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P R 1 R E U M A T O L O G I A REUMATISMO: Termo genérico usado para designar um grupo de doenças que afeta ar- ticulações, músculos e o esqueleto. REUMATOLOGIA: ‘’Rheuma’’ = catarro ou muco, fluxo. ‘’Logos’’: conhecimento Antigamente, pensavam que o ‘’reumatismo’’ era um catarro/muco que se derramava so- bre as articulações. Ex: tumor maligno que fluía do cérebro até as juntas e outras partes do corpo, produzindo dor. AMBIENTE ARTICULAR Componentes Articulares Superfícies Articulares Cartilagem articular Capsula Articular Membrana fibrosa = Fixação (externa) Membrana Sinovial = Vascular (interna) Cavidade Articular Líquido sinovial Classificação das articulações • FUNCIONAL— Grau de movimento SINARTROSES ANFIATROSES DIARTROSES IMÓVEL POUCO movimento AMPLOS movimentos Articulações do crânio (suturas) Articulações do carpo, sínfise púbica Articulações do ombro, joe- lho Sin = juntos Anfi = dois V A N E S S A L U D W I G P R 1 R E U M A T O L O G I A Componentes das articulações sinoviais CARTILAGEM ARTICULAR Acoplando as duas extremidades ósseas, encontra-se a cartilagem articular Objetivo: Permitir o deslizamento suave da articulação ao realizar movimentos e suportar carga. Compõe-se basicamente de células (Condrócitos— representam apenas 1-2% do volume total da cartilagem) e a matriz (Colágeno (tipo 2) + Proteoglicanos (Hidrofílico)) Fibras colágenas = resistência e elasticidade Nutrição do condrócito: líquido sinovial 2/3 superiores por difusão/ embebição (compressão) 1/3 inferior pelos vasos epifisários Funções: Amortecedor Capacidade Elástica Absorve impactos V A N E S S A L U D W I G P R 1 R E U M A T O L O G I A MEMBRANA SINOVIAL / SINÓVIA A porte móvel da articulação é constituída pela SINOVIAL, estrutura altamente flexível e forma o principal tecido intracapsular SINOVIAL Sinóvia = Usada pela primeira vez por Paracelso (tecido mole que produz o lqdo sinovial) Syn -> com, juntamente Oviun -> ovo, líquido sinovial semelhante a ‘’clara de ovo’’ CONSTITUIÇÃO ÍNTIMA / MILITANTE + interna Elabora o líquido sinovial para lubrificar a cartilagem 2 tipos principais de células: Sinoviócitos do tipo A: semelhante a macrófagos, com muitos lisossomos e vesículas mi- cropcnóticas => fagocitose (limpeza do líquido sinovial) Sinoviócitos do tipo B: semelhantes ao fibroblasto e poucas organelas e extenso retículo endoplasmático => produz o ácido hialurônico Sinuviócitos do tipo C intermediárias entre as células A e B. SUBÍNTIMA Abaixo da íntima Amplamente vascularizados Composta por: Fibroblastos, Macrófagos, Adipócitos, Mastócitos Vasos sanguíneos, nervos, Tecido Conjuntivo Frouxo CAMADA EXTERNA/ SUBSINOVIAL Faz limite com a cápsula fibrosa Propriedades REAÇÃO: SINOVITE REPARAÇÃO -> quando retirada em partes, se repara em 1 a 3 meses Matrix Sinoviócitos do tipo A (Macrófago) Sinoviócitos do tipo B (Fibroblasto) V A N E S S A L U D W I G P R 1 R E U M A T O L O G I A LÍQUIDO SINOVIAL É um ultrafiltrado do plasma + o ácido hialurônico elaborado pelas células sinoviais * semelhante a clara do ovo * viscoso. Existe em pequena quantidade, só o suficiente para recobrir as superfícies cartilaginosas, formando uma pequena película De cor palha, com poucas células menos de 200ml, e incluem células sinoviais, granulóci- tos, monócitos, macrófagos, linfócitos e neutrófilos Há um predomínio de mononucleares (60-65%) e o restante de polimorfonucleares. Diferenciar => Excesso de líquido sinovial => Patologia/Lesão (menisco / osteoartrite) SINOVITE ou ARTRITE Sinônimos. Inflamação da articulação. PERI-ARTRITE Inflamação dos tecidos ao redor das articulações PARA-ARTRITE Inflamação dos tecidos externos e separados das articulações TENDINITE/TENDINOPATIA Inflamação do tendão TENOSSINOVITE Inflamação do tendão e da bainha tendinosa PERITENDINITE BURSITE / BURSOPATIA Inflamação da bursa ENTESITE / ENTESOPATIA Inflamação na entese (onde as estruturas moles se fixam-se nos ossos) SINOVITE PERI-ARTICULAR, PERI-ARTRITE, PARA-ARTRITE Reumatismo não articular ou Peri-articular ou Reuma- tismo de Partes Moles Nutre os condrócitos V A N E S S A L U D W I G P R 1 R E U M A T O L O G I A Classificação: IFD: Interfalangeanas distais IFP: Interfalageanas proximais MCF: Metacarpofalangeanas MTF: Metatarsofalangeanas Exemplos: IFD do 1° Quirodáctilo direito ou 1° IFD da mão direita IFP do 2° Quirodáctilo esquerdo ou 2° IFP da mão esquerda 3° MCF direita IFD do 3° Pododáctilo ou 3° IDF do pé direito IFP do 5° Pododáctilo esquerdo ou 5° IFP do pé esquerdo 4° MTF esquerda ‘’Bursa’’ pequenas estruturas que protegem as estruturas no- bres/ Revestida pela membrana sinovial e completa de líquido. ‘150 bursas no corpo humano’ Grupo de patologias que representam 45% da prática médica diária Periartrites/ Tendinites/ Bursites => Doenças reumáticas (Reumatismo) de partes moles Osteoartrites/ Artroses => Degeneração da cartilagem articular => Lombalgia/Cervicalgia Doenças Reumáticas Inflamatórias => Sinovites => Artrite Reumatóide/Espondiloartrite Monoartrite aguda => Gota / CPPD Doenças Difusas do Tecido Conjuntivo (ou Doença do Colágeno)/Vasculites=> LES/Sjogren Ligamento: osso com osso Tendões: músculo com osso Entese: tendão + ligamento V A N E S S A L U D W I G P R 1 R E U M A T O L O G I A ANAMNESE DO REUMÁTICO Sintoma predominante: DOR 1. DOR: • Localização • Intensidade • Periodicidade • Início = insidioso, lento, gradativo, intermitente • Duração / Rigidez Matinal 2. AUMENTO DO VOLUME ARTICULAR Por dois motivos: • Sinovite: Aumento de partes moles • Neo-formação óssea: Aumento de partes duras 3. RUBOR 4. CALOR 5. DEFORMIDADE ARTICULAR 6. CREPITAÇÃO 7. LIMITAÇÃO DOS MOVIMENTOS; por • Processo inflamatório gerando dor • Alteração estrutural (crescimento ósseo, degeneração e ou ancilose) Completa-se com: • IDADE • SEXO • OCUPAÇÃO OU TIPO DE ATIVIDADE FÍSICA • ANTECEDENTES MÓRBIDOS PESSOAIS E FAMILIARES • DISTRIBUIÇÃO DO PROCESSO INFLAMATÓRIO Envolvimento: Monoarticular -> Monoartrite = 1 articulação Oligoarticular -> Oligoartrite/Pauciartrite = 2 a 4 articulações Poliarticular -> Poliartrite = mais de 4 articulações MANIFESTAÇÕES EXTRA-ARTICULARES: • FEBRE • PERDA DE PESO/EMAGRECIMENTO • MAL ESTAR GERAL, ASTENIA, ADINAMIA/FRAQUEZA • VISCEROMEGALIAS => Esplenomegalia / Hepatomegalia no LES • ICTERÍCIA / POLIARTRALGIAS => Hepatite Viral / Rubéola • UVEITE, ESCLERITE => Espondiloartrites, AIJ • LESÕES CUTÂNEAS => Rash malar OSTEOARTRITE NÃO confere sinais extra articulares V A N E S S A L U D W I G P R 1 R E U M A T O L O G I A EXAME FÍSICO MÍNIMO DO REUMÁTICO Finalidade: Consiste na tentativa de reprodução e distribuição das queixas do indivíduo em seu esqueleto. INSPEÇÃO PALPAÇÃO MOVIMENTO (olhar) (sentir) (movimentar) Inspeção EM PÉ (paciente deve andar um pouco) - Observar a marcha Ex: Claudicação em criança => LEGG-CLAVE-PERTHES = Necrose avascular da cabeça fe- mural; Epifiolise (deslocamente/escorregamento da cabeça do fêmur) SENTADO Iniciar pelas extremidades superiores -MÃO DORSAL E PALMAR Aumento do volume Cor da pele Artrite de MCF Atrofia Interóssea Região Tenar e Hipotenar ARTRITE REUMATÓIDE OSTEOARTRITEFENÔMENO DE RAYNAUD Síndrome de Raynaud 2° -> Artrite reumatóide HOMEM: de cueca MULHER: de bata Nervo Mediano Nervo Ulnar V A N E S S A L U D W I G P R 1 R E U M A T O L O G I A ARTRITE Reumatóide ARTROSE Osteoartrite, Osteoartrose PATOLOGIA Doença crônica e AUTOIMUNE que causa inflamação nas articu- lações Doença articular degenerativa que desgasta a cartilagem DEFINIÇÃO CAUSA Fatores genéticos, infecciosos, hormonais e ambientais, sendo o tabagismo o principal Predisposição genética, histórico familiar e condições como trau- mas e movimentos repetitivos INÍCIO DO PROBLEMA MEMBRANA SINOVIAL CARTILAGEM ARTICULAR SINTOMAS DOR constante, piora com repou- so Inchaço, vermelhidão, calor e dor noturna ou rigidez matinal ao acordar. Rigidez Matinal: dura mais de 30 minutos DOR aumenta com movimento e melhora com repouso Inchaço, derrame líquido dentro da articulação, deformidades e formação de nódulos Rigidez Matinal: duração menor que 30 minutos SIMETRIA SIM e bilateralmente Não, geralmente DEFORMIDADE SIM, devido a inflamação cons- tante que afeta ossos, ligamentos e tendões SIM, devido a destruição dos ossos e alteração das estruturas coligantes ÁREAS AFETADAS Mãos, pés, joelhos, cotovelos e ombros Mãos, joelhos, quadril e coluna TRATAMENTO Não tem cura, tratamento alivia os sintomas e evita a progressão Não tem cura, o tratamento fo- ca no controle da dor. V A N E S S A L U D W I G P R 1 R E U M A T O L O G I A V A N E S S A L U D W I G P R 1 R E U M A T O L O G I A EXAME FÍSICO MÍNIMO DO REUMÁTICO -MÃO DORSAL E PALMAR IFDs e IFPs PALPAÇÃO DÍGITO COMPRESSÃO LÁTERO-LÁTERAL = ARTRITE PALPAÇÃO DÍGITO COMPRESSÃO VERTICAL = ARTROSE IFD => ARTRITE PSORIÁSICA, ARTRITE REATIVA, AU MCFs PALPAÇÃO LÁTERO-LATERAL Polegar (base) => RIZARTROSE • APERTO DE MÃO PARA VERIFICAR FORÇA MUSCLAR -PUNHOS 90° Flexão e Extensão -COTOVELOS 90° Flexão e 180° Extensão SINOVITE -> palpar entre olecrano e o epicôndilo lateral BURSA OLECRANEANA -> bursite sub-olecraneana EPICONDILITE LATERAL E MEDIAL -OMBROS Cruzar as mãos atrás da coluna cervical Cruzar as mãos atrás da coluna lombar • Se houver dor ou limitação nestas 2 manobras, realiza –se um exame mais minucioso (completo) Ombro em abdução => palpa-se por baixo— palpar a capsula articular *úmero/cavidade glenóide/tendinite Bursa subdeltoideana => Bursa subacromial—tendão longo do bíceps (Manguito Rotador) OMBRO É MAIS FREQUENTEMENTE ACOMETIDO POR PERIARTRITES Ombro articulação + móvel do corpo humano V A N E S S A L U D W I G P R 1 R E U M A T O L O G I A Articulação Acrômio-Clavicular Articulação Esterno-Clavicular Articulações Condro-Costais e Condro-Esternais Artrite acromioclavicular Síndromes do impacto subacromial Bursite subacromial Tendinite supraespinhal Arco principal da dor Arco da Abdução V A N E S S A L U D W I G P R 1 R E U M A T O L O G I A -COLUNA CERVICAL => Movimentos Ativos e Passivos C1-C2: Rotação Lateral Prejudicada C5-C6-C6: Limitação a Flexo-Extensão e Lateralização -ATM => Abrir a boca (2 a 3 dedos) Palpar e verificar crepitação Arterite Temporal DECÚBITO DORSAL: -COXO-FEMURAIS => Movimentos • Manobra de FABER ou FABERE-PATRICK • Bursa Sub-trocantérica -JOELHOS => Movimentos—VARO/VALGO Palpar tecido peri-patelar (se tem aumento de líquido sinovial => Manobra da Tecla Fossa poplítea—Cisto de Baker Estabilidade = Manobras (Gaveta), Manobras forçando varo e valgo Bursa infra e pré=patelar Tendinite Anseriana (Sartório, Grácil, Semi-tendineo) -TORNOZELOS Fixar região talar/movimentos Tendão de Aquiles Calcâneo => Esporões => Fascite Plantar Entesopatias -PÉS => TARSO, MTFs e FALANGEANAS DOS ARTELHOS Neurinoma de Morton Hálux Valgus—Joanete V A N E S S A L U D W I G P R 1 R E U M A T O L O G I A -DECÚBITO-VENTRAL E DECÚBITO-LATERAL Manobras para Sacroilíacas (Sacroilite) => Unilateral: Manobra de Lewis => Bilateral: Manobra de Volkmann (afastamento dos ilíacos), Manobra de Erichensen (aproximação dos ilíacos), Manobra de Menel (3 partes: Coxo-femural, Sacroilíacas, Coluna Lombo-Sacral) -EM PÉ Andar na ponta dos pés => Raiz L5 Andar nos calcanhares => Raiz S1 • ESQUELETO AXIAL • ARTICULAÇÕES COSTO-VERTEBRAIS Fita métrica (Tórax = Inspiração e Expiração = 5 a 7 cm) • COLUNA TORÁCICA E LOMBAR Linha Espondileia => Escoliose, Cifose, Lordose Movimentos => Flexão, Extensão, Rotação, Lateralização Musculatura para vertebral => Palpação Índice de Schober = 10/15cm V A N E S S A L U D W I G P R 1 R E U M A T O L O G I A Doença inflamatória sistêmica, autoimune e progressiva. Afeta a membrana sinovial (articulações periféricas) e outros sistemas. Epidemiologia: Prevalência mundial: 0,5% a 1% Incidência média entre 0,24 a 0,29/1.000 pessoas ao ano No brasil, em 2004, estimou-se a prevalência em 0,4% Predominante no sexo feminino, entre 30 a 50 anos. Principal fator de risco modificavél: TABAGISMO Artrite reumatóide a partir de 10 anos-maço, mantido mesmo após suspensão por até 20 anos. ETIOPATOGÊNESE Fatores genéticos (HLA-DRB1) Fatores ambientais (tabagismo, periodontite por Porphyromanas gingivalis e exposição a sílica) Infecciosas (Parvovírus, Epstein Barr, Micoplasma, Micobacterium e bactérias da microbiota intestinal) Hormonais (estrógenos) Linfócitos T CD4 + hiperestimulados Migram—> Membrana Sinovial Ativam macrófagos e linfócitos B Produção exacerbada de citoquinas (IL-1; IL-6; TNF-alfa; Metaloproteinases) Estímulo inflamatório sustentado > Sinovite/erosão óssea V A N E S S A L U D W I G P R 1 R E U M A T O L O G I A SINOVITE (neutrófilos e predomínio de T CD4) • Inflamação da sinóvia em qualquer articulação diartrodiais • Dor, edema e limitação de movimentos • Sinais de derrame intra-articular (mais difícil ver sinais em ombros e quadris) QUADRO CLÍNICO Poliartrite simétrica, principalmente de mãos e pés, com rigidez matinal >/= 1 hora Manifestações clínicas podem ser divididas em articulares e extra-articulares É comum a ocorrência de sintomas gerais como fadiga, febre, astenia, mialgia e perda ponderal. Manifestações articulares Se instalam de maneira insidiosa e progressiva (semanas a meses) Podem ser divididas em: Manifestações reversíveis Danos estruturais irreversíveis Sinovite inflamatória em sua fase inicial Deformidade causada por sinovite persisten- te, destruição óssea e cartilaginosa, imobili- zação e alterações musculares, tendíneas e ligamentares. V A N E S S A L U D W I G P R 1 R E U M A T O L O G I A Características da artrite: Acometimento poliarticular: geralmente mais de quatro articulações envolvidas; Artrite em mãos: acometimento de punhos, MCF, IFP, IFD (é raro—diagnóstico diferencial com Osteoartrite, Artrite Psoriásica) Artrite simétrica: acometimento simétrico das articulações dos dois lados do corpo é a re- gra, embora nos casos das MCF e MTF, a simetria não é completa. Rigidez Matinal (prolongada = mais de 30 minutos) ‘’Mão-reumatóide’’ • Alargamento/edema seguida de atrofia dos interósseos Deformidades • Desvio ulnar dos MCF e radial dos punhos Dedo em pescoço de cisne (hiperextensão da IFP e flexão IFD) Dedo em boutonniére/casa de botão Manifestações articularesespecíficas: Ombro Quadris Cotovelos Joelhos Coluna Cervical Tornozelos e pés Obs: Coluna torácica, lombar e sacroilíacas são geralmente poupadas V A N E S S A L U D W I G P R 1 R E U M A T O L O G I A Manifestações extra-articulares Nódulos reumatoides: • Nodulações subcutâneas de vários tamanhos • 30% com AR (95% FR +) • Zonas de atrito, faces extensoras dos antebraços, tendão do calcâneo, ísquio, MTF, superfícies flexoras dos dedos • Descrito em vísceras também • Relação com atividade da doença – podem desaparecer com a remissão Cutânea: • Purpura palpável (possível vasculite leucocitoclástica; • Úlceras isquêmicas e equimoses (por plaquetopenia pela doença ou associada ao uso de imunossupressores); Oculares: • Ceratoconjuntivite sicca (associada à Síndrome de Sjogren); • Episclerite (benigno); • Esclerite (grave, podendo levar à erosão da esclera em direção à coroide, causando escleromalácea perfurante. Respiratórias: • Os quadros pulmonares podem ser decorrentes da própria AR ou a terapia utilizada (MTX, penicilaminas, sais de ouro). • Fibrose intersticial; • Nódulos pulmonares; • Derrame pleural (glicose baixa, LDH e proteínas elevadas). V A N E S S A L U D W I G P R 1 R E U M A T O L O G I A Cardíacas: • Acometimento da aorta, com aortite, aneurisma e insuficiência aórtica • Nódulos reumatoides • Pericardite (rara) Gastrointestinais: • Xerostomia (associada à SS) e complicações vasculares intestinais por vasculite. • Gastrite e úlcera péptica; Renais: • Glomerulonefrite mesangial, geralmente sem expressão clínica. Hematólogias: • Anemia hipocrômica microcítica (70% dos pacientes) • Trombocitose (indicativo de processo inflamatório crônico); • Trombocitopenia (reação adversa ao uso de medicações); Outras: Síndrome de Felty: AR (grave), esplenomegalia, leucopenia e úlceras em membros infe- riores, linfadenopatia e trombocitopenia. Doença de Still é uma das formas clínicas AIJ (Artrite Idiopática Juvenil), podendo, de forma rara, ser observada em adultos. Apresentam febre alta, lesões exantematosas acompanhando febre, poliartralgia ou artrite, mialgia, odinofagia, serosites, linfadenopa- tia, esplenomegalia, alterações laboratorias como anemia, neutrofilia e trombocitose. Vasculite reumatoide: • Rara, mais se FR+ • Sem relação com atividade da doença • Neuropatia periférica • Vasculite cutânea (púrpura palpável, úlceras de MIS, infartos periungueais, necrose de extremidades) V A N E S S A L U D W I G P R 1 R E U M A T O L O G I A DIAGNÓSTICO Exames: Avaliação da atividade inflamatória Autoanticorpos Anticorpos antiproteínas citrulinadas Métodos de imagem -> Dano articular VSG Distância percorrida pelas hemácias sedi- mentadas em uma pipeta; afetado por di- versas variáveis (sexo, idade, anemia) PCR Mais estável, porém maior em obesos FATOR REUMATÓIDE Sensibilidade: 65-73% Especificidade: 80% Na AR se correlaciona a pior prognóstico, erosão óssea e manifestações extra- articulares Não serve para monitoração ANTI-CCP Anti peptídeo cíclico citrulinado TESTE MAIS USADO Sensibilidade: 65-73% Especificidade: 90% Bom para diagnóstico diferencial com ou- tras poliartrites Valor prognóstico (erosão) RAIO-X Método de preferência (experiência, baixo custo, fácil acesso) Diagnóstico e monitoramento progressão e resposta terapêutica Início: tumefação de partes moles -> os- teopenia periarticular Evolução: erosão óssea ULTRASSONOGRAFIA Diagnóstico, Monitoramento, infiltrações Mais sensível para sinovite (versos exame físico) e evidenciar erosões (RX) RESSONÂNCIA MAGNÉTICA Alto custo, falta de padronização Muito sensível (edema ósseo, erosão, da- no de cartilagem) V A N E S S A L U D W I G P R 1 R E U M A T O L O G I A CRITÉRIOS Poliarticular (simétrico/rigidez matinal > 1 hora) Artrite 3 ou mais articulações por mais de 6 semanas Marcadores inflamatórios e imunológicos Imagens avaliam extensão do envolvimento articular V A N E S S A L U D W I G P R 1 R E U M A T O L O G I A TRATAMENTO Glicocorticcóides DARMDs convencionais: DARMDs biológico: Observações • Antes de iniciar qualquer agente biológico, deve-se fazer rastreio infeccioso, principal- mente para tuberculose e hepatites (Rx de tórax, PPD e sorologias para hepatite B e C); • Se, PPD positivo -> iniciar tratamento para TB latente com isoniazida por 6 meses; Após um mês em uso desta medicação, pode ser iniciado o agente biológico. Monitoramento • Deve ocorrer a cada 1 a 3 meses, com avaliação clínica, seguimento infeccioso, medi- das laboratoriais para avaliar atividade da doença (VHS e PCR), e toxicidade medica- mentosa (hemograma, TGO, TGP e função renal); e a cada 3 a 6 meses, para calcular a atividade da doença (DAS28, CDAI, ou SDAI); • Radiografias de mãos e pés anualmente para avaliar progressão da doença • Ultrassonografia de mãos e punhos: avaliação de atividade subclínica. Metotrexato (Primeira escolha) Cloroquina e Hidroxicloroquina Leflunomida Sulfassalazina Anti TNF alfa Infliximabe, adalimu- mabe, golimumabe, embrel, certolizuma- be Análogos inibidor de linfócitos T Abatacepte Bloqueadores do re- ceptor de IL-6 Tocilizumabe Neutralizadores do CD 20 Rituximabe V A N E S S A L U D W I G P R 1 R E U M A T O L O G I A Doença inflamatória crônica, autoimune, de evolução lenta e progressiva, Caracterizada por infiltrado linfocitário que acomete glândulas exócrinas (especialmente salivares e lacrimais) Manifestações extragrandulares Prevalência 0,1-0,4% 9M: 1H / 50 aos 60 anos Pode ocorrer de forma isolada (SI primária) ou secundária a outras doenças (AR, LES, po- limiosite, doença mista do tecido conjuntivo, tireoide de Hashimoto, cirrose biliar primária e hepatite auto-imune) Aumento do risco de linfoma (não Hodgkin de células B) MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS GLANDULARES XEROSTOMIA / HIPOSSALIVAÇÃO (boca seca / deglutir em busca de saliva ) • Saliva: proteção mecânica, barreira imunológica • Atentar para aparecimento de cáries, disfagia e halitose • Língua Hiperlobulada • Lembrar que o aumento da parótida pode representar parotidite bacteriana, obstrução ductal por plug de muco ou sialólito (hipertrofia de parótida) • Aumento lento e progressivo, especialmente assimétrico atentar para linfoma. V A N E S S A L U D W I G P R 1 R E U M A T O L O G I A XEROFTALMIA (olho hiperemiado, com sensação do corpo estranho, areia no olho) Lágrima: leva oxigênio para conjuntiva e córnea avascular, função antimicrobiana e prote- ção contra irritação. Filme lacrimal: mucina + camada de lipídeos Falta de lágrimas pode alterar as propriedades de refração de córnea XERODERMIA Pele seca Ocorre em cerca de 50% dos pacientes (pode ocorrer prurido) MANIFESTAÇÕES SISTÊMICAS Fadiga, perda de peso • capiloroscopia Pele: Raynaud (30%), púrpura e vasculite urticariforme Púrpura: mais frequente em membros inferiores, associada com acentuada hipergamaglobulinemia e altos níveis de fator reumatóide. (cursam com o fator reumatóide: lúpus, artrite reumatóide, doença de sjo- gren) • eletroforese Musculoesquelético Mialgia (50%), miopatia inflamatória (2,5 a 10%) Articular Na SJ primária, poliartriteou poliartralgia inflamatória (30 a 50%), tipicamente não defor- mante. Pulmonar Afeta 10 a 20% dos pacientes com SS Pneumonia intersticial linfocitica Se intensa proliferação linfocítica, pode evoluir para pseudolinfoma e linfoma V A N E S S A L U D W I G P R 1 R E U M A T O L O G I A GASTROINTESTINAL Pode acometer qualquer segmento do TGI Síndrome da mal absorção (devido infiltrado linfocítico) Em 7%: acometimento hepático (antimitocôndria + elevação de enzimas canaliculares e achados histológicos semelhantes a cirrose biliar primária) RENAL Acidose tubular renal distal (hipercalciúria) ATR tipo I: incapacidade do rim acidificar a urina > perda renal de K e hipercalciúria NEUROLÓGICO Neuropatia periférica: 30% SJ primária (predomina o padrão sensorial, mas pode ser sen- sitivo-motor Nervos cranianos mais acometidos: trigêmeo e óptico SNC: Pode se assemelhar à esclerose múltipla HEMATOLÓGICAS Citopenias Aumentam: provas inflamatórias, hipergamaglobulinemias e imunoglobulinas. Diminui: complemento (consumo de C4) Espectro linfoproliferativo: acúmulo intraglandular de células linfóides > proliferação ex- traglandular > clumina com doenças linfoproliferativa francamente maligna (linfoma) DIAGNÓSTICO Anti-RO e anti-LA: marcadores para SS Avaliação lacrimal: teste de Schirmer Biópsia de glândula salivar (cuidar com paralisia facial) V A N E S S A L U D W I G P R 1 R E U M A T O L O G I A Autoanticorpos Anti-RO (SSA): encontrado em 30 a 60% dos pacientes com SJ primária (podem ser os únicos auto-anticorpos presentes) Associados a manifestações extra glandulares, como linfonodomegalia, esplenomegalia e vasculites. Anti-LA (SSB): encontrado em 15 a 40% dos pacientes com SJ primária AMBOS SÃO MARCADORES DA DOENÇA, PORÉM NÃO ESPECÍFICOS FAN (pontilhado fino): presente em 80% dos casos Fator reumatóide: 30% a 50% Subdiagnosticada: falta de especificidade dos sinais e sintomas; baixa prevalência de auto anticorpos e não inclusão de manifestações sistêmicas nos critérios Frequente o diagnóstico da manifestação visceral preceder o diagnóstico da doença. V A N E S S A L U D W I G P R 1 R E U M A T O L O G I A TRATAMENTO Orientações gerais: Atividade física para alívio da dor, fadiga e melhora da qualidade de vida Controle dos fatores de risco cardiovascular Vacinação (todo paciente com doença auto-imune: hep B, anti-tetanica, antigripal, pneumo 23) Tratamento dos xeros Substitutos (saliva e lágrima artificial) e secretagogos (pilocarpina, cevimielina, n- acetilcisteína) Contra-indicações dos agentes muscarínicos de ação direta (pilocarpina e cevimelina): as- ma, bradicardia, hipotensão, coronariopatia, úlcera péptica, glaucoma e hipertireoidismo; Efeitos adversos: cólicas, náuseas, diarreia, eritema, broncoespasmo Hidroxicloroquina e azatioprina: não mostraram benefícios a curto prazo. Rituxumabe: beneficio sobre fadiga, secura e dor. Pode reduzir o infiltrado inflamatório glandular V A N E S S A L U D W I G CASOS LEVES com acometimento articular: Metrotrexato e hidroxicloroquina Acometimento de órgão/Manutenção da doença: AZATIOPRINA (1° escolha) ad- versos: mielotoxicidade; Com efeitos adversos: usa-se MICOFELONATO Paciente grave e com perca de movimento: pulsoterapia com a ciclofosfamida (6 meses) - dose de manutenção = azatioprina (dose acumulativa—8 gramas (cardiotoxicidade..) * imunossupressor é contínuo. Sempre usado. P R 1 R E U M A T O L O G I A TRATAMENTO DAS MANIFESTAÇÕES SISTÊMICAS Metotrexato e hidroxicloroquina: controle de manifestações articulares. Por extrapola- ção das evidências de AR e LES. Doença pulmonar intersticial: IMUNOSUPRESSÃO: Azatioprina (1° escolha) e micofe- nolato ——- rituxumabe (ultima opção) Doença glomerular, SNC, pulmonar grave e mononeurite múltipla, pulsoterapia com ciclofosfamida. V A N E S S A L U D W I G P R 1 R E U M A T O L O G I A Síndrome caracterizada por: • Dor musculoesquelética crônica (> 3 meses) • Generalizada: bilateral, acima e abaixo da linha da cintura e esqueleto axial • Presença de pontos dolorosos pré-definidos e palpação muscular tender-points (pontos dolorosos em região infra-clavicular, lombar => reflexo de dor ao toque) Epidemiologia: Incidência: 2,5% no Brasil (2°) (1° osteoartrite) Idade: 30-50 anos (pode ocorrer em qualquer faixa etária) M:9 > H:1 Etiologia incerta FATORES GENÉTICOS E AMBIENTAIS: Fator genético: Parentes de 1° grau: risco 8x maior de desenvolver FM Fatores ambientais: Trauma, infecções (hep C, Epstein-barr, parvovírus, doença de Lyme) e estresse emocional. Pontos-gatilhos de dor miofascial ou tendinites como geradores e mantenedores da sensibilização central na FM. FISIOPATOLOGIA Neuroendócrino: Disfunção do eixo hipotálamo-pituitária-adrenal, incluindo diminuição das respostas ao cortisol; regulação anormal do hormônio do crescimento. Neurotransmissor: Diminuição de serotonina no sistema nervoso central; níveis eleva- dos de substância P e fator de crescimento neural no líquor. Neurossensorial: Amplificação central da dor e/ou antinocicepção reduzida (sensibilização central, anormalidades das vias descendentes inibitórias da dor). Genético: Forte agregação familiar; evidências de polimorfismos de genes dos sistemas serotoninérgicos, dopaminérgicos e catecolaminérgicos, na etiologia. CLÍNICA Redução do limiar doloroso (alodinia) Resposta aumentada a estímulos dolorosos (hiperalgesia) Aumento na duração da dor após o estímulo (dor persistente) * paciente tem que ficar ATIVO, quanto mais passivo ele se encontra -> piora clínica * V A N E S S A L U D W I G P R 1 R E U M A T O L O G I A MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Dor difusa, generalizada e crônica—corpo todo Pacientes não conseguem precisar o inicio da dor / instalação lenta (relação com evento estressante?) O caráter da dor é variável pode ser em queimação, pontada, peso ou ‘’dor de cansaço’’ Especialmente associada a fadiga e distúrbios do sono Sintomas somáticos associados: Fadiga Sono não reparador Alteração de humor Disfunção cognitiva Cefaleia Parestesias de extremidade Sensação subjetiva de edema O edema é particularmente relatado em mãos e antebraços, não observado pelo examina- dor e sem relação com processos inflamatórios. • Pacientes com FM apresentam maior prevalência de depressão, ansiedade, TOC e do- ença do estresse pós-traumático. Inclusive a causa pode estar relacionada à eventos estressores ou traumas no começo da vida • A depressão e as demais alterações do humor provocam a exacerbação dos sintomas e prejudicam as estratégias de enfrentamento do paciente diante da doença • Neurotransmissores envolvidos na dor também afetam o humor, a memória, a fadiga e o sono. Cerca de 90% apresentam manifestações-satélites da doença, muitas delas mostrando que o menor limiar à dor não está presente só na musculatura: Distúrbios funcionar intestinais (40%) Cistite intersticial (12%) Dor pélvica crônica (5%) Cefaleia (53%) Disfunção da ATM (75%) Síndrome das perna inquietas (15%) EXAME FÍSICO Tender points (dor à pressão de tecidos moles > sensibilidade aumentada) (NÃO são mais utilizados para o diagnóstico) Anteriormente (ACR 19990 faziam parte de critérios classificatórios) V A N E S S A L U D W I G P R 1 R E U M A T O L O G I A Os pacientes apresentam bom aspecto geral: Sem evidência de doença sistêmica Sem sinais de comprometimento articular inflamatório Sem atrofia muscular Sem alterações neurológicas Boa amplitude de movimentos e com forçamuscular preservada, apesar dos sintomas. DIAGNÓSTICO Nenhum exame de imagem ou laboratorial faz diagnóstico de fibromialgia Diagnóstico é clínico Critérios diagnósticos ACR 2010: Índice de dor generalizada (WPI)> 7 e escala ed gravidade dos sintomas (SS)>5 ou WPI 3 a 6 e escada de SS>9 Os sintomas estão presentes há pelo menos três meses Não existe outro distúrbio que explique os sintomas do paciente V A N E S S A L U D W I G P R 1 R E U M A T O L O G I A Exames laboratoriais: • Apenas se dúvida diagnóstica • Uma abordagem razoável inclui: Provas de atividade inflamatória (VSG, PCR), Hormô- nios tireoidianos (TSH e T4 livre); Talvez avaliação do metabolismo ósseo com dosa- gem de cálcio e paratormônio. • Mais exames apenas se suspeita de outro diagnóstico. Achados que sugerem diagnóstico alternativo: Anormalidades focais ao exame neurológicos, edema, calor ou rubor articular, febre, rah malar, alopecia, úlceras orais TRATAMENTO Farmacológico + outras medidas Educação/suporte Atividade física. Sono Terapia cognitivo-comportamental Medicamentoso Co-responsabilizar o paciente para o sucesso terapêutico Essencial: Pilates, acupuntura; Laser-terapia: não funciona. EXERCÍCIO FÍSICO Combate ao sedentarismo e ao estímulo aos exercícios -> MEDIDA MAIS EFICAZ Melhora da dor e da função física: • Aumenta serotonina: melhora da dor, depressão e sono • Aumenta GH e insulina-like: melhora da dor e fadiga • Regula o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal e SN autônomo: melhora da dor, sono, an- siedade e sintomas disautonômicos. V A N E S S A L U D W I G P R 1 R E U M A T O L O G I A Iniciar tratamento medicamentoso 4 semanas antes do exercício para melhorar a dor/tolerância. Preparar para uma possível piora nas primeiras 8 semanas (benefícios após 8 semanas) Reforço positivo: valorizar e garantir continuidade da atividade é fundamental. OUTRAS TERAPIAS NÃO FARMACOLÓGICAS Sono, psicoterapia, acupuntura SONO Higiene do sono Informações sobre efeitos deletérios do sono não restaurador sobre a dor Abordagem farmacológica quando necessário PSICOTERAPIA Destaca-se a Terapia cognitiva-comportamental O papel dos aspectos emocionais e a associação com doenças como depressão e ansieda- de devem ser levados em conta na abordagem terapêutica. ACUPUNTURA Molda a produção/ação de neurotransmissores e atuando no controle da dor Alterações na serotonina sérica TRATAMENTO FARMACOLÓGICO Reduzem a dor e melhoram a capacidade funcional Uso contínuo: Antidepressivos tricíclicos: amitriptilina 12,5—50mg/noite ISRS: fluoxetina 20-80mg ISRSN: Duloxetina 30-120mg/dia Neuromoduladores: Gabapentina e pregabalina 75-225mg 12/12h Uso adicional (se necessário): Relaxantes musculares: ciclobenzaprina 5-10mg Opióide fraco: Tramadol 50mg Qual medicamento escolher? Depende do perfil do paciente: + distúrbio do sono (amitriptilina) + depressão (duloxetina, fluoxetina) + parestesias (pregabalina) Associação de medicamentos: Amitriptlina + Fluoxetina / Duloxetina + Pregabalina V A N E S S A L U D W I G P R 1 R E U M A T O L O G I A • O uso de AINE isoladamente não apresenta efeito terapêutico na FM, mas pode ser im- portante para o tratamento dos geradores periféricos da dor e as comorbidades mus- culoesqueléticas. • O distúrbio do sono, considerado aspecto central na FM podem ser controlados com os indutores do sono como zolpidem. • O clonazepam está restrito a sintomas de mioclonias e síndrome das pernas inquietas. • Os opioides fortes não mostram benefícios na FM. Não prescrever opioides fortes (morfina, codeína)!!! FATORES DE PIOR PROGNÓSTICO Obesos Mulheres Ansiedade extrema Tempo de doença Doenças psiquiátricas refratárias Afastamento do trabalho Incapacidade extrema a despeito de tratamento multiprofissional Dependência opióides, álcool e drogas ilícitas V A N E S S A L U D W I G P R 1 R E U M A T O L O G I A osso subcondral (parte do osso que é recoberto pela cartilagem) Principal doença reumatológica (prevalência e incidência) Se caracteriza por estresse celular e degradação da matriz extracelular que se iniciar por micro e macro lesões, que por sua vez ativam uma resposta de reparo anormal, incluindo mecanismos pró-inflamatórios da imunidade inata • doença começa na cartilagem. A doença se manifesta inicialmente cpom desarranjo molecular (metabolismo alterado dos tecidos da articulação) seguido por desarranjos anatômicos e/ou fisiológicos (caracterizados por degradação, remodelação óssea, formação de osteófitos, inflamação articular e perda progressiva da função articular normal que pode culminar na doença) É a forma mais comum de artrite e uma das principais causas de dor e incapacidade em idosos Acomete toda a articulação: sinóvia, cartilagem e osso subcondral, causando uma insuficiência articular. Incidência Idade (incomum abaixo dos 40 anos) Aumento da prevalência com a idade Estudo em idosos (> 75 anos): 85% evidência radiológica e/ou clínica Feminino > Masculino AO é a doença reumática + prevalente em indivíduos com mais de 60 anos Risco de mortalidade e eventos CV aumentado em 15% nos indivíduos com OAJ sintomá- tico Acometimento principalmente de joelhos, quadril e interfalangianas distais V A N E S S A L U D W I G P R 1 R E U M A T O L O G I A FATORES DE RISCO Ocorre inflamação de ‘’baixa intensidade’’, crescimento de vasos sanguíneos e nervos ad- vindos do osso subcondral com invasão da cartilagem articular Foco das pesquisas em terapia biológica—alvos nos mediadores pró-inflamatórios, fatores angiogênicos e citocinas na cartilagem articular, no osso subcondral e na sinóvia. • artroscopia V A N E S S A L U D W I G SISTÊMICO BIOMECÂNICO Idade Sexo Feminino Etnia Densidade óssea Status hormonal Status nutricional Predisposição Genética Doenças metabólicas Inflamação prévia * Suscetibilidade Obesidade Injúria articular Anatomia articular Carga articular Fraqueza muscular Propriocepção Overuse (uso excessivo) Trauma articular * Local e gravidade CONDIÇÕES PREDISPONENTES E FACILITADORAS INFLAMAÇÃO CRÔNICA PROGRES- SIVA DE BAIXA INTENSIDADE FRAGILIZAÇÃO TECIDUAL PELO ENVELHECIMENTO P R 1 R E U M A T O L O G I A FISIOPATOLOGIA ETIOLOGIA OSTEOARTRITE PRIMÁRIA Etiologia desconhecida (idiopática) Alteração genética (alteração do gene para o COL-2 A1) -> desbalanço no metabolis- mo do colágeno -> OA OSTEOARTRITE SECUNDÁRIA • Etiologia mecânica e inflamatória Desorganização da estrutura cartilaginosa: Alterações do colágeno (condrodisplasia) Acumulo de produtos bioquímicos ou sanguíneos (hemocromatose, doença de Wilson) Distúrbios endócrinos (diabetes, acromegalia) Ação enzimática pela presença de cristais (gota) Invasão por sinovite hiperplásica (artrite reumatóide) Ação mecânica aguda ou crônica (trauma agudo com ou sem fratura, trauma postural) Desorganização da estrutura óssea ou desalinhamento articular: Remodelagem acelerada Aumento da densidade do osso subcondral (doença de Paget, osteoporose) Necrose óssea (necroses assépticas) V A N E S S A L U D W I G P R 1 R E U M A T O L O G I A CARTILAGEM ARTICULAR NO ENVELHECIMENTO NORMAL Condrossenescência Anabolismo: mais lento Catabolismo: mais acelerado Mudanças no fenótipo celular: • Formato das células se altera • Capacidade secretora alterada • Síntese de colágeno tipo X • Diminuição na secreção de glicoproteínas, proteoglicanos e colágenos (principalmentetipo II) Estado inflamatório subclínico, sistêmico e de baixo grau Exacerbação da resposta imune Condrossenecência OBESIDADE E OA Sobrecarga isolada não explica (mecano-transdução) Fatores sistêmicos liberados pelo tecido adiposo: Adipocinas Leptina Adiponectina Resistina Visfatina ATIVIDADES PRÓ-INFLAMATÓRIAS V A N E S S A L U D W I G INFLAMAÇÃO DE BAIXO GRAU AUMENTO DA RESPOSTA IMUNE REMODELAÇÃO DA APOPTOSE FRAGILIDADE ATEROSCLEROSE DOENÇA DE ALZEHEIMER SARCOPENIA DIABETES TIPO 2 OSTEOPOROSE OSTEOARTRITE INFLAMMAGING Distúrbios relaci- onados a idade Com a idade aumenta em até 4 vezes o nível circulantes PCR, IL-2, IL-3, IL-6, IL- 8, IL-10, IL-15, IL-1beta e TNF-a P R 1 R E U M A T O L O G I A MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS OSTEOARTRITE PRIMÁRIA normalmente é poliarticular OSTEOARTRITE SECUNDÁRIA normalmente é monoarticular ou oligoarticular, tipicamente com sinais e sintomas localizados • DOR (principal sintoma) • Enrijecimento após repouso (duração menor que 30 minutos) • Início insidioso e progressivo, evolui irregularmente para mínima ou grave incapacida- de, havendo tendencia para bilateralidade. • Parestesias • Dor a mobilização e palpação da articulação acometida • Crepitação à mobilização • Atrofia muscular satélite • Limitação da amplitude de movimento sem anquilose/ Limitação da mobilização • Sinais discretos de inflamação • Derrame articular • Articulação periférica do esqueleto (dedo, joelho, quadril) EXAME FÍSICO MÃOS Nódulos de Heberden Nódulos de Bouchard Desvios articulares assimétricos Incidência > sexo feminino JOELHO (gonartrose) Comprometimento medial (fêmoro-tibial) Estreitamento articular Crepitação articular Desvio articular COMPROMETIMENTO Oligoarticular/Poliarticular APRESENTAÇÃO Assimétrica Primária Secundária V A N E S S A L U D W I G P R 1 R E U M A T O L O G I A EXAMES COMPLEMENTARES Alterações radiológicas/ RX Redução/Estreitamento do espaço articular Esclerose subcondral/ óssea Osteófito marginais Cistos subcondrais Desalinhamento Provas de atividades inflamatórias (Geralmente normais) Líquido sinovial (líquido classe I) (Artrocentese) Caráter não inflamatório (diminuição da contagem de leucócitos) Líquido inflamatório (artrite inflamatória) Presença de cristais (gota) Aspecto Transparente Cor clara ou amarela Viscosidade praticamente normal Ressonância magnética Fornece imagem em 3D da articulação Avalia o volume da cartilagem Identifica alterações precoces no metabolismo da cartilagem Evidencia alterações ósseas precoces OPTAR PELO RAIO X. RM apesar de encontrar achados característicos, estes, são universais em pessoas idosas. Mas, torna-se de extrema valia para descartar outras doenças ou buscar alterações preco- ces da OA DIAGNÓSTICO História clínica + exame físico + exames de imagem Exames laboratoriais: são de baixa especificidade e sensibilidade. Ideal apenas para des- cartar outras condições. É usual a solicitação de hemograma, rastreio de auto-anticorpos, provas inflamatórias (VHS, PCR), fator reumatoide, entre outros.. V A N E S S A L U D W I G P R 1 R E U M A T O L O G I A TRATAMENTO Objetivos: Alívio da dor Manter a função articular Melhorar a qualidade de vida Em resumo: Prevalência da osteoartrite vem aumentando globalmente bem como suas consequencias diretas ou indiretas e se tornará uma das doenças crônicas mais prevalentes. Doença séria da articulação como um todo Risco CV aumentado Inflammaging: fatores comuns às doenças crônicas Heterogênea: identificação dos fenótipos clínicos O microbioma intestinal parece ter papel importante no desencadeamento da inflamação de baixo grau. V A N E S S A L U D W I G NÃO FARMACOLÓGICO FARMACOLÓGICO Primeiro plano: Cinesioterapia Órteses (calçados anti-impacto), bengalas, palmilhas. Educação + Apoio psicológico (doença não tem cura, mas tem controle) Exercícios + Proteção articular Diminuição do peso nos obesos Analgesia Condroprotetores Condroestimulantes Condroatenuantes De curta duração / de longa duração Paracetamol/ Tramadol/ Codeína (analgesia) Glicosamina ou Condroitina ou Cloroquina (SUS) com uso prolongado CIRÚRGICO Quando não responsivos a nenhum tratamento anterior ou com deformidades incompatíveis a uso da articulação. • Irrigação salina da articulação • Implementação de enxerto • Colocação de prótese articular P R 1 R E U M A T O L O G I A SARCOPENIA Perda de massa muscular O termo sarcopenia foi inicialmente usado para designar a perda de massa muscular asso- ciado a idade. Agora, abrange perda muscular relacionada a doença crônica, inatividade física ou mobili- dade prejudicada e desnutrição. A caquexia (perda de massa) é uma condição multifatorial complexa caracterizada por au- mento da atividade catabólica durante uma doença crônica grave associado à inflamação de alto grau. V A N E S S A L U D W I G P R 1 R E U M A T O L O G I A Doença inflamatória crônica, pouco frequente, que ocorre principalmente em mulheres jovens e acomete múltiplos órgãos e sistemas Apresenta alterações da resposta imunológica, com presença de anticorpos dirigidos con- tra proteína do próprio organismo Sua evolução é crônica, caracterizada por períodos de atividade e de remissão Embora a causa de LES ser desconhecida, admite-se que a interação de fatores genéticos, hormonais e ambientais participem do desencadeamento desta doença (multifatorial) Epidemiologia: EUA: 20 a 150 casos por 100.000 habitantes Nas mulheres, prevalência varia de 164 (branca) a 406 (afro-americana) por 100.000 habitantes Prevalente em mulheres na fase reprodutiva, sendo os primeiros sinais e sintomas ini- ciam-se entre a segunda e a terceira década de vida. Nesta faixa etária, predomínio do sexo feminino, na proporção 10:1, demais faixas etárias proporção 3:1 (predomínio sexo feminino) Gênero: Mulheres -> Efeito hormonal do estrogênio Em crianças, nas quais os efeitos hormonais são presumivelmente mínimos, a proporção de mulheres para homens é de 3:! Os homens com lúpus tendem a ter maiores frequências de doença renal, manifestações cutâneas, citopenias, serosite, envolvimento neurológico, trombose, doença cardiovascu- lar, hipertensão e vasculite do que as mulheres. Por outro lado, o fenômeno de Raynaud, a fotossensibilidade e a ulceração da mucosa são manifestações menos frequentes em homens do que mulheres. O LES em crianças tende a ser sintomaticamente mais grave do que em adultos, com alta incidência de erupções malares, nefrite, pericardite, hepatoesplenomegalia e anormalida- des hematológicas. Etiopatogenia: • Fatores genéticos • Fatores hormonais • Fatores imunológicos • Fatores ambientais V A N E S S A L U D W I G P R 1 R E U M A T O L O G I A QUADRO CLÍNICO Manifestações gerais: Anorexia e perda ponderal Febre Linfoadenopatia generalizada ou localizada, com predomínio das cadeias cervical e axilar Hepatomegalia e/ou esplenomegalia V A N E S S A L U D W I G FATORES GENÉTICOS FATORES HORMONAIS 5-12% dos parentes de pacientes com LES desenvolvem a doença. Gêmeos monozigóticos apresentam maior concordância da frequência de LES do que os dizigóticos Os hormônios interferem na incidência e na gravidade do LES Mulheres em uso de ACO contendo estrogê- nio apresentam um aumento de 50% no ris- co de desenvolvimento de LES Início precoce da menarca (<10 anos) Administração de estradiol em mulheres na pós menopausa dobra o risco. FATORES IMUNOLÓGICOS FATORES AMBIENTAIS LES: deficiência na regulação do sistema imune Os pacientes com LES não toleram seus próprios autoantígenos -> resposta autoi- mune Os mediadoressão: Autoanticorpos e Imunocomplexos patogênicos Pacientes portadores apresentam um defeito genético na apoptose, o que resulta em pro- gramação anormal da morte celular. Pacientes possuem altos títulos dos anticor- pos antivírus Epstein Barr, apresentam car- ga viral circulante deste vírus aumentada e produzem anticorpos antirretrovirais (crianças -> infecção pelo vírus -> manifes- tações clínicas de LES) Infecções por micobactérias e tripanossoma podem induzir a formação de anticorpos anti DNA e infecções bacterianas põem induzir a ativação de LES. Cerca de 70% dos pacientes com LES apre- sentam ativação da doenças após exposição à luz ultravioleta O pós de sílica, encontrado em material de limpeza, no solo, em materiais de cerâmica, em fumaça de cigarro, podem aumentar o risco de desenvolver LES. P R 1 R E U M A T O L O G I A Manifestações cutâneas: Identificadas em 70% dos pacientes no início da doença e até 80-90% durante a evolução Principais lesões: Lúpus cutâneo agudo, subagudo e discoide Úlceras orais são indolores Vasculite cutânea: lesões palmoplantares, purpúricas, urticarioformes, úlceras e necroses digitais Fenômeno de Raynaud: pode ser a primeira manifestação da doença e está correlacionado com a presença dos anticorpos Anti-RNP Manifestações articulares: • Artralgia e/ou artrite -> poliartrite simétrica podendo estar associada a rigidez matinal • Artopatia e Jaccoud -> 8-10% (deformidade reversível) V A N E S S A L U D W I G LÚPUS CUTÂNEO AGUDO SUBAGUDO DISCOIDE Rash malar ou eritema em ‘’asa de borboleta’’. Identificado em 30-60% dos casos. Altamente fotossensível Placas eritematosas escama- tivas em áreas expostas. Associada ao anticorpo anti RO (SSA) Intensa fotossensibilidade Inicio: placa eritematosa que evolui deixando uma cicatriz central hipopigmentada com atrofia, preferencialmente identificada na face, no cou- ro cabeludo, no pavilhão au- ricular e no pescoço Alopecia P R 1 R E U M A T O L O G I A Manifestações cardíacas e pulmonares: • Pleurite (30-60%) • Derrame pleural (16-40%) • Síndrome do pulmão encolhido (redução dos volumes pulmonares frente à elevação de diafragma) • Hemorragia alveolar difusa • Hipertensão pulmonar • Pericardite • Miocardite Manifestações neuropsiquiátricas: Manifestações renais: 74% dos pacientes apresentarão alguma manifestação renal durante o curso da doença, V A N E S S A L U D W I G SNC SNP Crises convulsivas Síndrome de Guillain Barré Meningite Asséptica Desordens autonômicas Cefaleia Mononeuropatia Doença cerebrovascular Miastenia Gravis Síndrome desmielinizante Neuropatia craniana Mielopatia Plexopatia Alteração do humor Polineuropatia Psicose Disfunção cognitiva Classificação da GN do LES segundo a International Society of Nephrology 2003 Classe I: Nefrite lúpica mensagial mínima Classe II: Nefrite lúpica mensagial proliferativa Classe III: Nefrite lúpica focal Classe IV: Nefrite lúpica difusa (subdividida em segmentar ou global) Classe V: Nefrite lúpica membranosa Classe VI: Nefrite lúpica com esclerose avançada P R 1 R E U M A T O L O G I A Manifestações hematológicas: Leucopenia Linfopenia Plaquetopenia *pode ser a primeira manifestação da doença Anemia hemolítica autoimune Manifestações gastrointestinais: Ocorrem em cerca de 25-40% dos pacientes, sendo que grande parte são queixas inespe- cíficas, como: dor abdominal, náuseas e vômitos. Pancreatite Hepatite Manifestação ocular: Ceratoconjuntivite seca (+ comum) CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO Úteis para documentar os principais aspectos da doença, mas sua sensibilidade e especifi- cidade imperfeitas limitam seu uso para fins de diagnóstico Criado em 2012: aborda os pontos fracos inerentes ao critério de classificação de 1997 4 OU MAIS DOS 11 CRITÉRIOS PRESENTES = LES 1. Eritema malar 2. Lesão cutânea crônica (discoide) 3. Fotossensibilidade 4. Úlcera oral ou nasofaríngea 5. Artrite não erosiva, acometendo 2 ou mais articulações 6. Pleurite (dor, atrito, derrame) ou pericardite (dor, atrito, derrame, alterações do ECG) 7. Acometimento renal: proteinúria persistente(> 0,5g/dia ou > 3+ no EAS) ou cilindros celulares 8. Convulsão ou psicose 9. Alterações hematológicas: anemia hemolítica com reticulocitose ou leucopenia < 4.000/mm3 ou linfopenia < 1.500/mm3 (em 2 ou mais ocasiões) ou trombocitopenia < 100.000 mm3 (em 2 ou mais ocasiões), na ausência de uso de medicamentos trom- bocitopênicos. 10. Alterações imunológicas: títulos elevados de anticorpos anti-DNAn ou presença do an- ticorpo anti-Sm ou presença de anticorpos antifosfolípides baseada em: a) teste positi- vo para o anticorpo anticoagulante lúpico usando método standard; b) níveis elevados de anticorpos anticardiolipina lgM ou lgG; c) teste falso-positivo para Treponema palli- dum por pelo menos 6 meses e confirmado por testes de imobilização ou fluorescência V A N E S S A L U D W I G P R 1 R E U M A T O L O G I A 11. Presença de anticorpos antinucleares: um título elevado de FAN pela IFI ou teste equi- valente, em qualquer época de investigação, na ausência do uso de medicamentos capa- zes de induzi-los V A N E S S A L U D W I G Critérios de Classificação do SLICC (2012) – Critérios imunológicos FAN Positividade para a pesquisa do FAN (fator anti- nuclear), positivo em mais de 98% dos casos Anti-DNA dupla hélice (Anti-DNAds) Boa especificidade para o LES, presente em 75% dos casos Anti-Sm Autoanticorpo de maior especificidade, mas presente em apenas 30% dos casos Anticorpos Antifosfolipídio Presente em 50% dos pacientes lúpicos Hipocomplementemia C3 baixo, C4 baixo ou CH50 baixo Coombs direto positivo Teste de Coombs direto positivo Critérios de Classificação do SLICC (2012) – Critérios cínicos Lúpus cutâneo agudo Representado clinicamente principalmente pelo rash malar e pela fotossensibilidade. Lúpus cutâneo crônico Lúpus discoide (lesão cutânea que costuma deixar cicatri- zes, incluindo alopécia irreversível). Alopécia (não fibrótica) Alopécia não discoide, reversível com o controle da ativida- de da doença Úlceras orais ou nasais As úlceras mucosas no LES são indolores Doença articular Artralgia ou artrite não erosiva Serosite A pleurite e a pericardite são manifestações comuns no LES Nefrite Representada pelos achados: proteinúria > 500 mg/dia ou encontro de cilindros hemáticos no EAS Manifestações neurológicas Convulsão, psicose, confusão mental, neurite periférica Anemia hemolítica Atenção: o encontro de anemia de doença crônica é comum no doente lúpico. Entretanto, apenas a anemia hemolítica é critério diagnóstico Leucopenia ou linfopenia Leucócitos < 4.000/ml ou linfócitos < 1.000/ml Plaquetopenia Plaquetas < 100.000/ml P R 1 R E U M A T O L O G I A Segundo os critérios do SLICC -> paciente deve ter pelo menos 4 dos 17 critérios, in- cluindo pelo menos 1 dos 11 clínicos e um dos 6 imunológicos, ou que o paciente tenha nefrite comprovada por biópsia compatível com LES na presença de anticorpos antinuclea- res (ANA) ou anticorpos anti-DNA de cadeia dupla (dsDNA) Critério alternativo: Biópsia renal demonstrando padrões de nefrítie lúpica + positivida- de para FAN e/ou anti-DNAds EXAMES Exames laboratoriais, que fornecem informações úteis para o diagnóstico Hemograma completo podem revelar leucopenia, anemia leve e/ou trombocitopenia A creatinina sérica elevada pode ser sugestiva de disfunção renal A urinálise com sedimento urinário pode levar hematúria, piúria, proteinúria e/ou cilin- dros celulares. Se anormais: FAN Anticorpos antifosfolipídes (anticoagulante lúpico, anticorpos anticardiolipina igG e igM e glicoproteína anti-beta2 igG e igM Níveis de complemento C3 e C4 ou CH50 Níveis de taxa de sedimentaçãode eritrócitos (ESR) e/ou proteína C reativa (PCR) Relação proteína/creatinina na urina FAN (+): em praticamentes todos os pacientes com LES em algum momento do curso da doença. Se positivo, deve-se testar: anti-DNA, Anti-SM, Anti-RO/SSA, Anti-La/SBB, Anti- ribonucleoproteína U1/RNP Os anticorpos Anti-sdDNA e Anti-SM= ALTAMENTE ESPECÍFICOS para LES, mas ant-sm não apresenta sensibilidade. Anti-RO/SSA e ANTI-LA/SSB: presentes em aproximadamente 2-30% dos pacientes com LES, entretanto ambos são comumente associados a Síndrome de Sjogren. Anticorpo Anti-U1 RNP: presentes em aproximadamente 25% dos pacientes com LES, mas também em outras condições, ex: altos nives em pacientes com doença musta do tecido conjuntivo. FAN(-) mas suspeita clínica alta, -> teste adicional de anticorpos. FR: tem menor utilidade diagnóstica, já que 20-30% das pessoas com LES tem um FR + V A N E S S A L U D W I G P R 1 R E U M A T O L O G I A • Biópsia de um órgão envolvido (pele ou rim) é necessária em alguns casos • Eletrocardiografia na avaliação da dor torácica que pode ser causada por pericardite ou isquemia miocárdica • Testes para avaliar embolia pulmonar em pacientes com dor torácica pleurítica e dis- pneia Índice de atividade de doença: usado para fins de pesquisa. Estudos observacionais e clínicos > avalia desfechos, diferença grupos de LES e a resposta de intervenção terapêu- tica (histórico + exame + dados laboratoriais) V A N E S S A L U D W I G Correlação entre autoanticorpos e achados clínicos no LES Anticorpo Freq % Padrão de imunofluorescência Subgrupo dsDNA 60-90 Nuclear homogêneo Nefrite, anemia hemolítica, fe- bre, atividade da doença ssDNA 90 Nuclear homogêneo Lúpus idiopático Histonas 50-70 Nuclear homogêneo Lúpus idiopático e lúpus induzi- do por medicamentos Nucleos- somo 70 Nuclear homogêneo Diagnóstico do LES Ro/SSA La/SSB 20-60 15-40 Nuclear pontilhado fino Lúpus cutâneo subagudo, lú- pus neonatal, síndrome seca, fotossensibilidade Sm 10-30 Nuclear pontilhado grosso Diagnóstico de LES RNP 10-30 Nuclear pontilhado grosso DMTC, LES benigno U1RNP 10 Nuclear pontilhado grosso Lúpus neonatal com bloqueio cardíaco congênito, fenômeno de Raynaud, miosite, linfade- nomegalia P ribosso- mal 10-15 Citoplasmático pontilhado fino denso Alterações neuropsiquiátricas Anti-PCNA 1-5 Nuclear homogêneo Diagnóstico de LES Anti-Ku 10 Nucleolar homogêneo/ Nuclear pontilhado grosso LES, dermatopolimiosite, escle- rose sistêmica P R 1 R E U M A T O L O G I A Exemplos de sistema de escore para atividade global de doença: • O Índice de Atividade da Doença Lúpica Eritematosa Sistêmica-2K (SLEDAI-2K); • A Medida Revisada de Atividade Lúpica Sistêmica (SLAM-R); • A Medição Européia de Consenso de Lúpus (ECLAM). • Outras escalas de avaliação que avaliam a atividade da doença em um único órgão in- cluem o British Liceus Assessment Group-2004 (BILAG-2004) SLEDAI (índice de atividade da doença LES) V A N E S S A L U D W I G Escore Item 8 Convulsão 8 Psicose 8 Síndrome cerebral orgânica 8 Visual 8 Nervos cranianos: neuropatia sensitiva ou motora 8 Cefaleia lúpica 8 Vasculite 8 AVC: não relacionado com HAS ou aterosclerose 4 Artrite 4 Miosite 4 Cilindros – hemáticos ou granulosos 4 Hematúria – mais de 5 hemácias/campo de grande aumento 4 Proteinúria – acima de 0,5 g/24h 4 Piúria – mais de 5 leucócitos/campo de grande aumento 2 Rash malar novo 2 Alopecia – perda de cabelo anormal, difusa ou localizada 2 Membranas mucosas – ulcerações nasais ou orais. 2 Pleurite – dor pleurítica com atrito pleural, ou derrame pleural ou espessa- mento pleural 2 Pericardite – dor compatível com pericardite somada a pelo um dos seguin- tes achados: atrito pericárdico, derrame pericárdico, pericardite P R 1 R E U M A T O L O G I A As definições de atividade da doença são classificadas da seguinte forma: LES inativo: 0 Atividade leve: 1-5 Atividade moderada; 6-10 Atividade alta: 11-19 Atividade muito alta: 20 ou mais TRATAMENTO Inicialmente: definir a extensão e gravidade da doença Atividade da doença + Fatores associados a reativação (exposição UV, infecções sobre- postas, distúrbios emocionais que deverão ser evitados) ***DEVE SER CONSTANTEMENTE AVALIADO: não adesão ao tratamento (principal causa de não controle da doença) Medidas terapêuticas não medicamentosas devem ser enfatizados para melhora dos distúrbios imunológicos da doença, redução de comorbidades e morbidades. Farmacológico: Antimaláricos: Hidroxicloroquina (EA: maculopatia raro a período inferior há 7 anos); Manifestações leves e/ou moderadas, além de Hidroxicloroquina, está indicada a prednisona (0,125 -0,5 mg/kg/dia), com redução subsequente após 2 a 3 semanas para menor dose possível), em associação com Metotrexato, azatioprina, Leflunomida (se necessário). Casos refratários: Micofenolato de mofetila ou sódico, a ciclofosfamida, (dapsona e tali- domida) – restrito ao tratamento de lesões cutâneas refratárias. Imunobiológico: Belimumabe (eficácia não avaliada em paciente com nefrite lúpica ativa grave e LES ativo do SNC. Contraindicado para pacientes com risco de suicídio. Rituximabe: indicado em quadro grave e refratário ao manejo convencional. V A N E S S A L U D W I G 2 Baixos complementos 2 Anti-DNA nativo 1 Febre 1 Trombocitopenia (menos de 100.000 plaquetas/mm3 ) 1 Leucopenia (menos de 3.000 leucócitos/mm3) P R 1 R E U M A T O L O G I A ARTROPATIAS/DOENÇAS MICROCRITALINAS: por depósito de cristais A deposição de cristais nas articulações e nos tecidos moles periarticulares podem resul- tar numa variedade de desordens articulares e periarticulares -> INFLAMAÇÃO • Cristais de urato monossódico / Ácido úrico (MSU) • Cristais de pirofostato de cálcio diidratado (CPP) Classificação: Gota (deposito de urato monossódico) Condrocalcinose/Pseudogota (deposito de pirofosfato de cálcio diidratado) Outras (deposição de fosfato cálcico básico. Oxalato. GOTA Artropatia inflamatória decorrente da formação de cristais de urato de monossódico di-hidratado nos tecidos articulares A presença isolada de tofos ou litíase por urato, ainda em hiperuricêmicos => não pe considerada gota. Hiperuricemia => concentrações séricas ou plasmáticas de urato superiores a 6,8mg/dL *Podagra é a artrite da primeira metatarso falangeana. *Muita dor Epidemiologia: Forma de doença articular + comum da espécie humana Incidência é de 2,9/1000 habitantes Aumento da prevalência de gota, está relacionado a diversos fatores: Dietéticos: maior ingestão de proteínas, alimentos ricos em purinas (cogumelos, choco- late, oleaginosas – nozes, amendoim, castanhas, pistache e avelã –, leguminosas como o feijão, lentilha e ervilhas, vegetais como a couve-flor, brócolis, acelga, aspargo e espina- fre, além de cereais como a aveia), bebidas adoçadas, bebidas alcoólicas e frutose. Aumento da longevidade Uso de fármacos hiperuricemiantes (diuréticos/tiazídicos e AAS) Doença renal crônica Síndrome metabólica V A N E S S A L U D W I G P R 1 R E U M A T O L O G I A Predomínio no sexo masculino, em uma proporção de 7:1 a 9:1 que diminui com a idade. Maior incidência ocorre dos 30 aos 60 anos No sexo feminino, a maior incidência situa-se na faixa dos 55 a 70 anos, no período climatério, uma vez que o estrógeno tem efeito uricosúrico. Historia familiar: + (40%) FISIOPATOLOGIA DA GOTA ETIOLOGIA A formação dos cristais decorre da supersaturação de urato dos tecidos envolvidos A formação do ácido úrico ocorre a partir da dupla oxida- ção da purina hipoxantina pela xantina oxidase -> a hi- poxantina pode ser reaproveitada pela ação da hipoxanti- na guanina fosforibosiltransferase -> a deficiência dessa enzima -> forma grave e precocede gota. A frutose e o álcool podem acelerar a produção de AMP (monofosfato cíclico de adenosina), que ao entrar na via das purinas -> gera mais hipoxantina. Acido úrico -> 70% da sua eliminação ocorre por excreção renal, o restante pelo intes- tino • A flora bacteriana converte acido úrico em ureia, CO2 e amônia • Umas das principais formas de eliminação em pacientes com insuficiência renal é pe- las fezes • Em pacientes com gota primária é comum a eliminação pelas fezes Eliminação normal 300 a 6000 mg/dia Paciente gotoso: 800 a 1000mg/dia V A N E S S A L U D W I G P R 1 R E U M A T O L O G I A HIPERURICEMIA e GOTA Comprometimento da excreção de urato renal, sobreprodução de acido úrico e/ou consumo excessivo de alimentos ricos em purina A maioria dos pacientes com hiperuricemia nunca desenvolve gota (20%) Maioria fica assintomática o resto da vida, sem precisar de tratamento; * riscos CV, DM, HAS, SM (precisa ser avaliado) Considerar tratar pacientes com alto risco CV e níveis elevados de acido úrico; tratamento quimioterápico (> 9—10% mg) Evolução da hiperurecemia para gota: O paciente está bem, tem uma crise, melhora, fica bem, tem novamente crise gotosa, fica melhor, depois vai tendo mais crises mais fre- quentes até virar o caos. Causas: perda de peso excessiva, exercícios físicos desgastantes, insuficiência renal, in- gestão de álcool, diuréticos ou salicilatos Fatores de risco: Gota primária: Erro inato do metabolismo das purinas: 10% Mecanismos renais: 90%: produção excessiva ou redução na excreção renal; Condições associadas: obesidade, consumo excessivo de bebida alcoólica, HAS, hipertri- gliceridemia. Gota secundária: Doenças mielolinfoproliferativas: leucemias, metaplasia mieloide, policitemia vera, linfomas, etc Hemoglobinopatias: drepanocitose, anemias hemolíticas V A N E S S A L U D W I G NÃO MODIFICAVÉIS • Sexo masculino • Idade avançada • Etnia (branca) • Múltiplas mutações genéticas • Polimorfismo MODIFICAVEIS • Obesidade • Dietas ricas em carnes e frutos do mar • Bebidas alcoólicas, refrigerantes e sucos de frutas com alto teor de frutose ou sa- carose • Hipertensão, DRC, diuréticos de tiazidi- cos ou de alça, pós-menopausa e trans- plante de órgão, baixa dose de aspirina ou ciclosporina e exposição toxica (ex: chumbo) P R 1 R E U M A T O L O G I A Drogas: diuréticos, salicilatos em baixas doses, pirazinamida, etambutol, L-dopa, qui- mioterápicos, ciclosporina, tacrolimo, ácido nicotínico Outras: dietas ricas em purinas, inanição, saturnismo, cetose, estados de hiperinsuli- nemia ou resistência à insulina, psoríase, sarcoidose, hiperparatireoidismo, insuficiên- cia renal, depleção do volume plasmático. ARTRITE GOTOSA AGUDA Mono/oligoartrite, de inicio súbito, continua em duração Preferencia das articulações do hálux (PODAGRA) + acometida, demais pododáctilos, as tarsometatarsianas, tibiotarsicas, joelhos, punhos, mãos e cotovelos Pico aos 40 anos Dor de forte intensidade (contato mínimo com objetos gera muita dor) Crise geralmente curta (horas a poucos dias) Períodos totalmente assintomáticos entre crises por meses a anos -> período intercrítico Período intercrítico/ duração variável: 6 meses a 2 anos Mais de 10 anos Alguns nunca terão nova crise Crises de gota aguda não tratadas ou mal cuidadas favorecem a instalação de perío- dos intercríticos cada vez menores e ataques subsequentes mais graves e prolonga- dos Gradualmente, há resolução incompleta dos sintomas entre as crises e evolução para a gota poliarticular crônica Mesmo nessa fase intercrítica se faz necessária ampla abordagem clínica e laboratori- al do paciente, objetivando o controle terapêutico da doença e a prevenção de com- plicações Causas: álcool, diuréticos, tuberculostáticos, salicilatos, traumas, infecções, estresse emocional, excesso de alimentos, inicio ou interrupção de terapia uricorredutora V A N E S S A L U D W I G P R 1 R E U M A T O L O G I A GOTA TOFÁCEA CRÔNICA Paciente apresenta tofos (depósitos de urato) em vários tecidos Variação de 3-42 anos (média de 11,6 anos) Dor contínua em várias articulações, de moderada intensidade e com poucos sinais infla- matórios e aparecem deformidades. Quando superficiais podem sofrer ulceração com drenagem de secreção, favorecendo a instalação de infecção secundária Localizam-se preferencialmente nas extremidades dos membros e orelhas, mas podem se desenvolver em qualquer articulação do corpo. Tofos: geralmente indolores, mas podem causar limitação e destruição articular. Pacientes com doença de longa evolução após muitos surtos de artrite (intervalo médio entre o primeiro surto e o tofo: 11 anos) Onde mais ocorre: Bursa olecraneana do cotovelo, tendão de aquiles, mãos e pés, sobre- tudo na região dorsal, joelhos, tornozelos, superfície ulnar de antebraço, punhos e pavi- lhões auriculares. Prevalência de tofo palpável na gota primária: 3-21% Raramente ocorre na gota secundária Incidencia de tofos vem diminuindo devido o tratamento precoce e adequado LESÃO RENAL A hiperuricemia afeta os rins Por nefropatia por uratos: • Deposição crônica de urato no interstício renal Pielonefrite crônica Azotemia lentamente progressiva • Hiperuricemia aumenta risco de DRC • Nefropatia aguda por AU: Deposição de AU nos túbulos renais Mais comum durante tratamentos quimioterápicos Facilmente prevenível com uso de alopurinol • Litíase renal por AU e/ou associação com outros Cristais: É a nefropatia mais frequente relacionada à gota (10-40% dos pacientes) Homens com gota tem risco 2x maios de cálculos renais do que pacientes sem gota V A N E S S A L U D W I G P R 1 R E U M A T O L O G I A DIAGNÓSTICO • Ataques Agudos: Dor forte, edema e eritema que duram no máximo 6-12 horas, são altamente sugestivos de inflamação por cristais, apesar de não específicos para gota • Dosagem sérica de ácido úrico: Homens até 7mg/dL Mulher pré-menopausa até 6mg/dL Apesar de ser o fator de risco mais importante para gota, o nível sérico de AU não confir- ma ou exclui a gota Pacientes com hiperuricemia podem não desenvolver gota e paciente com clínica aguda pode ter níveis séricos normais • Pesquisa de cristais de urato de monossódico no líquido sinovial e/ou tofos: Microscopia de luz poralizada É recomendada em todas as amostras de líquido sinovial obtidas de juntas inflamadas. • Radiografia: Nas fases iniciais é normal ou apresenta aumento de partes moles Com repetição das crises: Osteoporose jusarticular e erosões ósseas: em ‘’saca-bordado’’ Nos casos mais crônicos: Redução de espaços articulares, erosões grosseiras, deformidades, osteófitos e anquilose, além de imagens tofáceas na radiografia. • Ultrassonografia: Espessamento sinovial com depósitos hiperecoicos Densidade linear sobre a cartilagem (sinal do duplo contorno) Depósitos tofáceos (áreas hiperecoicas) MECANISMO DA CRISE AGUDA Os cristais levam anos para se formar e crescem a um tamanho que leve à inflamação Punção revela cristais: Mesmo após a crise Nas articulações assintomáticas Desencadeantes: trauma, cirurgia, infecções, frio, ingestão exagerada de álcool e puri- nas, desequilíbrio da uricemia V A N E S S A L U D W I G P R 1 R E U M A T O L O G I A Tratamento colchicina, corticosteroides, AINES As opções recomendadas de 1° linha para exacerbação aguda => Colchicina (dentro de 12 horas após o inicio do surto) com uma dose de ataque de 1mg, seguida 1 hora mais tarde por 0,5mg no 1° dia e/ou um AINE mais um inibidor da bomba de prótons) Corticosteroides orais: 30 a 35mg/dia de prednisolona por 3 a 5 dias ou Aspiração articu- lar e infiltrações de corticosteroides. Colquicina e AINES devem ser evitados em pacientes com insuficiência renal grave. NÃO administrar Alopurinolou Uricosúrico na fase aguda em pacientes que não tomam regularmente esses medicamentos, TRATAMENTO Tratamento profilático é recomendado durante os primeiros 6 meses de ULT (terapia de redução de uratos) Colchicina 0,5 a 1mg/dia, uma dose que deve ser reduzida em pacientes com insuficiência renal. Em casos de insuficiências renal ou tratamento com estatinas => neurotoxicidade poten- cial e/ou da toxicidade muscular (rabdomiólise) com a colchicina profilática. A ULT está indicada em todos os pacientes com surtos recorrentes ( ≥ 2 / ano), tofos, ar- tropatias de urato e / ou cálculos renais. O início da ULT é recomendado próximo ao momento do primeiro diagnóstico em pacien- tes com idade mais jovem (<40 anos) ou com um nível muito alto de AU (> 8 mg / dL). O nível de AU deve ser monitorado e mantido <6 mg / dL. Alvo menor (<5 mg / dL) para facilitar a dissolução mais rápida dos cristais é recomenda- do para pacientes com gota grave (tofo, artropatia crônica, ataques frequentes) até a dis- solução total do cristal e resolução da gota. O nível de AUS M3mg/dL não é recomendado a longo prazo. Em pacientes com função renal normal => o alopurinol é recomendado para ULT de pri- meira linha, começando com uma dose baixa (100 mg / dia) e aumentando em incremen- tos de 100 mg a cada 2-4 semanas, se necessário, para atingir o alvo uricêmico. V A N E S S A L U D W I G P R 1 R E U M A T O L O G I A Em pacientes com insuficiência renal, a dose máxima de alopurinol deve ser ajustada para o clearance de creatinina. Se o alvo do AU não puder ser alcançado com essa dose, o paciente deve passar para o febuxostato ou receber benzbromarona com ou sem alopurinol, exceto em pacientes com eGFR <30 mL / min. DEPOSIÇÃO DE CRISTAIS DE PIROFOSFATO DE CÁLCIO (CPPD) A precipitação de cristais de pirfosfato de cálcio di-hidratado (CPP) em tecidos conjuntivos Consequências: artrite inflamatória aguda, artropatias inflamatórias e degenerativas crô- nicas Os nomes tradicionalmente usados para doenças de CPP: pseudogota, condrocalcinose e Artropatia por pirofosfato Epidemiologia: Afeta 4-7% da população adulta da Europa e dos EUA. Idade avançada: a idade média em um estudo foi de 72 anos. Nenhuma predominância maior de gênero. Manifestações clínicas: maioria assintomático no que diz respeito ao envolvimento articu- lar. ARTRITE AGUDA DE CRISTAL DPFC—PSEUDOGOTA Ataques agudos ou subagudos autolimitados de artrite envolvendo apenas uma ou várias articulações de extremidades Sintomas e sinais de inflamação aguda grave (dor intensa, vermelhidão, calor, inchaço e incapacidade articular) O joelho é afetado em mais de 50% de todos os ataques agudos de pseudogota Outras articulações acometidas: punhos, ombros, tornozelos, pés e cotovelos. V A N E S S A L U D W I G P R 1 R E U M A T O L O G I A Os episódios iniciais podem persistir por mais tempo antes da remissão Tratamento: Pamidronato e outros bisfosfonatos, ou fator estimulante de colônias de granulócitos-macrófagos (GM-CSF) => podem precipitar ataques agudos de pseudogota. Degeneração articular grave: deposição de cristais em associação com degeneração articular grave que se assemelha à Artropatia neuropática Articulação afetada é frequentemente chamada de articulação de Charcot. Os distúrbios subjacentes associados às articulações de Charcot => DM (+ comum), tabes dorsalis e siringomielia. Situações predisponentes Trauma articular direito Doença intercorrente (infecções, IAM) Cirurgia (paratireidectomia) Transfusão sanguínea Medicamento: levotiroxina, pamidronato Lavagem articular e infiltração com ácido hialurônico. Análise do líquido sinovial= presença de cristais de CPP positivamente bir- refringentes por microscopia de luz polarizada compensada. Achados de imagem: Radiografia simples: calcificação da cartilagem (condrocalcinose) Ultrassonografia: Sinal de contorno duplo -> aparência fina e pontiaguda. Diagnóstico: Artrocentese e analise do liquido sinovial da articulação afetada e da radiografia convenci- onal das articulações envolvidas. * radiografias de articulações assintomáticas as vezes também são necessárias * V A N E S S A L U D W I G P R 1 R E U M A T O L O G I A TRATAMENTO Aspiração de articulações AINE Colchicina Injeções intra ou periarticulares Substiuição de articulações => Artropatia destrutiva grave em grandes articulações HIPERURICEMIA ASSINTOMÁTICA Concentração sérica de urato é elevada, mas não ocorrem sintomas nem sinais Associada a outros distúrbios que parecem não estar relacionado as deposição de cristais => hipertensão, doença renal crônica, doença cardiovascular e síndrome de resistência a insulina Todos os pacientes com hiperuricemia assintomática persistente (urato sérico > 8mg/dL) e sem evidencia de deposição de cristais de urato -> medidas não farmacológicas (estilo de vida) V A N E S S A L U D W I G P R 1 R E U M A T O L O G I A Clínico (História + exame físico) Episódica Aguda Monoarticular 1° MTF Homens Meia-idade Confirmatório: • Punção articular • Análise do líquido sinovial, fixado em álcool absoluto Aspecto, viscosidade, número de leucócitos e diferencial, pesquisa de cristais, Gram e cultura. Não pedir bioquímica e muito menos acido úrico no liquido sinovial SINOVIANÁLISE • Pesquisa de microcristais sob luz polarizada compensada Investigação laboratorial: • Ácido úrico • Uricosúria de 24h/ Coleta de urina 24h • Imagem do rim (US) • Complementar com: Perfil lipídico, glicêmico e função renal Confirmado pela artrocentese (cristais de urato: em forma de agulha) Aspirando e inspecionando o líquido sinovial V A N E S S A L U D W I G LÍQUIDO NORMAL NÃO-INFLAMATÓRIO INFLAMATÓRIO SÉPTICO Pouco Muito Muito Muito ASPECTO Claro Claro Turvo Turvo VISCOSI- DADE Alta Alta Baixa Baixa (?) LEUCÓCI- TOS < 200 200-2000 2000-75000 > 50000 % PMN < 25% < 50% > 75% > 90% CRISTAIS Negativo Negativo Negativo/positivo Negativo (?) CULTURA Negativa Negativa Negativa Positiva EM RESUMO/ DIAGNÓSTICOS: ARTRITE REUMATÓIDE Doença inflamatória. Afeta MEMBRANA SNOVIAL Sexo feminino (30-50 anos) Principal fator de risco: Tabagismo Sinovite (dor, edema, limitação de movimento) Neutrófilos, predomínio de T CD4 Quadro clínico: poliartrite(poliarticular) simétrica, principalmente de mãos e pés, com rigidez matinal >/= 1 hora Sintomas gerais: fadiga, febre, astenia, mialgia e perda ponderal MÃO-REUMATÓIDE Deformidades: dedo em pescoço de cinse, boutonniére/casa de botão/ desvio ulnar Ombro, cotovelo, coluna cervical, quadril, joelho, tornozelo e pés Manifestações reversíveis e irreversíveis *erosão articular, redução do espaço articular e cistos Extra-articulares: cutânea (purpura, ulcera), oculares (ceratoconjuntivite), respiratórias (fibrose intersticial), cardíacas, gastrointestinais (xerostomia), renais, hematológicas (variação de plaquetas), anemia hipocromica microcítica. Doença de Still (artrite idiopática juvenil) Diagnóstico: VHS, PCR, FR, ANTI-CCP (+ usado/ especificidade 90%), RAIO-X (serve para diagnóstico e monitoramento - tumefação de partes moles, erosão óssea), US, RM (pouco usado) CRITÉRIOS: Poliarticular (simétrico+rigidez>1h), artrite 3 ou + por mais de 6 semanas, marcadores inflamatórios e imunológicos, exame de imagem TTO: Metotrexato (glicocorticoide) 1° escolha / anti TNF alfa Monitoramento: 1-3 meses (avaliação clinica, laboratoriais (VHS e PCR), hemograma, TGO, TGP, função renal; avaliar a atividade da doença. RX anual.. EXAMES ESSENCIAIS NA PRIMEIRA CONSULTA: Hemograma, TGO,
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