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A RIQUEZAS DAS NAÇÕES 
No livro de Adam Smith se trata sobre a economia e a transformação da década de 70.
Em um país jovem auferem-se grandes lucros com somas pequenas, e a terra equivale a menos anos de compra, de sorte que é razoável cobrar juros mais altos. As leis que regulam os juros devem observar “essas causas naturais”, do contrário serão fraudadas.
Na agricultura, o trabalho do país rico nem sempre é muito mais produtivo do que o dos países pobres, ou, pelo menos, nunca é mais produtivo na mesma proporção em que o é, geralmente, nas manufaturas.
Por conseguinte, o trigo do país rico, da mesma qualidade, nem sempre chega ao mercado com preço mais baixo do que o do país pobre. O trigo da Polônia, com o mesmo grau de qualidade, é tão barato como o da França, não obstante a maior riqueza e o grau superior de desenvolvimento da França. O trigo da França é, nas províncias bom e frequentemente quase do mesmo preço que o trigo da Inglaterra, embora, em riqueza e progresso, a França talvez seja inferior à Inglaterra. As terras destinadas ao cultivo de trigo na Inglaterra são mais bem cultivadas do que as da França, e, como se a firma, as
da França são muito mais bem cultivadas que as da Polônia. 
 As sedas da França são melhores e mais baratas que as da Inglaterra, porque a manufatura da seda, ao menos atualmente, com os altos encargos incidentes sobre a importação da seda em estado bruto, não é tão adequada para o clima da Inglaterra como o é para o da França. Em contrapartida, as ferragens de ferro e as lãs rústicas da Inglaterra são de uma superioridade incomparável em relação às da França, também muito mais baratas, no mesmo grau de qualidade.
Na Polônia, afirma-se não haver praticamente manufatura de espécie alguma, excetuadas algumas indústrias caseiras, de tipo mais primitivo, com as quais nenhum país consegue subsistir. 
Em anos de fartura, o subsídio, provocando uma exportação extraordinária, necessariamente aumenta o preço do trigo acima do que seria nesses anos. Estimular a agricultura, mantendo o preço do trigo mesmo nos anos mais fartos, era o objetivo confesso da instituição.
Na realidade, o subsídio geralmente era suspenso em anos de grande escassez. Todavia, deve ter tido algum efeito, mesmo sobre os preços de muitos desses anos. Pela exportação extraordinária que gera em anos de fartura, deve frequentemente impedir que a fartura de
um ano compense a escassez de outro.
Por conseguinte, tanto em anos de fartura como em anos de escassez, o subsídio eleva o preço do trigo acima do que naturalmente aconteceria no estado real da agricultura. Se, portanto, durante os primeiros 64 anos do século atual o preço médio foi mais baixo do que durante os últimos 64 anos do século passado, necessariamente teria sido muito mais baixo, no mesmo estado da agricultura, se não fosse esse subsídio.
Poder-se-ia, porém, dizer que, sem o subsídio, o estado da agricultura não teria sido o mesmo. Quaisquer que possam ter sido os efeitos dessa instituição sobre a agricultura do país, procurarei mostrar adiante quando tratar explicitamente dos subsídios. De momento, limito-me a observar que esse aumento do valor da prata, em proporção ao do trigo, não tem sido uma peculiaridade da Inglaterra.
O dinheiro emprestado a juros é sempre considerado como um capital pelo emprestador. Este espera que, no devido tempo, ele lhe seja restituído e que nesse meio tempo o tomador lhe pague uma certa renda anual pelo uso do mesmo. 
O tomador do empréstimo, por sua vez, pode utilizá-lo como capital ou como um dinheiro reservado para seu consumo imediato. Se o emprega como capital, utiliza-o para a manutenção de mão-de-obra produtiva, a qual reproduz o valor, com lucro. Neste caso, o tomador tem condições tanto para repor o capital como para pagar os juros, sem alienar qualquer outra fonte de sua renda nem interferir nela. Se utiliza o dinheiro emprestado para consumo imediato, age como um perdulário, dissipando na manutenção de pessoas ociosas aquilo que se destinava a manter pessoas operosas.
Neste caso, ele não tem condições nem para repor o capital nem para pagar os juros, sem alienar alguma outra fonte de renda — como por exemplo a propriedade ou a renda da terra.
O dinheiro emprestado a juros pode, sem dúvida, ser utilizado ocasionalmente das duas maneiras citadas, mas é muito mais frequente empregá-lo da primeira. A pessoa que toma emprestado para gastar, logo se arruína, e quem lhe empresta geralmente terá que arrepender-se da insensatez cometida. Tomar emprestado ou emprestar para esse
fim, portanto, em todos os casos em que não houver usura, é contrário aos interesses das duas partes; e embora às vezes aconteça certas pessoas fazerem isso, podemos estar certos de que, devido à consideração que cada um tem pelo seu próprio interesse, isso não ocorre com tanta frequência como talvez poderíamos imaginar.
Depois da queda do Império Romano, os habitantes das cidades grandes e pequenas não foram mais favorecidos que os habitantes do campo. Com efeito, constituíam uma categoria de pessoas muito diferentes dos primeiros habitantes das antigas repúblicas da Grécia e da Itália. Esses últimos eram primordialmente proprietários de terras, entre os quais o território foi inicialmente dividido, e que consideraram oportuno construir suas casas uma perto da outra, cercando-as com um muro, como defesa normal. Ao contrário, após a queda do Império Romano, os proprietários de terras parecem ter vivido, geralmente, em castelos fortificados, localizados em suas próprias terras e em meio a seus próprios inquilinos e dependentes. As cidades eram habitadas, sobretudo, por negociantes e artífices que, naquela época, parecem ter sido de condição servil, ou quase servil.
A Economia Política, considerada como um setor da ciência própria de um estadista ou de um legislador, propõe-se a dois objetivos distintos: primeiro, prover uma renda ou manutenção farta para a população ou, mais adequadamente, dar-lhe a possibilidade de conseguir ela mesma tal renda ou manutenção; segundo, prover o Estado ou a comunidade de uma renda suficiente para os serviços públicos.
Portanto, a Economia Política visa a enriquecer tanto o povo quanto o soberano.
O progresso diferenciado da riqueza, em épocas e nações diferentes, deu origem a dois sistemas distintos de Economia Política, no tocante ao enriquecimento da população. O primeiro pode ser denominado sistema de comércio, o segundo, sistema de agricultura. Procurarei explicar o dois da maneira mais plena e clara possível, começando pelo sistema de comércio. 
É esse o sistema moderno, sendo melhor compreendido em nosso próprio país e em nossa própria época.

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