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Atividade de Classes sociais

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Atividade de Classes 
2. De que maneira o Toyotismo e o modelo flexível estão relacionados com a transformação de empregado em colaborador?
O Toyotismo também conhecido como acumulação flexível – é um modelo de produção industrial idealizado por Eiji Toyoda (1913-2013) e difundido pelo mundo a partir da década de 1970 após a sua aplicação pela fábrica da Toyota, empresa japonesa que se despontou como uma das maiores empresas do mundo na fabricação de veículos automotivos.
A característica principal desse modelo é a flexibilização da produção, ou seja, em oposição à premissa básica do sistema anterior — o fordismo, que defendia a máxima acumulação dos estoques —, o toyotismo preconiza a adequação da estocagem dos produtos conforme a demanda. Assim, quando a procura por uma determinada mercadoria é grande, a produção aumenta, mas quando essa procura é menor, a produção diminui proporcionalmente.
Podemos dizer que o Toyotismo surgiu no Japão em virtude das condições geográficas do país e das transformações históricas relacionadas ao término da Segunda Guerra Mundial. Assim, dispondo de um espaço geográfico reduzido e de um mercado consumidor menor do que o das potências ocidentais, o Japão não conseguia se adequar ao modelo fordista de produção em massa.
Ainda na década de 1950, Eiji Toyoda visitou algumas fábricas norte-americanas a fim de melhor conhecer os seus respectivos processos produtivos. Lá se deparou com empresas gigantescas que detinham grandes espaços para a estocagem de produtos industrializados. Ao fazer as suas constatações, Toyoda não tardou em perceber que o seu país, o Japão, vivendo um complicado período pós-guerra, não conseguiria se adequar àquele modelo industrial. Esse foi o início para que, mais tarde, ele viesse a idealizar um sistema em que a produção ocorresse de forma mais flexibilizada.
Mas além das condições geo-históricas, para o sistema toyotista existir também era necessário um avançado sistema tecnológico nos meios de transporte e comunicação, algo impensável nos tempos em que o fordismo havia sido idealizado. Isso porque a rapidez no deslocamento e no fluxo de mercadorias era uma das bases para que a produção flexibilizada fosse direcionada para o consumo sem atrasos.
Assim, uma das técnicas mais utilizadas por esse modelo industrial foi o Just in time, que significa “em cima da hora”, em tradução livre. Esse modelo funciona na combinação entre os sistemas de fornecimento de matérias-primas, de produção e de venda. Assim, apenas a matéria-prima necessária para a fabricação de uma quantidade predeterminada de mercadorias é utilizada, que deve ser realizada em um prazo já estabelecido, geralmente muito curto.
Com a adoção do just in time, as fábricas passaram a economizar dinheiro e espaço na estocagem de matérias-primas e mercadorias, além de agilizar a produção e a circulação. 
Outro ponto importante referente ao sistema toyotista é a diminuição da oferta de empregos, haja vista que o processo de trabalho também se flexibiliza e, ao longo do processo produtivo, um mesmo trabalhador realiza diversas funções, diferentemente do fordismo, em que o trabalho era mecânico e repetitivo. Isso serviu para ampliar o desemprego no setor secundário da economia (que é o setor das indústrias) e transferir a mão de obra para o setor terciário (o setor de serviços), onde os empregos se concentram mais na distribuição de mercadorias do que propriamente em sua produção.
O toyotismo, em linhas gerais, pode ser considerado como o sistema responsável pela terciarização da economia, algo que já ocorreu nos países desenvolvidos e que vem se acelerando também no mundo subdesenvolvido.
3. O conceito de classe em Marx é importante para pensar a atuação do movimento social. Porque?
Classe social é um conceito da Sociologia que se refere à divisão socioeconômica do mundo em um sistema capitalista. Há uma hierarquia de grupos sociais, as classes, que possuem diferentes importâncias e ocupam diferentes cargos dentro da divisão social do trabalho. Chamamos de estratificação social o fenômeno que permite essa divisão.
Temos, como exemplo, o faxineiro de uma indústria, o operário de uma indústria, o engenheiro de produção de uma indústria, o dono da indústria e o médico que pode cuidar da saúde de todas as pessoas descritas no exemplo. Essas pessoas têm diferentes níveis de instrução e diferentes tipos de trabalho, o que, na teoria das classes sociais, sob o viés capitalista de Durkheim, justifica o fato de cada um ter uma diferente posição hierárquica e uma diferente remuneração.
Obviamente, o faxineiro da indústria é o que ganharia menos no sistema por desenvolver um trabalho que requer pouca instrução. O operário ganharia um pouco mais, mas menos que o engenheiro e o médico, que têm formação superior e estão na categoria de prestadores de serviços. Já o dono da indústria seria o que possuiria maior remuneração, mesmo sem ter, muitas vezes, um nível de escolaridade compatível ou superior à escolaridade do engenheiro e do médico. Isso porque ele é o dono dos meios de produção e tem direito ao lucro obtido pela produção de sua indústria.
Para Marx, a Revolução Francesa e a Revolução Industrial são os momentos em que a burguesia revolucionária fez a mudança do paradigma social absolutista para o paradigma liberal capitalista. No entanto, essa burguesia classista se torna conservadora, ou seja, se esforça para conservar seus privilégios e faz surgir as novas consciências de classe entre os trabalhadores que passam a se organizar. O século XIX presencia a eclosão de inúmeras revoluções proletárias na Europa, e tal ímpeto classista revolucionário chega ao Brasil com os imigrantes na virada do século XIX para o XX.
Alguns exemplos de organizações classistas de trabalhadores no Brasil, no final do século XIX e por todo o século XX:
	Colônias anarquistas
	Greve geral de 1917
	Organizações operárias urbanas
	O partidão
	As Ligas Camponesas
Luta de classes é uma expressão que tem origem no trabalho do filósofo, economista, sociólogo, historiador, jornalista e revolucionário socialista alemão Karl Marx, frequentemente citada como uma característica de seu pensamento.
Marx busca com este termo definir o confronto entre duas classes distintas, a burguesia, e o proletariado, que atuariam como classes antagônicas em meio ao modo de produção capitalista. Pretendendo caracterizar não apenas uma visão econômica da história, mas também uma visão histórica da economia, a teoria marxista também procura explicar a evolução das relações econômicas nas sociedades humanas ao longo do processo histórico. O caráter antagônico das relações de produção e distribuição origina interesses contraditórios que se manifestam na luta de classes, quer entre as próprias classes dominantes, aristocracia e burguesia, quer entre estas classes e os produtores individuais ou os trabalhadores. Este antagonismo assume, por vezes, a forma de conflitos violentos.
Para Marx os trabalhadores estariam influenciados pela ideologia da classe dominante, ou seja, as ideias que eles têm do mundo e da sociedade seriam as mesmas ideias que a burguesia divulga. O capitalismo seria atingido por crises econômicas porque ele se tornou o impedimento para o desenvolvimento das forças produtivas. A sociedade ficaria cada vez mais inerte e decadente à medida que boa parte da população aplica seu trabalho em projeto de uns poucos empresários. A economia do futuro que associaria todos os homens e povos do planeta, só poderia ser uma produção controlada por todos os homens e povos. Desse modo à medida que as mais distantes partes do mundo vão interagindo, o mundo se unifica cada vez mais economicamente, e mais ele necessita de um modelo como o socialismo, que tem por objetivo teórico prover benefícios a todos.
Não basta existir uma crise econômica para que haja uma revolução. O que é decisivo são as ações das classes sociais que em todas as sociedades em que a propriedade é privada existem lutas de classes senhores contra escravos, nobres feudaisem oposição a servos, burgueses em face de proletariados. A luta do proletariado do capitalismo não deveria se limitar à luta dos sindicatos por melhores salários e condições de vida. Ela deveria também ser a luta ideológica para que o socialismo fosse conhecido pelos trabalhadores e assumido como luta política pela tomada do poder. Neste campo, o proletariado deveria contar com uma arma fundamental, o partido político, o partido político revolucionário que tivesse uma estrutura democrática e que buscasse educar os trabalhadores e levá-los a se organizar para tomar o poder por meio de uma revolução socialista.
Os movimentos sociais são fenômenos históricos, resultado de lutas sociais que vão transformando e introduzindo mudanças estruturais nas sociedades. Segundo, que os movimentos sociais passam por etapas diferentes, conforme as sociedades vão mudando.
Se fizermos um recorte de tempo, da metade do século XX para cá, podemos dizer que os anos 60 foram um momento marcante no debate sobre os movimentos sociais numa esfera mundial. Diferentemente dos movimentos clássicos, que se caracterizaram por lutas de classes, por exemplo a classe operária versus a burguesia que detinha os meios de produção, conforme indicaram as análises marxistas, a ênfase dos movimentos sociais a partir da 2ª metade do século XX se voltam aos aspectos coletivos e problemas interseccionais relacionados à esfera pública em seu conjunto: pobreza, discriminações, questões de gênero e sexualidades, raciais, contra as guerras etc.
A explosão da globalização, o crescimento das cidades, uma mudança considerável na democracia vinculada à crise do modelo de Estado de Bem-Estar social como formas de governo vão abrindo espaço para a insurgência de uma “nova” sociedade civil que já não dependia tanto das instituições para se organizar. Na Latino América, ditaduras fizeram emergir grupos sociais organizados e ações coletivas consistentes que lutaram contra os regimes de exceção.
Assim, não seria equivocado vincular o protagonismo dos movimentos sociais ao longo do século XX com a expansão da democracia em muitos países da Latino América e do mundo. A título de exemplo, podemos citar o famoso Maio Francês de 1968, onde o movimento estudantil lutou fortemente contra o Estado por reformas na educação e conseguiu uma forte adesão de outros setores da sociedade que se juntaram aos protestos: movimento de mulheres, de trabalhadores, bases sindicais. Também o movimento feminista elencou lutas importantes ao longo do século XX e foi se expandindo em âmbito mundial. 
Como mencionei, essa nova roupagem dos movimentos sociais já não vinculada a uma classe social específica foi batizada de “novos” movimentos sociais: estudantil, feminista, ambientalista. 
Essa denominação coloca em evidência a diferença entre os movimentos clássicos e novos, já que as lutas pautadas, as formas de protesto e as ações coletivas também foram mudando. Os sujeitos coletivos, os ativistas dos movimentos sociais também eram outros. Nos anos 70 e 80 houve um crescimento exponencial de movimentos sociais numa esfera global, principalmente lutando pelas liberdades democráticas e pelos direitos humanos.
4. Como emerge a consciênciade classe ?
 O reconhecimento de que pertence a uma classe de explorados Marx denominou de consciência de classe. Essa envolve dois tipos ou estados de consciência: “a consciência de si” e a “consciência para si”. Ou ainda, “classe em si” e “classe para si”.
A consciência de si é o reconhecimento de sua classe enquanto grupo subjugado no contexto do sistema capitalista. A classe é antes de tudo, um “ser” social e para se constituir como tal precisa da consciência de si mesma, reconhecendo suas potencialidades e fragilidades enquanto grupo social. A consciência de si é o estado de rompimento com a visão fatalista de mundo, a ruptura com o estado de alienação e o desenvolvimento de consciência dos sentimentos e sofrimentos alheios, identificando-se com outros sujeitos em mesma situação. Em outros termos, é a consciência que passa a ser capaz de apreender a realidade que cerca o sujeito. Esse sentimento abre espaço para emergência de uma consciência de classe “para si”.
A consciência para si envolve a percepção de que a organização enquanto classe unida é a chave para a ação política em direção à transformação do estado das coisas, do status quo. É importante mencionar que o grau de consciência de classe em si e para si possuem diferentes intensidades, mas sem consciência de classe em si não é possível, segundo Marx, a produção de uma consciência para si. Ambas as consciências compõem, como denomina a teoria marxiana, a consciência de classe.
Consciência de classe é um termo usado nas ciências sociais e na teoria política, especialmente no âmbito do marxismo, para designar as crenças e atitudes de uma pessoa a respeito de sua classe social ou condição econômica, inclusive quanto aos interesses e à estrutura de sua classesocial.
Marx dizia que a consciência de classe seria o método pelo qual o proletário se libertaria de sua classe social, já que segundo Marx o capitalismo impõe desigualdes, mantendo a dominação e exploração por meio das classes sociais, onde as classes mais altas controlam os poderes políticos e econômicos se mantendo na hegemonia e se alimentando das desigualdades para aumentar o lucro.
5. Quais as formas de ampliação dos modos de extração do sobretrabalho apresentadas pelo autor? Como elas se configuram?
6. Qual o desenho da nova morfologia do trabalho?
Nessa nova empresa liofilizada era necessário um novo tipo de trabalho que atualmente os capitais denominam, de modo mistificado, como “colaboradores”. Quais são os contornos desse “novo tipo de trabalho”? 
Ele deve ser mais “polivalente”, “multifuncional”, algo diverso do trabalho que se desenvolveu na empresa taylorista e fordista. O trabalho que cada vez mais as empresas buscam não é aquele fundamentado na especialização taylorista e fordista, mas o que floresceu na fase da “desespecialização multifuncional”, do “trabalho multifuncional”, que em verdade expressa a enorme intensificação dos ritmos, tempos e processos de trabalho. E isso ocorre tanto no mundo industrial, quanto nos serviços, para não falar do agronegócio, soterrando a tradicional divisão entre setores agrícola, industrial e de serviços.
Os serviços públicos, como saúde, energia, educação, telecomunicações, previdência, etc., também experimentaram, como não poderia deixar de ser, um significativo processo de reestruturação, subordinando-se à máxima da mercadorização, que vem afetando fortemente os trabalhadores do setor estatal e público. Tornaram-se importantes empresas privadas geradoras de valor.
O resultado parece evidente: intensificam-se as formas de extração de trabalho, ampliam-se as terceirizações, as noções de tempo e de espaço também foram metamorfoseadas e tudo isso muda muito o modo do capital produzir as mercadorias, sejam elas materiais ou imateriais, corpóreas ou simbólicas. Onde havia uma empresa concentrada pode-se substituí-la por várias pequenas unidades interligadas pela rede, com número muito mais reduzido de trabalhadores e produzindo muitas vezes mais. Afloram o trabalho da telemática, o trabalho conectado em rede, o trabalho em casa, etc., com as mais distintas formas de precarização. As repercussões no plano organizativo, valorativo, subjetivo e ideo-político do mundo do trabalho são por demais evidentes, como indicaremos adiante.
O trabalho estável torna-se, então, quase virtual, uma vez que estamos vivenciando a erosão e mesmo corrosão do trabalho contratado e regulamentado, dominante no século XX e vendo sua substituição pelo trabalho terceirizado, flexibilizado, pelas formas de trabalho part time, pelo “empreendedorismo”, “cooperativismo”, “trabalho voluntário”, “terceiro setor”, expressões cada vez mais frequentes do que poderia ser denominado, anteriormente, como trabalho atípico (Vasapollo, 2005).
O exemplo das cooperativas talvez seja ainda mais eloquente, uma vez que,em sua origem, elas nasceram como instrumentos de luta operária contra o desemprego e o despotismo do trabalho. Hoje, contrariamente, os capitais vêm criando falsas cooperativas, como forma de precarizar ainda mais os direitos do trabalho. As “cooperativas” criadas pelas empresas têm, então, sentido contrário ao projeto original das cooperativas de trabalhadores, uma vez que são verdadeiros empreendimentos patronais para destruir direitos e aumentar as condições de precarização da classe trabalhadora. Similar é o caso do empreendedorismo, que cada vez mais se configura como assemelhado a uma forma oculta de trabalho assalariado e que permite a proliferação, neste cenário aberto pelo neoliberalismo e pela reestruturação produtiva, das mais distintas formas de flexibilização salarial, de horário, funcional ou organizativa.

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