação a gás. Ao mesmo tempo, era sabido que 100 volts provavelmente não constituem um perigo grave de eletrocussão. 4 Para poupar o custo dos condutores de cobre, era utilizado um sistema de três fios para a distribuição. Os três fios eram ligados a um potencial de 110 volts, 0 volt e -110 volts cada. Lâmpadas de 100 volts poderiam funcionar quer entre os suportes de 110 ou -110 volts do sistema e o condutor neutro de zero volt, que só mantém o desequilíbrio entre as duas fontes positiva e negativa. O sistema resultante de três fios utilizava menos cabos de cobre para uma determinada quantidade de energia elétrica transmitida, o que ainda mantinha (relativamente) a baixa voltagem. Entretanto, mesmo com esta inovação, a queda de tensão devida à resistência dos condutores do sistema era tão alta que as usinas geradoras tinham que se localizar dentro de uma milha (1 a 2 km), ou pouco mais, dos centros de consumo. Tensões maiores não poderiam ser utilizadas tão facilmente com o sistema contínuo, pois não havia uma tecnologia eficiente de baixo custo que permitisse a redução de alta tensão para uma tensão mais baixa. No sistema de corrente alternada, transformadores são utilizados entre o conjunto de alta tensão e os centros de consumo. Lâmpadas e máquinas pequenas assim podiam funcionar numa tensão menor conveniente. Além disso, os transformadores permitem que a energia seja transmitida sob tensões muito mais elevadas, digamos, dez vezes maiores que as destinadas ao consumo. Para uma determinada quantidade de energia conduzida, a espessura do fio é inversamente proporcional à tensão utilizada. Alternativamente, o comprimento máximo de uma linha de transmissão, dados o diâmetro do fio e a queda de tensão admissível, aumentaria aproximadamente com o quadrado da tensão de distribuição. Tal fato tinha o significado prático de que usinas geradoras menores ou maiores poderiam Figura 4 - George Westinghouse - Empresário Americano http://pt.wikipedia.org/wiki/Campo_magn%C3%A9tico http://pt.wikipedia.org/wiki/George_Westinghouse http://pt.wikipedia.org/wiki/George_Westinghouse http://pt.wikipedia.org/wiki/Transformador http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Lucien_Gaulard&action=edit&redlink=1 http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=John_Dixon_Gibbs&action=edit&redlink=1 http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=John_Dixon_Gibbs&action=edit&redlink=1 http://pt.wikipedia.org/wiki/Eletrocuss%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Condutor_neutro http://pt.wikipedia.org/wiki/Tens%C3%A3o_el%C3%A9trica http://pt.wikipedia.org/wiki/Transformador http://pt.wikipedia.org/wiki/Energia_el%C3%A9trica http://pt.wikipedia.org/wiki/Proporcionalidade http://pt.wikipedia.org/wiki/Proporcionalidade 15 cobrir a demanda de consumo de uma determinada área. Aparelhos enormes de consumo elétrico como motores industriais ou conversores de energia elétrica de transporte ferroviário podiam ser ligados pela mesma rede de distribuição que alimentava a iluminação doméstica, através de um transformador acessório com uma tensão adequada. A vantagem da corrente alternada para a distribuição de energia à distância é devida à facilidade de variação da tensão com um transformador Então foi nesse momento onde se caracterizou a primeira aplicação dos transformadores de corrente e tensão na distribuição de energia elétrica., . A potência elétrica (energia elétrica por unidade de tempo) é o produto da corrente pela tensão aplicada (P = iV). Para uma determinada quantidade de energia, uma baixa tensão requer uma corrente maior e uma alta tensão uma corrente menor. Uma vez que cabos metálicos condutores possuem certa resistência elétrica, parte da energia será desperdiçada em forma de calor dentro dos fios. Esta perda de energia é dada por P = I²R. Assim, se a potência transmitida é a mesma, e se são conhecidas as restrições de tamanho de condutores práticos, as transmissões a baixa tensão e a alta corrente sofrerão uma perda de potência muito maior que os sistemas a alta tensão e baixa corrente. Isto se aplica tanto à corrente contínua como à alternada. A conversão de energia em corrente contínua de uma tensão a outra era difícil e dispendiosa, devido à necessidade de um enorme conversor giratório ou um conjunto motor-gerador, enquanto que a mudança de tensão à corrente alternada pode ser feita com as bobinas simples e eficazes do transformador, que não possuem partes móveis e não exigem manutenção. Esta foi a chave para o sucesso do sistema de corrente alternada. Apesar das vantagens, as linhas de transmissão em corrente alternada apresentam outros danos não observados na corrente contínua. Devido ao chamado efeito pelicular, um condutor terá uma maior resistência à corrente alternada do que à corrente contínua; essa resistência pode ser medida e daí o significado prático para amplos condutores serem ligados na ordem de milhares de ampères. O aumento da resistência devido ao efeito de pele pode ser compensado alterando-se o formato dos condutores, de um miolo sólido para um trançado de vários fios menores (cabo). Naturalmente,a partir deste momento passou-se a utilizar a corrente alternada para a distribuição de energia elétrica, assim como os equipamentos necessários para isto, como o transformador. Figura 5 - Willian Stanley - Inventor do primeiro "transformador" http://pt.wikipedia.org/wiki/Energia_el%C3%A9trica http://pt.wikipedia.org/wiki/Transformador http://pt.wikipedia.org/wiki/Corrente_el%C3%A9trica http://pt.wikipedia.org/wiki/Tens%C3%A3o_el%C3%A9trica http://pt.wikipedia.org/wiki/Resist%C3%AAncia http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=P_%3D_I%C2%B2R&action=edit&redlink=1 http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Conversor_girat%C3%B3rio&action=edit&redlink=1 http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Motor-gerador&action=edit&redlink=1 http://pt.wikipedia.org/wiki/Efeito_pelicular 16 1.1.2 – Primeiro dispositivo prático de transformação de energia elétrica: Willian Stanley foi o físico e inventor americano do primeiro sistema comercial de corrente alternada com base na Bobina de Indução. Esta se tornou no protótipo dos modernos transformadores, permitindo a distribuição de eletricidade para uso doméstico. 5 (*figura 6) William Stanley iniciou a sua carreira como eletricista, trabalhando com teclas de telégrafo e alarmes de incêndio primitivos. Este inventor concebe em Nova Iorque uma das primeiras instalações elétricas numa loja da Quinta Avenida. Pouco tempo depois, o empresário George Westinghouse contrata-o como engenheiro-chefe da sua fábrica de Pittsburgh. Em 1885, Stanley constrói o primeiro dispositivo prático de corrente alterna, com base nas ideias de Lucien Gaulard e de John Dixon Gibbs. Desenvolve assim sua versão da bobina de indução, o percursor dos transformadores modernos, tendo sido inventada cerca de cinco décadas antes por Nicholas Callan e posteriormente melhorada e comercializada por Heinrich Ruhmkorff, que cunhou o seu nome primitivo. Esta era um tipo de bobina de descarga elétrica, funcionando como um transformador que produzia impulsos de alta voltagem a partir de uma corrente contínua de baixa voltagem. O princípio do transformador foi demonstrado pela primeira vez por Michael Faraday em 1831, e vários cientistas tinham já explorado, com maior ou menor sucesso, as suas regras de funcionamento de modo a conseguir obter voltagens cada vez maiores das Pilhas que utilizavam como fonte de energia elétrica. Stanley, em vez de utilizar a tradicional corrente contínua, utiliza a corrente alternada, apresentando pela primeira vez em 1886 o seu sistema completo de transporte e distribuição em alta voltagem. Este era constituído por geradores elétricos, transformadores e linhas de transmissão, elementos ainda hoje presentes nas atuais redes de produção e transporte de eletricidade. Este sistema permitia que a corrente elétrica chegasse a áreas mais abrangentes, e Stanley utilizou-o para iluminar os escritórios e lojas da povoação de Great Barrington, no Massachusetts. Em 1890, William Stanley funda a Stanley Electric Manufacturing Company em Pittsfield, Massachusetts, empresa que virá mais tarde a ser controlada pela General Electric Corporation de Thomas Edison, como foi mencionado anteriormente. Outro dispositivo que também foi um dos pioneiros na área de distribuição de energia elétrica, relacionado a transformação, foi o transformador DBZ, que por alguns historiadores é considerado o pioneiro, o primeiro dos transformadores. O transformador DBZ leva esta sigla no nome em homenagem aos seus inventores, os engenheiros húngaros Miska Déri (1854-1938), Otto Bláthy (1860- 1939) e Karoly Zipernowsky (1853-1952). Estes três engenheiros desenvolveram o transformador DBZ no ano de 1885, quando os três trabalhavam como engenheiro na empresa Ganz Works Company, tal transformador se tornou a base do sistema de transmissão e distribuição de energia por longas distâncias. Figura 6 - O Transformador de Stanley. Fonte: Wikienergia5 http://www.wikienergia.pt/~edp/index.php?title=George_Westinghouse http://www.wikienergia.pt/~edp/index.php?title=Nicholas_Callan http://www.wikienergia.pt/~edp/index.php?title=Heinrich_Ruhmkorff http://www.wikienergia.pt/~edp/index.php?title=Michael_Faraday http://www.wikienergia.pt/~edp/index.php?title=Michael_Faraday http://www.wikienergia.pt/~edp/index.php?title=Thomas_Edison 17 1.2 - Características construtiva: Iremos agora explicar os principais tipos de transformadores encontrados no mercado atual e também explanar suas características e os fenômenos envolvidos no seu funcionamento. Para tanto, separaremos em tópicos com os nomes dos principais tipos de transformadores, seja de corrente ou tensão, e também os óticos que até aqui ainda não haviam sido citados. A relação dos transformadores que será apresentada pode não abranger todos os modelos encontrados no mercado atualmente, entretanto, os principais e os mais utilizados serão aqui apresentados. Os acessórios dos transformadores de distribuição são os seguintes: Óleo Refrigerante: Tem dupla função: além de proteger o papel e o verniz de isolação, age com liquido refrigerante das espiras; Isolantes: Além do papel, a tendência é a utilização de isolantes de estabilidade térmica mais elevada. Assim poderá ser dispensado o refrigerante Figura 7 - Imagem de corte de um Transformador de Potencial. Fonte: Fabricante ABB. 18 líquido ou outra forma de ventilação artificial. Nesta classe se encaixam os transformadores a seco que apresentam economia de espaço, peso e componentes; Válvulas: Os transformadores a Óleo possuem em seu tanque válvulas para a verificação do estado do óleo ; Perfis de Montagens: Podem ser trilhos, rodas ou ferragens para montagens em postes; Tampa: Onde são montados os isoladores para a ligação dos condutores de alimentação; Dispositivos de Proteção: Relé diferencial,. Rele Bucholz, secador de ar, termômetros. 2 - Transformador de Potencial – TP: As normativas que regulam a fabricação e instalação destes dispositivos são: NBR 6855 - Transformador de Potencial Indutivo6 ETC 1.03 – Transformador de Potencial Indutivo7 Transformador de Potencial (TP) é um equipamento usado principalmente para sistemas de medição de tensão elétrica, sendo capaz de reduzir a tensão do circuito para níveis compatíveis com a máxima suportável pelos instrumentos de medição. Sua principal aplicação é na medição de tensões com valores elevados, ou seja, em seu circuito primário (entrada) é conectada a tensão a ser medida, sendo que no secundário (saída) será reproduzida uma tensão reduzida e diretamente proporcional a do primário. Assim, com menor custo e maior segurança, pode-se conectar o instrumento de medição (voltímetro) no secundário. A razão (divisão) entre a tensão no primário sobre a tensão apresentada no secundário de qualquer transformador é uma constante chamada de relação de transformação (RT). A RT é determinada na fabricação do TP pela razão entre o número de espiras do enrolamento primário sobre o número de espiras do enrolamento secundário, assim conhecendo-se a RT e a tensão no circuito secundário, tem-se o valor da tensão no circuito primário. Os TPs podem ser considerados especiais, pois são fabricados de forma a apresentar uma RT com ótima exatidão, ou seja, uma pequena variação na tensão do primário causará uma variação proporcional também no secundário, permitindo assim que indicação no voltímetro apresente uma incerteza de medição muito pequena. A tensão reduzida do circuito secundário do TP também é usada para alimentar, de forma igualmente segura, os circuitos de proteção e controle de subestações. Figura 8 - Esquema de um transformador de Potencial. 8 19 Note que o esquema apresentado na figura 8, mostra a aplicação de um transformador de potencial (TP). Na figura temos uma tensão inicial U1 que está sendo aplicada na carga Z. Para que possa ser medidaesta tensão inicial, ou então, no caso acompanhamentos periódicos por painéis, se faz necessária a utilização de um transformador de potencial. Neste caso o enrolamento N1 que esta diretamente ligado a tensão U1, é o enrolamento primário do TP que está sendo mostrado na figura. Os fenômenos serão apresentados logo a seguir, portanto, aqui podemos dizer apenas que o enrolamento N1 esta gerando uma corrente induzida no enrolamento N2 que por sua vez é gera uma tensão reduzida U2 diretamente proporcional a tensão U1, portanto, com esta tensão reduzida é possível realizar medições sem exposições do equipamento medidor a altas tensões. Por esse motivo, este equipamento tem muitas aplicações na área de segurança e também em medições, pois ele trabalha sempre com uma tensão reduzida no seu terminal secundário, sendo que esta pode ser dimensionada para determinados casos conforme a necessidade. 2.1 - Constituição do equipamento: Neste tópico será explicado como é constituído um transformador de potencial, assim como os principais materiais utilizados para a construção, os principais métodos, a eficácia de cada um, etc. Pode-se notar na figura 9, o transformador de potencial é basicamente constituído de um núcleo ferromagnético e duas espiras de fio condutor, tais que são denominadas como enrolamento primário e secundário. O enrolamento primário e secundário do transformador de potencial é normalmente constituído por cobre eletrolítico e recebem uma camada de verniz sintético como isolante, para prevenir ações como a do tempo e exposição aos gases da atmosfera, prevenir corrosões. O núcleo pode ser constituído de duas maneiras, com material ferromagnético que na maioria das vezes são ligas de ferro, carbono, silício, ou então podem possuir o núcleo preenchido com ar. Porém, com núcleos de ar, a corrente magnetizante poderá ser relativamente elevada, a menos que o enrolamento possua uma grande quantidade de espiras, ou seja, excitado com frequência elevada, para que ofereça à fonte uma grande reatância. Por essa razão e pelo fato de as perdas magnéticas nos materiais ferromagnéticos crescerem mais do que proporcionalmente com a frequência, os núcleos de ar ficam restritos quase que exclusivamente a pequenos transformadores de frequências mais elevadas que as industriais. Quando ao tipo de núcleo nós podemos considerar algumas formas de construção para os núcleos ferromagnéticos: Figura 9 – Esquema simples de um transformador. Ilustração retirada do Jornal Meio ambiente (http://jmeioambiente.blogspot.com.br) 20 Na figura 10 tem-se um exemplo de laminas que constituem os modelos de núcleos ferromagnéticos. Estes são conhecidos como núcleos laminados e são bastante utilizados. São núcleos compostos por chapas de material ferromagnético com espessura entre 0,25 e 0,5mm, com as laminas isoladas, normalmente pelo próprio oxido da laminação siderúrgica, e prensadas para formar o núcleo, com o intuito de atenuar as correntes induzidas no núcleo e, portanto, atenuar as perdas Foucault. Podem ser dispostos de diversas formas. E-I, E-E U-I, que indicam o tipo de lamina que será usado. Ainda existem os transformadores com núcleos toroidais. Na figura 11 pode-se ver um modelo de constituição deste. A forma fechada do anel elimina as aberturas de ar inerentes na construção de um núcleo E-I. As bobinas primárias e secundárias são enroladas de maneira concêntrica para cobrir a superfície inteira do núcleo. Isto minimiza o comprimento do fio necessitado, e fornece também a seleção para minimizar o campo magnético do núcleo de gerar interferência eletromagnética. Os transformadores de núcleo toroidal são mais eficientes do que os tipos E-I laminados mais baratos para um nível similar de transformação. Outras vantagens comparadas aos tipos E-I, incluem o tamanho menor, um peso mais baixo, um campo magnético exterior mais baixo. As desvantagens principais são um custo mais elevado e avaliação limitada. Visto que os transformadores mais comuns utilizam-se de materiais ferromagnéticos, segue então uma breve descrição destes materiais: o ferromagnetismo é uma propriedade do ferro, do níquel, do cobalto e alguns outros elementos. Alguns dos elétrons nestes materiais possuem seus momentos de dipolo Figura 11 - Transformador modelo Toroidal. Fonte: http://www.electronicalicante.com/transformadores- toroidales/1800-transformador-toroidal-50va-2-x-12v-2-x-208a- 5410329222772.html Figura 10 – Esquerda: Laminas tipo E de constituição ferromagnética do transformador – Direita: Tipo E-1 Fonte: AUDIOPT (http://www.audiopt.net/) http://www.worldlingo.com/ma/enwiki/pt/Electromagnetic_interference 21 magnéticos resultantes alinhados, que produzem regiões com fortes momentos de dipolo magnético. Um campo externo B pode então alinhar os momentos magnéticos de tais regiões, produzindo um forte campo magnético para uma amostra do material. O campo persiste parcialmente quando B é removido. 2.2 - Princípios de funcionamento: Para explicarmos o funcionamento do transformador de potencial iremos dar uma introdução a Lei da indução de Faraday e sobre a Lei de Lenz. Faraday percebeu que uma f.e.m. e uma corrente podem ser induzidas em uma espira quando o fluxo de linhas de campo magnético φB passando através da área limitada pela espira é variado. Quantitativamente, esta relação pode ser escrita como: 𝜀 = − 𝑑𝜑𝐵 𝑑𝑡 (1) Ou seja, a força eletromotriz é o inverso do fluxo magnético infinitesimal por um instante de tempo. A lei de Lenz entre para complementar a equação apresentada acima, segundo a lei de Lenz qualquer corrente induzida tem um sentido tal que o campo magnético que ela gera se opõe a variação do fluxo magnético que a produziu. Matematicamente, a Lei de Lenz é expressa pelo sinal negativo que aparece na fórmula da lei de Faraday. Figura 12 – Exemplificação do experimento utilizado para determinar a Lei da indução de Faraday. Note que ao aproximarmos uma fonte magnética da expira, podemos notar uma variação da corrente na mesma.9 Figura 13 - Esquema simplificado mostrando as montagens para observar os efeitos das correntes de Foucault. Fonte: Portal São Francisco (http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/eletromagnetismo/eletromagnetismo- 22 E então para complementar de vez, necessita-se também de uma breve explicação a respeito das correntes de Foucault. Quando variamos o fluxo magnético sobre uma placa condutora, correntes induzidas deverão surgir no interior da placa condutora de modo a produzir um campo que se contrapõe ao sentido do fluxo, ou seja, ele surge para cancelar a ação deste fluxo magnético, da maneira semelhante ao que acontece quando aproximamos um imã de uma espira. Estas correntes induzidas que surgem em condutores devido a variação de fluxo campo magnético são chamadas de correntes parasitas ou correntes de Foucault. Os exemplos da figura 13 apresentam métodos práticos para verificar a existência das correntes de Foucault. Note que temos um campo magnético variando na placa de condutora, isto vai gerar uma corrente parasita na placa. Agora utilizando estas informações para apresentar o principio de transformação/funcionamento do equipamento. Primeiramente iremos tratar do enrolamento primário e os fenômenos envolvidos neste. Para relembrar tínhamos um núcleo ferromagnético envolvido por um condutor de cobre eletrolítico. Tal condutor possui uma tensão aplicada que está alimentando uma carga Z, assim como ilustrou a figura 8. Quanto maior o número de espiras que envolve o núcleo do transformador, maior será a excitação de fluxo magnético no mesmo, e naturalmente que as correntes parasitas que irão surgir serão de grandeza proporcional. 0 Quando aplicamos a tensão V1 no primário, estamos colocando os elétrons do fio condutor em movimentação, e essa movimentaçãode cargas é caracterizada como corrente elétrica. Tal corrente elétrica fluindo pelas espiras do condutor irá gerar um fluxo magnético no núcleo ferromagnético do transformador, e como já vimos anteriormente, tal variação de fluxo magnético sobre uma placa condutora geram Figura 14 - Primário de um transformador. Fonte: Desconhecida Figura 15 - Secundário de um transformador. Fonte: Desconhecida. 23 uma corrente parasita ou corrente de Foucault. Esta corrente passará a fluir pelo núcleo do transformador. Agora que sabemos que há um fluxo eletromagnético no núcleo do transformador quando aplicada uma tensão V1 aos terminais primários deste, e também soubemos qual o fenômeno físico que envolve o campo magnético gerado pela corrente que passa no condutor, tal que, gera um fluxo eletromagnético nas placas do núcleo, isto irá resultar numa excitação no secundário do transformador, pois temos primário e secundário ligado diretamente pelo núcleo ferromagnético na constituição do dispositivo. Aproveitando a lei da indução de Faraday, o fluxo magnético gerado pelo enrolamento primário do transformador irá então passar pelo enrolamento secundário, onde o volume de espiras é reduzido devido a aplicação do transformador de potencial. Logo iremos apresentar a relação matemática entre os dois. Com este fluxo magnético passando pelo núcleo do transformador temos então uma corrente induzida no enrolamento secundário do transformador. A lei que explica esta transformação é a lei de Faraday, que diz que um condutor é percorrido por uma corrente elétrica, esta gera um campo eletromagnético ao seu redor, como temos o material ferromagnético no interior da espira, este campo magnético gera um fluxo magnético na placa, que por sua vez atravessa a expira do enrolamento secundário gerando uma corrente induzida no condutor do enrolamento. E, portanto esta corrente irá gerar uma tensão de saída V2 nos terminais do secundário. Matematicamente falando podemos determinar essa relação de transformação da seguinte maneira: De acordo com as Leis de Lenz/Faraday tem-se: 𝑣1 = −𝑛1 𝑑𝜑𝑚 𝑑𝑡 (2) Onde: 𝜑𝑚 = 𝜑𝑚á𝑥. 𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡 (3) - n1 é o nº de espiras no primário - v1 e v2 serão as tensões induzidas. Juntando (1) e (2), e então resolvendo a derivada temos: 𝑣1 = −𝑛1 𝜔 𝜑𝑚á𝑥 cos 𝑤𝑡 (4) Que pode ser escrita: 𝑣1 = 𝑛1 𝜔 𝜑𝑚á𝑥 𝑠𝑒𝑛 (𝜔𝑡 − 𝜋 2 ) (5) Então realizando o mesmo procedimento para a tensão de saída V2 obtemos: 𝑣2 = 𝑛2 𝜔 𝜑𝑚á𝑥 𝑠𝑒𝑛 (𝜔𝑡 − 𝜋 2 ) (6) A partir da expressão (3) temos que a tensão máxima V1máx é: 24 𝑣1𝑚á𝑥 = 𝑛1 𝜔 𝜑𝑚á𝑥 = 𝑛1 2𝜋𝑓 𝜑𝑚á𝑥 (7) Agora calculando a tensão nominal V1: |𝑉1| = 𝑣1𝑚á𝑥 √2 = 2𝜋 √2 𝑛1𝑓 𝜑𝑚á𝑥 = 4,44 𝑛1𝑓𝜑𝑚á𝑥 (8) Realizando o mesmo procedimento para a tensão nominal V2 temos: |𝑉2| = 4,44 𝑛2𝑓𝜑𝑚á𝑥 (9) Igualando as expressões (9) e (8) e já considerando que elas estão em fase temos: 𝑉1 𝑉2 = 𝑛1 𝑛2 (10) Fonte: mackenzie.com.br Portanto podemos dizer que a tensão de saída e entrada são diretamente proporcionais umas as outras, e através desta informação podemos dimensionar os transformadores de potencial para encontrarmos a tensão de saída ideal para a necessidade de cada um. 2.3 - Principais aplicações: Este tipo de transformador é aplicado principalmente em situações onde a tensão de um circuito é muito elevada para qualquer tipo de medição ou acompanhamento, e então se faz necessário a instalação de um dispositivo de redução de tensão, tal que é o transformador de potencial. Este irá reduzir a tensão para níveis seguros para medição, tanto para quem esta realizando a medição tanto quanto para o aparelho que realiza esta. Temos então duas formas de isolamento interno dos transformadores, tais que, determinam também as suas aplicações no mercado em geral. De um lado temos o transformador a óleo, que possuem seu sistema isolante composto por uma parte sólida (papel isolante) e uma parte líquida (óleo isolante), este conjunto tem a função de garantir a rigidez dielétrica e mecânica do bobinado. Os transformadores a óleo são os mais comuns e amplamente utilizados em diversas áreas. O concorrente do transformador a óleo é o transformador a seco, tal que não utilizam óleo e possuem seu bobinado encapsulado em resina, os mesmos possuem menor dimensão e são recomendados para instalações internas que exigem segurança e confiabilidade, logo que não utilizam óleo isolante. Este tipo de transformador é indicado para áreas onde há a presença de pessoas, como fábricas Figura 16 - Imagem de um transformador de potencial. Fonte: http://www.multvolts.com.br/page10.aspx 25 em geral, indústrias químicas, petroquímicas, prédios residenciais, hospitais, shopping centers, transportes, etc, devido ao menor risco de combustão. As vantagens dos transformadores a seco são: a maior robustez mecânica, menor nível de descargas parciais internas e a possibilidade de instalação mais próxima ao ponto de carga diminuindo assim as perdas com os cabos de alimentação. Porém, este tipo de transformador possui limitações de potência e tensão, além do custo mais elevado que os transformadores a óleo. 3 - Transformador de corrente (TC): NBR 6856 – Transformador de Corrente6 ETC 1.02 – Transformador de Corrente11 Os transformadores de corrente são equipamentos que permitem aos instrumentos de medição e proteção funcionarem adequadamente sem que seja necessário possuírem correntes nominais de acordo com a corrente de carga do circuito ao qual são ligados. Na sua forma mais simples, eles possuem um primário, geralmente poucas espiras, e um secundário, no qual a corrente nominal transformada é, na maioria dos casos, igual a 5 A. Dessa forma, os instrumentos de medição e proteção são dimensionados em tamanhos reduzidos com as bobinas de corrente constituídas com fios de pouca quantidade de cobre. Note que neste caso, diferente do transformador de potencial, o transformador de corrente esta ligado em apenas uma das fases. A ligação deve ser feita em série para que não haja perdas. O transformador de Corrente - TC é um equipamento destinado a transformar os valores de corrente primárias em valores secundários, apropriados para uso dos medidores de energia elétrica, ou em outros instrumentos de medida. Os transformadores de corrente são utilizados para suprir aparelhos que apresentam baixa resistência elétrica, tais como amperímetros, relés de indução, bobinas de corrente de relés diferenciais, medidores de energia, de potência etc. Os TC's transformam, através do fenômeno de conversão eletromagnética, correntes elevadas, que circulam no seu primário, em pequenas correntes secundárias, segundo uma relação de transformação. Portanto, Um transformador de corrente (abreviadamente TC ou TI) é um dispositivo que reproduz no seu circuito secundário, a corrente que circula em um Figura 17 - Esquema de ligação de um transformador de corrente. Fonte: Portal Celesc8 Figura 18 - Exemplo de transformador de corrente tipo janela. Fabricado pela indústria EIMA Site da Industria: www.eima.com.br http://pt.wikipedia.org/wiki/Transformador 26 enrolamento primário com sua posição vetorial substancialmente mantida, em uma proporção definida, conhecida e adequada. Os transformadores de corrente, também chamados de transformadores de instrumentos, utilizados em aplicações de alta tensão (situações essas onde circulam, frequentemente, altas correntes), fornecem correntes suficientemente reduzidas e isoladas do circuito primário de forma a possibilitar o seu uso por equipamentos de medição, controle e proteção. Devemos ressaltar aqui que apesar de cada um possuir uma forma de construção para cada tipo de necessidade, o fenômeno que realiza a conversão e a redução ou elevação da correnteno secundário é aquele que a primeira instância, a corrente que circula no enrolamento primário gera um fluxo magnético no núcleo de material ferromagnético, e então este mesmo fluxo passa por entre as espiras do enrolamento secundário, tal que gera uma corrente induzida neste, entregando então a corrente desejada nos polos do terminal secundário. Para maior detalhes leia a seção 1.2.1.2 deste artigo. 3.1 - Constituição do equipamento: Os transformadores de corrente podem ser construídos da mesma maneira que um transformador de potencial, porém os TC’s são dimensionados de uma maneira diferente. São também constituídos principalmente por cobre eletrolítico e um material ferromagnético. Seu exterior normalmente é fabricado com materiais isolantes, principalmente epóxi. Uma resina epóxi ou poliepóxido é um plástico termofixo que se endurece quando se mistura com um agente catalisador ou “endurecedor”. As resinas epóxi mais frequentes são produtos de uma reação entre epicloridrina e bisfenol-a. Entretanto, apesar de que em alguns casos os dispositivos são fabricados de uma maneira completamente diferente de TP, todos partem dos mesmo princípios de funcionamento. Portanto, os transformadores de corrente podem ser construídos de diferentes formas e para diferentes usos11, ou seja: 3.1.1 - Transformador de Corrente Tipo Barra: É aquele cujo o enrolamento primário é constituído por uma barra fixada através do núcleo do transformador. No momento de sua instalação esta barra é instalada no circuito em serie com o mesmo, ligado aos polos da barra. Ao efetuar esta ligação, uma corrente passara a fluir pela barra que esta fixada no núcleo, e esta mesma corrente passará a gerar correntes parasitas no núcleo ferromagnético que envolve a barra (que pode ser considera o primário do transformador). Esta corrente parasita tal que, como foi vista anteriormente, é chamada de correntes de Foucault, corre ao redor do núcleo induzindo uma corrente no enrolamento secundário numa ordem bem menos elevado, dentro dos parâmetros que foram constituídos o transformador. 27 Note na figura 19 que a barra fixa ali citada é o primário do transformador de corrente, e os pontos S1 e S2 do desenho são os terminais de saída do secundário do TC, onde temos a corrente rebaixada para níveis seguros para medição. 3.1.2 - Transformador de Corrente Tipo Enrolado: Neste caso o transformador possui dois enrolamentos, o primário e o secundário. A instalação é bastante semelhante a do TP, feita de forma que no primário seja ligada a linha onde esta sendo transmitida a corrente que deseja ser rebaixada para níveis seguros. A grande e importante diferença do TP é a necessidade da ligação do TC ser feita em série, enquanto a ligação do TP é feita em paralelo. Após a realização da ligação em série do transformador, nota-se uma corrente elevada, possivelmente, passando pelo seu primário, esta corrente vai induzir uma corrente parasita no núcleo ferromagnético do TC, tal que irá induzir uma corrente no enrolamento secundário do transformador dentro dos níveis de segurança estabelecidos. Nota-se o funcionamento deles é muito semelhante mudando na maioria dos casos apenas o modo de instalação de um para o outro. A figura 20 ressalta o modo de construção do transformador de corrente tipo enrolamento. 3.1.3- Transformador de Corrente Tipo Janela: Este modelo é muito semelhante ao TC tipo barra, que já foi apresentado anteriormente junto com os fenômenos envolvidos na constituição, entretanto, a barra fixa que encontramos no TC tipo barra aqui não existe. Em seu lugar há uma Figura 19 –Esquema de um Transformador de Corrente Tipo Barra. 11 Figura 20 - Transformador de Corrente Tipo Enrolado. 11 Figura 21 - Transformador de corrente tipo janela. 11 28 janela (um espaço por onde passa o fio condutor que carrega a corrente à ser transformada). Portanto, o modo de funcionamento é o mesmo, assim como os fenômenos envolvidos, mudando apenas no sentido em que o condutor que atravessa o núcleo do transformador antes fixo, agora é móvel. 3.1.4 - Transformador de Corrente Tipo Bucha: Este também possui o funcionamento muito semelhante ao funcionamento do transformador de corrente tipo barra, porém sua instalação é feita nas buchas dos equipamentos (transformadores, disjuntores, etc.), estes que vem a funcionar como enrolamentos primários para o transformador de corrente, isto é, geram a corrente inicial no núcleo ferromagnético do transformador que vem posterior a realizar a indução no enrolamento secundário, e então encontramos a corrente reduzida na saída do terminal secundário. Os fenômenos que ocorrem durante este processo já foram explicados anteriormente. A principal aplicação deste modelo de transformador de corrente é para as redes de distribuição na realização de controles de medidas e funcionamento dos equipamentos relacionados no paragrafo anterior, pois através destes aparelhos que se pode reduzir de maneira segura a corrente nominal dos aparelhos. 3.1.5 - Transformador de Corrente de núcleo divido: Este transformador de corrente possui uma grande semelhança com o modelo apresentado anteriormente, o TC tipo janela, porém, com uma maior abrangência pois este possibilita uma instalação sem a necessidade de ligação direta com o circuito. O TC tipo núcleo dividido possui uma articulação que pode ser utilizada Figura 22 - Transformador de Corrente Tipo Bucha. 11 Figura 23 - Transformador de Corrente Tipo Núcleo Dividido. 11 29 para envolver o condutor tal qual se deseja reduzir a corrente através do aparelho para possibilitar algum tipo de medição ou controle. É de grande aplicação em campo para manobras onde seria necessária a abertura e naturalmente o desligamento da rede para algum tipo de medição. A parte móvel é presa ao conjunto para facilitar a sua montagem em campo sem interrupção do fornecimento de energia. 3.1.6 - Transformador de Corrente com vários enrolamentos primários: Este TC é constituído de vários enrolamentos primários montados em um núcleo ferromagnético isoladamente e apenas um enrolamento secundário. Utilizam o mesmo principio de funcionamento daquele que tem apenas um enrolamento primário, entretanto, a corrente de saída no enrolamento secundário e uma composição das correntes em cada enrolamento primário. Conforme a figura 24. 3.1.7 - Transformador de Corrente com vários núcleos secundários: É aquele constituído de dois ou mais enrolamentos secundários montados isoladamente, sendo que cada um possui individualmente o seu núcleo, formado, juntamente com o enrolamento primário, um só conjunto, conforme se na figura abaixo. Neste tipo de transformador de corrente, a seção do condutor primário deve ser dimensionado tendo em vista a maior das relações de transformação dos núcleos considerados. Estes transformadores servem para manter um acompanhamento ao longo de uma linha de distribuição. Figura 24 - Transformador de corrente com vários enrolamentos primários. 11 Figura 25 - Transformador de corrente com vários núcleos. 11 30 Figura 27 - Transformador de Corrente tipo derivação no secundário.11 3.1.8 - Transformador de corrente com vários enrolamentos secundários: É aquele constituído de um único núcleo envolvido pelo enrolamento primário e vários enrolamentos secundários, conforme se mostra na figura abaixo, e que podem ser ligados em série ou paralelo. Com apenas um TC você pode ter vários aparelhos funcionando com os resultados marcados. 3.1.9 - Transformador de corrente tipo derivação no secundário: É aquele constituído de um único núcleo envolvido pelos enrolamentos primário e secundário, sendo este provido de uma ou mais derivações. Entretanto o primário pode ser constituído de um ou mais enrolamentos,conforme se mostra na figura a seguir. Como os amperes- espiras variam em cada relação de transformação considerada, somente é garantida a classe de exatidão do equipamento para a derivação que estiver o maior número de espiras. A versão deste tipo de TC é dada na figura 27. Os transformadores de corrente de baixa tensão normalmente têm o núcleo fabricado em ferro-silício de grãos orientados e está, juntamente com os enrolamentos primário e secundário, encapsulado em resina epóxi, submetida a polimerização, o que lhe proporciona endurecimento permanente, formando um sistema inteiramente compacto e dando ao equipamento características elétricas e mecânicas de grande desempenho, que são: Incombustibilidade do isolamento; Elevada capacidade de sobrecarga, dada a excepcional qualidade de condutividade térmica da resina epóxi; Elevada resistência dinâmica às correntes de curto-circuito; Figura 26 - Transformador de Corrente com vários enrolamentos secundários. 11 31 Elevada rigidez dielétrica. Já os transformadores de corrente de média tensão, semelhantemente aos de baixa tensão, são normalmente construídos em resina epóxi, quando destinados às instalações abrigadas. Também são encontrados transformadores de corrente para uso interno, construídos em tanque metálico cheio de óleo mineral e provido de buchas de porcelana vitrificada comum aos terminais de entrada e saída da corrente primária. Os transformadores de corrente fabricados em epóxi são normalmente descartados depois de um defeito interno. Não é possível a sua recuperação. Os transformadores de corrente de alta tensão para uso ao tempo são dotados bucha de porcelana vitrificada com saias, comum aos terminais de entrada da corrente primária. Os transformadores de corrente destinados a sistemas iguais ou superiores a 69 kV têm os seus primários envolvidos por uma blindagem eletrostática, cuja finalidade é uniformizar o campo elétrico. 3.2 - Características Elétricas: Os transformadores de corrente, de um modo geral, podem ser representados eletricamente através do esquema da figura abaixo, em que as resistência e reatância primárias estão definidas como R1 e X1, as resistência e reatância secundárias estio definidas como R2 e X2 e o ramo magnetizante está caracterizado pelos seus dois parâmetros, isto é, a resistência Rη , que é responsável pelas perdas ôhmicas, através das correntes de histerese e de Foucault, desenvolvidas na massa do núcleo de ferro com a passagem das linhas de fluxo magnético, e Xη responsável pela corrente reativa devido à circulação das mesmas linhas de fluxo no circuito magnético. Através do esquema da Figura 28, pode-se descrever resumidamente o acionamento de um transformador de corrente. Uma determinada carga absorve da rede uma certa corrente Ip que circula no enrolamento primário do TC, cuja impedância ( Z1 = R1 + jX1 ) pode ser desconsiderada. A corrente que circula no secundário do TC, Is provoca uma queda de tensão na sua impedância interna (Z2 = Figura 28 - Esquema de ligação de um transformador de Corrente. Imagem retirada de um questão do concurso publico realizado pelo Tribunal Regional do Trabalho no ano de 2010. 32 R2 +jX2) e na impedância da carga conectada ( Z2= R2 +jX2 ) que afeta o fluxo principal, exigindo uma corrente magnetizante Ie diretamente proporcional. A impedância do primário não afeta a exatidão do TC. Ela é apenas adicionada à impedância do circuito de alimentação. O erro do TC é resultado sensivelmente da corrente que circula no ramo magnetizante, isto é, Ie. É simples entender que a corrente secundária Is somada à corrente magnetizante Ie deve ser igual a corrente que circula no primário , ou seja: Ip = Ic + Is. Considerando um TC de relação 1:1, para que a corrente secundária reproduzisse fielmente a corrente do primário, seria necessário que Ip = Is . Como não é, a corrente que circula na carga não corresponde exatamente à corrente do primário, ocasionando assim o erro do TC. Quando o núcleo entra em saturação, exige uma corrente de magnetização muito elevada, deixando de ser transferida para a carga ZC como será visto adiante com mais detalhe, provocando assim um erro de valor considerável na medida secundária. Para melhor se conhecer um transformador de corrente, independentemente de sua aplicação na medição e na proteção, é necessário estudar as suas principais características elétrica. 3.3 - Correntes nominais: Tabela 1 - Tabelas de Correntes nominais do transformador de corrente (TC). CORRENTE PRIMÁRIA PADRONIZADA CORRENTE SECUNDÁRIA PADRONIZADA RELAÇÃO NOMINAL CORRENTE PRIMÁRIA PADRONIZADA RELAÇÃO NOMINAL 5 10 15 20 25 30 40 50 60 75 100 125 150 200 250 300 400 500 600 800 1000 1200 1500 2000 2500 3000 4000 5000 6000 8000 5 1:1 2:1 3:1 4:1 5:1 6:1 8:1 10:1 12:1 15:1 20:1 25:1 30:1 40:1 50:1 60:1 80:1 100:1 120:1 160:1 200:1 240:1 300:1 400:1 500:1 600:1 800:1 1000:1 1200:1 1600:1 5 x 10 10 x 20 15 x 30 20 x 40 25 x 50 30 x 60 40 x 80 50 x 100 60 x 120 75 x 150 100 x 200 150 x 300 200 x 400 300 x 600 400 x 800 600 x 1200 800 x 1600 1000 x 2000 1200 x 2400 1500 x 3000 2000 x 4000 2500 x 5000 3000 x 6000 4000 x 8000 5000 x 10000 6000 x 12000 7000 x 14000 8000 x 16000 9000 x 18000 10000 x 20000 1 x 2:1 2 x 4:1 3 x 6:1 4 x 8:1 5 x 10:1 6 x 12:1 8 x 16:1 10 x 20:1 12 x 24:1 15 x 30:1 20 x 40:1 30 x 60:1 40 x 80:1 60 x 120:1 80 x 160:1 120 x 240:1 160 x 320:1 200 x 400:1 240 x 480:1 300 x 600:1 400 x 800:1 500 x 1000:1 600 x 1200:1 800 x 1600:1 1000 x 2000:1 1200 x 2400:1 1400 x 2800:1 1600 x 3200:1 1800 x 3600:1 2000 x 4000:1 33 As correntes nominais primárias devem ser compatíveis com a corrente de carga do circuito primário. As correntes nominais primárias e as relações de transformação nominais estão discriminadas nas tabelas abaixo, para relações nominais simples e duplas, utilizadas para ligação série/paralelo no enrolamento primário. As correntes nominais secundárias são adotadas geralmente iguais a 5A. Em alguns casos especiais, quando os aparelhos, normalmente relés de são instalados distantes dos transformadores de corrente, pode-se adotar a corrente secundária de 1 A, a fim de reduzir a queda de tensão nos fios de interligação. NBR 6856/8112 adota as seguintes simbologias para definir as relações de correntes. Sinal de dois pontos (:) deve ser usado para exprimir relações n como, por exemplo: 300:1; O hífen (-) deve ser usado para separar correntes nominais de enrolamento diferentes, como, por exemplo: 300-5 A, 300-300-5 A (dois enrolam primários), 300- 5-5 (dois enrolamentos secundários); O sinal (x) deve ser usado para separar correntes primárias nominais, ainda relações nominais duplas, como, por exemplo, 300 x 60~5A (correntes primárias nominais) cujos enrolamentos podem ser ligados em série paralelo, segundo podemos ver nos TC`s já vistos; A barra ( / ) deve ser usada para separar correntes primárias nominais ou relações nominais obtidas por meio de derivações, efetuadas tanto nos enrolamentos primários como nos secundários, como, por exemplo. 300/400-5 A, ou 300-5/5 A, como visto na figura 25, do TC de várias derivações secundárias. 3.4 - Cargas nominais Os transformadores de corrente devem ser especificados de acordo com a carga que será ligada no seu secundário. Dessa forma, a NBR 6856/8112 padroniza as cargas secundárias de acordo com a tabela 2. NBR 6856 - Cargas nominais para T.C. para características à 60Hz Tabela 2 – Transformadores de Corrente – Cargas Nominais Designação Resistência Indutância mH Potência Aparente VA Fator de potência Impedância 1 23 4 5 6 C 2,5 0,09 0,116 2,5 0,9 0,1 C 5,0 0,18 0,232 5,0 0,9 0,2 C 12,5 0,45 0,580 12,5 0,9 0,5 C 25,0 0,50 2,3 25,0 0,5 1,0 C 50,0 1,0 4,6 50,0 0,5 2,0 C 100,0 2,0 9,2 100,0 0,5 4,0 C 200,0 4,0 18,4 200,0 0,5 8,0 Nota: Quando a corrente secundária nominal for diferente de 5A , os valores de resistência, indutância e impedância das cargas nominais são obtidos multiplicando- 34 se os valores desta tabela pelo quadrado da relação entre 5A e a corrente secundária nominal. Para um transformador de corrente, a carga secundária representa o valor Ôhmico das impedâncias formadas pelos diferentes aparelhos ligados a seu secundário, incluindo-se aí os condutores de interligação. Por definição, carga secundária nominal é a impedância ligada aos terminais secundários do TC, cujo valor corresponde à potência para a exatidão garantida, corrente nominal. Considerando um TC C200, a impedância de carga nominal é de: 8 5 200 22 s I Ptc Zs (11) Deve-se frisar que, quando a corrente secundária nominal é diferente de 5 A, os valores das cargas devem ser multiplicados pelo quadrado da relação entre 5A e a corrente secundária nominal correspondente, para se obter os valores desejados dos referidos parâmetros. A carga dos aparelhos que devem ser ligados aos transformadores de corrente tem que ser dimensionada criteriosamente para se escolher o TC de carga padronizada compatível. No entanto, como os aparelhos são interligados aos TC's através de fios , normalmente de grande comprimento, é necessário calcular-se a potência dissipada nesses condutores e soma-las a potência dos aparelhos correspondentes. Assim a carga de um transformador de corrente , independente de ser destinado à medição ou a proteção, pode ser dada pela equação: 2 s IZcLcCapCtc (VA) (12) Onde: Σcap = Soma das cargas correspondentes às bobinas de corrente dos aparelhos considerados, em VA; Is = Corrente nominal secundária , normalmente igual a 5A; Zc = Impedância do condutor , em Ώ/m ; Lc = Comprimento do cabo condutor , em metros. 3.5 - Fator de sobrecorrente: Também denominado fator de segurança, é o fator pelo qual se deve multiplicar corrente nominal primária do TC para se obter a máxima corrente no seu primário até o limite de sua classe de exatidão. A NBR 6856/81 especifica de sobrecorrente para serviço de proteção em 20 vezes a corrente nominal. Como já se comentou anteriormente, quando a carga ligada a um transformador de corrente for inferior à carga nominal deste equipamento, o fator de recorrente é alterado sendo inversamente proporcional à referida carga. Conseqüentemente , a proteção natural que o TC oferecia ao aparelho fica prejudicada. 35 A equação abaixo fornece o valor que assume o fator de sobrecorrente, em função da entre a carga nominal do TC e a carga ligada ao seu secundário: Fs Cs Cn F 1 (13) Onde: Cs- Carga ligada ao secundário, em VA; Fs- Fator de sobrecorrente nominal ou de segurança; Cn- Carga nominal, em VA. Desta forma, a saturação do transformador de corrente só ocorreria para o valor de F1 superior a Fs(valor nominal), o que submeteria os aparelhos a urna grande intensidade de corrente. Algumas vezes, é necessário inserir uma resistência no circuito secundário para elevar o valor da carga secundária do TC, quando os aparelhos a serem ligados assim o exigirem, o que não é muito comum, já que eles suportam normalmente 50 vezes a sua corrente nominal por segundo. 3.6 - Corrente de magnetização: Corrente de magnetização é a que circula no enrolamento primário do transformador de corrente como consequência do fluxo magnetizante do núcleo. A curva de magnetização dos transformadores de corrente fornecida pelos fabricantes permite que se calcule, entre outros parâmetros, a tensão induzida no seu secundário e a corrente magnetizante correspondente. De acordo com a gráfico 1, que representa a curva de magnetização de um transformador de corrente para serviço de proteção, a tensão obtida no joelho da curva é aquela correspondente a uma densidade de fluxo B igual a 1,5 tesla (T), a partir da qual o transformador de corrente entra em saturação. Deve-se lembrar que 1 tesla é a densidade de fluxo de magnetização de um núcleo, cuja seção é de 1 m2 e através da qual circula um fluxo ~ de 1 weber (W). Por outro lado, o fluxo magnético representa o número de linhas de força magnética, emanando de uma superfície magnetizada ou entrando na mesma superfície. Resumindo o relacionamento destas unidades, tem-se: A corrente de magnetização varia para cada transformador de corrente, devido à não-linearidade magnética dos materiais de que são constituídos os Figura/Gráfico 1 – Curva de magnetização. Fonte: http://paginas.fe.up.pt/maquel/AD/TCorrmag.pdf 36 núcleos. Assim, à medida que cresce a corrente primária, a corrente de magnetização não cresce proporcionalmente, mas, segundo uma curva dada no gráfico 2, é tornada como ordem de grandeza. Os TC's destinados ao serviço de proteção, por exemplo, que atingem o início da saturação a 20 x In, ou a 1,5 T, segundo a curva da característica, devem ser projetados para, em operação nominal, trabalhar com uma densidade magnética aproximadamente igual a 0,075 T. Quando não se consegue uma chapa de ferro- silício que trabalhe a corrente nominal primária com um valor de densidade magnética igual ou inferior a 1/20 do valor da densidade magnética de saturação, é necessário utilizar reatores não-lineares em derivação com os terminais de carga. Logo, neste caso, a corrente deduzida da carga é igual à corrente de magnetização mais a corrente que flui pelo reator em derivação. É importante observar que um transformador de corrente não deve ter o seu circuito secundário aberto, estando o primário ligado à rede. Isso se deve ao fato de que não há força desmagnetizante secundária que se oponha à força magnetizante gerada pela corrente primária, fazendo com que, para correntes elevadas primárias, todo o fluxo magnetizante exerça sua ação sobre o núcleo do TC, levando-o à saturação e provocando uma intensa taxa de variação de fluxo na passagem da corrente primária pelo ponto zero e resultando numa elevada força eletromotriz induzida nos enrolamentos secundários. Nesse caso, a corrente de magnetização do TC assume o valor da própria corrente de carga. Logo, quando os aparelhos ligados aos TC's forem retirados do circuito, os terminais secundários devem ser curto- circuitados. A não-observância deste procedimento resultará em perdas Joule excessivas, perigo iminente ao operador ou leiturista e alterações profundas nas características de exatidão dos transformadores de corrente. A permeabilidade medição é muito elevada, magnética, em torno de 0,1 , entrando o TC em processo de saturação a partir de 0,4 T. Estes valores de permeabilidade magnética se justificam para reduzir ao possível a corrente de magnetização, responsável direta, como já se observou ,- pelos erros introduzidos na medição pelos TC's. A permeabilidade magnética caracteriza pelo valor da resistência ao fluxo magnético oferecido por um determinado material submetido a um campo magnético. Claro que, quanto maior for a permeabilidade magnética menor será o fluxo que irá atravessar o núcleo de ferro TC, e, consequentemente, menor será a corrente de magnetização. Figura/Gráfico 2 – Ordem de grandeza. Fonte: http://paginas.fe.up.pt/maquel/AD/TCorrmag.pdf 37 Já os transformadores de corrente destinados ao serviço de proteção apresentam um núcleo de baixa permeabilidade quando comparada com os TC`s de medição, permitindo a saturação somente para uma densidade de fluxo magnético elevada, conforme se pode constatar através da curva do gráfico 3. 3.7 - Tensão secundária: A tensão nos terminais secundários dos transformadores de corrente está limitada pela saturação
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