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Camila Regiani Ricardo de Oliveira – Direito – UNIARA
Resumo – Direito Civil: Sucessões – Prof. Júlio – 2° Bimestre
* Sucessão Legítima: 
1) Introdução: a sucessão legítima é a sucessão que decorre da lei, ou seja, decorre de uma escolha feita pelo legislador (obedece à ordem de vocação apontada pelo próprio legislador). É a sucessão que possui maior aplicabilidade prática. É o contrário da sucessão testamentária, pois esta decorre da vontade do testador por meio do testamento. 
- As regras da sucessão legítima são aplicáveis quando: 
a) A sucessão ocorrer “ab intestato”, ou seja, sem testamento. Toda vez que a pessoa falece sem deixar testamento, diz-se que ela faleceu ab intestato. Quando isso ocorre, o próprio legislador dará destino à herança do falecido. 
b) O falecido deixar testamento, porém inválido e ineficaz. Quando a formalidade não é observada pelo testador, ele será inválido e ineficaz. Nesses casos, o testamento é considerado como se não existisse. 
c) O testamento deixado é válido, porém não contempla/alcança a totalidade dos bens do falecido. À parte que não foi disciplinada do testamento, serão aplicadas as regras da sucessão legítima. Nesse caso, há coexistência entre sucessão legítima e testamentária e, portanto, segue-se o testamento no tocante aos bens e direitos disciplinados pelo testador e o restante segue a ordem de vocação legal. 
- Parentes em linha reta são aqueles que têm ascendência e descendência recíproca (descendem um do outro). A linha reta tem dois sentidos: de ascendência (cima) e descendência (baixo) e ambas são infinitas no grau de parentesco. 
- Na linha colateral um parente não é descendente e nem ascendente do outro, mas possuem um parente em comum. Ou seja, são aqueles ligados por um tronco comum, mas não descendem um do outro. Essa linha é finita, ou seja, limita-se ao 4° grau para efeitos sucessórios. 
- O parentesco é relacional, ou seja, sempre se relaciona a alguém. É o parentesco que define a ordem de vocação hereditária e pode decorrer da consanguinidade, da afinidade ou mesmo da lei (parentesco civil). O grau de parentesco é o que distancia um parente do outro. Ex: os filhos são em relação ao pai descendentes em primeiro grau; os netos em relação aos avós são descendentes em segundo grau, etc. 
2) Fundamentos: a sucessão legítima tem fundamento histórico (presente desde a Antiguidade em todos os povos civilizados), familiar (busca assegurar a permanência dos bens do falecido dentro do mesmo grupo familiar), individual (quando o legislador fixa a ordem de vocação hereditária considera a afeição presumida do falecido, chamando os parentes mais próximos, pelos quais o de cujus presume-se nutria maior afeto) e social (cabe ao poder público recolher a herança do falecido quando não houver herdeiros conhecidos - herança vacante - ou quando todos renunciarem).
3) Ordem de Vocação Hereditária: Art. 1.829, CC. Esse artigo estabelece quem pode ser herdeiro. Tal dispositivo apresenta um rol de herdeiros legítimos. É um rol que tem como fundamento as relações de parentesco as quais se fundam também na presunção de afeto (presume que o falecido tem afeto a essas pessoas) e na presunção de dependência econômica, sendo que ambas são presunções relativas. Além de dizer o rol de quem são os herdeiros legítimos, o artigo 1829, CC apresenta qual a ordem das pessoas à sucessão. O legislador primeiro chama a suceder as pessoas que presume que o falecido tem mais afeto e dele são mais dependentes. 
Art. 1.829, CC: A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: 
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares; Descendentes são todos aqueles que se encontram abaixo do falecido, em linha reta (ascendência e descendência recíprocas) e infinita, ligados a ele por vínculo sanguíneo, jurídico ou sócio afetivo. Ex: filhos, netos, bisnetos, tataranetos, etc. 
Em concorrência significa “junto com”. Os primeiros chamados a sucessão são os descendentes do falecido junto com o cônjuge ou companheiro sobrevivente. A existência de descendentes afasta todos os outros, sendo que eles continuarão sendo herdeiros legítimos, mas não serão chamados à sucessão. Essa concorrência depende do regime de bens. Além de herdeiro legitimo, são herdeiros necessários. Não tem limitação de grau. 
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge; Se não houver descendentes, são chamados os ascendentes junto com o cônjuge ou companheiro. Essa concorrência não depende do regime de bens, pois ele é irrelevante. Qualquer que seja o regime de bens haverá concorrência. Nesse caso, receberão a herança por igual. Além de herdeiro legitimo, são herdeiros necessários. Não tem limitação de grau. 
III - ao cônjuge sobrevivente; Se não houver descendentes e nem ascendentes, a herança será entregue por inteiro ao cônjuge/companheiro. Nesse caso, ele será herdeiro exclusivo. O regime de bens é irrelevante, ou seja, qualquer que seja o regime de bens, se o falecido não deixar descendente ou ascendente, a herança será do cônjuge/companheiro, mesmo se o regime era da separação obrigatória. Além de herdeiro legitimo, são herdeiros necessários.
IV - aos colaterais. São os últimos chamados à sucessão. Só serão chamados à sucessão se não houver descendente, ascendente e nem cônjuge/companheiro. São os colaterais até 4° grau. Ex: irmãos, tios, sobrinhos, etc. O CC limita o parentesco até o 4° grau, pois colaterais muito afastados presume-se que não possuem afeto e nem dependência econômica. Não são herdeiros necessários e, por isso, podem ser afastados da sucessão. 
A) Sucessão dos Descendentes: OBS: Não há distinção entre os descendentes, sobretudo entre filhos, sejam eles legítimos, afetivos, adotivos, etc., pois pouco importa sua origem jurídica, devido ao princípio da igualdade. 
a) Os descendentes são herdeiros legítimos (decorrem da lei) e necessários (têm direito a quota indisponível – legítima – e não pode ser afastado da sucessão, salvo por indignidade e deserdação). 
b) São os primeiros chamados à sucessão hereditária, pois há presunção de maior relação afetiva com o falecido e presunção de dependência econômica em relação ao falecido. 
c) Afastam os ascendentes e os colaterais. Por serem os primeiros chamados a sucessão, afastam os demais que não serão chamados a sucessão. 
d) Os descendentes podem concorrer na herança com o cônjuge/companheiro sobrevivente. Essa concorrência depende do regime de bens adotado. Alguns regimes permitem a concorrência e outros não permitem. O cônjuge ou companheiro será afastado dependendo do regime. 
e) Na classe dos descendentes, os mais próximos em grau excluem os mais remotos (em regra). Dentro de uma mesma classe, os mais próximos e, grau afastam os mais remotos. Os descendentes de primeiro grau afastam os de segundo, terceiro, quarto grau, etc. Se um descendente renunciar e ainda tiver outros descendentes da mesma classe, estes serão chamados ainda que o descendente que renunciou tenha descendentes próprios. Além disso, na classe dos descendentes, não há limitação. Art. 1.833, CC: Entre os descendentes, os em grau mais próximo excluem os mais remotos, salvo o direito de representação.
Ex: 
Enquanto tiver descendentes mais próximos, os mais remotos não serão chamados à sucessão. 
Sucessão por cabeça: é a divisão da herança pelo exato número de herdeiros que forem chamados. Em outras palavras, ocorre quando a herança é dividida em tantas partes quantos forem os herdeiros da mesma classe. É associada à sucessão por direito próprio (sucesso direta), ou seja, o herdeiro busca a herança diretamente do falecido, não tendo nenhum herdeiro ou outra pessoa entre eles. Art. 1.835, CC: Na linha descendente, os filhos sucedem por cabeça, e os outros descendentes, por cabeça ou por estirpe, conforme se achem ou não no mesmo grau. OBS:Os descendentes podem suceder por direito próprio ou por direito de representação. 
g) Os descendentes podem suceder por direito de representação. É uma exceção à regra geral segundo a qual na mesma classe os mais próximos em grau excluem os mais remotos. O direito de representação ocorre quando a lei chama certos parentes do herdeiro falecido a suceder como se vivo ele estivesse. Em outras palavras, o direito de representação permite que os parentes mais distantes sejam chamados à sucessão junto com os parentes mais próximos do falecido. Art. 1.851, CC: Dá-se o direito de representação, quando a lei chama certos parentes do falecido a suceder em todos os direitos, em que ele sucederia, se vivo fosse. É chamada de sucessão por estirpe (ou linhagem), ou seja, nos casos de pré-morte ou de indignidade, é chamada a estirpe/linhagem do indigno ou do pré-morto. Os herdeiros são chamados como representantes do indigno ou do pré-morte e recebem o que estes receberiam se não fossem indignos ou pré-mortos. 
O direito de representação ocorre em apenas duas hipóteses: a) Pré-morte: é sempre relacional, ou seja, relaciona-se a uma pessoa. Os descendentes mais próximos do pré-morto podem representa-lo na sucessão por representação como sendo representantes. Nesse caso, todos os herdeiros receberão fração igual, ou seja, os herdeiros do pré-morto não receberão quantidade de herança superior aos demais. 
Ex.: 
b) Indignidade: os descendentes do indigno são chamados como seu representante. Art. 1.816, CC: São pessoais os efeitos da exclusão; os descendentes do herdeiro excluído sucedem, como se ele morto fosse antes da abertura da sucessão. Trata o indigno como uma espécie de pré-morto, pois é como se ele estivesse morto (como se ele não existisse) antes da abertura da sucessão. OBS: A deserdação, de acordo com a doutrina e jurisprudência majoritárias, também gera o direito de representação, porém, isso não está expresso em lei. 
OBS: A renúncia NÃO gera direito a representação. A renúncia é diferente da pré-morte e da indignidade, pois na renúncia há manifestação do herdeiro se quer ou não ficar com a herança, ou seja, é uma faculdade. Já na pré-morte ou indignidade, não há essa manifestação. A renúncia, que não gera representação, devolve aos outros sua parte que receberia da herança. Qualquer pessoa chamada à sucessão, seja por cabeça ou por representação, pode renunciar a herança. 
- Quando um grau for extinto, independentemente da razão (por indignidade, renúncia ou pré-morte de todos os herdeiros daquele grau), chama o próximo grau por direito próprio. Ou seja, nesse caso, quando um grau é extinto, não haverá direito a representação, pois, para que este exista, tem que haver um grau mais próximo conflitando com um grau mais remoto. Se todo 1° grau de descendentes for extinto, não há mais conflito com os herdeiros do 2° grau e, portanto, estes serão chamados à sucessão por direito próprio. 
- O direito de representação não é limitado. Não existe representação em favor do cônjuge, companheiro e ascendente, pois é um direito do descendente. No caso de colateral, só há representação em favor de filhos de irmãos do falecido (há limitação). 
OBS: Há, ainda, o direito de transmissão. O descendente recebe a herança do falecido e transmite para seus descendentes herdeiros por estirpe. Há a transmissão no direito de herança. 
- Art. 1.830, CC: Somente é reconhecido direito sucessório ao cônjuge sobrevivente se, ao tempo da morte do outro, não estavam separados judicialmente, nem separados de fato há mais de dois anos, salvo prova, neste caso, de que essa convivência se tornara impossível sem culpa do sobrevivente. Quando há separação de fato, se ela for superior a dois anos, o cônjuge não é chamado à sucessão.
- Art. 1.856, CC: O renunciante à herança de uma pessoa poderá representá-la na sucessão de outra. O renunciante pode representar o representante na sucessão futura. 
B) Sucessão dos Ascendentes: são aqueles que estão em linha reta acima da pessoa. É uma linha infinita no que tange ao grau de parentesco, pois só há limitação nas linhas colaterais. 
- Não há distinção propriamente dita em relação os ascendentes. Porém, na classe de ascendência, tradicionalmente formam-se duas linhas: a linha materna (parentes por parte de mãe) e a linha paterna (parentes por parte de pai). É possível alterar o entendimento do CC para incluir as novidades cotidianas, tais como paternidades homoafetivas e socioafetivas. 
a) Os ascendentes são herdeiros legítimos (decorrem da lei) e necessários (constam no rol de herdeiros necessários e, portanto, não podem ser afastados da sucessão, salvo em caso de indignidade ou deserdação).
b) Representam a segunda classe de parentes chamada a sucessão. Se não houver descendentes sucessíveis, chamam-se os ascendentes. Ou seja, só serão chamados se não houver descendentes sucessíveis. Art. 1.836, CC: Na falta de descendentes, são chamados à sucessão os ascendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente. Havendo descendentes em qualquer grau e com interesse na sucessão, os ascendentes não são chamados. 
c) Os ascendentes concorrem o cônjuge ou companheiro. Ou seja, os ascendentes do falecido são chamados à sua sucessão juntamente com o cônjuge/companheiro sobrevivente. Essa concorrência ocorre independentemente do regime de bens. 
d) Na classe dos ascendentes, os mais próximos em grau excluem os mais remotos. Essa regra se aplica aos descendentes e ascendentes, porém sempre dentro da mesma classe. Art. 1836, CC, § 1o Na classe dos ascendentes, o grau mais próximo exclui o mais remoto, sem distinção de linhas. 
e) Não há direito de representação na sucessão dos ascendentes. Em hipótese alguma, mesmo que haja pré morte ou indignidade. Portanto, sempre aplica a regra geral dos mais próximos excluem os mais remotos. Nesse caso, como não se aplica o direito de representação, o ascendente que é indigno ou pré morto simplesmente é retirado da sucessão. OBS: A renúncia não gera o direito de representação. Se um ascendente renunciar, o outro ascendente recebe o todo. 
f) A sucessão se dá por linhas, especialmente quando houver igualdade em grau e diversidade em linha. Sucessão por linhas se divide em paterna e materna. É diferente da sucessão por cabeça e da sucessão por estirpe. Art. 1836, CC, § 2o: Havendo igualdade em grau e diversidade em linha, os ascendentes da linha paterna herdam a metade, cabendo a outra aos da linha materna. Diversidade numérica. Quando houver igualdade em grau e diversidade numérica em linha, faz a divisão por linha, ou seja, cada linha receberá a mesma porcentagem da herança. Ex: metade da herança será para a linha materna e metade para a linha paterna. O mesmo ocorre se não houver diversidade numérica nos graus, ou seja, independentemente se tiver dois ascendentes maternos e um paterno ou apenas um de cada, a divisão será feita por linha da mesma forma. OBS: Se tiver mais de duas linhas (ex: tem duas mães e um pai) divide em quantas linhas forem os ascendentes.
- Toda vez que um grau for extinto, chama-se o seguinte grau mais próximo. Se extinguir os ascendentes do mesmo grau da mesma linha, a herança será entregue por inteiro aos ascendentes da outra linha. 
C) Concorrência do cônjuge/companheiro com os descendentes do falecido: o regime sucessório do cônjuge e do companheiro é o mesmo, pois não há mais diferenciação no tratamento de ambos, inclusive em uniões homoafetivas. “No sistema constitucional vigente é inconstitucional a diferenciação de regime sucessório entre cônjuges e companheiros devendo ser aplicado em ambos os casos o regime estabelecido no artigo 1829 do Código Civil.”
No CC/16 o cônjuge somente era chamado à sucessão como herdeiro se não houvesse nenhum descendente e nem ascendente. Isso ainda ocorre com o CC/02, sendo o cônjuge herdeiro exclusivo se não houver descendente e nem ascendente do falecido. Todavia, com o CC/02, criou-se a figura do regime de concorrência sucessória, o qual permite que o cônjuge sobrevivente seja chamado à sucessão JUNTOcom os descendentes ou com os ascendentes do falecido. Esse regime de concorrência não existia no CC/16. 
- A concorrência do cônjuge sobrevivente (também conhecido como cônjuge supérstite) com os descendentes do falecido depende do regime de bens. O regime de bens compõe a parte patrimonial do direito de família. Essa parte patrimonial praticamente se esgota com o estudo dos regimes de bens. São quatro os regimes de bens do nosso ordenamento jurídico: 
1) Regime da Comunhão Parcial: como regra geral comunicam-se os bens, direitos e dívidas adquiridos na constância do casamento. Os bens, direitos e dívidas anteriores não se comunicam, pois são particulares de cada cônjuge. Exceção: Art. 1.659, CC: Excluem-se da comunhão: I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar; II - os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação dos bens particulares; III - as obrigações anteriores ao casamento; IV - as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal; V - os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão; VI - os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge; VII - as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes. Esse artigo diz quais são os bens excluídos da comunhão. Os bens em doação e herança não se comunicam. 
2) Regime da Comunhão Universal: como regra geral comunicam-se os bens, direitos e dívidas adquiridos antes e depois do casamento. Ou seja, há comunicação de todos os bens, direitos e dívidas presentes e futuros dos cônjuges. Nesse caso, há presunção de comunicabilidade. Exceção: Art. 1.668, CC: São excluídos da comunhão: I - os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar; II - os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário, antes de realizada a condição suspensiva; III - as dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus aprestos, ou reverterem em proveito comum; IV - as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de incomunicabilidade; V - Os bens referidos nos incisos V a VII do art. 1.659.
3) Regime da Participação Final nos Aquestos: tem características da separação com a comunhão de bens. Durante o casamento, os cônjuges se comportam como se fosse o regime de separação, mas nada impede que adquirirem bens juntos. Toda vez que adquirirem bens em conjunto forma os aquestos. Portanto, aquesto são os bens adquiridos onerosamente por ambos os cônjuges. O aquesto só será apurado no final do casamento, com a morte ou com o divórcio. Art. 1.673, CC: Integram o patrimônio próprio os bens que cada cônjuge possuía ao casar e os por ele adquiridos, a qualquer título, na constância do casamento. Parágrafo único. A administração desses bens é exclusiva de cada cônjuge, que os poderá livremente alienar, se forem móveis. Art. 1.674, CC: Sobrevindo a dissolução da sociedade conjugal, apurar-se-á o montante dos aquestos, excluindo-se da soma dos patrimônios próprios: I - os bens anteriores ao casamento e os que em seu lugar se sub-rogaram; II - os que sobrevieram a cada cônjuge por sucessão ou liberalidade; III - as dívidas relativas a esses bens. Parágrafo único. Salvo prova em contrário, presumem-se adquiridos durante o casamento os bens móveis. Em outras palavras, por esse regime cada cônjuge possui patrimônio próprio e lhe cabe, à época da dissolução da sociedade conjugal, direito à metade dos bens adquiridos pelo casal, a título oneroso, na constância do casamento. 
4) Regime da Separação Total: cada cônjuge mantém seu próprio patrimônio e eles não se comunicam. Os bens, dívidas e direitos anteriores ou posteriores ao casamento não se comunicam, permanecendo sob a administração exclusiva de cada um dos cônjuges, que os poderá livremente alienar ou gravar de ônus real. Contudo, mesmo na separação absoluta, ambos os cônjuges são obrigados a contribuir para as despesas do casal na proporção dos rendimentos de seu trabalho e de seus bens, salvo estipulação em contrário no pacto antenupcial. Essa separação pode ser: 
a) Obrigatório: decorre da lei. Art. 1.641, CC: É obrigatório o regime da separação de bens no casamento: I - das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento; II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos; III - de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial. 
b) Convencional: decorre da vontade, ou seja, escolhido livremente pelos cônjuges. 
- Pacto antenupcial serve para escolher o regime de bens do casamento. Ele deve ser feito se os cônjuges quiserem adotar o regime da comunhão universal, participação final nos aquestos ou separação total. É facultativo (não é obrigatório) e quando não for feito, não escolhe nenhum regime. Quando não faz o pacto antenupcial, o legislador escolhe o regime de bens da comunhão parcial para ser adotado e, por isso, tal regime também é chamado de regime supletivo.
Na união estável não há pacto antenupcial, mas sim contrato de convivência. Também não é obrigatório e por meio deles os companheiros podem adotar o regime de bens da união estável. Se não fizer o contrato, o regime será o da comunhão parcial de bens. Se for querer adotar outro regime tem que fazer o contrato de convivência. 
- Todo regime em que houver comunhão (comunhão parcial, comunhão universal a participação final nos aquestos) gera o direito à meação. Meação é a metade do patrimônio comum pertencente a cada um dos cônjuges. 
- Art. 1.829, CC: A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares. A regra é a concorrência. Porém, há exceções. 
* Quando não haverá concorrência com os descendentes: 
a) Regime da Comunhão Universal não haverá concorrência sucessória. O cônjuge não será chamado na herança junto com os descendentes do falecido. O cônjuge sobrevivente é meeiro, ou seja, tem direito à meação (a meação surge quando houver patrimônio comum), por força das regras do direito de família. Portanto, nesse caso, o cônjuge é meeiro, mas não é herdeiro concorrente (não herda em conjunto com os descendentes). 
b) Regime da Separação Obrigatória não haverá concorrência sucessória. É diferente da separação convencional. É a separação que se dá nas hipóteses da lei. O cônjuge sobrevivente não concorre com a herança dos herdeiros (não é herdeiro concorrente, pois o CC proíbe a concorrência nesse caso) e nem é meeiro, ou seja, não tem direito a meação, pois não é regime de comunhão. Nesse regime, o cônjuge não recebe nada. 
c) Regime da Comunhão Parcial SEM bens particulares não haverá concorrência do cônjuge com os descendentes do falecido. Essa hipótese ocorre quando todos os bens deixados são comuns. O cônjuge sobrevivente não é herdeiro concorrente, mas é meeiro (recebe a meação). 
* Quando haverá concorrência com os descendentes: 
a) Regime de Comunhão Parcial COM bens particulares haverá concorrência. 
Nesse caso, em relação ao patrimônio comum, o cônjuge tem direito à meação (é meeiro), mas não é herdeiro concorrente (o patrimônio restante será dividido igualmente para os descendentes). 
Já em relação ao patrimônio particular (pode ser composto por qualquer tipo de bens), o cônjuge sobrevivente concorre com os descendentes na herança do falecido e o patrimônio particular será dividido igualmente entre cônjuge e descendentes. O cônjuge é herdeiro concorrente, mas não é meeiro, pois não há meação no patrimônio particular. 
b) Regime da Participação Final nos Aquestos haverá concorrência. 
Em relação ao aquesto (patrimônio comum) o cônjuge tem direito à meação, mas não é herdeiro. 
Em relação aos bens particulares, ocônjuge é herdeiro (concorre com os descendentes), mas não é meeiro. 
c) Regime da Separação Convencional haverá concorrência sucessória. Nesse caso, o regime decorre da vontade dos cônjuges. Não há meação. A herança é igualmente dividida entre os cônjuges e os herdeiros. Portanto, o cônjuge é herdeiro, mas não é meeiro.
	QUADRO RESUMO (art. 1829, inc. I, do CC)
	Haverá concorrência com os descendentes
	Regime da comunhão parcial com bens particulares
	Receberá meação e concorrerá na herança
	
	Regime da separação convencional
	Concorrerá na herança, mas não receberá meação
	
	Regime da participação final dos aquestos
	Receberá meação e concorrerá na herança
	
	Regime da comunhão universal
	Somente receberá meação
	Não haverá concorrência com os descendentes
	Regime da comunhão parcial sem bens particulares
	Somente receberá meação
	
	Regime da separação obrigatória ou legal
	Não receberá meação, tampouco herança.
- Art. 1.832, CC: Em concorrência com os descendentes (art. 1.829, inciso I) caberá ao cônjuge quinhão igual ao dos que sucederem por cabeça, não podendo a sua quota ser inferior à quarta parte da herança, se for ascendente dos herdeiros com que concorrer. Esse dispositivo trata da reserva de cota parte em favor do cônjuge/companheiro sobrevivente em casos de concorrência com os descendentes comuns havidos com o falecido. 1) Se aplica apenas nos casos em que houver concorrência do cônjuge com os descendentes do falecido. Não se aplica nos demais casos e também não se aplica quando o regime de bens do casamento não admitir a concorrência do cônjuge com os descendentes. 2) Garante uma quota mínima da herança de ¼ em favor do cônjuge ou companheiro sobrevivente. Não pode receber menos que isso, mas pode receber mais. Não é uma quota fixa, mas sim mínima. 3) O cônjuge sobrevivente deve ser ascendente daqueles com quem concorre. OBS: Esse artigo só faz sentido se houver quatro ou mais descendentes, pois se tiver menos, o cônjuge já receberá ¼ (mínimo) ou mais da herança. Ex: Se Pedro tiver quatro filhos e deixar sua cônjuge Maria, quando Pedro falecer, Maria fica com ¼ da herança e os quatro filhos ficam com ¾ divididos em partes iguais entre eles. 
Se o cônjuge ou companheiro não for ascendente daqueles com quem concorre, não se aplica esse artigo. Ex: não se aplica em caso de madrasta, padrasto, enteado, etc., pois não possuem relação de parentesco. 
Filiação híbrida: tem descendente de duas ou mais relações. Há descendentes comuns e descendentes exclusivos do falecido. Ex: tem filhos de um casamento e tem filhos de outro casamento. 
Quando há filiação híbrida, há duas correntes: 1°) Não se aplica o artigo 1832, CC em caso de filiação híbrida. É a corrente majoritária na jurisprudência. Isso ocorre porque a herança é dividida em partes iguais e se for feita de forma diferente, prejudica os descendentes exclusivos do falecido. 2°) Aplica-se p artigo 1832, CC nos casos de filiação híbrida. É a corrente minoritária na doutrina. Nesse caso, confere proteção adicional ao cônjuge sobrevivente.

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