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Bernardo Horta de Araújo

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Centro Universitário São Camilo
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 Discente: Vanessa A. Vieira
 Docente: Diogo Lübe 
 
 Vida e obra de Bernardo Horta de Araújo
O Espirito Santo nos últimos anos do século XIX constituía-se em um espaço agrário movido pelo setor cafeeiro composto por duas regiões produtoras: a sul, na Bacia do Rio Itapemirim e a central na Bacia do Rio Santana, caracterizando-se por uma estrutura agroexportadora tradicional com mão de obra escrava proveniente das fazendas locais. Essa nova movimentação comercial agregou certo brilhantismo ao Estado e lhe pós no mapa comercial brasileiro, ajudando a desenvolver uma representatividade a nível nacional, reordenando as forças político-econômica no sul do Estado. É justamente nesse cenário de crescimento e mudanças que vemos como surge a força política republicana na cidade de Cachoeiro de Itapemirim, onde o partido tinha três correntes, a primeira era liderada por Antônio Gomes Aguirre e Bernardo Horta os quais representavam os interesses dos fazendeiros produtores de café, a segunda era liderada por Afonso Claudio de Freitas Rosa, que expressava as forças engajadas no movimento abolicionista, e a terceira liderada pelo Coronel Henrique Silva Coutinho que expressava as forças ligadas a burguesia mercantil e aos militares. 
Após fazer essa pequena introdução quanto ao cenário da época, adentro na vida e obra de um cachoeirense muito importante que fora esquecido pelo tempo; Bernardo Horta, nascido em 20 de fevereiro de 1862; engajou na carreira política a partir da militância contra o partido liberal ao qual seu pai, José Feliciano Horta de Araújo fazia parte, participando em 1887 da fundação do primeiro clube republicano que teve como órgão noticiador o jornal O Cachoeirano, ao qual Antônio G. Aguirre e Bernardo Horta eram redatores. Com a realização do primeiro congresso republicano do ES em 16 de setembro de 1888 ao qual Horta participou, saíra dali com suas ideias mais afuniladas e engajadas no sonho republicano, tomando como ponto de partida o manifesto Republicano do Rio de Janeiro, que defendia o federalismo e criticava a falta de democracia, o que o levou a se candidatar a deputado com apoio de todos os partidos republicanos fundados na época, contudo apesar de ter tido boa votação foi derrotado por um liberal, apesar disso anos mais tarde com a proclamação da república Bernardo torna-se vice-governador de seu companheiro Afonso Claudio, mas acabou renunciando devido a imoralidade da gestão do mesmo, filiando-se a outro partido: a União Republicana Espírito-santense que fazia oposição ao então governador Afonso Claudio e ao partido Republicano Construto que o apoiava. Mais tarde em 1889 depois de Deodoro da Fonseca demitir o Governador Henrique continho e nomear Antônio Aguirre, Horta volta as diretrizes políticas e se torna deputado a constituinte estadual, tendo grande influência na elaboração da carta constitucional, atuando no cenário cachoeirense candidatou-se ao Conselho Municipal e elegeu-se em um pleito dos mais conturbados, durante seu mandato presidiu o governo do município diversas vezes. Sua carreira política foi bem executada devido as suas coligações e ao seu forte senso de dever e transparência quanto a forma que fazia política, por conta disso em 1900, foi reeleito membro do Conselho Municipal de Cachoeiro, que presidiu até 1903, nesse mesmo ano foi eleito deputado federal, sendo reeleito em 1906 e novamente em 1909. 
A administração de Bernardo Horta destacou-se por ter empreendido a construção de uma hidrelétrica que fez de Cachoeiro de Itapemirim a primeira cidade a ter energia elétrica no estado, cuidou também durante sua gestão do calçamento das ruas e contribuiu na fundação do Grêmio Bibliotecário, que hoje é a biblioteca da Maçonaria e na fundação do primeiro hospital de Cachoeiro: A Santa casa da misericórdia, construiu também o primeiro prédio da câmara Municipal, coadjuvando em escritos de importância relevante como os estudos dos limites de fronteira intitulado de Limites dos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo: exposição dos motivos e documentos pelo Estado do Espírito Santo.
Bernardo Horta de Araújo era um homem idealista de visões futuras e amante da então recém formada república do Brasil pois possuía inúmeros sonhos para ela e sua cidade natal Cachoeiro de Itapemirim, entretanto apesar de sua brilhante carreira Horta era um tanto quanto ingênuo por pensar que as pessoas partilhavam de sua índole e por conta disso nasceu rico e morreu endividado, abandonado pelos amigos e pelos correligionários. Quanto a sua vida pessoal era casado com D. Angelina Ayres a quem apelidava carinhosamente de Nininha, filha do negociante Coronel Joaquim Ayres, com quem teve cinco filhos: Maria Izabel, Fábio, Zilma, Lélia e José. Infelizmente sua amada esposa deixou essa vida por volta dos 20 anos, enquanto Horta seguiu com seus sonhos até estes serem dizimados, restando-lhe uma vida miserável, solitária e triste, já doente Horta optou por um suicídio honroso em 20 de fevereiro de 1913. 
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