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Lidiely Mello Artrite reumatóide DEFINIÇÃO: Doença inflamatória crônica com curso intermitente, marcado por períodos de remissão e atividade, mas sempre um processo contínuo de lesão tecidual. FISIOPATOLOGIA QUADRO CLÍNICO DIAGNÓSTICO TRATAMENTO • Auto-imune; • Artrite: edema articular c/ dor a palpação; • Hiperestimulação linf.T CD4+; • A resposta autoimune é constante com linf. T CD4+ hiperestimulados que migram para a sinóvia e atraem e ativam macrófagos e linfócitos B; • Produção desordenada de citocinas: ↑proliferação de cel sinoviais → expansão do pannus; • Pannus: tecido inflamatório sinovial em proliferação; • Ativação dos Linf.B em plasmócitos: ↑autoanticorpos; - Fator Reumatoide: IgM, reconhece porção Fc de anticorpos do tipo IgG; - Formação de imunocomplexos; • Anti-CCP: reage contra diversas proteínas do tecido conjuntivo; • Acúmulo de neutrófilos no líquido sinovial; • ↑volume articular; • rigidez matinal: durante o repouso, acumula líquido inflamatório na cavidade sinovial. Quanto ↑ a rigidez = ↑ processo inflamatório; • Dor: fibras nociceptivas na cápsula articular (estresse mecânico); • Instala-se de maneira insidiosa; • Poliartrite aguda (70%) com sinovite persistente nas mãos (91%); • Dor e rigidez matinal prolongada (mais de 2h); • Sintomas constitucionais: fadiga, mal- estar, anorexia, mialgia; • Poliartrite simétrica de pequenas articulações das mãos e dos punhos; • Artrite aditiva–acomete progressivamente outras articulações, sem deixar de inflamar as anteriores; • Pct tende a manter a artic em flexão p/ ↑capacidade volumétrica e ↓distensão da cápsula (posição antálgica) + comum: cotovelo; • Leva a erosões ósseas e deformidades; • Condições associadas: DCV, osteoporose; • ↑ em: pequenas artic mãos e pés, punhos, cotovelos, artic coxofemoral, ombros, coluna cervial; • Deformidade “pescoço de cisne”: hiperextensão das articulações IFP e flexão das IFD; • Deformidade em botoeira: flexão das IFP e hiperextensão das IFD; • Punhos em dorso de camelo: aumento de volume do punho e das articulações MCF com atrofia interóssea dorsal; • Squeeze test: teste do aperto - palpação de todas as articulações em busca de dor, edema e calor - dor referida após compressão das artic MCF ou MTF; • Critérios ACR-EULAR (2010): - Envolvimento articular (0-5) - Sorologia (0-3) FR, Anti-CCP; - Reagentes de fase aguda (1) VHS, PCR; - Duração dos sintomas: <6 sem ou ≥6sem • ≥6 pontos: portador AR; • Fator Reumatoide: 70-80% dos pacientes - ↓especif. – Valor prognóstico - Falso+: lúpus, hepatite B e C, endocardite,... • Anticorpo antipeptídeo citrulinado cíclico (anti-CCP): reage contra diversas proteínas do tec conj - presente em cerca de 80% dos pacientes com AR, com especificidade ao redor de 90%. - relação prognóstica; • Artrocentese: análise do liquido sinovial - ↑leucócitos e ↑proteínas; • R-x: erosões ósseas, ↓espaço articular; • Fatores de mau prognóstico: sexo F, tabagismo, ↓nível socioeconômico, início da doença em idade mais precoce, ↑FR ou anti-CCP, ↑persistente de VHS e PCR, grande número de articulações edemaciadas, manifestações extra- • Repouso articular e fisioterapia; • AINES e Glicocorticoides: controle de surtos agudos, utilizados no início até efeitos dos DARMDs - Prednisona ≤7.5mg/dia (dose baixa) ou >7.5 e ≤30mg/dia (dose intermediária); - Úteis até início de ação dos DARMDs (seis a doze meses); - Melhor pela manhã: pico de cortisol e rigidez matinal; - DARMDs: evitam a progressão da doença, com ação analgésica e anti-inflamatória; - Medicação de 1ª escolha - Metrotexate: atua no metabolismo das purinas e pirimidinas nas células do sistema imune = imunossupressor; - Uso de ácido fólico = ↓toxicidade - Efeitos adversos: estomatite, intolerância GI, hepato e nefrotoxicidade, pneumonite, citopenia; DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL • Acometimento das articulações distais sugere artrite psoriásica ou osteoartrite; • Rigidez matinal de curta duração sugere por ex. osteoporose; • Sem erosões: lúpus? • Monoarticular: gota? Artrite infecciosa? • Febre: artrite infecciosa? EPIDEMIOLOGIA Lidiely Mello • 1% pop. Brasil; • ↑Mulheres (3:1); • Prevalência: 25-35, mas pode desenvolver na infância ou velhice; • Tabagismo: ↑fator de risco. • Síndrome do túnel do carpo: compressão do n. mediano contra o ligamento transverso devido a hipertrofia sinovial; • Cisto de Baker: edema em região poplítea por aumento do líquido sinovial; • Sinal de tecla: na patela; • Joelhos valgos: desvio medial. articulares e presença precoce de erosões na evolução da doença. • RNM: Avalia as alterações inflamatórias de partes moles (melhor, porém ↑ custo); • USG: Detecta precocemente derrame articular, prolif sinovial e erosões corticais. ANATOMIA Existem três tipos de articulações: (1) sinartrodiais; (2) anfiartrodiais e (3) diartrodiais ou “sinoviais”. As últimas são encontradas unindo os ossos longos e apresentam grande mobilidade. Existe uma cápsula fibrosa que recobre as extremidades ósseas formando a cavidade articular, que é preenchida pelo líquido sinovial. Na AR ocorre proliferação inflamatória da membrana sinovial (sinovite) e este tecido inflamatório é chamado de Pannus. Quando encaminhar: Sugere-se o encaminhamento para o serviço especializado em reumatologia pacientes com: • Diagnóstico de AR (estabelecido com pontuação >= 6 pelos critérios classificatórios; • Alta suspeita de AR; definida por presença de artrite (sinovite/edema identificado pelo médico) de 3 ou mais articulações associada a: - Rigidez matinal por mais de 30 min e/ou - Teste do aperto positivo. Lidiely Mello
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