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APRESENTAÇÃO 
 
 
Caro(a) Aluno(a), 
 
 
A preparação para concursos públicos exige profissionalismo, métrica e 
inteligência. Cada minuto despendido deve ser bem gasto! Por isso, uma 
preparação direcionada, focada nos pontos com maior probabilidade de 
cobrança no seu certame, pode representar a diferença entre aprovação e 
reprovação. 
 
Ciente disso, a Ad Verum Suporte Educacional, empresa do Grupo CERS 
ONLINE, concebeu o curso INTELIGÊNCIA PDF – Promotor de Justiça, que tem 
por premissa fundamental “atacar” os pontos nucleares de cada matéria, com 
vistas a antecipação dos temas com maiores chances de cobrança em sua 
prova. 
 
Fazer isso não é tarefa fácil! É necessário um árduo esforço de pesquisa, 
levando-se em consideração fatores como banca examinadora e respectivos 
membros (sempre que possível), retrospecto do concurso, recorrência temática 
dentro de cada disciplina, importância de cada tema, momento da segurança 
pública do país, dentre tantos outros, aliados a experiência de Professores de 
projeção nacional, com larguíssima experiência na análise do perfil dos mais 
diferentes certames. 
 
Para tornar tudo isso uma realidade, a Ad Verum investiu muito em seu Método 
de Aceleração de Aprendizagem (MAVAA). Hoje, contamos com um SETOR DE 
INTELIGÊNCIA, responsável por ampla coleta de dados e informações das mais 
diferentes fontes relacionadas ao universo de cada concurso e/ou exame 
profissional, de modo a, partir do processamento dos dados coletados, oferecer 
aos seus alunos uma experiência diferenciada quando comparada a tudo que 
ele conhece em matéria de preparação para carreiras públicas. 
 
Racionalizar o estudo do aluno é mais que um objetivo para Ad Verum, trata-se 
de uma obsessão. 
 
Estude inteligente, estude Ad Verum! 
 
 
 
 
 
 
 
Francisco Penante 
CEO Ad Verum Suporte Educacional 
 
 
 
 
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SUMÁRIO 
 
1. ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA ELEITORAL ................................................. 1 
1.1. INTRODUÇÃO E PRINCÍPIOS DO DIREITO ELEITORAL ..................... 1 
1.2. ASPECTOS GERAIS ............................................................................... 2 
1.3. COMPOSIÇÃO ........................................................................................ 2 
1.4. COMPETÊNCIAS .................................................................................... 3 
1.5. ORGANIZAÇÃO E ATRIBUIÇÕES DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
ELEITORAL .................................................................................................... 4 
2. LEI DOS PARTIDOS POLÍTICOS ................................................................. 7 
2.1. CRIAÇÃO E REGISTRO DOS PARTIDOS POLÍTICOS .......................... 7 
2.2. ESTATUTO DE PROGRAMA PARTIDÁRIO ........................................... 7 
2.3. FILIAÇÃO PARTIDÁRIA E DA FIDELIDADE E DISCIPLINA 
PARTIDÁRIAS ................................................................................................ 8 
2.4. FUSÃO, INCORPORAÇÃO E EXTINÇÃO DE PARTIDOS POLÍTICOS . 9 
2.5. DO ACESSO GRATUITO AO RÁDIO E À TELEVISÃO .......................... 9 
2.6. DAS FINANÇAS E DA CONTABILIDADE DOS PARTIDOS POLÍTICOS
 ...................................................................................................................... 10 
2.7. DO FUNDO PARTIDÁRIO ..................................................................... 12 
3. LEI DAS ELEIÇÕES .................................................................................... 15 
3.1. SISTEMAS ELEITORAIS ....................................................................... 15 
3.2. PARTIDOS E COLIGAÇÕES ................................................................. 16 
3.3. CONVENÇÕES PARTIDÁRIAS ............................................................. 16 
3.4. REGISTRO DE CANDIDATOS .............................................................. 17 
3.5. ARRECADAÇÃO E APLICAÇÃO DOS RECURSOS NAS CAMPANHAS 
ELEITORAIS ................................................................................................. 19 
3.6. DA PRESTAÇÃO DE CONTAS ............................................................. 20 
3.7. DAS PESQUISAS E TESTES PRÉ-ELEITORAIS. ................................ 21 
3.8. DA PROPAGANDA ELEITORAL ........................................................... 22 
3.9. DO SISTEMA ELETRÓNICO DE VOTAÇÃO ........................................ 23 
3.10. DA FISCALIZAÇÃO DA ELEIÇÕES .................................................... 24 
3.11. DAS CONDUTAS VEDADAS AOS AGENTES PÚBLICOS EM 
CAMPANHAS ELEITORAIS ......................................................................... 24 
3.12. DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS ......................................... 25 
4. LEI DAS INELEGIBILIDADES .................................................................... 26 
5. AÇÕES E RECURSOS ELEITORAIS......................................................... 30 
5.1. AÇÕES ELEITORAIS ............................................................................ 30 
 
 
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5.2. RECURSOS NA JUSTIÇA ELEITORAL ................................................ 33 
6. CRIMES NO CÓDIGO ELEITORAL ........................................................... 35 
7. PRECEDENTES RELEVANTES EM DIREITO ELEITORAL ..................... 39 
 
 
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1 Grupo CERS ONLINE 
1. ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA ELEITORAL 
 
1.1. INTRODUÇÃO E PRINCÍPIOS DO DIREITO ELEITORAL 
 
 O Direito Eleitoral é um ramo do direito público que possui princípios e 
fontes do direito específicos. Esta matéria busca disciplinar o processo eleitoral 
como um todo: desde o surgimento da capacidade eleitoral ativa com a cidade 
até a diplomação dos eleitos em processo eletivo regular. Isto entendido, é 
necessário, de maneira introdutória, conhecer os direitos políticos e a regulação 
partidária, ambos dispostos na Constituição Federal, os quais norteiam os 
demais diplomas eleitorais. Assim, como ponto de partida dos nossos estudos, 
vamos analisar as fontes e os princípios do direito eleitoral. 
 
 Por definição as fontes do direito são pontos originários da norma jurídica. 
Nessa toada, o conceito genérico pode ser dividido em espécies, as quais 
pontuaremos abaixo: 
a) fonte direita ou indireta: fonte direta é aquela que trata diretamente do 
Direito Eleitoral; já as indiretas abordam a matéria eleitoral de maneira 
secundária. São exemplos de fonte direta: a Constituição Federal, o Código 
Eleitoral, a lei das Inelegibilidades, A lei das eleições, as resoluções do TSE, 
entre outras. 
c) fontes primárias ou secundárias: fontes primárias são as que derivam do 
exercício do Poder Legislativo previsto na CF ou do próprio Poder Constituinte 
Originária, enquanto que as secundárias são subservientes as fontes primárias, 
destas derivam. São exemplos de fontes primárias as Leis Ordinárias, já como 
fontes secundárias temos as Resoluções do TSE. É importante atentar, neste 
ponto, que Medidas Provisórias do Chefe do Poder executivos não poderão tratar 
sobre Direito Eleitoral (art. 62, CF) 
 
 No que tange aos Princípios, podemos pontuar os seguintes princípios 
norteadores do Direito Eleitoral: 
A) Princípio Da Anualidade Eleitoral: previsto no art. 16 da CF, foi reconhecido 
como cláusula pétrea, no julgamento do RE 633.703 de 2011 pelo STF, e dispõe 
que “a lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua 
publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até 1 (um) ano da data de sua 
vigência.” 
B) Princípio Do Aproveitamento Do Voto: este princípio impõe que os 
julgamentos da Justiça Eleitoral favoreçam a preservação da soberania popular. 
C) Princípio DaLisura Das Eleições: nada mais é que o princípio da 
moralidade aplicado ao processo eleitoral, por este, orienta-se os sujeitos 
envolvidos no processo eleitoral à conduta proba. 
D) Princípio Da Preclusão Instantânea: este princípio encontra aplicação 
quando da identificação do eleitor, essa deverá ser impugnada no momento do 
voto ou do alistamento eleitoral; ocorrendo preclusão instantânea da 
impugnação no caso contrário. 
 
 
 
 
 
 
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1.2. ASPECTOS GERAIS 
 
 A justiça eleitoral, no que toca às competências jurisdicionais, compõe-se 
dos seguintes órgãos: Tribunal Superior Eleitoral, Tribunais Regionais Eleitorais, 
Juízes e Juntas eleitorais, conforme o art. 118, CF. Analisaremos a seguir alguns 
aspectos relacionados às suas respectivas competências e composição, temas 
reiteradamente cobrados em provas. Vejamos. 
 
 Primeiramente, é necessário pontuar que a justiça eleitoral não apresenta 
quadro próprio de magistrados. Por esse motivo, os juízes e desembargadores 
eleitorais são originários de outros Tribunais e exercem a judicatura eleitoral por 
1 biênio ou até 2 biênios consecutivos, prazo este que não será interrompido por 
licenças, férias ou afastamentos. Todavia há uma exceção cobrada em provas: 
o cômputo do biênio será interrompido, quando o juiz ou desembargador eleitoral 
for cônjuge, companheiro, parente ou afim, colateral até o 2° grau de candidato 
a cargo eletivo na circunscrição; a interrupção, nestes casos, dar-se-á desde a 
homologação da convenção até a diplomação dos eleitos. 
 
1.3. COMPOSIÇÃO 
 
 O TSE é o órgão superior da Justiça Eleitoral, compondo-se de, no 
mínimo, 7 membros, segundo a CF: 3 Ministros do STF, 2 Ministros do STJ e 2 
juízes da “classe de advogados”. Destes, entre os Ministros do STF será 
escolhido o Presidente e o Vice-Presidente do TSE; e entre os Ministros do STJ 
será escolhido o Corregedor Geral Eleitoral. Porém, o que são “Juízes da classe 
de advogados”? É uma classe existente unicamente na justiça eleitoral e, por 
isso, merece especial atenção do candidato. 
 
 Os juízes da classe de advogados serão advogados indicados pelo 
STF, quando forem compor o TSE, ou pelo Tribunal de Justiça do Estado, 
quando forem constituir o respectivo TRE; nomeados, em ambos os casos, pelo 
Presidente da República, para compor o Tribunal Superior Eleitoral ou o Tribunal 
Regional Eleitoral. Os advogados são indicados por meio de 2 listas tríplices, 
formadas pelo STF ou pelo TJ, as quais são encaminhadas ao Presidente da 
República para nomeação. Destes advogados, a jurisprudência do TSE tem 
exigido o mínimo de 10 anos de experiência jurídica; já o Código Eleitoral 
aduz às hipóteses de impedimento para nomeação: estar no exercício de cargo 
em comissão ou mandato político ou ser proprietário ou sócio de empresa que 
receba benefício público. 
 
 O TRE, por seu turno, tem sede nas capitais dos estados e no DF; 
compõe-se de 7 membros, segundo a CF: 2 Desembargadores do TJ, 2 Juízes 
do TJ, 2 juízes da classe de advogados e 1 juiz ou desembargador pertencente 
ao TRF respectivo. Destes, entre os Desembargadores do TJ serão escolhidos 
o Presidente e o Vice-Presidente do Tribunal; e, dentre os demais membros, o 
Corregedor Regional Eleitoral. 
 As juntas eleitorais, em outro giro, são compostas por 1 juiz, não 
necessariamente eleitoral, e 2 ou 4 cidadãos de notória idoneidade. Neste tema, 
 
 
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recomendamos a leitura atenta dos arts. 36 a 41 do Código Eleitoral, dentre os 
quais destacamos os seguintes aspectos: os membros da juntas eleitorais serão 
nomeados pelo Presidente do TRE, após a aprovação do Tribunal, nos 60 dias 
anteriores às eleições; o mesmo aplica-se à escolha da sede destes órgãos; bem 
como, às hipóteses de impedimento de atuação na junta, constantes no 
parágrafo 3° do art. 36, Código Eleitoral. Quanto ao último ponto, é importante 
que o(a) Futuro(a) Promotor(a) de Justiça compare as hipóteses de impedimento 
à participação nas juntas com os casos de vedação a participação dos eleitores 
nas mesas eleitorais (art. 120, parágrafo 1°, Código Eleitoral). 
 
 No que tange às competências destes órgãos elas estão explicitadas nos 
arts. 22 e seguintes do Código Eleitoral. Recomendamos que o candidato leia os 
artigos indicados, abaixo faremos os destaques das competências 
repetidamente exigidas em prova e de alguns dispositivos, cuja leitura requer a 
adequação ao texto constitucional. 
 
1.4. COMPETÊNCIAS 
 
 Ao TSE, primeiramente, compete processar e julgar originariamente: o 
registro e a cassação de registro de partidos políticos, dos seus Diretórios 
Nacionais e de candidatos à Presidência e Vice-Presidência da República; os 
pedidos de desaforamento dos feitos não decididos nos Tribunais Regionais 
dentro de trinta dias da conclusão ao Relator, formulados por partido, candidato, 
Ministério Público ou parte legitimamente interessada. Acrescem-se a estas as 
seguintes competências privativas: aprovar a divisão dos Estados em Zonas 
Eleitorais ou a criação de novas Zonas; responder, sobre matéria eleitoral, às 
consultas que lhe forem feitas em tese por autoridade com jurisdição federal ou 
órgão nacional de partido política. 
 
 É importante atentar também que o TSE possui competência para o 
julgamento de recursos das decisões oriundas do TRE. A decisão exarada deste 
julgamento tem, em regra, caráter irrecorrível. O estudo dos recursos na seara 
eleitoral será feito em momento especifico. 
 
 No rol de competências do Tribunal Superior Eleitoral é necessária a 
leitura atualizada do art. 22, I, “d” e “e”, do Código Eleitoral, desta maneira, deve-
se entender que o julgamento dos Ministros do TSE por crimes eleitorais ou 
comuns que lhe forem conexos será feito pelo STF; enquanto que o julgamento 
dos Desembargadores do TRE pelos mesmos crimes será realizado pelo STJ, 
tal conclusão deriva dos artigos art. 102, I, c e art. 105, I, a, da CF/88. 
 
 Outrossim, compete ao TRE processar e julgar originariamente o registro 
e o cancelamento do registro dos Diretórios Estaduais e Municipais de partidos 
políticos, bem como de candidatos a Governador, Vice-Governadores, e membro 
do Congresso Nacional e das Assembleias Legislativas; os crimes eleitorais 
cometidos pelos Juízes Eleitorais; os pedidos de desaforamento dos feitos não 
decididos pelos Juízes Eleitorais em trinta dias da sua conclusão para 
julgamento, formulados por partido, candidato, Ministério Público ou parte 
legitimamente interessada, sem prejuízo das sanções decorrentes do excesso 
 
 
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de prazo. Ademais, compete-lhe privativamente: constituir as Juntas Eleitorais e 
designar a respectiva sede e jurisdição; dividir a respectiva circunscrição em 
Zonas Eleitorais, submetendo esta divisão, assim como a criação de novas 
Zonas, à aprovação do Tribunal Superior. 
 
 No que tange aos juízes eleitorais, compete-lhes: dividir a Zona em 
Seções Eleitorais; ordenar o registro e cassação do registro dos candidatos aos 
cargos eletivos municipais e comunicá-los ao Tribunal Regional; designar, até 60 
(sessenta) dias antes das eleições os locais das Seções; nomear, 60 (sessenta) 
dias antes da eleição, em audiência pública os membros das Mesas Receptoras; 
etc. 
 
 Já quanto às Juntas Eleitorais, em síntese, suas competências estão 
relacionadas à apuração da votação, à resolução das impugnações à apuração 
dos votos; e à expedição do diploma aos eleitos para cargos municipais. 
 
1.5. ORGANIZAÇÃO E ATRIBUIÇÕES DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
ELEITORAL 
 
 O Ministério Público Eleitoral integra o Ministério Público Da União, 
todavia, diferente dos demais órgãos do MPU, o Ministério Público Eleitoral não 
possui um quadro próprio de membros. Analisaremos agora sua peculiar 
organização.O Ministério Público Eleitoral tem como Procurador Geral Eleitoral o chefe 
do Ministério Público da União, ou seja, o Procurador Geral da República exerce 
concomitante ambas funções. Já os chefes dos Ministérios Públicos Eleitorais 
com sede nos Estados têm como chefe um integrante do MPF do respectivo 
Estado. Atenção! Repetiremos: o chefe do Ministério Público Eleitoral dos 
Estados será um membro do Ministério Público Federal designado pelo 
Procurador Geral da República. Todavia, esta regra não vale para o Distrito 
Federal, lá o responsável pelo Ministério Público Eleitoral é o Procurador Geral 
de Justiça do DF. 
 
 Os Promotores eleitorais, por sua vez, são membros do Ministério Público 
Estadual, indicados pelo Procurador Geral de Justiça do Estado e designados 
pelo Procurador Regional Eleitoral. 
 
 Entre as competências elencadas no art. 24, atribuídas ao Procurador 
Geral Eleitoral, destacamos às seguintes: oficiar em todos os recursos 
encaminhados ao Tribunal; manifestar-se, por escrito ou oralmente, em todos os 
assuntos submetidos à deliberação do Tribunal, quando solicitada sua audiência 
por qualquer dos Juízes, ou por iniciativa sua, se entender necessário; 
acompanhar, quando solicitado, o Corregedor-Geral, pessoalmente ou por 
intermédio de Procurador que designe, nas diligências a serem realizadas e 
expedir instruções aos órgãos do Ministério Público junto aos Tribunais 
Regionais. 
 
 
 
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 Ademais, destacamos também o seguinte julgado do TSE no tema: Ac.-
TSE, de 25.3.2014, no RO 172008: “O Ministério Público Eleitoral não possui 
interesse processual para recorrer de decisão proferida em conformidade com o 
parecer por ele ofertado nos autos”. 
 
 
V 
MPE-RR | 2017 | CESPE: O MP eleitoral tem legitimidade para recorrer de 
decisão que julgue o pedido de registro de candidatura, mesmo que não 
tenha apresentado impugnação anterior. 
 
 
 
QUESTÃO INÉDITA 
Assinale a alternativa incorreta: 
a) Em se tratando de disputa de competência para o julgamento de crime 
eleitoral praticado na divisa de dois municípios, pertencentes a diferentes 
circunscrições eleitorais, o conflito de jurisdição será processado e julgado 
originariamente pelo TSE. 
b) conforme a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, dada a 
necessidade de resguardar a segurança jurídica, as decisões do Tribunal 
Superior Eleitoral que, no curso de pleito eleitoral, impliquem mudança de 
jurisprudência não terão aplicabilidade imediata ao caso concreto, de modo 
que somente terão eficácia sobre outros casos, no pleito eleitoral 
subsequente. 
c) Compõem-se o TSE de dois juízes nomeados pelo presidente da 
República, escolhidos entre seis advogados de notável saber jurídico e 
idoneidade moral indicados pelo próprio tribunal. 
d) Os Procuradores Regionais Eleitorais são, em regra, Membros do MPF 
indicados pelo Procurador Geral Eleitoral. 
e) De acordo com a Constituição Federal o TSE terá no mínimo sete 
membros. 
 
Comentário: A assertiva da letra “C” está errada, pois os juízes da classe de 
advogados serão escolhidos dentre os advogados indicados pelo Supremo 
Tribunal Federal, de acordo com o art. 16, II, do Código Eleitoral. A letra “A” 
pela leitura do art. 22, I, b, CE. A letra “B” é a aplicabilidade do princípio da 
anualidade do direito eleitoral. A afirmativa “D” está correta, pois essa é regra 
trazida pelo art. 27, CE, cuja exceção encontra-se no § 1º. Por fim, a assertiva 
“E” é a literalidade do art. 119, caput, CF. 
 
 
 
 
 
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Organização da Justiça Eleitoral 
TSE TRE Juntas Eleitorais 
3 ministros do 
STF 
2 desembargadores do TJ 1 juiz, não necessariamente 
eleitoral 
2 ministros do 
STJ 
2 juízes estaduais 2 OU 4 cidadãos de notória 
idoneidade. 
2 juízes da 
classe de 
advogados 
1 desembargador ou juiz do 
TRF 
X 
X 2 juízes da classe de 
advogados 
X 
Tempo de exercício: 1 biênio e nunca por mais de 2 biênios consecutivos 
 
 
Juízes da Classe de 
Advogados. Impedimentos ao 
exercício do Cargo. 
Ocupante de cargo público demissível ad 
nuttum. 
Diretor, proprietário ou sócio de empresa 
beneficiada com subvenção, privilégio, 
isenção ou favor em virtude de contrato 
com a administração pública 
Exerça mandato de caráter político, 
federal, estadual ou municipal 
 
Organização do Ministério Público Eleitoral 
Procurador 
Geral Eleitoral 
Procurador Regional 
Eleitoral Promotores Eleitorais 
Será o 
Procurador 
Regional da 
República 
Será o membro do MPF 
estadual indicado pelo PGR 
 
Exceção: no DF, a função 
será exercida pelo PGJ 
Será um membro do 
Ministério Público Estadual, 
indicado pelo PGJ e 
designado pelo Procurador 
Regional Eleitoral. 
 
 
TSE TRE Juntas 
Eleitorais 
Procurador 
Geral 
eleitoral 
Competências 
Art. 22 e 23, 
CE 
Art. 29 e 30, 
CE 
Art. 40, CE Art. 24, CE 
 
 
 
 
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2. LEI DOS PARTIDOS POLÍTICOS 
 
2.1. CRIAÇÃO E REGISTRO DOS PARTIDOS POLÍTICOS 
 
 Em síntese, o registro de um Partido Político dar-se-á em 4 fases: i) 
fundação e registro civil; ii) busca pelo apoio mínimo e escolha dos dirigente e 
órgãos definitivos; e, por fim, iii) registro no TSE. A partir de agora analisaremos 
os requisitos de preenchimento destas etapas. 
 
 A fundação do partido político dá-se a partir do requerimento do registro 
do partido ao Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas, necessariamente, 
no Distrito Federal. Os requisitos formais do sobredito requerimento incluem sua 
subscrição por 101 fundadores, não filiados a outros partidos, distribuídos por 
1/3 dos estados da federação; a indicação da sede do partido no Distrito 
Federal; a referência ao nome e à função dos Dirigente Provisórios; e 
exemplares do Diário Oficial que publicou, no seu inteiro teor, o programa e o 
estatuto partidários. Uma vez deferido o registro civil, o partido adquire 
personalidade jurídica. 
 
V MPE-PE | 2014 | FCC: É vedado aos partidos políticos adotar uniforme 
para seus membros 
 
 Após o requerimento do registro civil, o partido político deverá buscar o 
Apoio Mínimo do eleitorado para poder solicitar o seu registro no TSE. Os 
requisitos para verificação do apoio mínimo são: obtenção de 0,5% dos votos 
válidos nas eleições para a Câmara dos Deputados, divididos por 1/3 dos 
estados, com pelo menos 0,1% do eleitorado destes. Antes da reforma eleitoral, 
os partidos poderiam buscar esse apoio mínimo por tempo indeterminado, 
todavia, com a mudança, existe agora um limite temporal de 2 anos para 
obtenção desse apoio. Uma vez verificado o apoio mínimo e constituídos os 
Dirigentes e Órgãos definitivos do partido, este poderá solicitar seu registro no 
TSE. 
 
 Protocolado o pedido de registro no Tribunal Superior Eleitoral, no prazo 
de quarenta e oito horas, este é distribuído a um Relator, que, após ouvir a 
Procuradoria Geral Eleitoral determinará as diligências necessárias, e julgará o 
pedido em 30 dias. É importante ressaltar que todas as alterações estatutárias 
ou programáticas por que passar o partido deverão ser levadas a registro, tanto 
no Registro Civil, quanto no Tribunal Superior Eleitoral. 
 
2.2. ESTATUTO DE PROGRAMA PARTIDÁRIO 
 
 O estatuto partidário é o instrumento que regula internamente o partido: 
indica a duração de seus mandatos diretivos internos; determina os critérios de 
distribuição do fundo partidário entre os órgãos nacional, estadual e municipal 
do partido; bem como elucida os direitos e obrigações dos filiados, quanto a 
estes, deve-se respeitar a eficácia horizontal dos direito fundamentais, sendo 
vedado, portanto, a distinção de direitos e deveres entre filiados. Já o programa 
 
 
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partidário, por outrolado, abordará os objetivos políticos do partido. O futuro 
Promotor de Justiça deve conhecer a distinção destes conceitos, pois esta já foi 
objeto de pergunta em concursos. 
Atente-se! O estatuto partidário elencará regras relativas às obrigações 
partidárias entre seus órgãos internos em nível nacional, estadual e municipal, 
todavia, é a Lei dos Partidos Políticos (Lei 9.096/95) que estabelece os moldes 
da responsabilização dos órgãos partidários, em seu art. 15-A. 
 
2.3. FILIAÇÃO PARTIDÁRIA E DA FIDELIDADE E DISCIPLINA 
PARTIDÁRIAS 
 
 A filiação partidária é o liame jurídico que cria um vínculo entre uma 
pessoa física e a organização partidária. Desta pessoa física, por sua vez, a lei 
exige que esteja no “pleno gozo” de seus direitos políticos. Quanto a essa 
exigência deve-se ter atenção à distinção entre a literalidade da lei, acima 
destacada, e a jurisprudência do TSE. Essa última tem admitido que pessoas 
alistáveis, mas inelegíveis continuem filiadas aos partidos que já 
pertencerem, quando da inelegibilidade; todavia, isso não se aplicará aos 
inelegíveis pela prática de ato de improbidade contra a Administração 
Pública (TSE, Ac. 23351/2004; e Ac. 23.9.2004 no REsp 23.351). Ademais, 
observe a assertiva que a banca examinadora CESPE considerou errada no 
concurso do TRE-PI para o Cargo de Analista Judiciário: A restrição dos direitos 
políticos decorrente da declaração de inelegibilidade não fundada em 
improbidade impede a filiação partidária, segundo entendimento do Tribunal 
Superior Eleitoral (TSE). 
 
 Uma vez filiado a partido, o eleitor ainda não estará pronto para 
candidatar-se à cargo eletivo, pois a lei exige o mínimo de 6 meses de domicílio 
no local em que pretender concorrer até o dia das eleições e também o mínimo 
de 6 meses de filiação partidária. 
 
 A desfiliação do partido, por seu turno, poderá dar-se automaticamente 
ou por requerimento. As hipóteses de desfiliação automática estão dispostas 
no art. 22, da lei 9.096/95, entre elas destacamos: a filiação a outro partido, 
comunicada ao juiz eleitoral; e as formas dispostas no estatuto, desde que o 
eleitor seja comunicado da exclusão em 48 horas. É importante destacar aqui 
que caso o eleitor esteja filiado a dois partidos simultaneamente, será 
considerada, tão somente, a filiação mais recente, tal determinação foi trazida 
pela Reforma Eleitoral de 2013 (lei 12.891/23). Já a desfiliação há requerimento 
dar-se-á a partir da comunicação do pedido de exclusão ao juiz eleitoral e ao 
direito municipal do partido; apenas 48 horas depois destas comunicações o 
eleitor será considerado desfiliado. 
 
 Ademais, caso o filiado ocupe mandato eletivo quando da desfiliação, em 
regra, ele perderá o mandato eletivo. Isso não se opera em 2 casos: i) quando 
o filiado foi eleito pelo princípio majoritário, esse entendimento foi exarado 
pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento da ADI 5081 em 27 de maio de 
2015; e ii) quando for verificada justa causa para desfiliação, cujas hipóteses 
estão elencadas no art. 22-A da lei 9.096/95. 
 
 
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2.4. FUSÃO, INCORPORAÇÃO E EXTINÇÃO DE PARTIDOS POLÍTICOS 
 
 A fusão de partidos é distinta da incorporação, a primeira dá-se com a 
união entre dois partidos formando um novo partido; já a segunda opera-se 
quando um partido dissolve-se em outro pré-existente, sem o surgimento de 
outro partido, mas sim com o aumento de filiados do partido incorporador. 
Entendido isto, outra diferença está nos efeitos das duas operações: enquanto 
na fusão os partidos reunir-se-ão para elaboração de um programa e estatutos 
comuns, bem como para escolha, por maioria absoluta, dos membros do órgão 
de direção nacional; na incorporação, o partido a ser incorporado irá reunir seus 
filiados para deliberar sobre a adoção ou não do estatuto e programa do partido 
incorporador; além de, posteriormente, escolher, junto a este, novos membro 
para o órgão de direção nacional. 
 
 A minirreforma eleitoral de 2015 (lei 13.107/15) trouxe novas 
determinações sobre a matéria, cujos destaques elencamos: i) os partidos que 
pretenderem efetuar uma fusão ou uma incorporação deverão ter no mínimo 5 
anos de registro definitivo no Tribunal Superior Eleitoral, tal regra evita que 
partidos recém-criados sejam logo incorporados por partidos mais tradicionais; 
ii) Havendo fusão ou incorporação, devem ser somados exclusivamente os votos 
dos partidos fundidos ou incorporados obtidos na última eleição geral para a 
Câmara dos Deputados, para efeito da distribuição dos recursos do Fundo 
Partidário e do acesso gratuito ao rádio e à televisão, é a literalidade do art. 29, 
§ 9º, da Lei dos Partidos Políticos. 
 
 A extinção dos partidos, por sua vez, dá-se em 3 hipóteses: i) pela 
operação de fusão ou de incorporação acima tratada; ii) por decisão do partido; 
e iii) por decisão do Tribunal Superior Eleitoral, quando o órgão de direção 
nacional do partido estiver subordinado a entidade ou governo estrangeiros ou 
receber recursos financeiros de procedência estrangeira, ainda quando o órgão 
nacional não prestar as devidas contas ao TSE, as demais possibilidades estão 
nos incisos do art. 28 da Lei 9.096/65. 
 
2.5. DO ACESSO GRATUITO AO RÁDIO E À TELEVISÃO 
 
 A propaganda política é gênero, cujas espécies podemos distinguir: i) 
propaganda institucional; ii) propaganda intrapartidária; iii) propaganda eleitoral; 
e iv) propaganda partidária. É importante, nessa oportunidade, que o(a) 
Futuro(a) Promotor(a) de Justiça saiba diferenciar essas espécies. Tal 
compreensão é necessária para que depreenda as regras relativas a cada uma 
delas, sem necessidade de memorização, topicalizaremos os conceitos: 
a) propaganda institucional: é a desenvolvida pelo Governo Federal e voltada 
ao cidadão eleitor. Ela tratará, por exemplo, da conscientização do eleitorado 
sobre a importância dos direitos políticos, da promoção da participação feminina 
na política e de informações relativas 
b) propaganda intrapartidária: é propagada pelos partidos políticos e 
direcionada aos seus filiados, somente poderá ser veiculada na semana que 
antecede as convenções partidárias, não pode revestir caráter de propaganda 
 
 
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10 
eleitoral antecipada, razão pela qual se limita à consulta de opinião dentro do 
partido, segundo a Resolução TSE nº 23. 086/2009 
c) propaganda eleitoral: é a veiculada pelos candidatos à cargos eletivos e seus 
partidos com finalidade de angariar votos, a partir da divulgação de suas 
propostas de campanha. 
d) propaganda partidária: regulamentada pelos arts. 45 ao 49 da Lei 9.096/95, 
é veiculada pelos partidos políticos e destinada aos filiados e aos cidadãos, 
todavia, não poderá ter caráter eleitoral. Trataremos das especificações desta 
espécie de propaganda abaixo. 
 
 
V 
MPE-PE | 2014 | FCC: Na propaganda para eleição majoritária, a coligação 
partidária usará, obrigatoriamente, sob sua denominação, as legendas de 
todos os partidos que a integram, sob pena de multa e suspensão do 
horário eleitoral gratuito 
 
 A propaganda partidária tinha como objetivos os elencados no art. 45, 
cujos destaques trazemos: transmitir mensagens aos filiados; divulgar a posição 
do partido em relação a temas político-comunitários; e promover e difundir a 
participação política feminina, dedicando às mulheres o tempo que será fixado 
pelo órgão nacional de direção partidária. Todavia, os arts. 45, 46, 47, 48 e 49 e 
o parágrafo único do art. 52 da Lei nº 9.096, de 19 de setembro de 1995 foram 
revogados pela lei 13.487/2017. 
 
 
V 
MPE-AC | 2014 | CESPE: É assegurada aos partidos políticos autonomia 
para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, 
sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito 
nacional, estadual, distrital ou municipal. 
 
2.6. DAS FINANÇAS E DA CONTABILIDADEDOS PARTIDOS POLÍTICOS 
 
 Anualmente, até o dia 30 de abril, os partidos políticos devem enviar à 
justiça eleitoral o balanço contábil do exercício financeiro anterior: o órgão 
nacional do partido deverá enviar ao TSE, o estadual ao TRE respectivo e o 
municipal ao Juiz Eleitoral, sendo possível, a este último a declaração de 
“ausência de movimentação”, conforme o art. 32, § 4º, Lei 9.096/15. 
 
 Para a regularidade desse balanço contábil o partido não poderá ter 
recebido recursos de fontes vedadas e deverá cumprir algumas exigências 
formais prévias. Quanto às fontes vedadas, elas estão elencadas no rol do art. 
31, lei 9096/95, todavia é necessário que o(a) Futuro(a) Promotor(a) de Justiça 
conheça também o teor da decisão do Supremo Tribunal Federal no julgamento 
da ADIn 4.650: na oportunidade, a Corte declarou a inconstitucionalidade parcial 
sem redução de texto do referido art. 31, na parte em que autoriza, a contrario 
sensu, a realização de doações por pessoas jurídicas a partidos políticos, a 
decisão foi proferida com efeitos ex tunc e já se tornou aplicável desde às 
eleições de 2016. Ademais, os aspectos formais são, entre outros, a nomeação 
de um dirigente específico responsável pela movimentação dos recursos nas 
 
 
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11 
campanhas e a preservação dos documentos relativos ao balanço contábil no 
mínimo 5 anos. 
 
 O exame da referida escrituração contábil poderá ser solicitada por 
filiados e delegados de outros partidos políticos, pelo Procurador Geral ou 
Regional do Ministério Público Eleitoral e pela Corregedoria Eleitoral. Os 
legitimados terão 15 dias para examinar os documentos e 5 dias para impugnar 
o balanço contábil. Quando este exame for realizado pela Justiça Eleitoral, os 
Tribunais poderão requisitar técnicos do Tribunal de Contas da União ou dos 
Estados, pelo tempo que for necessário. 
 
 
V 
MPE-RR | 2017 | CESPE: Os partidos políticos não são obrigados a 
cumprir exigências licitatórias para contratar e realizar despesas com 
recursos do fundo partidário. 
 
 Diante da denúncia de um dos legitimados acima, ou de ofício a Justiça 
Eleitoral, poderá proceder ao julgamento das contas partidárias atribuindo-lhes 
os seguintes termos: conta irregular, conta desaprovada ou conta não prestada. 
Trataremos das implicações da atribuição destes termos na tabela abaixo 
 
Finanças Partidárias 
Julgamento 
do Balanço 
Contábil 
 
Motivação 
 
Sanção 
Conta não-
prestada 
 
X 
Suspensão do recebimento do 
fundo partidário até a 
prestação das contas. 
 
 
 
Conta irregular 
 
Fonte não mencionada 
Suspensão do fundo partidário 
até a menção 
 
Fonte vedada 
Suspensão do fundo partidário 
por até 1 ano 
 
Valor acima 
Suspensão do fundo partidário 
por até 2 anos, acrescida de 
uma multa de 100% sobre o 
valor que ultrapassou o limite 
permitido. 
 
 
 
Conta 
Reprovada 
 
A conta será reprovada 
quando descumpridas as 
exigências legais de 
maneira tal que 
comprometa a própria 
lisura do processo 
eleitoral. 
Devolução da doação 
irregular, acrescida de 
descontos do fundo partidário 
de 1 a 12 meses e multa de 
20% sobre o valor recebido a 
mais. 
Atenção: os descontos do 
fundo partidário serão 
suspensão no 2° semestre do 
ano eleitoral. 
 
 
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12 
Observação: A desaprovação da prestação de contas do partido não ensejará 
sanção alguma que o impeça de participar do pleito eleitoral. 
Observação: o julgamento de reprovação da conta deverá se dar em 5 anos 
da apresentação do balanço contábil. De acordo com o TSE, no Ac. de 
23.9.2014, na PC nº 37: o cômputo do prazo prescricional inicia-se com a 
apresentação das contas, e não a partir da publicação da Lei nº 12.034/2009. 
2.7. DO FUNDO PARTIDÁRIO 
 
 O Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos é um 
sistema público de recolhimento de fundos a serem distribuídos entre os partidos 
políticos. O sistema de financiamento desse fundo é misto, sendo composto 
por: multas eleitorais, doações de pessoas físicas diretamente ao fundo 
partidário, por recursos especificados em outras leis, bem como pelo repasse 
anual efetuado pelo Governo Federal. 
 
 A aplicação dos recursos não requer processo licitatório, todavia a Justiça 
Eleitoral poderá a qualquer tempo investigar sobre aplicação. Outrossim, a 
divisão do fundo entre os partidos políticos é dada por lei, sendo 5% distribuídos 
entre todos os partidos que atendam aos requisitos de acesso ao fundo e 95% 
na proporção dos votos obtidos na última eleição para a Câmara dos Deputados, 
sendo desconsideradas as mudanças de filiação e levadas em conta a fusão ou 
a incorporação entre os partidos. 
 
 Os partidos poderão usar os recursos do fundo partidário para o 
atendimento de suas finalidades e êxito de seus objetivos políticos, todavia a lei 
determina alguns campos em que necessariamente a agremiação partidária terá 
que aplicar os recursos, entre eles destacamos: i) o limite de gasto do Fundo 
Partidário para pagamento de pessoal no órgão nacional será de 50%, já nos 
órgãos estaduais e municipais será de 60%; e ii) os partidos políticos terão que 
aplicar, no mínimo, 5% dos recursos do fundo em propagandas de incentivo à 
participação da mulher na política, tal aplicação é vinculada, não pode ser dada 
às sobras outra finalidade, ademais, o partido que descumprir a determinação 
estará sujeito ao acréscimo de 12,5% no investimento referido. 
 
 O art. 9.º, da Lei 13.165/15, estabelece que “nas três eleições que se 
seguirem à publicação desta Lei, os partidos reservarão, em contas bancárias 
específicas para este fim, no mínimo 5% (cinco por cento) e no máximo 15% 
(quinze por cento) do montante do Fundo Partidário destinado ao financiamento 
das campanhas eleitorais para aplicação nas campanhas de suas candidatas, 
incluídos nesse valor os recursos a que se refere o inciso V do art. 44 da Lei nº 
9.096, de 19 de setembro de 1995”. 
 
 O STF declarou a inconstitucionalidade da expressão “três”, do citado 
dispositivo, e, por arrastamento, a inconstitucionalidade do art. 44, §§5.º-A e 7.º, 
da Lei 9.096/95, incluídos pela Lei 13.165/15, que versam sobre recursos para a 
criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação 
política das mulheres. 
 
 
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13 
Ademais, na mesma ocasião o STF conferiu interpretação conforme a 
Constituição a esse dispositivo para equiparar o patamar legal mínimo de 
candidaturas femininas (pelo menos 30%) ao mínimo de recursos do Fundo 
Partidário a lhes serem destinados, ou seja, 30% do montante destinado a cada 
partido. No caso de percentual mais elevado de candidaturas femininas, o 
mínimo de recursos destinados a campanhas deve ser alocado em igual 
proporção (STF. Plenário. ADI 5617/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 
15/3/2018). 
 
MODULAÇAO DOS EFEITOS DA ADI 5617/DF 
 
“Os recursos financeiros de anos anteriores acumulados nas contas 
específicas mencionadas pelos parágrafos 5-A e 7 do art.44 da Lei 
9.096/96 devem ser adicionalmente transferidos para as contas 
individuais das candidatas no financiamento de suas campanhas 
eleitorais no pleito geral de 2018, sem que haja a redução de 30% do 
montante do fundo alocado a cada partido para as candidaturas 
femininas”. 
 
ST. Plenário. ADI 5617 ED/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 2/10/2018. 
(Info 918). 
 
 
QUESTÃO INÉDITA 
Assinale a alternativa incorreta: 
a) De acordo com a lei dos partidos políticos, só pode filiar-se a partido o 
eleitor que estiver no pleno gozo de seus direitos político. 
b) De acordo a jurisprudência do TSE só pode filiar-se a partido o eleitor que 
estiver no pleno gozo de seus direitos políticos. 
c) O partido político, em nível nacional, não sofrerá a suspensão das cotas do 
Fundo Partidário,nem qualquer outra punição como conseqüência de atos 
praticados por órgãos regionais ou municipais. 
d) O partido está obrigado a enviar, anualmente, à Justiça Eleitoral, o balanço 
contábil do exercício findo, até o dia 30 de abril do ano seguinte. 
e) o Tribunal Superior Eleitoral e os Tribunais Regionais Eleitorais, à vista de 
denúncia fundamentada de filiado ou delegado de partido, de representação 
do Procurador-Geral ou Regional ou de iniciativa do Corregedor, 
determinarão o exame da escrituração do partido e a apuração de qualquer 
ato que viole as prescrições legais ou estatutárias a que, em matéria 
financeira, aquele ou seus filiados estejam sujeitos, podendo, inclusive, 
determinar a quebra de sigilo bancário das contas dos partidos para o 
esclarecimento ou apuração de fatos vinculados à denúncia. 
 
 
 
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14 
Comentário: A assertiva da letra “B” está errada, pois o TSE decidiu de forma 
diferente no Ac. 23351/2004; e Ac. 23.9.2004 no REsp 23.351. As letras A, 
C, D e E estão corretas pelos dispositivos que se seguem respectivamente: 
Art. 16, art. 28 § 3º, art 32, art. 35, todos da lei 9.096/95 
 
 
FORMAÇÃO DO PARTIDO 
POLÍTICO 
Fundação e Registro Civil 
- 101 fundadores não filiados a outros 
partidos, distribuídos por 1/3 dos estados 
da federação 
-endereço e sede no Distrito Federal 
(sempre!) 
Apoio Mínimo 
-limite temporal: 2 anos para conseguir o 
apoio mínimo 
-0,5% dos votos válidos na Câmara dos 
Deputados, distribuídos por 1/3 dos 
estados, com pelo menos 0,1% do 
eleitorado de cada Estado. 
Registro no TSE 
 
Transformação e extinção dos Partidos Políticos 
FUSÃO INCORPORAÇÃO EXTINÇÃO 
-os partidos devem ter, no mínimo, 5 
anos de registro definitivo no TSE. 
-ambos processos serão 
considerados na distribuição do 
fundo partidário 
-Hipóteses art. 28, lei n° 9.096/95 
 
Atenção: O processo de 
cancelamento por sanção pode ser 
iniciado pelo Tribunal à vista de 
denúncia de qualquer eleitor, de 
representante de partido, ou de 
representação do Procurador-Geral 
Eleitoral 
 
 
FILIAÇÃO PARTIDÁRIA 
-hipóteses de desfiliação automática 
-possibilidade de filiação dos 
inelegíveis. 
 
ACESSO GRATUITO AO RÁDIO E 
À TELEVISÃO 
-revogação dos dispositivos sobre a 
propaganda partidária. 
 
 
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15 
 
FINANÇAS E CONTABILIDADE 
-impugnação por irregularidades 
-leitura da tabela esquemática do 
capítulo. 
 
FUNDO PARTIDÁRIO 
-divisão 5% e 95%, consideradas 
mudanças for fusão e incorporação 
-promoção da mulher na política. 
 
3. LEI DAS ELEIÇÕES 
 
3.1. SISTEMAS ELEITORAIS 
 
 O Brasil adota o sistema eleitoral majoritário simples ou absoluto para 
eleição dos cargos do Poder Executivo e para o cargo de Senador Federal, neste 
consideram-se eleitos os candidatos que obtenham a maioria dos votos. Já para 
os demais cargos do Poder Legislativo, adotou-se o sistema eleitoral 
proporcional, cujo cálculo para verificação dos eleitos explicar-se-á abaixo. 
Nesse sentido é importante que o Futuro Promotor de Justiça saiba que é errado 
dizer que o Brasil adota o sistema eleitoral misto, pois esse distingue-se dos 
outros dois ora referidos. 
 
 No sistema eleitoral majoritário absoluto, há previsão de segundo turno, 
para que se eleja o mais votado. Já no sistema majoritário simples não há 
previsão de segundo turno, este sistema é aplicado para os cargos de Senador 
Federal e para o cargo de Prefeito em Municípios que contem com menos de 
200 mil eleitores (art. 3°, lei 9.504/97). 
 
 O sistema proporcional requer o cálculo do quociente eleitoral, do 
quociente partidário e da verificação da votação nominal mínima para eleição 
dos cargos do Poder Legislativo. Primeiramente, deve-se calcular o quociente 
eleitoral. Em seguida, deve-se calcular o quociente partidário, seu resultado 
indicará o número de vagas conquistadas pelo partido. Todavia, antes da entrega 
da vaga ao partido político, é preciso verificar se este atingiu a votação nominal 
mínima, cujo valor indicamos abaixo. Terminados estes cálculos, as sobras são 
distribuídas aos partidos de maiores médias, sucessivamente calculada segundo 
a fórmula abaixo. 
 
 Atente-se à alteração ocorrida no ano de 2017: Poderão concorrer à 
distribuição dos lugares todos os partidos e coligações que participaram do 
pleito; 
 
a) quociente eleitoral: n° de votos válidos /total de vagas em disputa. 
Despreza-se a fração se inferior ou igual a 0,5 
b) quociente partidário: n° de votos dos partidos ou coligações/quociente 
eleitoral 
c) votação nominal mínima: 10% do quociente eleitoral 
d) sobas: n° votos dos partidos e coligações/n° de vagas conquistadas +1 
 
 
 
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16 
 
V 
MPE-RN | 2009 | CESPE: Somente partido ou coligação que alcançar o 
quociente eleitoral participa do rateio das sobras, se houver. 
 
3.2. PARTIDOS E COLIGAÇÕES 
 
 Os partidos políticos que desejarem indicar candidatos aos mandatos 
eletivos devem ter no mínimo 6 meses de registro do seu Estatuto Partidário 
no TSE, bem como deverão ter constituído órgão de direção partidária na 
circunscrição do cargo em disputa até a data de início das convenções 
partidárias (20 de julho). 
 
 Cumpridos os requisitos acima, os partidos políticos poderão formar 
coligações partidárias. As coligações terão denominação própria, não podendo 
coincidir com nomes de candidatos ou ter teor apelativo para votos; e consistem 
na união de partidos, durante o período eleitoral, para formarem chapas de apoio 
político mútuo para eleições majoritárias e para eleições proporcionais. É 
importante ressaltar, nesta matéria, os seguintes aspectos: 
 
1) Na propaganda para eleição majoritária, a coligação usará, obrigatoriamente, 
sob sua denominação, as legendas de todos os partidos que a integram; na 
propaganda para eleição proporcional, cada partido usará apenas sua legenda 
sob o nome da coligação (art. 6°, § 2º, 9.504/97). Não há sanção pecuniária 
prevista para o descumprimento dessa previsão (Ac.-TSE, de 18.9.2014, no 
AgR-REspe nº 41676) 
 
2) a coligação será representada perante a Justiça Eleitoral pelo representante 
designado pelos partidos integrantes, o qual terá atribuições equivalentes às 
de presidente de partido político; ou por delegados indicados pelos partidos que 
a compõem, podendo nomear até três delegados perante o juízo eleitoral; quatro 
delegados perante o tribunal regional eleitoral; cinco delegados perante o 
Tribunal Superior Eleitoral (art. 6°, §3º, II, 9.504/97). 
 
3) O partido político coligado somente possui legitimidade para atuar de forma 
isolada no processo eleitoral quando questionar a validade da própria coligação, 
durante o período compreendido entre a data da convenção e o termo final do 
prazo para a impugnação do registro de candidatos (art. 6°, § 4º, 9.504/97) . 
 
4) A responsabilidade pelo pagamento de multas decorrentes de propaganda 
eleitoral é solidária entre os candidatos e os respectivos partidos, não 
alcançando outros partidos mesmo quando integrantes de uma mesma 
coligação (art. 6°, § 5º, 9.504/97). 
 
3.3. CONVENÇÕES PARTIDÁRIAS 
 
 As convenções partidárias são realizadas entre 20 de julho e 05 de 
agosto do ano eleitoral, os objetivos destas são: i) deliberar sobre a escolha 
dos candidatos a cargos eletivos e ii) deliberar sobre formação de coligações 
 
 
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17 
partidárias. Para estas reuniões, os partidos poderão usar gratuitamente prédios 
públicos, responsabilizando-se pelos danos eventualmente causados. 
 
 As normas para o cumprimento dos objetivos acima referidos, em outro 
giro, devem estar estabelecidas no estatuto partidário. Em caso de omissão 
deste último, caberá ao órgão de direção nacional do partido estabelecê-las,publicando-as no Diário Oficial da União até 180 dias antes das eleições. 
 
 Ademais, se a convenção partidária de nível inferior se opuser, na 
deliberação sobre coligações, às diretrizes legitimamente estabelecidas pelo 
órgão de direção nacional, nos termos do respectivo estatuto, poderá esse 
órgão, por conseguinte, anular a deliberação e os atos dela decorrentes. As 
anulações efetuadas nestes moldes deverão ser comunicadas à Justiça Eleitoral 
no prazo de 30 dias após a data limite para o registro de candidatos. Se, da 
anulação, decorrer a necessidade de escolha de novos candidatos, o pedido de 
registro deverá ser apresentado à Justiça Eleitoral nos 10 dias seguintes à 
deliberação. 
Atente-se! i) Os órgãos nacionais dos partidos estabelecem diretrizes para 
escolha dos candidatos a cargos eletivos, todavia a lei das eleições estabelece 
uma premissa básica: o candidato deverá ter no mínimo 6 meses de domicílio 
eleitoral na circunscrição eleitoral em que pretende disputar ao cargo, bem 
como deverá ter no mínimo 6 meses de filiação partidária no partido que o 
indicar. ii) O art. 8°, § 1º, 9.504/97, teve sua vigência suspensa por Acórdão do 
STF, de 24.4.2002, na ADI-MC nº 2.530. Nessa toada, não existe, por ora, no 
Brasil, a possibilidade de candidatura nata. 
 
 
V 
MPE-RR | 2008 | CESPE: É permitido ao prefeito municipal ceder imóvel 
de propriedade do município para a realização de convenção de partido 
político para a escolha de candidato à prefeitura. 
 
3.4. REGISTRO DE CANDIDATOS 
 
 O registro dos candidatos dar-se-á após a escolha dos candidatos nas 
convenções partidárias e legitima os escolhidos, perante à Justiça Eleitoral, a 
concorrerem aos cargos eletivos. 
 
 Isto entendido, é necessário conhecer a quantidade de candidatos que 
cada partido ou coligação partidária poderá registrar perante a Justiça Eleitoral. 
Quando o cargo eletivo em disputa pertencer ao Poder Executivo, cada partidos 
ou coligação poderá escolher 1 candidato que o represente. Já para os cargos 
do Poder Legislativo, os partidos e coligações poderão indicar, em regra, 150% 
das vagas em disputa, isto não se aplica nos seguintes casos: i) quando o 
Estado contar com menos de 12 Deputados Federais; e ii) quando uma 
coligação indicar candidatos a Vereador em munícipio com menos de 100 mil 
eleitores, nestes casos, a porcentagem indicada será de 200% das vagas em 
disputa. 
 
 
 
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18 
Atente-se! i) No caso do cargo de Senador Federal, cujo mandato eletivo é de 
8 anos, as eleições ocorrem a cada 4 anos, sendo que em na primeira serão 
eleitos 2 Senadores Federais e na segunda, apenas 1. Nesse sentido, o registro 
de candidatos dos partidos e coligações fica restrito ao número de cargos em 
disputa. ii) no caso de as convenções para a escolha de candidatos não 
indicarem o número máximo de candidatos previsto no caput, os órgãos de 
direção dos partidos respectivos poderão preencher as vagas 
remanescentes até trinta dias antes do pleito 
 
 Esclarecido quantos candidatos os partidos e coligações poderão 
registrar, passaremos a analisar os requisitos para o registro de candidatura, 
bem como a hipóteses de substituição dos registrados. 
 
 Inicialmente, a competência para o registro dos candidatos é do TSE, 
quanto aos cargos de Presidente da República e Vice-Presidente; será do TRE 
no caso de candidaturas aos cargos de Deputado Estadual e Federal, Senador 
Federal, Governador e Vice-Governador. Por fim, a competência pertencerá ao 
Juiz Eleitoral quanto aos cargos de Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador. 
 O registro dos candidatos deverá ocorrer até as 19 horas do dia 15 de 
agosto do ano eleitoral, este prazo é improrrogável. Os candidatos, 
escolhidos em Convenção Partidária, que não tiverem o registro requisitado pelo 
partido poderão solicitá-lo diretamente à Justiça Eleitoral no prazo de 48 horas 
após o encerramento do prazo de registro. 
 
 No ato de registro o candidato deverá apresentar a certidão de quitação 
eleitoral, a ata da convenção em que foi escolhido, as propostas de governo nos 
cargos executivos, a certidão de antecedentes criminais emitida pela justiça 
eleitoral, entre outros documentos elencados no art. 11, §1°, 9.504/97.Todos os 
pedidos de registro deverão estar julgados pelas instâncias ordinárias da Justiça 
Eleitoral até 20 dias antes das eleições. 
 
 Ainda nesta matéria, é importante que o Futuro Promotor de Justiça 
conheça os seguintes aspectos específicos: i) o candidato que tenha multas 
eleitorais ainda não quitadas, poderá obter o parcelamento destas para fins de 
quitação eleitoral, o parcelamento assumiu novos moldes a partir da edição da 
lei 13.488/2017, por isso recomendamos a leitura do art. 11, § 8o da lei da 
eleições. ii) teor da Súmula do TSE nº 57: a apresentação das contas de 
campanha é suficiente para a obtenção da quitação eleitoral, nos termos da 
nova redação conferida ao art. 11, § 7º, da Lei nº 9.504/97, pela Lei nº 
12.034/2009. iii) No momento do registro de candidatura, o candidato a Vereador 
deverá demonstrar que possui a idade mínima constitucionalmente estabelecida 
para o exercício do cargo (18 anos), o que somente será exigido dos candidatos 
aos demais cargos na data da posse. 
 
 As substituições dos candidatos registrados dar-se-ão nas hipóteses de 
inelegibilidade, renúncia, falecimento após o termo final do prazo de registro ou 
indeferimento ou cancelamento do registro (art. 13, 9.504/97). Nestes casos, os 
partidos terão, em regra, o prazo de até 10 dias após o fato e até 20 dias antes 
as eleições para indicarem candidatos substitutos, a única exceção é para o 
 
 
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19 
caso de falecimento, neste não é necessário que se obedeça ao prazo de 20 
dias antes das eleições 
 
 Atente-se! i) Os candidatos poderão, sub-judice, concorrer às eleições, 
nestes casos exercerão os direitos de candidato em sua plenitude, ficando a 
validade dos votos a ele atribuídos condicionada ao deferimento de seu registro 
por instância superior. ii) Súmula do TSE nº 3: No processo de registro de 
candidatos, não tendo o juiz aberto prazo para o suprimento de defeito da 
instrução do pedido, pode o documento, cuja falta houver motivado o 
indeferimento, ser juntado com o recurso ordinário. 
 
3.5. ARRECADAÇÃO E APLICAÇÃO DOS RECURSOS NAS CAMPANHAS 
ELEITORAIS 
 
 Os partidos políticos e coligações realizam suas campanhas eleitorais a 
partir do financiamento público (fundo partidário, propaganda eleitoral gratuita 
obrigatória e imunidade tributária) e privado (doações de pessoas físicas, 
recursos do próprio candidato, do partido, rendas de aplicações financeiras, etc). 
É importante ressaltar que esta matéria sofreu alterações no ano de 2017, o 
que poderá implicar novas questões das bancas sobre estas, portanto, atenção 
para as mudanças Futuro Promotor de Justiça. 
 
 Primeiramente, é obrigatório para o partido e para os candidatos abrir 
conta bancária específica para registrar todo o movimento financeiro da 
campanha, bem como é dever indicar uma pessoa responsável pelas contas 
de campanha, a qual responderá solidariamente com o candidato pela 
veracidade das informações prestadas. 
 
 Os limites de gastos de campanha serão definidos em lei e divulgados 
pelo Tribunal Superior Eleitoral. O descumprimento dos limites de gastos, por 
seu turno, acarretará o pagamento de multa em valor equivalente a 100% da 
quantia que ultrapassar o limite estabelecido, sem prejuízo da apuração da 
ocorrência de abuso do poder econômico. A lei 13.488/17, nesta matéria, 
especificou alguns gastos pessoais dos candidatos que não se sujeitarão a 
prestação de contas, vide leitura do art. 26, § 3o , lei n° 9.504/97. 
 
 Quanto à arrecadação, o limite de doação de pessoas físicas é de 10% 
da renda bruta do doador no ano anterior à eleição, não entram neste limite 
asdoações estimáveis em dinheiro relativas à utilização de bens móveis ou 
imóveis de propriedade do doador ou à prestação de serviços próprios, desde 
que o valor estimado não ultrapasse R$ 40.000,00 por doador (alteração trazida 
pela lei 13.488/17). As doações poderão ser realizadas por meio de cheques 
cruzados e nominais, depósito em espécie, financiamento coletivo (inovação 
trazida pela lei 13.488/17) entre outros elencados pelo art. 23, §4°, lei 9.504/97, 
dispensada, nestes casos, a apresentação de recibo eleitoral (alteração 
trazida pela lei 13.488/17). 
 
 
 
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20 
 No caso de descumprimento dos limites de arrecadação, o infrator estará 
sujeito a multa de até 100% da quantia em excesso (alteração trazida pela lei 
13.488/17). 
 
 Como destaques de inovações nesta matéria trazemos a previsão de 
arrecadação de recursos por pré-candidatos a cargos eletivos, bem como a 
criação do Fundo Especial de Financiamento de Campanha. Vejamos: 
 
a) arrecadação de recursos por pré-candidatos: a inovação está disposta no 
art. 22-A, § 3º, lei 9.504/97, por esta os pré-candidatos poderão arrecadar 
recursos eleitorais desde o dia 15 de maio do ano eleitoral, mas a liberação de 
recursos por parte das entidades arrecadadoras fica condicionada ao registro da 
candidatura. 
b) Fundo Especial de Financiamento de Campanha: este encontra previsão 
no art. 16-C, lei 9.504/97, é constituído por dotações orçamentárias da União em 
ano eleitoral. Desta maneira, o Tesouro Nacional depositará os recursos no 
Banco do Brasil, em conta especial à disposição do Tribunal Superior Eleitoral. 
Para o primeiro turno das eleições serão distribuídos entre os partidos políticos, 
obedecidos alguns critérios; e para que o candidato tenha acesso aos recursos 
do Fundo a que se refere este artigo, deverá fazer requerimento por escrito ao 
órgão partidário respectivo. 
 
 Atenção! O STF entendeu inconstitucional a parte final do art. 28, §12, 
da Lei 9.504/97, incluído pela Lei 13.165/15, que consagra a doação oculta de 
pessoa física a candidato. O dispositivo prevê que “os valores transferidos 
pelos partidos políticos oriundos de doações serão registrados na prestação de 
contas dos candidatos como transferência dos partidos e, na prestação de 
contas dos partidos, como transferência aos candidatos, sem individualização 
dos doadores”. A parte final (sem individualização dos doadores) viola o princípio 
republicano e o princípio democrático (STF. Plenário. ADI 5394/DF, Rel. Min. 
Alexandre de Moraes, julgado em 22/03/2018). 
 
3.6. DA PRESTAÇÃO DE CONTAS 
 
 A prestação de contas dos candidatos às eleições majoritárias, bem como 
a dos candidatos a eleições proporcionais serão feitas pelo próprio candidato. É 
importante lembrar neste momento que a pessoa indicada como responsável 
pelas constas de campanha responderá solidariamente com este pela a 
veracidade dos fatos informados. 
 
 Os partidos políticos, as coligações e os candidatos são obrigados, 
durante as campanhas eleitorais, a divulgar em sítio eletrônico criado pela 
Justiça Eleitoral, com indicação dos nomes, do CPF ou CNPJ dos doadores e 
dos respectivos valores doados, os recursos em dinheiro recebidos para 
financiamento de sua campanha eleitoral, em até 72 horas de seu recebimento; 
e, no dia 15 de setembro, relatório discriminando das transferências do Fundo 
Partidário, dos recursos em dinheiro e dos estimáveis em dinheiro recebidos, 
bem como os gastos realizados. 
 
 
 
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21 
 Atente-se! A Justiça Eleitoral adotará sistema simplificado de prestação 
de contas para candidatos que apresentarem movimentação financeira 
correspondente a, no máximo, R$ 20.000,00 e para candidatos a Prefeito e 
Vereador de Municípios com menos de 50 mil eleitores. 
 
 A lei, em alguns casos, dispensa que o gasto realizado seja discriminado 
na prestação de contas de campanha, as hipóteses estão previstas no art. 28, § 
6º, lei 9.504/97, dentre estas destacamos a inovação trazida pela lei 13.488/17: 
fica dispensada de prestação de contas a cessão de automóvel de propriedade 
do candidato, do cônjuge e de seus parentes até o terceiro grau para seu uso 
pessoal durante a campanha. 
 
 A Justiça Eleitoral verificará a regularidade das contas de campanha, 
decidindo segundo as opções abaixo elencadas. Da decisão que julgar as contas 
prestadas pelos candidatos caberá recurso ao órgão superior da Justiça 
Eleitoral, no prazo de 3 dias, a contar da publicação no Diário Oficial. 
a) aprovação 
b) aprovação com ressalvas: verificadas falhas que não comprometam a 
regularidade da prestação de contas. 
c) desaprovação: verificadas falhas que lhes comprometam a regularidade. 
d) não prestação, caso em que será concedida ao candidato nova chance de 
prestação de contas em até 72 horas. 
 
 Outrossim, qualquer partido político, coligação ou o Ministério Público 
Eleitoral (Ac.-TSE, de 12.2.2009, no RO nº 1596) poderá apresentar à Justiça 
Eleitoral, no prazo de 15 dias da diplomação, impugnação por gasto ou 
arrecadação ilícitos. Em qualquer caso, comprovados a captação ou gastos 
ilícitos de recurso, para fins eleitorais, será negado diploma ao candidato ou este 
será cassado. 
 
3.7. DAS PESQUISAS E TESTES PRÉ-ELEITORAIS. 
 
 As empresas e entidades que realizarem pesquisas de opinião pública, 
relativas à eleições ou a candidatos, deverão, até 5 dias antes da publicação, 
registrar junto a Justiça Eleitoral as informações constantes no art. 33, lei 
9.504/97, destacamos: nome de quem pagou pela realização do trabalho e cópia 
da respectiva nota fiscal e valor e origem dos recursos despendidos no trabalho. 
Quanto as irregularidades das pesquisas e as sanções respectivas, elaboramos 
o quadro esquemático abaixo: 
INFRAÇÃO SANÇÃO 
Não registrar Multa 
Dificultar a fiscalização dos dados Multa e detenção; alternativa de 
prestação de serviços à comunidade 
Irregularidade da pesquisa Multa, detenção e publicação da 
pesquisa com os dados corretos 
Pesquisa fraudulenta Multa e detenção. 
 
 
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22 
 
 Atente-se! É vedada, no período de campanha eleitoral, a realização de 
enquetes relacionadas ao processo eleitoral (alteração trazida pela lei 
12.891/13). 
 
3.8. DA PROPAGANDA ELEITORAL 
 
 Remetemos o Futuro Promotor de Justiça à leitura das noções 
introdutórias sobre propaganda política tratadas no capítulo 4.3 deste material 
para distinção das espécies de propaganda eleitoral e propaganda partidária. 
Neste capítulo, trataremos acerca da propaganda eleitoral. A matéria também 
sofreu recentes alterações no ano de 2017. 
 
 A propaganda eleitoral será, em regra, gratuita e permitida após o dia 15 
de agosto do ano eleitoral (data limite para o registro de candidaturas). Neste 
caminho, são exceções à gratuidade: a propaganda eleitoral na imprensa 
escrita e a hipótese elencada pelo art. 57-C da Lei 9.504/97 (impulsionamento 
de conteúdos, alteração trazida pela lei 13.488/17). 
 
 Ademais, é vedada a propaganda eleitoral antecipada. A lei, em outra 
monta, elenca casos que não serão considerados como antecipação de 
propaganda, aqui recomendamos a leitura do art. 36-A. 
 
 Outra regra diz respeito a colocação de propaganda eleitoral em bens 
públicos, particulares e em bens de uso comum. São vedadas as propagandas 
eleitorais realizadas em bens públicos e bens de uso comum, neste último 
incluem-se os bens privados de uso coletivo, como exemplo, cinemas e clubes. 
Já em bens particulares, é permitida a propaganda, desde que espontânea e 
gratuita. 
 
 Atente-se! É vedada a veiculação de propaganda de qualquer natureza, 
inclusive pichação, inscrição a tinta e exposição de placas, estandartes, faixas, 
cavaletes, bonecos e assemelhados. 
. 
 Como regra, a veiculação de propaganda eleitoralnão passará por vistoria 
prévia do poder de polícia nem sofrerá censura automática. Nesse sentido, a 
realização de qualquer ato de propaganda partidária ou eleitoral, em recinto 
aberto ou fechado, não dependera de licença da polícia. Todavia, atenção: nas 
dependências do Poder Legislativo, a veiculação de propaganda eleitoral fica a 
critério da Mesa Diretora. 
 
 A lei das eleições elenca crimes eleitorais no art.39, os quais restarão 
configurados no dia das eleições, são puníveis com detenção, com a alternativa 
de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período, e multa, dentre 
todos os crimes destacamos o mais comum: a arregimentação de eleitor ou a 
propaganda de boca de urna. 
 
 As emissoras de TV e rádio terão a faculdade de exibir debates entre os 
candidatos aos cargos eletivos, os pormenores das regras relativas aos debates 
 
 
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23 
políticos, encontradas no art. 46 da Lei das Eleições e alteradas pela lei 
13.488/2017, merecem a leitura atenta do(a) Futuro(a) Promotor(a) de Justiça. 
Quanto à propaganda eleitoral gratuita veiculada pela televisão, o tempo desta 
será distribuído da seguinte maneira: 10% igualitariamente entre os partidos 
e 90%, nas eleições proporcionais, na proporção dos votos obtidos na 
última eleição para a Câmara dos Deputados; nas eleições majoritária, na 
proporção dos votos obtidos pelos 6 maiores partidos da coligação na última 
eleição para Câmara dos Deputados. 
 
 Recomendamos a leitura atenta dos artigos relacionados ao direito de 
resposta dos candidatos (art. 58, Lei 9.504/97), a representação por propaganda 
irregular (art. 40-B, Lei 9.504/97) e a captação ilícita de sufrágio (art. 41-A, Lei 
9.504/97). 
 
 Por fim, cabe destacar que o art. 25, §2.º, da Resolução TSE 23.404/2014, 
proíbe a realização de propaganda eleitoral via telemarketing em qualquer 
horário. O STF entendeu constitucional tal vedação (STF. Plenário. ADI 5122, 
Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 3/5/2018). 
 
 
V 
MPE-SC| 2014: Está sumulado junto ao TSE que conquanto investido de 
poder de polícia, não tem legitimidade o juiz eleitoral para, de ofício, 
instaurar procedimento com a finalidade de impor multa pela veiculação de 
propaganda eleitoral em desacordo com a Lei n. 9.504/97. 
 
3.9. DO SISTEMA ELETRÓNICO DE VOTAÇÃO 
 
 Este capítulo da lei das eleições requer o conhecimento de informações 
pontuais sobre o sistema eletrônico de votação, dentre elas, destacamos as 
abaixo elencadas: 
 
i) A votação e a totalização dos votos serão feitas por sistema eletrônico, 
podendo o Tribunal Superior Eleitoral autorizar, em caráter excepcional, a 
aplicação das regras relativas ao sistema manual de votação (art. 59). 
ii) A urna eletrônica contabilizará cada voto, assegurando-lhe o sigilo e 
inviolabilidade, garantida aos partidos políticos, coligações e candidatos ampla 
fiscalização (art. 61). 
 
Atenção! A Lei 13.165, de 2015, incluiu o art. 59-A para prever que, no 
processo de votação eletrônica, a urna imprimirá o registro de cada voto, a ser 
depositado, de forma automática e sem contato manual do eleitor, em local 
previamente lacrado. 
 
Contudo, no julgamento da ADI 5.889, o STF entendeu inconstitucional 
tal previsão, que viola o sigilo e reduz a liberdade do voto, afrontando o arts. 14 
e 60, §4.º, II, ambos da CRFB/88 (STF. Plenário. ADI 5.889/DF, rel. orig. Min. 
Gilmar Mendes, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 6/6/2018). 
 
 
 
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24 
3.10. DA FISCALIZAÇÃO DA ELEIÇÕES 
 
 O presente rol não é muito cobrado em concursos, mas requer a leitura 
atenta para reconhecimento de noções básicas sobre a fiscalização das eleições 
realizada pelos partidos, dentre as noções, destacamos as abaixo referidas. 
 
 Os partidos e coligações poderão fiscalizar todas as fases do processo de 
votação e apuração das eleições e o processamento eletrônico da totalização 
dos resultados, para isso nomearão delegados. Poderão os partidos, inclusive, 
constituir sistema próprio de fiscalização, apuração e totalização dos resultados, 
contratando empresa de auditoria. 
 
 Durante a apuração, os partidos poderão recorrer de atos da Junta 
Eleitoral, nessa toada, cumpre aos partidos e coligações, por seus fiscais e 
delegados, e aos candidatos, proceder à instrução dos recursos interpostos 
contra a apuração. O recurso que não for recebido pela Junta eleitoral pode ser 
apresentada diretamente ao Tribunal Regional Eleitoral, em quarenta e oito 
horas, acompanhado de declaração de duas testemunhas. 
 
3.11. DAS CONDUTAS VEDADAS AOS AGENTES PÚBLICOS EM 
CAMPANHAS ELEITORAIS 
 
 As condutas vedadas aos agentes públicos estão dispostas no art. 73 da 
lei das eleições, entre elas destacamos a seguinte: nomear, contratar ou de 
qualquer forma admitir, demitir sem justa causa, suprimir ou readaptar vantagens 
ou por outros meios dificultar ou impedir o exercício funcional e, ainda, ex officio, 
remover, transferir ou exonerar servidor público, na circunscrição do pleito, nos 
três meses que o antecedem e até a posse dos eleitos, sob pena de nulidade de 
pleno direito; cujas exceções são reiteradamente cobradas em provas e 
destacamos abaixo: 
a) a nomeação ou exoneração de cargos em comissão e designação ou 
dispensa de funções de confiança; 
b) a nomeação para cargos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos 
Tribunais ou Conselhos de Contas e dos órgãos da Presidência da República; 
c) a nomeação dos aprovados em concursos públicos homologados até o início 
daquele prazo; 
d) a nomeação ou contratação necessária à instalação ou ao funcionamento 
inadiável de serviços públicos essenciais, com prévia e expressa autorização do 
Chefe do Poder Executivo; 
e) a transferência ou remoção ex officio de militares, policiais civis e de agentes 
penitenciários; 
 
 A definição de agente público nesta lei é ampla e considera quem exerce, 
ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, 
designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, 
mandato, cargo, emprego ou função nos órgãos ou entidades da administração 
pública direta, indireta ou fundacional. Por fim, recomendados também a leitura 
do art. 73, §12, da lei das eleições, qual trata da representação pela não 
 
 
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25 
observância das vedações a conduta dos agentes públicos em campanhas 
eleitorais. 
 
3.12. DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS 
 
 Nas disposições finais e transitórias da lei das eleições destacamos o art. 
96 que trata da representação por descumprimento da lei das eleições, o assunto 
será especificamente tratado no capítulo 7. 
 
 Por fim, o art. 97-A da referida lei aduz que considera-se duração razoável 
do processo que possa resultar em perda de mandato eletivo o período máximo 
de 1 (um) ano, contado da sua apresentação à Justiça Eleitoral. 
 
 
 
 
QUESTÃO INÉDITA 
Assinale C ou E para as assertivas: 
a) É permitida a propaganda eleitoral a partir do dia 15 de agosto do ano 
eleitoral. 
b) conforme a jurisprudência do TSE, a apresentação das contas de 
campanha é suficiente para a obtenção da quitação eleitoral. 
c) qualquer partido político, coligação poderá apresentar à Justiça Eleitoral, 
no prazo de 15 dias da diplomação, impugnação por gasto ou arrecadação 
ilícitos. Não há legitimidade, nestes casos, do Ministério Público 
 
Comentário: A assertiva da letra “c” está errada, pois ao Ministério Público 
foi reconhecida à legitimidade ativa para tanto por meio do Ac.-TSE, de 
12.2.2009, no RO nº 1596. As letras B, C estão corretas pelos dispositivos 
que se seguem, respectivamente: Art. 36 da Lei 9.504/97; Súmula nº 57 TSE; 
 
 
 
SISTEMAS 
ELEITORAIS 
 -majoritário e proporcional adotados. 
-quociente eleitoral, quociente partidário e votação 
nominalmínima 
-distribuição das sobras 
 
 
-mínimo 6 meses de registro do seu Estatuto Partidário 
no TSE, órgão de direção partidária na circunscrição do 
cargo até a data de início das convenções partidárias. 
 
 
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26 
PARTIDOS E 
COLIGAÇÕES 
- responsabilidade entre partidos e candidatos, excetua 
a coligação 
CONVENÇÕES 
PARTIDÁRIAS 
-20 de julho a 5 de agosto 
-hipótese de anulação Art. 7º, lei 9.504/97. 
 
REGISTRO DE 
CANDIDATOS 
-até 19h de 15 de agosto 
-idade mínima para Vereador 
-hipóteses de substituição 
-prazo de substituição: 10 dias após o fato, 20 dias 
antes das eleições, exceto falecimento. 
 
RECURSOS NAS 
CAMPANHAS 
-novas previsões: financiamento coletivo e fundo 
especial de financiamento de campanha 
-limite de 10% da renda bruta anual na doação de 
pessoas físicas. Nova sanção (100% sobre o excesso) 
- responsabilidade solidária entre candidato e pessoas 
responsável pelas contas de campanha. 
 
PRESTAÇÃO DE 
CONTAS 
-dispensa prestação 
-representação arrecadação gasto ilícito legitimidade 
MP 
-em 72 horas recursos em dinheiro recebidos 
declarados à Justiça Eleitoral; até 15 de setembro 
discriminar demais recebidos. 
 
PESQUISAS E 
TESTES PRÉ-
ELEITORAIS 
-5 dias antes da divulgação registrar perante à Justiça 
Eleitoral 
-vedação enquetes eleitorais e sanções. 
 
PROPAGANDA 
ELEITORAL 
- exceções à gratuidade 
-formas vedadas: cavaletes, outdoors, pichação, etc. 
- direito de resposta dos candidatos, representação por 
propaganda irregular 
DAS CONDUTAS 
VEDADAS AO 
AGENTES 
PÚBLICOS 
- art. 73 
-conceito de agente público 
- representação pela não observância das vedações 
4. LEI DAS INELEGIBILIDADES 
 
 A Lei Complementar n° 64 de 1990 aborda, em síntese, os seguintes 
assuntos: i) casos de inelegibilidade absoluta (incapacidade eleitoral passiva 
para qualquer cargo); ii) casos de inelegibilidade eleitoral relativa (hipóteses em 
que a pessoa será inelegível para determinados cargos e terão a oportunidade 
de se desincompatibilizarem, tornando-se, portanto, elegíveis); iii) aspectos da 
Ação de Impugnação de Registro de Candidatura (AIRC) e da Ação de 
Investigação Judicial Eleitoral (AIJE). Neste capítulo dedicaremos nossa atenção 
aos dois primeiros assuntos elencados, já os instrumentos eleitorais de 
impugnação serão abordados em capítulo próprio. 
 
 
 
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27 
 Inicialmente é necessário que o(a) Futuro(a) Promotor(a) de Justiça 
conheça as condições de elegibilidade, que estão dispostas na Constituição 
Federal e espalhadas em Leis Ordinárias. Por conceito, as referidas condições 
são requisitos positivos a serem preenchidos pelos pretensos candidatos. Em 
seguida, tais requisitos serão verificados pela Justiça Eleitoral em momentos 
específicos. Elencamos as condições de elegibilidade e os momentos de 
verificação na tabela abaixo: 
 
MOMENTO DA 
VERIFICAÇÃO 
CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE 
 
Data do Registro de 
Candidatura 
-nacionalidade brasileira 
-direitos políticos não extintos nem suspensos 
-alistamento eleitoral 
-idade mínima para o exercício do cargo de 
Vereador (18 anos de idade) 
 
 
 
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28 
 
Data do Pleito 
-tempo de domicílio eleitoral na circunscrição 
em que irá concorrer de pelo menos 6 meses. 
-tempo de filiação partidária de, no mínimo, 6 
meses. 
Data da Posse -idade mínima para o exercício de cada um dos 
cargos eletivos, exceto Vereador. 
 
 Conhecidas as referidas condições positivas, agora trataremos das 
condições negativas, aquelas que devem estar ausentes para que a pessoa 
tenha a capacidade eleitoral passiva reconhecida. Pois bem, elas estão 
elencadas na Constituição Federal e na Lei Complementar n° 64, que sofreu 
alterações com a vigência da Lei Complementar n° 135 de 2010, conhecida 
como a Lei da Ficha-limpa. 
 
 Nessa toada, para a Constituição Federal são hipóteses de 
inelegibilidade: 
a) inelegibilidade reflexa: são inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o 
cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por 
adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do 
Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis 
meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à 
reeleição. 
b) analfabetismo 
c) inalistabilidade: são inalistáveis os estrangeiros e os conscritos. 
d) reeleição subsequente para cargos do Poder Executivo: O Presidente da 
República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem 
os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos 
para um único período subsequente. 
 
JURISPRUDÊNCIA do STF 
 
“Ao se fazer uma interpretação conjugada dos parágrafos 5 e 7 do artigo 
14 da CF/88 chega-se à conclusão de que a intenção do Poder 
Constituinte foi a de proibir que pessoas do mesmo núcleo familiar 
ocupem três mandatos consecutivos para o mesmo cargo no Poder 
Executivo. Assim, a vedação ao exercício de três mandatos consecutivos 
de prefeito pelo mesmo núcleo familiar aplica-se também na hipótese em 
que tenha havido a convocação do segundo colocado nas eleições para 
o exercício de mandato-tampão, quando o eleito tenha sido cassado”. 
 
STF. 2 Turma. RE 1128439/RN, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 
23/10/2018 (Info 921). 
 
e) não desincompatibilização: para concorrerem a outros cargos, o Presidente 
da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos 
devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito, caso 
contrário não poderão concorrer a outros cargos. 
 
 
 
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29 
 A Lei Complementar n° 64, por seu turno, determina casos específicos de 
inelegibilidade. Recomendamos que o(a) Futuro(a) Promotor(a) de Justiça faça 
a leitura atenta de todo o art. 1 desta lei. Aqui, para fins de otimização do estudo, 
destacaremos os aspectos mais cobrados da lei na tabela abaixo: 
 
LEI DAS INELEGIBILIDADES 
Tempo regra de 
inelegibilidade absoluta: 
8 anos 
Prazos regra de 
desincompatibilização 
(inelegibilidade relativa): 
3 meses para servidores públicos; 4 meses para 
dirigentes sindicais; 6 meses para autoridades 
que concorrerem a todos os cargos, exceto para 
o cargo de Prefeito, cujo prazo será de 4 meses. 
 
Alíneas mais importantes 
de inelegibilidade 
absoluta 
e,g,j, h, l, n, q 
Atente-se! Súmula do TSE nº 69: “Os prazos 
de inelegibilidade previstos nas alíneas j e h do 
inciso I do art. 1º da LC nº 64/90 têm termo 
inicial no dia do primeiro turno da eleição e 
termo final no dia de igual número no oitavo 
ano seguinte”. 
 
 
QUESTÃO INÉDITA 
Julgue as assertivas a seguir: 
I. A Lei Complementar n° 135 de 2010 ou Lei da Ficha-Limpa submeteu-se a 
anualidade eleitoral e, portanto, não foi aplicada as eleições que ocorreram a 
menos de 1 ano de sua vigência. 
II. O exercício de mandato eletivo não é circunstância capaz, por si só, de 
comprovar a condição de alfabetizado do candidato. 
III. Lei ordinária poderá criar hipóteses de inelegibilidade 
 
Comentários: I. VERDADEIRA, pois foi o sentido do acórdão do STF no RE 
633703 de 2011. II. VERDADEIRA, consoante o exato do teor da súmula n° 
15 do TSE. III. FALSA, uma vez que a Constituição reserva à Lei 
Complementar a criação de hipóteses de inelegibilidade (art. 14, § 9º, CF). 
 
 
 
 
Inelegibilidade absoluta Para todos os cargos 
Inelegibilidade relativa -Para alguns cargos 
 
 
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30 
ASSUNTOS 
ABORDADOS 
-hipóteses de 
desincompatibilização 
AIRC e AIME 
 
 
CONDIÇÕES DE 
ELEGIBILIDADE 
Nacionalidade, direitos políticos, alistamento

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