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COLOQUE A CAPA AQUI www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad APRESENTAÇÃO Caro(a) Aluno(a), A preparação para concursos públicos exige profissionalismo, métrica e inteligência. Cada minuto despendido deve ser bem gasto! Por isso, uma preparação direcionada, focada nos pontos com maior probabilidade de cobrança no seu certame, pode representar a diferença entre aprovação e reprovação. Ciente disso, a Ad Verum Suporte Educacional, empresa do Grupo CERS ONLINE, concebeu o curso INTELIGÊNCIA PDF – Promotor de Justiça, que tem por premissa fundamental “atacar” os pontos nucleares de cada matéria, com vistas a antecipação dos temas com maiores chances de cobrança em sua prova. Fazer isso não é tarefa fácil! É necessário um árduo esforço de pesquisa, levando-se em consideração fatores como banca examinadora e respectivos membros (sempre que possível), retrospecto do concurso, recorrência temática dentro de cada disciplina, importância de cada tema, momento da segurança pública do país, dentre tantos outros, aliados a experiência de Professores de projeção nacional, com larguíssima experiência na análise do perfil dos mais diferentes certames. Para tornar tudo isso uma realidade, a Ad Verum investiu muito em seu Método de Aceleração de Aprendizagem (MAVAA). Hoje, contamos com um SETOR DE INTELIGÊNCIA, responsável por ampla coleta de dados e informações das mais diferentes fontes relacionadas ao universo de cada concurso e/ou exame profissional, de modo a, partir do processamento dos dados coletados, oferecer aos seus alunos uma experiência diferenciada quando comparada a tudo que ele conhece em matéria de preparação para carreiras públicas. Racionalizar o estudo do aluno é mais que um objetivo para Ad Verum, trata-se de uma obsessão. Estude inteligente, estude Ad Verum! Francisco Penante CEO Ad Verum Suporte Educacional www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad SUMÁRIO 1. ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA ELEITORAL ................................................. 1 1.1. INTRODUÇÃO E PRINCÍPIOS DO DIREITO ELEITORAL ..................... 1 1.2. ASPECTOS GERAIS ............................................................................... 2 1.3. COMPOSIÇÃO ........................................................................................ 2 1.4. COMPETÊNCIAS .................................................................................... 3 1.5. ORGANIZAÇÃO E ATRIBUIÇÕES DO MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL .................................................................................................... 4 2. LEI DOS PARTIDOS POLÍTICOS ................................................................. 7 2.1. CRIAÇÃO E REGISTRO DOS PARTIDOS POLÍTICOS .......................... 7 2.2. ESTATUTO DE PROGRAMA PARTIDÁRIO ........................................... 7 2.3. FILIAÇÃO PARTIDÁRIA E DA FIDELIDADE E DISCIPLINA PARTIDÁRIAS ................................................................................................ 8 2.4. FUSÃO, INCORPORAÇÃO E EXTINÇÃO DE PARTIDOS POLÍTICOS . 9 2.5. DO ACESSO GRATUITO AO RÁDIO E À TELEVISÃO .......................... 9 2.6. DAS FINANÇAS E DA CONTABILIDADE DOS PARTIDOS POLÍTICOS ...................................................................................................................... 10 2.7. DO FUNDO PARTIDÁRIO ..................................................................... 12 3. LEI DAS ELEIÇÕES .................................................................................... 15 3.1. SISTEMAS ELEITORAIS ....................................................................... 15 3.2. PARTIDOS E COLIGAÇÕES ................................................................. 16 3.3. CONVENÇÕES PARTIDÁRIAS ............................................................. 16 3.4. REGISTRO DE CANDIDATOS .............................................................. 17 3.5. ARRECADAÇÃO E APLICAÇÃO DOS RECURSOS NAS CAMPANHAS ELEITORAIS ................................................................................................. 19 3.6. DA PRESTAÇÃO DE CONTAS ............................................................. 20 3.7. DAS PESQUISAS E TESTES PRÉ-ELEITORAIS. ................................ 21 3.8. DA PROPAGANDA ELEITORAL ........................................................... 22 3.9. DO SISTEMA ELETRÓNICO DE VOTAÇÃO ........................................ 23 3.10. DA FISCALIZAÇÃO DA ELEIÇÕES .................................................... 24 3.11. DAS CONDUTAS VEDADAS AOS AGENTES PÚBLICOS EM CAMPANHAS ELEITORAIS ......................................................................... 24 3.12. DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS ......................................... 25 4. LEI DAS INELEGIBILIDADES .................................................................... 26 5. AÇÕES E RECURSOS ELEITORAIS......................................................... 30 5.1. AÇÕES ELEITORAIS ............................................................................ 30 www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad 5.2. RECURSOS NA JUSTIÇA ELEITORAL ................................................ 33 6. CRIMES NO CÓDIGO ELEITORAL ........................................................... 35 7. PRECEDENTES RELEVANTES EM DIREITO ELEITORAL ..................... 39 www.adverum.com.br 1 Grupo CERS ONLINE 1. ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA ELEITORAL 1.1. INTRODUÇÃO E PRINCÍPIOS DO DIREITO ELEITORAL O Direito Eleitoral é um ramo do direito público que possui princípios e fontes do direito específicos. Esta matéria busca disciplinar o processo eleitoral como um todo: desde o surgimento da capacidade eleitoral ativa com a cidade até a diplomação dos eleitos em processo eletivo regular. Isto entendido, é necessário, de maneira introdutória, conhecer os direitos políticos e a regulação partidária, ambos dispostos na Constituição Federal, os quais norteiam os demais diplomas eleitorais. Assim, como ponto de partida dos nossos estudos, vamos analisar as fontes e os princípios do direito eleitoral. Por definição as fontes do direito são pontos originários da norma jurídica. Nessa toada, o conceito genérico pode ser dividido em espécies, as quais pontuaremos abaixo: a) fonte direita ou indireta: fonte direta é aquela que trata diretamente do Direito Eleitoral; já as indiretas abordam a matéria eleitoral de maneira secundária. São exemplos de fonte direta: a Constituição Federal, o Código Eleitoral, a lei das Inelegibilidades, A lei das eleições, as resoluções do TSE, entre outras. c) fontes primárias ou secundárias: fontes primárias são as que derivam do exercício do Poder Legislativo previsto na CF ou do próprio Poder Constituinte Originária, enquanto que as secundárias são subservientes as fontes primárias, destas derivam. São exemplos de fontes primárias as Leis Ordinárias, já como fontes secundárias temos as Resoluções do TSE. É importante atentar, neste ponto, que Medidas Provisórias do Chefe do Poder executivos não poderão tratar sobre Direito Eleitoral (art. 62, CF) No que tange aos Princípios, podemos pontuar os seguintes princípios norteadores do Direito Eleitoral: A) Princípio Da Anualidade Eleitoral: previsto no art. 16 da CF, foi reconhecido como cláusula pétrea, no julgamento do RE 633.703 de 2011 pelo STF, e dispõe que “a lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até 1 (um) ano da data de sua vigência.” B) Princípio Do Aproveitamento Do Voto: este princípio impõe que os julgamentos da Justiça Eleitoral favoreçam a preservação da soberania popular. C) Princípio DaLisura Das Eleições: nada mais é que o princípio da moralidade aplicado ao processo eleitoral, por este, orienta-se os sujeitos envolvidos no processo eleitoral à conduta proba. D) Princípio Da Preclusão Instantânea: este princípio encontra aplicação quando da identificação do eleitor, essa deverá ser impugnada no momento do voto ou do alistamento eleitoral; ocorrendo preclusão instantânea da impugnação no caso contrário. www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 2 1.2. ASPECTOS GERAIS A justiça eleitoral, no que toca às competências jurisdicionais, compõe-se dos seguintes órgãos: Tribunal Superior Eleitoral, Tribunais Regionais Eleitorais, Juízes e Juntas eleitorais, conforme o art. 118, CF. Analisaremos a seguir alguns aspectos relacionados às suas respectivas competências e composição, temas reiteradamente cobrados em provas. Vejamos. Primeiramente, é necessário pontuar que a justiça eleitoral não apresenta quadro próprio de magistrados. Por esse motivo, os juízes e desembargadores eleitorais são originários de outros Tribunais e exercem a judicatura eleitoral por 1 biênio ou até 2 biênios consecutivos, prazo este que não será interrompido por licenças, férias ou afastamentos. Todavia há uma exceção cobrada em provas: o cômputo do biênio será interrompido, quando o juiz ou desembargador eleitoral for cônjuge, companheiro, parente ou afim, colateral até o 2° grau de candidato a cargo eletivo na circunscrição; a interrupção, nestes casos, dar-se-á desde a homologação da convenção até a diplomação dos eleitos. 1.3. COMPOSIÇÃO O TSE é o órgão superior da Justiça Eleitoral, compondo-se de, no mínimo, 7 membros, segundo a CF: 3 Ministros do STF, 2 Ministros do STJ e 2 juízes da “classe de advogados”. Destes, entre os Ministros do STF será escolhido o Presidente e o Vice-Presidente do TSE; e entre os Ministros do STJ será escolhido o Corregedor Geral Eleitoral. Porém, o que são “Juízes da classe de advogados”? É uma classe existente unicamente na justiça eleitoral e, por isso, merece especial atenção do candidato. Os juízes da classe de advogados serão advogados indicados pelo STF, quando forem compor o TSE, ou pelo Tribunal de Justiça do Estado, quando forem constituir o respectivo TRE; nomeados, em ambos os casos, pelo Presidente da República, para compor o Tribunal Superior Eleitoral ou o Tribunal Regional Eleitoral. Os advogados são indicados por meio de 2 listas tríplices, formadas pelo STF ou pelo TJ, as quais são encaminhadas ao Presidente da República para nomeação. Destes advogados, a jurisprudência do TSE tem exigido o mínimo de 10 anos de experiência jurídica; já o Código Eleitoral aduz às hipóteses de impedimento para nomeação: estar no exercício de cargo em comissão ou mandato político ou ser proprietário ou sócio de empresa que receba benefício público. O TRE, por seu turno, tem sede nas capitais dos estados e no DF; compõe-se de 7 membros, segundo a CF: 2 Desembargadores do TJ, 2 Juízes do TJ, 2 juízes da classe de advogados e 1 juiz ou desembargador pertencente ao TRF respectivo. Destes, entre os Desembargadores do TJ serão escolhidos o Presidente e o Vice-Presidente do Tribunal; e, dentre os demais membros, o Corregedor Regional Eleitoral. As juntas eleitorais, em outro giro, são compostas por 1 juiz, não necessariamente eleitoral, e 2 ou 4 cidadãos de notória idoneidade. Neste tema, www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 3 recomendamos a leitura atenta dos arts. 36 a 41 do Código Eleitoral, dentre os quais destacamos os seguintes aspectos: os membros da juntas eleitorais serão nomeados pelo Presidente do TRE, após a aprovação do Tribunal, nos 60 dias anteriores às eleições; o mesmo aplica-se à escolha da sede destes órgãos; bem como, às hipóteses de impedimento de atuação na junta, constantes no parágrafo 3° do art. 36, Código Eleitoral. Quanto ao último ponto, é importante que o(a) Futuro(a) Promotor(a) de Justiça compare as hipóteses de impedimento à participação nas juntas com os casos de vedação a participação dos eleitores nas mesas eleitorais (art. 120, parágrafo 1°, Código Eleitoral). No que tange às competências destes órgãos elas estão explicitadas nos arts. 22 e seguintes do Código Eleitoral. Recomendamos que o candidato leia os artigos indicados, abaixo faremos os destaques das competências repetidamente exigidas em prova e de alguns dispositivos, cuja leitura requer a adequação ao texto constitucional. 1.4. COMPETÊNCIAS Ao TSE, primeiramente, compete processar e julgar originariamente: o registro e a cassação de registro de partidos políticos, dos seus Diretórios Nacionais e de candidatos à Presidência e Vice-Presidência da República; os pedidos de desaforamento dos feitos não decididos nos Tribunais Regionais dentro de trinta dias da conclusão ao Relator, formulados por partido, candidato, Ministério Público ou parte legitimamente interessada. Acrescem-se a estas as seguintes competências privativas: aprovar a divisão dos Estados em Zonas Eleitorais ou a criação de novas Zonas; responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas em tese por autoridade com jurisdição federal ou órgão nacional de partido política. É importante atentar também que o TSE possui competência para o julgamento de recursos das decisões oriundas do TRE. A decisão exarada deste julgamento tem, em regra, caráter irrecorrível. O estudo dos recursos na seara eleitoral será feito em momento especifico. No rol de competências do Tribunal Superior Eleitoral é necessária a leitura atualizada do art. 22, I, “d” e “e”, do Código Eleitoral, desta maneira, deve- se entender que o julgamento dos Ministros do TSE por crimes eleitorais ou comuns que lhe forem conexos será feito pelo STF; enquanto que o julgamento dos Desembargadores do TRE pelos mesmos crimes será realizado pelo STJ, tal conclusão deriva dos artigos art. 102, I, c e art. 105, I, a, da CF/88. Outrossim, compete ao TRE processar e julgar originariamente o registro e o cancelamento do registro dos Diretórios Estaduais e Municipais de partidos políticos, bem como de candidatos a Governador, Vice-Governadores, e membro do Congresso Nacional e das Assembleias Legislativas; os crimes eleitorais cometidos pelos Juízes Eleitorais; os pedidos de desaforamento dos feitos não decididos pelos Juízes Eleitorais em trinta dias da sua conclusão para julgamento, formulados por partido, candidato, Ministério Público ou parte legitimamente interessada, sem prejuízo das sanções decorrentes do excesso www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 4 de prazo. Ademais, compete-lhe privativamente: constituir as Juntas Eleitorais e designar a respectiva sede e jurisdição; dividir a respectiva circunscrição em Zonas Eleitorais, submetendo esta divisão, assim como a criação de novas Zonas, à aprovação do Tribunal Superior. No que tange aos juízes eleitorais, compete-lhes: dividir a Zona em Seções Eleitorais; ordenar o registro e cassação do registro dos candidatos aos cargos eletivos municipais e comunicá-los ao Tribunal Regional; designar, até 60 (sessenta) dias antes das eleições os locais das Seções; nomear, 60 (sessenta) dias antes da eleição, em audiência pública os membros das Mesas Receptoras; etc. Já quanto às Juntas Eleitorais, em síntese, suas competências estão relacionadas à apuração da votação, à resolução das impugnações à apuração dos votos; e à expedição do diploma aos eleitos para cargos municipais. 1.5. ORGANIZAÇÃO E ATRIBUIÇÕES DO MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL O Ministério Público Eleitoral integra o Ministério Público Da União, todavia, diferente dos demais órgãos do MPU, o Ministério Público Eleitoral não possui um quadro próprio de membros. Analisaremos agora sua peculiar organização.O Ministério Público Eleitoral tem como Procurador Geral Eleitoral o chefe do Ministério Público da União, ou seja, o Procurador Geral da República exerce concomitante ambas funções. Já os chefes dos Ministérios Públicos Eleitorais com sede nos Estados têm como chefe um integrante do MPF do respectivo Estado. Atenção! Repetiremos: o chefe do Ministério Público Eleitoral dos Estados será um membro do Ministério Público Federal designado pelo Procurador Geral da República. Todavia, esta regra não vale para o Distrito Federal, lá o responsável pelo Ministério Público Eleitoral é o Procurador Geral de Justiça do DF. Os Promotores eleitorais, por sua vez, são membros do Ministério Público Estadual, indicados pelo Procurador Geral de Justiça do Estado e designados pelo Procurador Regional Eleitoral. Entre as competências elencadas no art. 24, atribuídas ao Procurador Geral Eleitoral, destacamos às seguintes: oficiar em todos os recursos encaminhados ao Tribunal; manifestar-se, por escrito ou oralmente, em todos os assuntos submetidos à deliberação do Tribunal, quando solicitada sua audiência por qualquer dos Juízes, ou por iniciativa sua, se entender necessário; acompanhar, quando solicitado, o Corregedor-Geral, pessoalmente ou por intermédio de Procurador que designe, nas diligências a serem realizadas e expedir instruções aos órgãos do Ministério Público junto aos Tribunais Regionais. www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 5 Ademais, destacamos também o seguinte julgado do TSE no tema: Ac.- TSE, de 25.3.2014, no RO 172008: “O Ministério Público Eleitoral não possui interesse processual para recorrer de decisão proferida em conformidade com o parecer por ele ofertado nos autos”. V MPE-RR | 2017 | CESPE: O MP eleitoral tem legitimidade para recorrer de decisão que julgue o pedido de registro de candidatura, mesmo que não tenha apresentado impugnação anterior. QUESTÃO INÉDITA Assinale a alternativa incorreta: a) Em se tratando de disputa de competência para o julgamento de crime eleitoral praticado na divisa de dois municípios, pertencentes a diferentes circunscrições eleitorais, o conflito de jurisdição será processado e julgado originariamente pelo TSE. b) conforme a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, dada a necessidade de resguardar a segurança jurídica, as decisões do Tribunal Superior Eleitoral que, no curso de pleito eleitoral, impliquem mudança de jurisprudência não terão aplicabilidade imediata ao caso concreto, de modo que somente terão eficácia sobre outros casos, no pleito eleitoral subsequente. c) Compõem-se o TSE de dois juízes nomeados pelo presidente da República, escolhidos entre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral indicados pelo próprio tribunal. d) Os Procuradores Regionais Eleitorais são, em regra, Membros do MPF indicados pelo Procurador Geral Eleitoral. e) De acordo com a Constituição Federal o TSE terá no mínimo sete membros. Comentário: A assertiva da letra “C” está errada, pois os juízes da classe de advogados serão escolhidos dentre os advogados indicados pelo Supremo Tribunal Federal, de acordo com o art. 16, II, do Código Eleitoral. A letra “A” pela leitura do art. 22, I, b, CE. A letra “B” é a aplicabilidade do princípio da anualidade do direito eleitoral. A afirmativa “D” está correta, pois essa é regra trazida pelo art. 27, CE, cuja exceção encontra-se no § 1º. Por fim, a assertiva “E” é a literalidade do art. 119, caput, CF. www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 6 Organização da Justiça Eleitoral TSE TRE Juntas Eleitorais 3 ministros do STF 2 desembargadores do TJ 1 juiz, não necessariamente eleitoral 2 ministros do STJ 2 juízes estaduais 2 OU 4 cidadãos de notória idoneidade. 2 juízes da classe de advogados 1 desembargador ou juiz do TRF X X 2 juízes da classe de advogados X Tempo de exercício: 1 biênio e nunca por mais de 2 biênios consecutivos Juízes da Classe de Advogados. Impedimentos ao exercício do Cargo. Ocupante de cargo público demissível ad nuttum. Diretor, proprietário ou sócio de empresa beneficiada com subvenção, privilégio, isenção ou favor em virtude de contrato com a administração pública Exerça mandato de caráter político, federal, estadual ou municipal Organização do Ministério Público Eleitoral Procurador Geral Eleitoral Procurador Regional Eleitoral Promotores Eleitorais Será o Procurador Regional da República Será o membro do MPF estadual indicado pelo PGR Exceção: no DF, a função será exercida pelo PGJ Será um membro do Ministério Público Estadual, indicado pelo PGJ e designado pelo Procurador Regional Eleitoral. TSE TRE Juntas Eleitorais Procurador Geral eleitoral Competências Art. 22 e 23, CE Art. 29 e 30, CE Art. 40, CE Art. 24, CE www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 7 2. LEI DOS PARTIDOS POLÍTICOS 2.1. CRIAÇÃO E REGISTRO DOS PARTIDOS POLÍTICOS Em síntese, o registro de um Partido Político dar-se-á em 4 fases: i) fundação e registro civil; ii) busca pelo apoio mínimo e escolha dos dirigente e órgãos definitivos; e, por fim, iii) registro no TSE. A partir de agora analisaremos os requisitos de preenchimento destas etapas. A fundação do partido político dá-se a partir do requerimento do registro do partido ao Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas, necessariamente, no Distrito Federal. Os requisitos formais do sobredito requerimento incluem sua subscrição por 101 fundadores, não filiados a outros partidos, distribuídos por 1/3 dos estados da federação; a indicação da sede do partido no Distrito Federal; a referência ao nome e à função dos Dirigente Provisórios; e exemplares do Diário Oficial que publicou, no seu inteiro teor, o programa e o estatuto partidários. Uma vez deferido o registro civil, o partido adquire personalidade jurídica. V MPE-PE | 2014 | FCC: É vedado aos partidos políticos adotar uniforme para seus membros Após o requerimento do registro civil, o partido político deverá buscar o Apoio Mínimo do eleitorado para poder solicitar o seu registro no TSE. Os requisitos para verificação do apoio mínimo são: obtenção de 0,5% dos votos válidos nas eleições para a Câmara dos Deputados, divididos por 1/3 dos estados, com pelo menos 0,1% do eleitorado destes. Antes da reforma eleitoral, os partidos poderiam buscar esse apoio mínimo por tempo indeterminado, todavia, com a mudança, existe agora um limite temporal de 2 anos para obtenção desse apoio. Uma vez verificado o apoio mínimo e constituídos os Dirigentes e Órgãos definitivos do partido, este poderá solicitar seu registro no TSE. Protocolado o pedido de registro no Tribunal Superior Eleitoral, no prazo de quarenta e oito horas, este é distribuído a um Relator, que, após ouvir a Procuradoria Geral Eleitoral determinará as diligências necessárias, e julgará o pedido em 30 dias. É importante ressaltar que todas as alterações estatutárias ou programáticas por que passar o partido deverão ser levadas a registro, tanto no Registro Civil, quanto no Tribunal Superior Eleitoral. 2.2. ESTATUTO DE PROGRAMA PARTIDÁRIO O estatuto partidário é o instrumento que regula internamente o partido: indica a duração de seus mandatos diretivos internos; determina os critérios de distribuição do fundo partidário entre os órgãos nacional, estadual e municipal do partido; bem como elucida os direitos e obrigações dos filiados, quanto a estes, deve-se respeitar a eficácia horizontal dos direito fundamentais, sendo vedado, portanto, a distinção de direitos e deveres entre filiados. Já o programa www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 8 partidário, por outrolado, abordará os objetivos políticos do partido. O futuro Promotor de Justiça deve conhecer a distinção destes conceitos, pois esta já foi objeto de pergunta em concursos. Atente-se! O estatuto partidário elencará regras relativas às obrigações partidárias entre seus órgãos internos em nível nacional, estadual e municipal, todavia, é a Lei dos Partidos Políticos (Lei 9.096/95) que estabelece os moldes da responsabilização dos órgãos partidários, em seu art. 15-A. 2.3. FILIAÇÃO PARTIDÁRIA E DA FIDELIDADE E DISCIPLINA PARTIDÁRIAS A filiação partidária é o liame jurídico que cria um vínculo entre uma pessoa física e a organização partidária. Desta pessoa física, por sua vez, a lei exige que esteja no “pleno gozo” de seus direitos políticos. Quanto a essa exigência deve-se ter atenção à distinção entre a literalidade da lei, acima destacada, e a jurisprudência do TSE. Essa última tem admitido que pessoas alistáveis, mas inelegíveis continuem filiadas aos partidos que já pertencerem, quando da inelegibilidade; todavia, isso não se aplicará aos inelegíveis pela prática de ato de improbidade contra a Administração Pública (TSE, Ac. 23351/2004; e Ac. 23.9.2004 no REsp 23.351). Ademais, observe a assertiva que a banca examinadora CESPE considerou errada no concurso do TRE-PI para o Cargo de Analista Judiciário: A restrição dos direitos políticos decorrente da declaração de inelegibilidade não fundada em improbidade impede a filiação partidária, segundo entendimento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Uma vez filiado a partido, o eleitor ainda não estará pronto para candidatar-se à cargo eletivo, pois a lei exige o mínimo de 6 meses de domicílio no local em que pretender concorrer até o dia das eleições e também o mínimo de 6 meses de filiação partidária. A desfiliação do partido, por seu turno, poderá dar-se automaticamente ou por requerimento. As hipóteses de desfiliação automática estão dispostas no art. 22, da lei 9.096/95, entre elas destacamos: a filiação a outro partido, comunicada ao juiz eleitoral; e as formas dispostas no estatuto, desde que o eleitor seja comunicado da exclusão em 48 horas. É importante destacar aqui que caso o eleitor esteja filiado a dois partidos simultaneamente, será considerada, tão somente, a filiação mais recente, tal determinação foi trazida pela Reforma Eleitoral de 2013 (lei 12.891/23). Já a desfiliação há requerimento dar-se-á a partir da comunicação do pedido de exclusão ao juiz eleitoral e ao direito municipal do partido; apenas 48 horas depois destas comunicações o eleitor será considerado desfiliado. Ademais, caso o filiado ocupe mandato eletivo quando da desfiliação, em regra, ele perderá o mandato eletivo. Isso não se opera em 2 casos: i) quando o filiado foi eleito pelo princípio majoritário, esse entendimento foi exarado pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento da ADI 5081 em 27 de maio de 2015; e ii) quando for verificada justa causa para desfiliação, cujas hipóteses estão elencadas no art. 22-A da lei 9.096/95. www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 9 2.4. FUSÃO, INCORPORAÇÃO E EXTINÇÃO DE PARTIDOS POLÍTICOS A fusão de partidos é distinta da incorporação, a primeira dá-se com a união entre dois partidos formando um novo partido; já a segunda opera-se quando um partido dissolve-se em outro pré-existente, sem o surgimento de outro partido, mas sim com o aumento de filiados do partido incorporador. Entendido isto, outra diferença está nos efeitos das duas operações: enquanto na fusão os partidos reunir-se-ão para elaboração de um programa e estatutos comuns, bem como para escolha, por maioria absoluta, dos membros do órgão de direção nacional; na incorporação, o partido a ser incorporado irá reunir seus filiados para deliberar sobre a adoção ou não do estatuto e programa do partido incorporador; além de, posteriormente, escolher, junto a este, novos membro para o órgão de direção nacional. A minirreforma eleitoral de 2015 (lei 13.107/15) trouxe novas determinações sobre a matéria, cujos destaques elencamos: i) os partidos que pretenderem efetuar uma fusão ou uma incorporação deverão ter no mínimo 5 anos de registro definitivo no Tribunal Superior Eleitoral, tal regra evita que partidos recém-criados sejam logo incorporados por partidos mais tradicionais; ii) Havendo fusão ou incorporação, devem ser somados exclusivamente os votos dos partidos fundidos ou incorporados obtidos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados, para efeito da distribuição dos recursos do Fundo Partidário e do acesso gratuito ao rádio e à televisão, é a literalidade do art. 29, § 9º, da Lei dos Partidos Políticos. A extinção dos partidos, por sua vez, dá-se em 3 hipóteses: i) pela operação de fusão ou de incorporação acima tratada; ii) por decisão do partido; e iii) por decisão do Tribunal Superior Eleitoral, quando o órgão de direção nacional do partido estiver subordinado a entidade ou governo estrangeiros ou receber recursos financeiros de procedência estrangeira, ainda quando o órgão nacional não prestar as devidas contas ao TSE, as demais possibilidades estão nos incisos do art. 28 da Lei 9.096/65. 2.5. DO ACESSO GRATUITO AO RÁDIO E À TELEVISÃO A propaganda política é gênero, cujas espécies podemos distinguir: i) propaganda institucional; ii) propaganda intrapartidária; iii) propaganda eleitoral; e iv) propaganda partidária. É importante, nessa oportunidade, que o(a) Futuro(a) Promotor(a) de Justiça saiba diferenciar essas espécies. Tal compreensão é necessária para que depreenda as regras relativas a cada uma delas, sem necessidade de memorização, topicalizaremos os conceitos: a) propaganda institucional: é a desenvolvida pelo Governo Federal e voltada ao cidadão eleitor. Ela tratará, por exemplo, da conscientização do eleitorado sobre a importância dos direitos políticos, da promoção da participação feminina na política e de informações relativas b) propaganda intrapartidária: é propagada pelos partidos políticos e direcionada aos seus filiados, somente poderá ser veiculada na semana que antecede as convenções partidárias, não pode revestir caráter de propaganda www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 10 eleitoral antecipada, razão pela qual se limita à consulta de opinião dentro do partido, segundo a Resolução TSE nº 23. 086/2009 c) propaganda eleitoral: é a veiculada pelos candidatos à cargos eletivos e seus partidos com finalidade de angariar votos, a partir da divulgação de suas propostas de campanha. d) propaganda partidária: regulamentada pelos arts. 45 ao 49 da Lei 9.096/95, é veiculada pelos partidos políticos e destinada aos filiados e aos cidadãos, todavia, não poderá ter caráter eleitoral. Trataremos das especificações desta espécie de propaganda abaixo. V MPE-PE | 2014 | FCC: Na propaganda para eleição majoritária, a coligação partidária usará, obrigatoriamente, sob sua denominação, as legendas de todos os partidos que a integram, sob pena de multa e suspensão do horário eleitoral gratuito A propaganda partidária tinha como objetivos os elencados no art. 45, cujos destaques trazemos: transmitir mensagens aos filiados; divulgar a posição do partido em relação a temas político-comunitários; e promover e difundir a participação política feminina, dedicando às mulheres o tempo que será fixado pelo órgão nacional de direção partidária. Todavia, os arts. 45, 46, 47, 48 e 49 e o parágrafo único do art. 52 da Lei nº 9.096, de 19 de setembro de 1995 foram revogados pela lei 13.487/2017. V MPE-AC | 2014 | CESPE: É assegurada aos partidos políticos autonomia para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal. 2.6. DAS FINANÇAS E DA CONTABILIDADEDOS PARTIDOS POLÍTICOS Anualmente, até o dia 30 de abril, os partidos políticos devem enviar à justiça eleitoral o balanço contábil do exercício financeiro anterior: o órgão nacional do partido deverá enviar ao TSE, o estadual ao TRE respectivo e o municipal ao Juiz Eleitoral, sendo possível, a este último a declaração de “ausência de movimentação”, conforme o art. 32, § 4º, Lei 9.096/15. Para a regularidade desse balanço contábil o partido não poderá ter recebido recursos de fontes vedadas e deverá cumprir algumas exigências formais prévias. Quanto às fontes vedadas, elas estão elencadas no rol do art. 31, lei 9096/95, todavia é necessário que o(a) Futuro(a) Promotor(a) de Justiça conheça também o teor da decisão do Supremo Tribunal Federal no julgamento da ADIn 4.650: na oportunidade, a Corte declarou a inconstitucionalidade parcial sem redução de texto do referido art. 31, na parte em que autoriza, a contrario sensu, a realização de doações por pessoas jurídicas a partidos políticos, a decisão foi proferida com efeitos ex tunc e já se tornou aplicável desde às eleições de 2016. Ademais, os aspectos formais são, entre outros, a nomeação de um dirigente específico responsável pela movimentação dos recursos nas www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 11 campanhas e a preservação dos documentos relativos ao balanço contábil no mínimo 5 anos. O exame da referida escrituração contábil poderá ser solicitada por filiados e delegados de outros partidos políticos, pelo Procurador Geral ou Regional do Ministério Público Eleitoral e pela Corregedoria Eleitoral. Os legitimados terão 15 dias para examinar os documentos e 5 dias para impugnar o balanço contábil. Quando este exame for realizado pela Justiça Eleitoral, os Tribunais poderão requisitar técnicos do Tribunal de Contas da União ou dos Estados, pelo tempo que for necessário. V MPE-RR | 2017 | CESPE: Os partidos políticos não são obrigados a cumprir exigências licitatórias para contratar e realizar despesas com recursos do fundo partidário. Diante da denúncia de um dos legitimados acima, ou de ofício a Justiça Eleitoral, poderá proceder ao julgamento das contas partidárias atribuindo-lhes os seguintes termos: conta irregular, conta desaprovada ou conta não prestada. Trataremos das implicações da atribuição destes termos na tabela abaixo Finanças Partidárias Julgamento do Balanço Contábil Motivação Sanção Conta não- prestada X Suspensão do recebimento do fundo partidário até a prestação das contas. Conta irregular Fonte não mencionada Suspensão do fundo partidário até a menção Fonte vedada Suspensão do fundo partidário por até 1 ano Valor acima Suspensão do fundo partidário por até 2 anos, acrescida de uma multa de 100% sobre o valor que ultrapassou o limite permitido. Conta Reprovada A conta será reprovada quando descumpridas as exigências legais de maneira tal que comprometa a própria lisura do processo eleitoral. Devolução da doação irregular, acrescida de descontos do fundo partidário de 1 a 12 meses e multa de 20% sobre o valor recebido a mais. Atenção: os descontos do fundo partidário serão suspensão no 2° semestre do ano eleitoral. www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 12 Observação: A desaprovação da prestação de contas do partido não ensejará sanção alguma que o impeça de participar do pleito eleitoral. Observação: o julgamento de reprovação da conta deverá se dar em 5 anos da apresentação do balanço contábil. De acordo com o TSE, no Ac. de 23.9.2014, na PC nº 37: o cômputo do prazo prescricional inicia-se com a apresentação das contas, e não a partir da publicação da Lei nº 12.034/2009. 2.7. DO FUNDO PARTIDÁRIO O Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos é um sistema público de recolhimento de fundos a serem distribuídos entre os partidos políticos. O sistema de financiamento desse fundo é misto, sendo composto por: multas eleitorais, doações de pessoas físicas diretamente ao fundo partidário, por recursos especificados em outras leis, bem como pelo repasse anual efetuado pelo Governo Federal. A aplicação dos recursos não requer processo licitatório, todavia a Justiça Eleitoral poderá a qualquer tempo investigar sobre aplicação. Outrossim, a divisão do fundo entre os partidos políticos é dada por lei, sendo 5% distribuídos entre todos os partidos que atendam aos requisitos de acesso ao fundo e 95% na proporção dos votos obtidos na última eleição para a Câmara dos Deputados, sendo desconsideradas as mudanças de filiação e levadas em conta a fusão ou a incorporação entre os partidos. Os partidos poderão usar os recursos do fundo partidário para o atendimento de suas finalidades e êxito de seus objetivos políticos, todavia a lei determina alguns campos em que necessariamente a agremiação partidária terá que aplicar os recursos, entre eles destacamos: i) o limite de gasto do Fundo Partidário para pagamento de pessoal no órgão nacional será de 50%, já nos órgãos estaduais e municipais será de 60%; e ii) os partidos políticos terão que aplicar, no mínimo, 5% dos recursos do fundo em propagandas de incentivo à participação da mulher na política, tal aplicação é vinculada, não pode ser dada às sobras outra finalidade, ademais, o partido que descumprir a determinação estará sujeito ao acréscimo de 12,5% no investimento referido. O art. 9.º, da Lei 13.165/15, estabelece que “nas três eleições que se seguirem à publicação desta Lei, os partidos reservarão, em contas bancárias específicas para este fim, no mínimo 5% (cinco por cento) e no máximo 15% (quinze por cento) do montante do Fundo Partidário destinado ao financiamento das campanhas eleitorais para aplicação nas campanhas de suas candidatas, incluídos nesse valor os recursos a que se refere o inciso V do art. 44 da Lei nº 9.096, de 19 de setembro de 1995”. O STF declarou a inconstitucionalidade da expressão “três”, do citado dispositivo, e, por arrastamento, a inconstitucionalidade do art. 44, §§5.º-A e 7.º, da Lei 9.096/95, incluídos pela Lei 13.165/15, que versam sobre recursos para a criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das mulheres. www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 13 Ademais, na mesma ocasião o STF conferiu interpretação conforme a Constituição a esse dispositivo para equiparar o patamar legal mínimo de candidaturas femininas (pelo menos 30%) ao mínimo de recursos do Fundo Partidário a lhes serem destinados, ou seja, 30% do montante destinado a cada partido. No caso de percentual mais elevado de candidaturas femininas, o mínimo de recursos destinados a campanhas deve ser alocado em igual proporção (STF. Plenário. ADI 5617/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 15/3/2018). MODULAÇAO DOS EFEITOS DA ADI 5617/DF “Os recursos financeiros de anos anteriores acumulados nas contas específicas mencionadas pelos parágrafos 5-A e 7 do art.44 da Lei 9.096/96 devem ser adicionalmente transferidos para as contas individuais das candidatas no financiamento de suas campanhas eleitorais no pleito geral de 2018, sem que haja a redução de 30% do montante do fundo alocado a cada partido para as candidaturas femininas”. ST. Plenário. ADI 5617 ED/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 2/10/2018. (Info 918). QUESTÃO INÉDITA Assinale a alternativa incorreta: a) De acordo com a lei dos partidos políticos, só pode filiar-se a partido o eleitor que estiver no pleno gozo de seus direitos político. b) De acordo a jurisprudência do TSE só pode filiar-se a partido o eleitor que estiver no pleno gozo de seus direitos políticos. c) O partido político, em nível nacional, não sofrerá a suspensão das cotas do Fundo Partidário,nem qualquer outra punição como conseqüência de atos praticados por órgãos regionais ou municipais. d) O partido está obrigado a enviar, anualmente, à Justiça Eleitoral, o balanço contábil do exercício findo, até o dia 30 de abril do ano seguinte. e) o Tribunal Superior Eleitoral e os Tribunais Regionais Eleitorais, à vista de denúncia fundamentada de filiado ou delegado de partido, de representação do Procurador-Geral ou Regional ou de iniciativa do Corregedor, determinarão o exame da escrituração do partido e a apuração de qualquer ato que viole as prescrições legais ou estatutárias a que, em matéria financeira, aquele ou seus filiados estejam sujeitos, podendo, inclusive, determinar a quebra de sigilo bancário das contas dos partidos para o esclarecimento ou apuração de fatos vinculados à denúncia. www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 14 Comentário: A assertiva da letra “B” está errada, pois o TSE decidiu de forma diferente no Ac. 23351/2004; e Ac. 23.9.2004 no REsp 23.351. As letras A, C, D e E estão corretas pelos dispositivos que se seguem respectivamente: Art. 16, art. 28 § 3º, art 32, art. 35, todos da lei 9.096/95 FORMAÇÃO DO PARTIDO POLÍTICO Fundação e Registro Civil - 101 fundadores não filiados a outros partidos, distribuídos por 1/3 dos estados da federação -endereço e sede no Distrito Federal (sempre!) Apoio Mínimo -limite temporal: 2 anos para conseguir o apoio mínimo -0,5% dos votos válidos na Câmara dos Deputados, distribuídos por 1/3 dos estados, com pelo menos 0,1% do eleitorado de cada Estado. Registro no TSE Transformação e extinção dos Partidos Políticos FUSÃO INCORPORAÇÃO EXTINÇÃO -os partidos devem ter, no mínimo, 5 anos de registro definitivo no TSE. -ambos processos serão considerados na distribuição do fundo partidário -Hipóteses art. 28, lei n° 9.096/95 Atenção: O processo de cancelamento por sanção pode ser iniciado pelo Tribunal à vista de denúncia de qualquer eleitor, de representante de partido, ou de representação do Procurador-Geral Eleitoral FILIAÇÃO PARTIDÁRIA -hipóteses de desfiliação automática -possibilidade de filiação dos inelegíveis. ACESSO GRATUITO AO RÁDIO E À TELEVISÃO -revogação dos dispositivos sobre a propaganda partidária. www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 15 FINANÇAS E CONTABILIDADE -impugnação por irregularidades -leitura da tabela esquemática do capítulo. FUNDO PARTIDÁRIO -divisão 5% e 95%, consideradas mudanças for fusão e incorporação -promoção da mulher na política. 3. LEI DAS ELEIÇÕES 3.1. SISTEMAS ELEITORAIS O Brasil adota o sistema eleitoral majoritário simples ou absoluto para eleição dos cargos do Poder Executivo e para o cargo de Senador Federal, neste consideram-se eleitos os candidatos que obtenham a maioria dos votos. Já para os demais cargos do Poder Legislativo, adotou-se o sistema eleitoral proporcional, cujo cálculo para verificação dos eleitos explicar-se-á abaixo. Nesse sentido é importante que o Futuro Promotor de Justiça saiba que é errado dizer que o Brasil adota o sistema eleitoral misto, pois esse distingue-se dos outros dois ora referidos. No sistema eleitoral majoritário absoluto, há previsão de segundo turno, para que se eleja o mais votado. Já no sistema majoritário simples não há previsão de segundo turno, este sistema é aplicado para os cargos de Senador Federal e para o cargo de Prefeito em Municípios que contem com menos de 200 mil eleitores (art. 3°, lei 9.504/97). O sistema proporcional requer o cálculo do quociente eleitoral, do quociente partidário e da verificação da votação nominal mínima para eleição dos cargos do Poder Legislativo. Primeiramente, deve-se calcular o quociente eleitoral. Em seguida, deve-se calcular o quociente partidário, seu resultado indicará o número de vagas conquistadas pelo partido. Todavia, antes da entrega da vaga ao partido político, é preciso verificar se este atingiu a votação nominal mínima, cujo valor indicamos abaixo. Terminados estes cálculos, as sobras são distribuídas aos partidos de maiores médias, sucessivamente calculada segundo a fórmula abaixo. Atente-se à alteração ocorrida no ano de 2017: Poderão concorrer à distribuição dos lugares todos os partidos e coligações que participaram do pleito; a) quociente eleitoral: n° de votos válidos /total de vagas em disputa. Despreza-se a fração se inferior ou igual a 0,5 b) quociente partidário: n° de votos dos partidos ou coligações/quociente eleitoral c) votação nominal mínima: 10% do quociente eleitoral d) sobas: n° votos dos partidos e coligações/n° de vagas conquistadas +1 www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 16 V MPE-RN | 2009 | CESPE: Somente partido ou coligação que alcançar o quociente eleitoral participa do rateio das sobras, se houver. 3.2. PARTIDOS E COLIGAÇÕES Os partidos políticos que desejarem indicar candidatos aos mandatos eletivos devem ter no mínimo 6 meses de registro do seu Estatuto Partidário no TSE, bem como deverão ter constituído órgão de direção partidária na circunscrição do cargo em disputa até a data de início das convenções partidárias (20 de julho). Cumpridos os requisitos acima, os partidos políticos poderão formar coligações partidárias. As coligações terão denominação própria, não podendo coincidir com nomes de candidatos ou ter teor apelativo para votos; e consistem na união de partidos, durante o período eleitoral, para formarem chapas de apoio político mútuo para eleições majoritárias e para eleições proporcionais. É importante ressaltar, nesta matéria, os seguintes aspectos: 1) Na propaganda para eleição majoritária, a coligação usará, obrigatoriamente, sob sua denominação, as legendas de todos os partidos que a integram; na propaganda para eleição proporcional, cada partido usará apenas sua legenda sob o nome da coligação (art. 6°, § 2º, 9.504/97). Não há sanção pecuniária prevista para o descumprimento dessa previsão (Ac.-TSE, de 18.9.2014, no AgR-REspe nº 41676) 2) a coligação será representada perante a Justiça Eleitoral pelo representante designado pelos partidos integrantes, o qual terá atribuições equivalentes às de presidente de partido político; ou por delegados indicados pelos partidos que a compõem, podendo nomear até três delegados perante o juízo eleitoral; quatro delegados perante o tribunal regional eleitoral; cinco delegados perante o Tribunal Superior Eleitoral (art. 6°, §3º, II, 9.504/97). 3) O partido político coligado somente possui legitimidade para atuar de forma isolada no processo eleitoral quando questionar a validade da própria coligação, durante o período compreendido entre a data da convenção e o termo final do prazo para a impugnação do registro de candidatos (art. 6°, § 4º, 9.504/97) . 4) A responsabilidade pelo pagamento de multas decorrentes de propaganda eleitoral é solidária entre os candidatos e os respectivos partidos, não alcançando outros partidos mesmo quando integrantes de uma mesma coligação (art. 6°, § 5º, 9.504/97). 3.3. CONVENÇÕES PARTIDÁRIAS As convenções partidárias são realizadas entre 20 de julho e 05 de agosto do ano eleitoral, os objetivos destas são: i) deliberar sobre a escolha dos candidatos a cargos eletivos e ii) deliberar sobre formação de coligações www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 17 partidárias. Para estas reuniões, os partidos poderão usar gratuitamente prédios públicos, responsabilizando-se pelos danos eventualmente causados. As normas para o cumprimento dos objetivos acima referidos, em outro giro, devem estar estabelecidas no estatuto partidário. Em caso de omissão deste último, caberá ao órgão de direção nacional do partido estabelecê-las,publicando-as no Diário Oficial da União até 180 dias antes das eleições. Ademais, se a convenção partidária de nível inferior se opuser, na deliberação sobre coligações, às diretrizes legitimamente estabelecidas pelo órgão de direção nacional, nos termos do respectivo estatuto, poderá esse órgão, por conseguinte, anular a deliberação e os atos dela decorrentes. As anulações efetuadas nestes moldes deverão ser comunicadas à Justiça Eleitoral no prazo de 30 dias após a data limite para o registro de candidatos. Se, da anulação, decorrer a necessidade de escolha de novos candidatos, o pedido de registro deverá ser apresentado à Justiça Eleitoral nos 10 dias seguintes à deliberação. Atente-se! i) Os órgãos nacionais dos partidos estabelecem diretrizes para escolha dos candidatos a cargos eletivos, todavia a lei das eleições estabelece uma premissa básica: o candidato deverá ter no mínimo 6 meses de domicílio eleitoral na circunscrição eleitoral em que pretende disputar ao cargo, bem como deverá ter no mínimo 6 meses de filiação partidária no partido que o indicar. ii) O art. 8°, § 1º, 9.504/97, teve sua vigência suspensa por Acórdão do STF, de 24.4.2002, na ADI-MC nº 2.530. Nessa toada, não existe, por ora, no Brasil, a possibilidade de candidatura nata. V MPE-RR | 2008 | CESPE: É permitido ao prefeito municipal ceder imóvel de propriedade do município para a realização de convenção de partido político para a escolha de candidato à prefeitura. 3.4. REGISTRO DE CANDIDATOS O registro dos candidatos dar-se-á após a escolha dos candidatos nas convenções partidárias e legitima os escolhidos, perante à Justiça Eleitoral, a concorrerem aos cargos eletivos. Isto entendido, é necessário conhecer a quantidade de candidatos que cada partido ou coligação partidária poderá registrar perante a Justiça Eleitoral. Quando o cargo eletivo em disputa pertencer ao Poder Executivo, cada partidos ou coligação poderá escolher 1 candidato que o represente. Já para os cargos do Poder Legislativo, os partidos e coligações poderão indicar, em regra, 150% das vagas em disputa, isto não se aplica nos seguintes casos: i) quando o Estado contar com menos de 12 Deputados Federais; e ii) quando uma coligação indicar candidatos a Vereador em munícipio com menos de 100 mil eleitores, nestes casos, a porcentagem indicada será de 200% das vagas em disputa. www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 18 Atente-se! i) No caso do cargo de Senador Federal, cujo mandato eletivo é de 8 anos, as eleições ocorrem a cada 4 anos, sendo que em na primeira serão eleitos 2 Senadores Federais e na segunda, apenas 1. Nesse sentido, o registro de candidatos dos partidos e coligações fica restrito ao número de cargos em disputa. ii) no caso de as convenções para a escolha de candidatos não indicarem o número máximo de candidatos previsto no caput, os órgãos de direção dos partidos respectivos poderão preencher as vagas remanescentes até trinta dias antes do pleito Esclarecido quantos candidatos os partidos e coligações poderão registrar, passaremos a analisar os requisitos para o registro de candidatura, bem como a hipóteses de substituição dos registrados. Inicialmente, a competência para o registro dos candidatos é do TSE, quanto aos cargos de Presidente da República e Vice-Presidente; será do TRE no caso de candidaturas aos cargos de Deputado Estadual e Federal, Senador Federal, Governador e Vice-Governador. Por fim, a competência pertencerá ao Juiz Eleitoral quanto aos cargos de Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador. O registro dos candidatos deverá ocorrer até as 19 horas do dia 15 de agosto do ano eleitoral, este prazo é improrrogável. Os candidatos, escolhidos em Convenção Partidária, que não tiverem o registro requisitado pelo partido poderão solicitá-lo diretamente à Justiça Eleitoral no prazo de 48 horas após o encerramento do prazo de registro. No ato de registro o candidato deverá apresentar a certidão de quitação eleitoral, a ata da convenção em que foi escolhido, as propostas de governo nos cargos executivos, a certidão de antecedentes criminais emitida pela justiça eleitoral, entre outros documentos elencados no art. 11, §1°, 9.504/97.Todos os pedidos de registro deverão estar julgados pelas instâncias ordinárias da Justiça Eleitoral até 20 dias antes das eleições. Ainda nesta matéria, é importante que o Futuro Promotor de Justiça conheça os seguintes aspectos específicos: i) o candidato que tenha multas eleitorais ainda não quitadas, poderá obter o parcelamento destas para fins de quitação eleitoral, o parcelamento assumiu novos moldes a partir da edição da lei 13.488/2017, por isso recomendamos a leitura do art. 11, § 8o da lei da eleições. ii) teor da Súmula do TSE nº 57: a apresentação das contas de campanha é suficiente para a obtenção da quitação eleitoral, nos termos da nova redação conferida ao art. 11, § 7º, da Lei nº 9.504/97, pela Lei nº 12.034/2009. iii) No momento do registro de candidatura, o candidato a Vereador deverá demonstrar que possui a idade mínima constitucionalmente estabelecida para o exercício do cargo (18 anos), o que somente será exigido dos candidatos aos demais cargos na data da posse. As substituições dos candidatos registrados dar-se-ão nas hipóteses de inelegibilidade, renúncia, falecimento após o termo final do prazo de registro ou indeferimento ou cancelamento do registro (art. 13, 9.504/97). Nestes casos, os partidos terão, em regra, o prazo de até 10 dias após o fato e até 20 dias antes as eleições para indicarem candidatos substitutos, a única exceção é para o www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 19 caso de falecimento, neste não é necessário que se obedeça ao prazo de 20 dias antes das eleições Atente-se! i) Os candidatos poderão, sub-judice, concorrer às eleições, nestes casos exercerão os direitos de candidato em sua plenitude, ficando a validade dos votos a ele atribuídos condicionada ao deferimento de seu registro por instância superior. ii) Súmula do TSE nº 3: No processo de registro de candidatos, não tendo o juiz aberto prazo para o suprimento de defeito da instrução do pedido, pode o documento, cuja falta houver motivado o indeferimento, ser juntado com o recurso ordinário. 3.5. ARRECADAÇÃO E APLICAÇÃO DOS RECURSOS NAS CAMPANHAS ELEITORAIS Os partidos políticos e coligações realizam suas campanhas eleitorais a partir do financiamento público (fundo partidário, propaganda eleitoral gratuita obrigatória e imunidade tributária) e privado (doações de pessoas físicas, recursos do próprio candidato, do partido, rendas de aplicações financeiras, etc). É importante ressaltar que esta matéria sofreu alterações no ano de 2017, o que poderá implicar novas questões das bancas sobre estas, portanto, atenção para as mudanças Futuro Promotor de Justiça. Primeiramente, é obrigatório para o partido e para os candidatos abrir conta bancária específica para registrar todo o movimento financeiro da campanha, bem como é dever indicar uma pessoa responsável pelas contas de campanha, a qual responderá solidariamente com o candidato pela veracidade das informações prestadas. Os limites de gastos de campanha serão definidos em lei e divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral. O descumprimento dos limites de gastos, por seu turno, acarretará o pagamento de multa em valor equivalente a 100% da quantia que ultrapassar o limite estabelecido, sem prejuízo da apuração da ocorrência de abuso do poder econômico. A lei 13.488/17, nesta matéria, especificou alguns gastos pessoais dos candidatos que não se sujeitarão a prestação de contas, vide leitura do art. 26, § 3o , lei n° 9.504/97. Quanto à arrecadação, o limite de doação de pessoas físicas é de 10% da renda bruta do doador no ano anterior à eleição, não entram neste limite asdoações estimáveis em dinheiro relativas à utilização de bens móveis ou imóveis de propriedade do doador ou à prestação de serviços próprios, desde que o valor estimado não ultrapasse R$ 40.000,00 por doador (alteração trazida pela lei 13.488/17). As doações poderão ser realizadas por meio de cheques cruzados e nominais, depósito em espécie, financiamento coletivo (inovação trazida pela lei 13.488/17) entre outros elencados pelo art. 23, §4°, lei 9.504/97, dispensada, nestes casos, a apresentação de recibo eleitoral (alteração trazida pela lei 13.488/17). www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 20 No caso de descumprimento dos limites de arrecadação, o infrator estará sujeito a multa de até 100% da quantia em excesso (alteração trazida pela lei 13.488/17). Como destaques de inovações nesta matéria trazemos a previsão de arrecadação de recursos por pré-candidatos a cargos eletivos, bem como a criação do Fundo Especial de Financiamento de Campanha. Vejamos: a) arrecadação de recursos por pré-candidatos: a inovação está disposta no art. 22-A, § 3º, lei 9.504/97, por esta os pré-candidatos poderão arrecadar recursos eleitorais desde o dia 15 de maio do ano eleitoral, mas a liberação de recursos por parte das entidades arrecadadoras fica condicionada ao registro da candidatura. b) Fundo Especial de Financiamento de Campanha: este encontra previsão no art. 16-C, lei 9.504/97, é constituído por dotações orçamentárias da União em ano eleitoral. Desta maneira, o Tesouro Nacional depositará os recursos no Banco do Brasil, em conta especial à disposição do Tribunal Superior Eleitoral. Para o primeiro turno das eleições serão distribuídos entre os partidos políticos, obedecidos alguns critérios; e para que o candidato tenha acesso aos recursos do Fundo a que se refere este artigo, deverá fazer requerimento por escrito ao órgão partidário respectivo. Atenção! O STF entendeu inconstitucional a parte final do art. 28, §12, da Lei 9.504/97, incluído pela Lei 13.165/15, que consagra a doação oculta de pessoa física a candidato. O dispositivo prevê que “os valores transferidos pelos partidos políticos oriundos de doações serão registrados na prestação de contas dos candidatos como transferência dos partidos e, na prestação de contas dos partidos, como transferência aos candidatos, sem individualização dos doadores”. A parte final (sem individualização dos doadores) viola o princípio republicano e o princípio democrático (STF. Plenário. ADI 5394/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 22/03/2018). 3.6. DA PRESTAÇÃO DE CONTAS A prestação de contas dos candidatos às eleições majoritárias, bem como a dos candidatos a eleições proporcionais serão feitas pelo próprio candidato. É importante lembrar neste momento que a pessoa indicada como responsável pelas constas de campanha responderá solidariamente com este pela a veracidade dos fatos informados. Os partidos políticos, as coligações e os candidatos são obrigados, durante as campanhas eleitorais, a divulgar em sítio eletrônico criado pela Justiça Eleitoral, com indicação dos nomes, do CPF ou CNPJ dos doadores e dos respectivos valores doados, os recursos em dinheiro recebidos para financiamento de sua campanha eleitoral, em até 72 horas de seu recebimento; e, no dia 15 de setembro, relatório discriminando das transferências do Fundo Partidário, dos recursos em dinheiro e dos estimáveis em dinheiro recebidos, bem como os gastos realizados. www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 21 Atente-se! A Justiça Eleitoral adotará sistema simplificado de prestação de contas para candidatos que apresentarem movimentação financeira correspondente a, no máximo, R$ 20.000,00 e para candidatos a Prefeito e Vereador de Municípios com menos de 50 mil eleitores. A lei, em alguns casos, dispensa que o gasto realizado seja discriminado na prestação de contas de campanha, as hipóteses estão previstas no art. 28, § 6º, lei 9.504/97, dentre estas destacamos a inovação trazida pela lei 13.488/17: fica dispensada de prestação de contas a cessão de automóvel de propriedade do candidato, do cônjuge e de seus parentes até o terceiro grau para seu uso pessoal durante a campanha. A Justiça Eleitoral verificará a regularidade das contas de campanha, decidindo segundo as opções abaixo elencadas. Da decisão que julgar as contas prestadas pelos candidatos caberá recurso ao órgão superior da Justiça Eleitoral, no prazo de 3 dias, a contar da publicação no Diário Oficial. a) aprovação b) aprovação com ressalvas: verificadas falhas que não comprometam a regularidade da prestação de contas. c) desaprovação: verificadas falhas que lhes comprometam a regularidade. d) não prestação, caso em que será concedida ao candidato nova chance de prestação de contas em até 72 horas. Outrossim, qualquer partido político, coligação ou o Ministério Público Eleitoral (Ac.-TSE, de 12.2.2009, no RO nº 1596) poderá apresentar à Justiça Eleitoral, no prazo de 15 dias da diplomação, impugnação por gasto ou arrecadação ilícitos. Em qualquer caso, comprovados a captação ou gastos ilícitos de recurso, para fins eleitorais, será negado diploma ao candidato ou este será cassado. 3.7. DAS PESQUISAS E TESTES PRÉ-ELEITORAIS. As empresas e entidades que realizarem pesquisas de opinião pública, relativas à eleições ou a candidatos, deverão, até 5 dias antes da publicação, registrar junto a Justiça Eleitoral as informações constantes no art. 33, lei 9.504/97, destacamos: nome de quem pagou pela realização do trabalho e cópia da respectiva nota fiscal e valor e origem dos recursos despendidos no trabalho. Quanto as irregularidades das pesquisas e as sanções respectivas, elaboramos o quadro esquemático abaixo: INFRAÇÃO SANÇÃO Não registrar Multa Dificultar a fiscalização dos dados Multa e detenção; alternativa de prestação de serviços à comunidade Irregularidade da pesquisa Multa, detenção e publicação da pesquisa com os dados corretos Pesquisa fraudulenta Multa e detenção. www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 22 Atente-se! É vedada, no período de campanha eleitoral, a realização de enquetes relacionadas ao processo eleitoral (alteração trazida pela lei 12.891/13). 3.8. DA PROPAGANDA ELEITORAL Remetemos o Futuro Promotor de Justiça à leitura das noções introdutórias sobre propaganda política tratadas no capítulo 4.3 deste material para distinção das espécies de propaganda eleitoral e propaganda partidária. Neste capítulo, trataremos acerca da propaganda eleitoral. A matéria também sofreu recentes alterações no ano de 2017. A propaganda eleitoral será, em regra, gratuita e permitida após o dia 15 de agosto do ano eleitoral (data limite para o registro de candidaturas). Neste caminho, são exceções à gratuidade: a propaganda eleitoral na imprensa escrita e a hipótese elencada pelo art. 57-C da Lei 9.504/97 (impulsionamento de conteúdos, alteração trazida pela lei 13.488/17). Ademais, é vedada a propaganda eleitoral antecipada. A lei, em outra monta, elenca casos que não serão considerados como antecipação de propaganda, aqui recomendamos a leitura do art. 36-A. Outra regra diz respeito a colocação de propaganda eleitoral em bens públicos, particulares e em bens de uso comum. São vedadas as propagandas eleitorais realizadas em bens públicos e bens de uso comum, neste último incluem-se os bens privados de uso coletivo, como exemplo, cinemas e clubes. Já em bens particulares, é permitida a propaganda, desde que espontânea e gratuita. Atente-se! É vedada a veiculação de propaganda de qualquer natureza, inclusive pichação, inscrição a tinta e exposição de placas, estandartes, faixas, cavaletes, bonecos e assemelhados. . Como regra, a veiculação de propaganda eleitoralnão passará por vistoria prévia do poder de polícia nem sofrerá censura automática. Nesse sentido, a realização de qualquer ato de propaganda partidária ou eleitoral, em recinto aberto ou fechado, não dependera de licença da polícia. Todavia, atenção: nas dependências do Poder Legislativo, a veiculação de propaganda eleitoral fica a critério da Mesa Diretora. A lei das eleições elenca crimes eleitorais no art.39, os quais restarão configurados no dia das eleições, são puníveis com detenção, com a alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período, e multa, dentre todos os crimes destacamos o mais comum: a arregimentação de eleitor ou a propaganda de boca de urna. As emissoras de TV e rádio terão a faculdade de exibir debates entre os candidatos aos cargos eletivos, os pormenores das regras relativas aos debates www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 23 políticos, encontradas no art. 46 da Lei das Eleições e alteradas pela lei 13.488/2017, merecem a leitura atenta do(a) Futuro(a) Promotor(a) de Justiça. Quanto à propaganda eleitoral gratuita veiculada pela televisão, o tempo desta será distribuído da seguinte maneira: 10% igualitariamente entre os partidos e 90%, nas eleições proporcionais, na proporção dos votos obtidos na última eleição para a Câmara dos Deputados; nas eleições majoritária, na proporção dos votos obtidos pelos 6 maiores partidos da coligação na última eleição para Câmara dos Deputados. Recomendamos a leitura atenta dos artigos relacionados ao direito de resposta dos candidatos (art. 58, Lei 9.504/97), a representação por propaganda irregular (art. 40-B, Lei 9.504/97) e a captação ilícita de sufrágio (art. 41-A, Lei 9.504/97). Por fim, cabe destacar que o art. 25, §2.º, da Resolução TSE 23.404/2014, proíbe a realização de propaganda eleitoral via telemarketing em qualquer horário. O STF entendeu constitucional tal vedação (STF. Plenário. ADI 5122, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 3/5/2018). V MPE-SC| 2014: Está sumulado junto ao TSE que conquanto investido de poder de polícia, não tem legitimidade o juiz eleitoral para, de ofício, instaurar procedimento com a finalidade de impor multa pela veiculação de propaganda eleitoral em desacordo com a Lei n. 9.504/97. 3.9. DO SISTEMA ELETRÓNICO DE VOTAÇÃO Este capítulo da lei das eleições requer o conhecimento de informações pontuais sobre o sistema eletrônico de votação, dentre elas, destacamos as abaixo elencadas: i) A votação e a totalização dos votos serão feitas por sistema eletrônico, podendo o Tribunal Superior Eleitoral autorizar, em caráter excepcional, a aplicação das regras relativas ao sistema manual de votação (art. 59). ii) A urna eletrônica contabilizará cada voto, assegurando-lhe o sigilo e inviolabilidade, garantida aos partidos políticos, coligações e candidatos ampla fiscalização (art. 61). Atenção! A Lei 13.165, de 2015, incluiu o art. 59-A para prever que, no processo de votação eletrônica, a urna imprimirá o registro de cada voto, a ser depositado, de forma automática e sem contato manual do eleitor, em local previamente lacrado. Contudo, no julgamento da ADI 5.889, o STF entendeu inconstitucional tal previsão, que viola o sigilo e reduz a liberdade do voto, afrontando o arts. 14 e 60, §4.º, II, ambos da CRFB/88 (STF. Plenário. ADI 5.889/DF, rel. orig. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 6/6/2018). www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 24 3.10. DA FISCALIZAÇÃO DA ELEIÇÕES O presente rol não é muito cobrado em concursos, mas requer a leitura atenta para reconhecimento de noções básicas sobre a fiscalização das eleições realizada pelos partidos, dentre as noções, destacamos as abaixo referidas. Os partidos e coligações poderão fiscalizar todas as fases do processo de votação e apuração das eleições e o processamento eletrônico da totalização dos resultados, para isso nomearão delegados. Poderão os partidos, inclusive, constituir sistema próprio de fiscalização, apuração e totalização dos resultados, contratando empresa de auditoria. Durante a apuração, os partidos poderão recorrer de atos da Junta Eleitoral, nessa toada, cumpre aos partidos e coligações, por seus fiscais e delegados, e aos candidatos, proceder à instrução dos recursos interpostos contra a apuração. O recurso que não for recebido pela Junta eleitoral pode ser apresentada diretamente ao Tribunal Regional Eleitoral, em quarenta e oito horas, acompanhado de declaração de duas testemunhas. 3.11. DAS CONDUTAS VEDADAS AOS AGENTES PÚBLICOS EM CAMPANHAS ELEITORAIS As condutas vedadas aos agentes públicos estão dispostas no art. 73 da lei das eleições, entre elas destacamos a seguinte: nomear, contratar ou de qualquer forma admitir, demitir sem justa causa, suprimir ou readaptar vantagens ou por outros meios dificultar ou impedir o exercício funcional e, ainda, ex officio, remover, transferir ou exonerar servidor público, na circunscrição do pleito, nos três meses que o antecedem e até a posse dos eleitos, sob pena de nulidade de pleno direito; cujas exceções são reiteradamente cobradas em provas e destacamos abaixo: a) a nomeação ou exoneração de cargos em comissão e designação ou dispensa de funções de confiança; b) a nomeação para cargos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos Tribunais ou Conselhos de Contas e dos órgãos da Presidência da República; c) a nomeação dos aprovados em concursos públicos homologados até o início daquele prazo; d) a nomeação ou contratação necessária à instalação ou ao funcionamento inadiável de serviços públicos essenciais, com prévia e expressa autorização do Chefe do Poder Executivo; e) a transferência ou remoção ex officio de militares, policiais civis e de agentes penitenciários; A definição de agente público nesta lei é ampla e considera quem exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nos órgãos ou entidades da administração pública direta, indireta ou fundacional. Por fim, recomendados também a leitura do art. 73, §12, da lei das eleições, qual trata da representação pela não www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 25 observância das vedações a conduta dos agentes públicos em campanhas eleitorais. 3.12. DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS Nas disposições finais e transitórias da lei das eleições destacamos o art. 96 que trata da representação por descumprimento da lei das eleições, o assunto será especificamente tratado no capítulo 7. Por fim, o art. 97-A da referida lei aduz que considera-se duração razoável do processo que possa resultar em perda de mandato eletivo o período máximo de 1 (um) ano, contado da sua apresentação à Justiça Eleitoral. QUESTÃO INÉDITA Assinale C ou E para as assertivas: a) É permitida a propaganda eleitoral a partir do dia 15 de agosto do ano eleitoral. b) conforme a jurisprudência do TSE, a apresentação das contas de campanha é suficiente para a obtenção da quitação eleitoral. c) qualquer partido político, coligação poderá apresentar à Justiça Eleitoral, no prazo de 15 dias da diplomação, impugnação por gasto ou arrecadação ilícitos. Não há legitimidade, nestes casos, do Ministério Público Comentário: A assertiva da letra “c” está errada, pois ao Ministério Público foi reconhecida à legitimidade ativa para tanto por meio do Ac.-TSE, de 12.2.2009, no RO nº 1596. As letras B, C estão corretas pelos dispositivos que se seguem, respectivamente: Art. 36 da Lei 9.504/97; Súmula nº 57 TSE; SISTEMAS ELEITORAIS -majoritário e proporcional adotados. -quociente eleitoral, quociente partidário e votação nominalmínima -distribuição das sobras -mínimo 6 meses de registro do seu Estatuto Partidário no TSE, órgão de direção partidária na circunscrição do cargo até a data de início das convenções partidárias. www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 26 PARTIDOS E COLIGAÇÕES - responsabilidade entre partidos e candidatos, excetua a coligação CONVENÇÕES PARTIDÁRIAS -20 de julho a 5 de agosto -hipótese de anulação Art. 7º, lei 9.504/97. REGISTRO DE CANDIDATOS -até 19h de 15 de agosto -idade mínima para Vereador -hipóteses de substituição -prazo de substituição: 10 dias após o fato, 20 dias antes das eleições, exceto falecimento. RECURSOS NAS CAMPANHAS -novas previsões: financiamento coletivo e fundo especial de financiamento de campanha -limite de 10% da renda bruta anual na doação de pessoas físicas. Nova sanção (100% sobre o excesso) - responsabilidade solidária entre candidato e pessoas responsável pelas contas de campanha. PRESTAÇÃO DE CONTAS -dispensa prestação -representação arrecadação gasto ilícito legitimidade MP -em 72 horas recursos em dinheiro recebidos declarados à Justiça Eleitoral; até 15 de setembro discriminar demais recebidos. PESQUISAS E TESTES PRÉ- ELEITORAIS -5 dias antes da divulgação registrar perante à Justiça Eleitoral -vedação enquetes eleitorais e sanções. PROPAGANDA ELEITORAL - exceções à gratuidade -formas vedadas: cavaletes, outdoors, pichação, etc. - direito de resposta dos candidatos, representação por propaganda irregular DAS CONDUTAS VEDADAS AO AGENTES PÚBLICOS - art. 73 -conceito de agente público - representação pela não observância das vedações 4. LEI DAS INELEGIBILIDADES A Lei Complementar n° 64 de 1990 aborda, em síntese, os seguintes assuntos: i) casos de inelegibilidade absoluta (incapacidade eleitoral passiva para qualquer cargo); ii) casos de inelegibilidade eleitoral relativa (hipóteses em que a pessoa será inelegível para determinados cargos e terão a oportunidade de se desincompatibilizarem, tornando-se, portanto, elegíveis); iii) aspectos da Ação de Impugnação de Registro de Candidatura (AIRC) e da Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE). Neste capítulo dedicaremos nossa atenção aos dois primeiros assuntos elencados, já os instrumentos eleitorais de impugnação serão abordados em capítulo próprio. www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 27 Inicialmente é necessário que o(a) Futuro(a) Promotor(a) de Justiça conheça as condições de elegibilidade, que estão dispostas na Constituição Federal e espalhadas em Leis Ordinárias. Por conceito, as referidas condições são requisitos positivos a serem preenchidos pelos pretensos candidatos. Em seguida, tais requisitos serão verificados pela Justiça Eleitoral em momentos específicos. Elencamos as condições de elegibilidade e os momentos de verificação na tabela abaixo: MOMENTO DA VERIFICAÇÃO CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE Data do Registro de Candidatura -nacionalidade brasileira -direitos políticos não extintos nem suspensos -alistamento eleitoral -idade mínima para o exercício do cargo de Vereador (18 anos de idade) www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 28 Data do Pleito -tempo de domicílio eleitoral na circunscrição em que irá concorrer de pelo menos 6 meses. -tempo de filiação partidária de, no mínimo, 6 meses. Data da Posse -idade mínima para o exercício de cada um dos cargos eletivos, exceto Vereador. Conhecidas as referidas condições positivas, agora trataremos das condições negativas, aquelas que devem estar ausentes para que a pessoa tenha a capacidade eleitoral passiva reconhecida. Pois bem, elas estão elencadas na Constituição Federal e na Lei Complementar n° 64, que sofreu alterações com a vigência da Lei Complementar n° 135 de 2010, conhecida como a Lei da Ficha-limpa. Nessa toada, para a Constituição Federal são hipóteses de inelegibilidade: a) inelegibilidade reflexa: são inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. b) analfabetismo c) inalistabilidade: são inalistáveis os estrangeiros e os conscritos. d) reeleição subsequente para cargos do Poder Executivo: O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subsequente. JURISPRUDÊNCIA do STF “Ao se fazer uma interpretação conjugada dos parágrafos 5 e 7 do artigo 14 da CF/88 chega-se à conclusão de que a intenção do Poder Constituinte foi a de proibir que pessoas do mesmo núcleo familiar ocupem três mandatos consecutivos para o mesmo cargo no Poder Executivo. Assim, a vedação ao exercício de três mandatos consecutivos de prefeito pelo mesmo núcleo familiar aplica-se também na hipótese em que tenha havido a convocação do segundo colocado nas eleições para o exercício de mandato-tampão, quando o eleito tenha sido cassado”. STF. 2 Turma. RE 1128439/RN, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 23/10/2018 (Info 921). e) não desincompatibilização: para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito, caso contrário não poderão concorrer a outros cargos. www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 29 A Lei Complementar n° 64, por seu turno, determina casos específicos de inelegibilidade. Recomendamos que o(a) Futuro(a) Promotor(a) de Justiça faça a leitura atenta de todo o art. 1 desta lei. Aqui, para fins de otimização do estudo, destacaremos os aspectos mais cobrados da lei na tabela abaixo: LEI DAS INELEGIBILIDADES Tempo regra de inelegibilidade absoluta: 8 anos Prazos regra de desincompatibilização (inelegibilidade relativa): 3 meses para servidores públicos; 4 meses para dirigentes sindicais; 6 meses para autoridades que concorrerem a todos os cargos, exceto para o cargo de Prefeito, cujo prazo será de 4 meses. Alíneas mais importantes de inelegibilidade absoluta e,g,j, h, l, n, q Atente-se! Súmula do TSE nº 69: “Os prazos de inelegibilidade previstos nas alíneas j e h do inciso I do art. 1º da LC nº 64/90 têm termo inicial no dia do primeiro turno da eleição e termo final no dia de igual número no oitavo ano seguinte”. QUESTÃO INÉDITA Julgue as assertivas a seguir: I. A Lei Complementar n° 135 de 2010 ou Lei da Ficha-Limpa submeteu-se a anualidade eleitoral e, portanto, não foi aplicada as eleições que ocorreram a menos de 1 ano de sua vigência. II. O exercício de mandato eletivo não é circunstância capaz, por si só, de comprovar a condição de alfabetizado do candidato. III. Lei ordinária poderá criar hipóteses de inelegibilidade Comentários: I. VERDADEIRA, pois foi o sentido do acórdão do STF no RE 633703 de 2011. II. VERDADEIRA, consoante o exato do teor da súmula n° 15 do TSE. III. FALSA, uma vez que a Constituição reserva à Lei Complementar a criação de hipóteses de inelegibilidade (art. 14, § 9º, CF). Inelegibilidade absoluta Para todos os cargos Inelegibilidade relativa -Para alguns cargos www.adverum.com.br Estude inteligente, estude Ad Verum 30 ASSUNTOS ABORDADOS -hipóteses de desincompatibilização AIRC e AIME CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE Nacionalidade, direitos políticos, alistamento
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