Buscar

Sistema músculo-esquelético

Prévia do material em texto

Sistema músculo-esquelético
Introdução ao sistema músculo-esquelético 
O esqueleto é a estrutura calcificada mais importante nos vertebrados. Existem outras estruturas calcificadas com funções diferentes, nomeadamente em invertebrados. As alterações do esqueleto estão relacionadas, de um ponto de vista evolutivo, com a adaptação dos vertebrados aquáticos a um meio terrestre. Nos mamíferos, estão descritas múltiplas patologias relacionadas com alterações da calcificação do esqueleto. 
Esqueleto
O esqueleto passou de uma estrutura externa para um estrutura interna, assumindo múltiplas formas e funções ao longo da evolução. Contribui para estruturar a forma do corpo, protege os órgãos internos e a sua plasticidade permite adaptação morfológica e funcional. 
Funções do esqueleto 
Proteção de órgãos internos: 
· Ossos do crânio suturados para proteção do cérebro 
· Vertebras protegem a medula espinal 
· Caixa torácica protege os órgãos vitais (coração e pulmões)
 Função de homeostasia do cálcio: o osso serve de reservatório de cálcio e outros minerais (Ca2+ e Pi) 
Medula óssea: aloja e protege a medula. Produção de células sanguíneas a partir de células estaminais presentes na medula óssea (localização varia com a idade)
Osso: local de produção de células estaminais da linhagem hematopoiética-> avanços recentes provaram que no osso, associado a nichos de células ósseas, desenvolvem-se células estaminais que originam células do sistema imunitário, fazendo com que o osso faça parte do sistema imunitário. 
Pela articulação com os músculos e tendões permite o movimento e proporciona apoio aos músculos esqueléticos, transformando as contrações em movimentos e constitui um sistema de alavancas que amplia as forças geradas na contração muscular. 
	
 Tipos de ossos 
· Ossos longos: compostos essencialmente por osso compacto com uma estrutura em forma de “cabeça” em cada extremidade (maioria dos ossos dos membros: tíbia, fémur, úmero, …)
· Ossos planos: finos, achatados e encurvado, compostos por duas finas lâminas de osso compacto delimitando uma camada interna esponjosa (ossos do crânio, as costelas, externo, cintura escapular e pélvica)
· Ossos curtos: compostos essencialmente por osso esponjoso (ossos do pulso e do tornozelo)
· Ossos irregulares: não abrangidos por nenhuma das outras categorias (as vertebras, ossos da bacia)
 
Esqueleto e a sua relação com o meio ambiente 
O esqueleto é a estrutura calcificada mais importante em vertebrados. Ao longo da evolução o esqueleto passou de externo para interno e sofreu alterações associadas com as adaptações ao meio aquático, ao voo, ao meio terrestre, ao modo de locomoção (bípede, quadrupede, salto, rastejamento, “ondeamento”, etc.). o esqueleto adquiriu estruturas particulares com funções especificas (captação do sonar dos golfinhos e baleias, captação de presas, modo de nutrição, etc.). o esqueleto também se adapta/ altera consoante as patologias. 
Tecidos esqueléticos 
· Esmalte 
· Enameloide 
· Dentina atubular 
· Ortodentina (dentina) 
· Mesodentina 
· Dentina 
· Osso de ancoragem 
· Cimento acelular 
· Cimento celular 
· Cimento: semelhante a cartilagem 
· Osso acelular 
· Osso 
· Osso condroide 
· Cartilagem mineralizada permanente 
· Cartilagem (hialina, elástica, fibro,…)
· Condroide 
· Tecido conectivo 
Composição do esqueleto · Fibroblastos: condroblastos (cartilagem) e osteoblastos (osso)
· Osteoclastos 
· Fibras de colagénio 
· Proteínas da matriz 
· Hidroxiapatite 
A diferenciação das células cartilagíneas e ósseas é feita a partir de uma só linha progenitora mesenquimal comum. 
	
Tecido cartilagíneo 
Deriva de células mesenquimais que migram e dão origem a percursores condrogénicos. 
Os condroblastos transformam-se em condrócitos (em lacunas). 
Matriz extracelular rica em água, glocosaminoglicanos (GAG) (o seu papel principal é manter e apoiar o colagénio, a elastina e a turgidez (ressalto) nos espaços celulares e manter as fibras proteicas em equilíbrio e proporção) e proteoglicanos que conferem resistência. 
Tecido não vascularizados resistente à anoxia, bastante elástico, características diferentes conforme a sua função. 
Tipos de cartilagem 
· Cartilagem hialina: composta de colagénio tipo II, matriz basofilica, condrócitos arranjados em grupos; pericôndrio (camada de tecido conjuntivo denso não modulado que envolve as cartilagens) presente na maioria dos sítios, exceção: cartilagem articular e epífises. Localiza-se nos ossos longos, laringe, traqueia, brônquios, terminações ventrais das costelas. 
Serve como modelo de cartilagem para a formação dos ossos durante o desenvolvimento ósseo. Participa no crescimento e alongamento ósseo, aumentando o tamanho e números de condrócitos durante o desenvolvimento ósseo (ossificação endocondral). Permite a livra circulação, formando superfícies lisas que trabalham com um fluido lubrificante (liquido sinovial) na cartilagem articular. Fornece suporte e estrutura para as vias respiratórias no trato respiratório. 
· Cartilagem elástica: colagénio tipo II, fibras elásticas; pericôndrio presente; localiza-se na pinna auricular, paredes do canal auditivo, tubo auditivo, epiglote, cartilagem cuneiforme da laringe. 
Fornece estrutura elástica mas dura na pinna auricular e permite que retorne á sua forma após alongamento. Oferece suporte elástico para os canais auditivos e tubo; ajuda a manter a forma estrutural. Fornece um apoio firme e elástico para a epiglote e laringe; ajuda a manter a flexibilidade e estrutura rígida. 
· Fibrocartilagem: colagénio tipo I, matriz acidófila, condrócitos arranjados em filas paralelas entre feixes de colagénio, associada a tecido conectivo denso regular colaginoso ou cartilagem hialina; pericôndrio ausente; localiza-se nos discos intravertebrais, discos articulares, sínfise púbica, inserção de alguns tendões. 
Fornece resistência à tração para conexões entre os ossos, tais como a sínfise púbica. Fornece amortecimento e resistência entre as vértebras, permitindo que a coluna vertebral suporte grandes pressões. 
	
Tecido ósseo 
Osso: constituído de forma a ser simultaneamente leve e resistente: funções biomecânicas. 
Fase orgânica: flexibilidade 
Fase inorgânica: rigidez
Microscopicamente, podemos reconhecer o osso compacto ou cortical (mais rígido) e o osso canceloso ou trabecular (mais elástico). 
	O tecido ósseo é um tipo de tecido conjuntivo especializado, formado a partir do tecido conectivo preexistente através de duas formas distintas: 
· Deposição de uma matriz óssea a substituir uma matriz cartilagínea preexistente (ossificação intracartilaginea). 
· Mineralização diretamente a partir da matriz secretada pelos osteoblastos (ossificação intramembranosa). 
O osso responde às forças aplicadas e torna-se mais rígido, forte e quebradiço com maiores forças aplicadas. O osso responde às cargas deformando-se e tem capacidade de absorver energia. Os músculos ao contrair podem ajudar a regular a carga do osso e neutralizar as forças de tensão. 
	
	
Tipos de osso 
Osso celular: retém células na matriz calcificada formando lacunae. Característico de tetrápodes (teleósteos, aves, repteis e mamíferos) e de teleósteos “inferiores” (clupeídeos). 
Osso acelular: matriz sólida sem células embebidas. Característico de peixes teleósteos “superiores” 
Composição bioquímica
Matéria inorgânica: 50% do peso seco da matriz óssea. Cálcio e fosforo especialmente abundantes; outros: bicarbonato, citrato, magnésio, potássio, fluoretos e sódio. 
Matéria orgânica: colagénio tipo I e substancia amorfa, que contem agregados de proteoglicanos e GAG’s. 
O esqueleto contém a maior percentagem de cálcio no corpo dos vertebrados e atua como um reservatório deste mineral. Cálcio e fosforo formam cristais de Hidroxiapatite com a seguinte fórmula química: Ca10(PO4)6(OH)2. 
Quantidades significativas de fosfato de cálcio amorfo (não cristalino) estão também presentes. 
 
O tecido ósseo inicialmenteformado no esqueleto do feto em desenvolvimento é chamado osso imaturo. Ele difere do osso maduro em vários aspetos: 
· Osso imaturo não exibe uma aparência lamelar organizada. Com base na organização das fibras de colagénio, este osso é designado não-lamelar. Osso não-lamelar é também conhecido como osso imaturo ou primário. 
· Osso imaturo contém relativamente mais células por unidade de área que o osso maduro 
· As células no osso imaturo tendem a estar dispostas aleatoriamente, enquanto as células no osso maduro, normalmente estão organizadas com os eixos na mesma direção, dispostos em lamelas
· A matriz do osso imaturo tem mais substancia fundamental do que no osso maduro. A matriz em osso imaturo cora mais intensamente com hematoxilina, enquanto a matriz do osso maduro cora mais intensamente com eosina. 
Esqueleto A diáfise (osso compacto), está coberta por uma membrana de tecido conjuntivo que a protege, o periósteo, ligada ao osso por centenas de fibras conectivas. 
As epífises, localizadas na extremidade do osso longo, compostas por uma camada fina de osso compacto, que delimita uma zona central de osso esponjoso. A sua face externa está coberta por cartilagem articular (formada por cartilagem hialina) permite que duas epífises de ossos diferentes se desloquem uma sobre a outra com menos fricção. 
Placa de crescimento longitudinal do osso (placa da epífise) é uma zona cartilagínea que é substituída no adulto por osso e forma a linha da epífise. 
No adulto, a cavidade medular contém a medula amarela (tecido adiposo) mas na criança contém medula vermelha, onde se formam os glóbulos vermelhos. Nos adultos, esta só existe na camada esponjosa dos ossos planos e nas epífises de alguns ossos longos. 
	
Organização do tecido ósseo 
Organização estrutural hierárquica do osso: osso cortical e esponjoso, ósteon com sistemas de Havers, lamelas, conjuntos de fibras e fibrilas de colagénio, cristais minerais ósseos, moléculas de colagénio, proteínas não-colagénicas. 
Origem das células ósseas
	Na maioria dos vertebrados as células ósseas tem origem em progenitores provenientes da medula óssea. 
Tipos celulares 
· Osteoblastos (origina ócitos)
· Osteoclastos (remove osso)
· Osteócitos 
· Célula osteoprogenitora
	
Osteoclastos 
Grupo heterogéneo de células multinucleadas (2 a 100 núcleos) com diversas propriedades em comum. Segregam ácido, colagenase, e outras enzimas proteolíticas tais como a fosfatase ácida, sendo encontradas nos locais de reabsorção/remodelação da matriz óssea. Derivados da fusão de monócitos derivados do sangue pelo que têm origem no sistema hematopoiético. Células de grandes dimensões, geralmente maiores que as restantes células ósseas, com diâmetro entre 20 e 100 micra. Atacam a matriz, libertando a substancia calcificada, e estando ativamente envolvidos na eliminação dos metabolitos formados durante a reabsorção. Um único osteoclasto é capaz de remover tanto osso como o que é formado por 100-1000 osteoblastos. 
Nos ossos em crescimento podemos observar quatro tipos celulares: 
· Células osteoprogenitora 
· Osteoblastos (ósteon + Gr blastos, germ)
Sintetizam os componentes orgânicos (colagénio tipo I, proteoglicanos e glicoproteínas) da matriz. Deposição de componentes iorgâncios do osso 
· Osteócitos (Gr. Ósteon, boné + Kytos, cell) 
· Osteoclastos (ósteon + Gr. Clastos, quebrar).
Osteócitos 
Derivam dos osteoblastos e estão inseridos na matriz óssea mineralizada. Variam bastante em tamanho e forma. Estão todos interligados entre si e com os osteoblastos na superfície do osso através de projeções citoplasmáticas ou canaliculi. Envolvidos na manutenção da matriz óssea, sendo esta reabsorvida após a sua morte. Tal como os osteoblastos, os osteócitos não se dividem apos a diferenciação a partir de células osteoprogenitoras. 
Mecanismo de reabsorção O osso é um órgão que está constantemente a ser remodelado. Este processo é levado a cabo pelos osteoclastos que removem osso e os osteoblastos que depositam osso novo. Quando a reabsorção do osso e a sua deposição são balanceadas, estamos perante do processo normal. No entanto, quando o número e a atividade dos osteoclastos e osteoblastos se encontram alterados, pode existir patologia. 
Proteínas envolvidas na atividade osteoclástica
· Osteopontina: potência a adesão dos osteoclastos às superfícies mineralizadas. Forma um complexo com a osteocalcina in vitro
· Osteocalcina: envolvida no recrutamento e ativação dos osteoclastos 
· PTH: estimula a osteoclastogenese (processo de formação de osteoclastos) 
· Calcitonina: inibe a atividade osteoclástica. 
Osteoclasia: erosão de superfícies ósseas pelos osteoclastos, produzindo áreas descritas como lacunas de Howship. 
Osteólise peri-osteocítica: reabsorção do osso pelos osteócitos, na sua área periférica. 
A reabsorção osteoclástica e a osteólise peri-osteocítica levam a uma remoção total do tecido ósseo (matriz orgânica e mineral) 
Desmineralização halastatica (“halastasis” do grego, significa “sais instáveis”). Processo que envolver a remoção do mineral sem destruição da matriz orgânica. 
a) As células estaminas mesenquimais (MSCs), no mesenquima humano ou na cavidade medular de uma fratura óssea, iniciam o processo de ossificação intramembranosa. Este, que é essencialmente a mineralização direta de um tecido conjuntivo altamente vascularizado, começa em certos pontos constantes conhecidos como centros de ossificação. Nestes centros, as células mesenquimais (células osteoprogenitoras) proliferam e condensam-se em tono de um rede capilar. Estre as células e em torno dos vasos está uma substância fundamental amorfa com uma fina trama de fibras de colagénio. 
Ossificação intramembranosa ou dérmica 
É um dos dois processos fundamentais durante o desenvolvimento fetal do sistema esquelético de mamíferos, resultando na formação do tecido ósseo. Ocorre principalmente durante a formação dos ossos chatos do crânio, mas também da mandíbula, maxila e clavículas. Também é um processo essencial durante a reparação natural de fraturas ósseas e na formação dos rudimentos dos ossos da cabeça. O osso é formado a partir de tecido conjuntivo, tal como o tecido mesenquimal, em vez de ser formado primeiro como cartilagem. 
Principais etapas: 
· Formação do centro da ossificação 
· Calcificação 
· Formação das trabéculas 
· Desenvolvimento do periósteo
Desenvolvimento ósseo 
O desenvolvimento do osso é tradicionalmente classificado como endocondral ou intramembranosa. A diferenciação entre a formação endocondral e intramembranosa assenta sobre se um modelo de cartilagem serve como percussor do osso (ossificação endocondral) ou se o osso é formado sem a intervenção de um precursor de cartilagem (ossificação intramembranosa). Os ossos das extremidades e as partes do esqueleto axial que suportam peso desenvolvem-se por ossificação endocondral e os ossos chatos do crânio e da face, mandibula, d baica, e do ombro desenvolvem-se por ossificação intramembranosa. A existência de dois tipos distintos de ossificação não implica que o osso existente seja osso membranar ou osso endocondral. Estes nomes referem-se apenas ao mecanismo pelo qual o osso foi formado inicialmente. Devido à remodelação que ocorre mais tarde, o tecido ósseo inicialmente estabelecido por ossificação endocondral ou intramembranosa é rapidamente substituído. O osso de substituição é estabelecido sobre o osso pré-existente por crescimento aposicional e é idêntico em ambos os casos. Embora os ossos longos sejam classificados como sendo formados por ossificação endocondral, o seu crescimento continuado envolve a histogénese tanto de osso endocondral como de osso intramembranoso, esta último ocorrendo através da atividade do tecido periosteal. O osso mineralizado (calcificado) forma-se sobre uma matriz (orgânica) de osteoide. 
Tipos de formação óssea 
· Ossificação endocondral: requer um mole de cartilagem 
· Ossificação intramembranosa: ocorre na ausência de molde cartilaginoso 
Com ocrescimento das trabéculas vai haver interligação, formando uma “rede” de osso esponjoso, que é invadido por vasos sanguíneos. Eventualmente o tecido ósseo esponjoso é substituído por osso lamelar derivado do periósteo. A extensão do processo de ossificação ocorre através da ação de células estaminais derivadas do periósteo. 
d) Este processo de aprisionamento de osteoblastos prossegue e as espiculas e trabéculas ósseas gradualmente engrossam. Com a calcificação e maturação da matriz a decorrer no centro de ossificação, o mesênquima circundante condensa e organiza-se como um periósteo fibrovascular que rodeia toda a superfície do novo osso. O periósteo é assim formado, e o crescimento ósseo continua na superfície das trabéculas. 
c) O osteoide torna-se mineralizado, resultando numa estrutura denominada de nidus. Este nidus consiste num osteoide mineralizado que contém osteócitos e é revestido por osteoblastos ativos. O nidus, que começou como uma agregação de MSCs tornou-se num tecido ósseo rudimentar. 
b) As células osteoprogenitoras sofrem uma diferenciação (especializam-se) em osteoblastos. Estes começam a segregar os colagénios (principalmente colagénio tipo II), sialoproteinas do osso, osteocalcina, e outros componentes da matriz óssea (osteoide) formada no centro do agregado de osteoblastos. Os osteoblastos produzem matriz até ficarem rodeados por fibras de colagénio e gradualmente transformam-se osteócitos. 
Ossificação intracartilaginea ou endocondralDeposição de uma matriz óssea a substituir uma matriz cartilagínea preexistente: 
· Pericondrica: mobilização de osteoblastos do tecido conjuntivo nas zonas adjacentes das cartilagens e deposição de matriz óssea na periferia da cartilagem 
· Endocondrica: calcificação inicia-se na matriz da cartilagem hipertrófica, havendo depois a mobilização de osteoblastos da zona do periósteo. 
A ossificação endocondral começa com a proliferação e a agregação das células mesenquimais, no local do osso futuro. Sob a influencia de diferentes fatores de crescimento de fibroblastos (FGFs) e proteínas morfogénicas do osso (BMPs), as células mesenquimais expressam inicialmente colagénio do tipo II e diferenciam-se em condroblastos que, por sua vez, produzem a matriz da cartilagem. Inicialmente é formado um modelo de cartilagem hialina com a forma geral do osso. Uma vez estabelecido, o modelo de cartilagem cresce por crescimento intersticial e aposicional. Aumento do comprimento intersticial. Aumento em largura resultado da adição da matriz produzida por condrócitos que se diferenciam a partir da camada condrogênica do pericôndrio que envolve a cartilagem. Um colar ósseo pericondral forma-se em torno da diáfise (eixo) do modelo de cartilagem, e em seguida, a matriz cartilaginosa no eixo começa a calcificar. O tecido conectivo em redor da cartilagem que forma o pericôndrio passa a chamar-se periósteo de onde se diferenciam osteoblastos. Devido a estas alterações, uma camada de osso é formada em torno do modelo de cartilagem, dá-se vascularização e forma-se uma cavidade medular primitiva onde o osso endocondral é formado por espículas de cartilagem calcificada. Um anel característico de osso periosteal, o colar ósseo, é estabelecido em torno do modelo de cartilagem na zona da diáfise do osso em desenvolvimento. Este osso pode ser classificado como osso periosteal intramembranoso. O osso periosteal continua a formar-se e a vascularização estende-se. Osso periosteal é formado como resultado de ossificação intramembranosa. Pode ser reconhecido histologicamente porque não é acompanhado por erosão da cartilagem local, nem o osso é depositado em espículas de cartilagem calcificada. Formam-se zonas de condrócitos proliferativos na zona proximal das epífises. Os vasos sanguíneos e células perivasculares invadem a cartilagem epifisária proximal e um centro de ossificação secundário é formado na epífise proximal. De forma semelhante, um centro de ossificação epifisária (secundário) forma-se na extremidade distal do osso, e uma cartilagem epifiseal é assim formada entre cada epífise e a diáfise. Com o crescimento continuado do osso longo, a cartilagem epifisária distal gradualmente rediz a sua atividade. Finalmente, com a cessão do crescimento, a cartilagem epifisária proximal desaparece e apenas resta a cartilagem nas superfícies articulares. A metáfise então torna-se continua com a epífise. Linhas epifisárias permanecem onde a placa epifisária existia. 
Fatores angiogénicos
Transferrina 
Fator de crescimento endotelial vascular
Na placa de crescimento, durante a formação óssea endocondral, a cartilagem avascular é gradualmente substituída por tecido ósseo vascularizado. Esta substituição é iniciada pelo fator de crescimento endotelial vascular (VEGF) e é acompanhada por expressão de genes responsáveis pela produção de colagénio tipo x e metaloproteases da matriz (enzimas responsáveis pela degradação de matriz da cartilagem). 
Regulação da proliferação dos condrócitos 
Indian Hedgehog (IHH) é uma proteína que é um dos principias reguladores do comportamento dos condrócitos na placa de crescimento. O IHH estimula diretamente a proliferação dos condrócitos e, em conjunto com a proteína relacionada com a hormona paratiroide (PTHrP), forma um feedback de forma a controlar a proliferação de células e definir o limite em que as células cessam a proliferação e começam a hipertrofia. 
Placa de crescimento (zona de alta atividade)
A extensão dos membros é devido ao crescimento longitudinal dos ossos. As placas de crescimento em cada extremidade dos ossos longos, são onde se realiza a extensão ao nível celular. Como é que surge a simetria? Dadas as dezenas de milhares de células em cada placa de crescimento, cuja proliferação e tamanho deve ser controlada? O grande numero de células podem agir de forma a anular qualquer efeito de pequenas diferenças no comportamento das células. A zona mais próxima das extremidades do osso, é uma zona germinativa, contendo células estaminais. Estas diferenciam-se em condroblastos, que irão originar condrócitos imaturos. As zonas de proliferação e de maturação são caracterizadas por condrócitos organizados em colunas ordenadas e por aumento do tamanho das células. O numero de células por coluna pode chegar a 40, e as células podem ser produzidas a taxas de mais de 10000 por dia. Este grande numero de células deve ser aproximadamente o mesmo em ambos os membros me forma a que haja simetria. Na extremidade da placa de crescimento, os condrócitos sofrem morte celular programada (apoptose). A matriz extracelular calcifica, é invadida por vasos sanguíneos e diferenciam-se osteoblastos que formam o osso. 
	
O osso cresce em largura ou diâmetro quando o crescimento por aposição de osso novo ocorre entre as lamelas corticais e o periósteo. A cavidade da medula, em seguida, aumenta por reabsorção de osso na superfície do endósteo. Com o alongar dos ossos, a remodelação é necessária. Consiste na reabsorção de osso preferencialmente em algumas áreas e deposição de osso em outras. O novo osso é depositado por osteoblastos derivados de células progenitoras do periósteo. 
Composição do esqueleto Os ossos com uma forma alargada, com uma estrutura interna de osso trabecular e externa de osso compacto. São formados por processo de ossificação intramembranar. 
O esqueleto de um adulto humano é composto por 206 ossos. Na altura do nascimento o esqueleto é composto por cerca de 300 ossos. Este numero reduz-se durante o crescimento através do processo de fusão de alguns ossos. Mais de metade dos ossos estão localizados nas mãos e nos pés. O osso mais longo é o fémur e o mais pequeno é o estribo. 
O osso hioide está localizado no pescoço entre a mandíbula e a laringe (caixa vocal), este osso não está ligado a outros ossos, estando suspenso por ligamentos e músculos. 
Os três ossos do ouvido médio são os mais pequenos do corpo e porque têm uma forma especifica são denominados de acordocom a mesma: materno, bigorna e estribo. Interligados de forma a transmitir as vibrações de um osso para o próximo osso da cadeia, levando as ondas sonoras até ao ouvido interno, onde são transformados em impulsos elétricos, que chegam através do cérebro através do nervo auditivo. 
	
	Ossos com uma forma alongada, com uma estrutura interna de osso trabecular e externa de osso compacto. Organizados em duas epífises com osso trabecular nas extremidades e uma diáfise com osso compacto na zona central (eixo cortical). Formados por processo de ossificação endocondral. 
Esqueleto O esqueleto humano é composto de duas partes: esqueleto axial e esqueleto apendicular. 
A coluna possui curvaturas que são normais, sendo classificadas como lordoses ou cifoses fisiológicas. A curvatura lombar é geralmente mais acentuada nas mulheres, terminando no angulo lombo-sacral. A curvatura sacral também difere nas mulheres, sendo menos curva, o que aumento o tamanho da abertura inferior da pélvis ou saída da pélvis facilitando assim o parto. 
A coluna é constituída por 33 vertebras, divididas em 5 regiões. Apenas 24 ossos estão separados:
· C: 7
· T: 12
· L: 5
· S: 5
· C: 4
	
	
Corpo vertebral 
Divide-se em: 
· Corpo 
· Arco 
· Processos 
Entre os ossos que compõem as vertebras estão os discos intervertebrais, que ajudam a manter os ossos juntos e facilitam a movimentação da coluna. A coluna vertebral tem pequenos espaços através dos quais passam os nervos espinais a partir da cavidade espinal e se espalham por todo o corpo. 
Estrutura do corpo vertebral 
O corpo vertebral é uma massa mais ou menos cilíndrica, sobre a qual as outras estruturas são formadas. Possuem uma extremidade cranial (convexa) e uma caudal (concava), que se ligam às vertebras adjacentes por discos intervertebrais compostos por fibrocartilagem. A superfície dorsal entra na formação do canal vertebral. Na região torácica, apresenta 2 pares de facetas para articulação com as costelas. 
Arco vertebral 
Está presente sobre a face dorsal do corpo vertebral. Consiste de duas partes laterias com dois pedículos, que formam a parte lateral do arco, e duas laminas dorsais que se unem e completam o arco dorsalmente. O corpo e o arco formam um anel ósseo que envolve o foramem vertebral. As vertebras juntas fecham o canal vertebral que contem a medula espinal. 
	O corpo dos vertebrados suporta forças de carga e pressão, composto por tecido ósseo esponjosos internamente e compacto no exterior, variando de diâmetro conforme o segmento vertebral em que se localiza. Os corpos das vertebras cervicais são de menor diâmetro e altura, sendo a porção superior da coluna. Altas e axis articulam com o crânio. Os corpos dorsais ou torácicos aumentam progressivamente a sua altura e diâmetro, apresentando um aspeto cilíndrico. Os corpos vertebrais lombares são achatados e largos por constituírem as vertebras que suportam as maiores pressões da coluna vertebral. 
	
	O atlas e o axis fazem a articulação com o esqueleto do crânio. 
Atlas: corresponde à primeira vertebra cervical. A principal diferença para as outras vertebras é a de não possuir corpo. 
Axis: é a segunda vertebra cervical. Processo ósseo forte denominado de Dente, localiza-se na parte superior e articula-se com o arco anterior do altas. 
Na zona inferior da coluna vertebral encontramos o sacro (quatro ou cinco vertebras fundidas, não moveis). As 5 vertebras sagradas estão fundidas ente si, constituindo um osso de forma triangular. Este por sua vez, articula-se com o osso ilíaco na região pélvica, apresentando a base fixa da coluna vertebral e sua relação com a pélvis. O cóccix resulta da fusão da 3 a 5 vertebras, apresenta a base voltada par cima e o ápice para baixo. Constituem a porção terminal da coluna. 
	
Costelas 
As costelas e cartilagens costais são estruturas ósseas arqueadas, estendendo-se desde as suas junções com a coluna vertebral até à porção anterior da parede do tórax. As sete costelas superiores são chamadas verdadeiras, articulando-se diretamente com o esterno através das suas cartilagens. As costelas 8, 9 e 10 são denominadas falsas por se ligarem ao externo diretamente, unindo-se as suas cartilagens umas às outras e finalmente, à cartilagens da 7ª, formando a borda ou margem costal, que marca o limite inferior da caixa torácica. As costelas 11 e 12, denominadas flutuantes ou falsas costelas, são mais curtas e terminam entre os músculos da parede ântero-lateral do abdómen. Não possuem cartilagens de ligação. 
Caixa torácica
A caixa torácica é constituída pelo esterno, situado anteriormente no plano mediano, pelas vertebras torácicas situadas no plano mediano dorsal e pelas costelas e cartilagens costais nos contornos posterior, lateral e anterior do tórax. 
Principais características das vertebras torácicas são: 
· Articulam-se com as costelas, sejam diretamente no corpo ou através do processo transverso. 
· O corpo vertebral possui uma fóvea costal superior, situada na base do pedículo, e pode apresentar uma fóvea costal inferior. 
Vertebras coccígeas 
São as mais variáveis em numero comparativamente com outros animais. Reduzem gradualmente o tamanho à medica que se localizam mais caudalmente. Constituídas somente pelos corpos, com exceção das primeiras. Geralmente a ultima vértebra apresenta uma extremidade pontiaguda. 
Esterno 
O esterno é uma placa óssea mediana na face anterior do tórax. Permite a inserção anterior às costelas das cartilagens costais, conferindo uma flexibilidade que resulta em alterações dimensionais do tórax, necessárias à respiração. Possui três partes: manúbrio, corpo e processo xifoide. O manúbrio constitui a parte superior do esterno e está unido ao corpo pelo angulo esternal, que é uma crista transversa saliente, que marca o ponto de junção do esterno com a segunda costela. As principais características são: 
· A incisura jugular, concava, na face superior do manúbrio 
· As incisuras claviculares, escavadas para receber a extremidade medial da clavícula 
· Incisuras na borda lateral para receber as cartilagens 
· As bordas laterias do corpo do esterno são identificadas para articulação com as cartilagens das 2ª e 7ª costelas 
· O processo xifoide é a parte mais inferior do esterno e não se liga às costelas
	
	
Esqueleto apendicular
 
Esqueleto
Axial
Crânio
Coluna vertebral
Apendicular
MS e MI
Caixa torácica
Cintura escapular e pélvica

Continue navegando