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Atualidades
MATERIAL DE ATUALIDADES 2007/2008 – PROF RODRIGO BARBATI
I - POLÍTICA – MUNDO
O fim da Era Blair na Inglaterra 
O Reino Unido tem uma tradição de autofagia com seus grandes líderes. Em julho de 1945, nas primeiras eleições gerais em dez anos, o eleitorado britânico resolveu tirar da Downing Street nº 10 o grande vitorioso da Segunda Guerra Mundial, o primeiro-ministro conservador Winston Churchill, dando a vitória à oposição trabalhista. Em 1990, a cúpula do Partido Conservador derrubou, com uma moção de desconfiança, a primeira-ministra Margaret Thatcher, que em uma década de poder não apenas resgatara a Grã-Bretanha do declínio econômico como criara um novo paradigma macroeconômico mundial, o chamado neoliberalismo. Agora, quando o primeiro-ministro trabalhista Tony Blair completa dez anos no cargo, o país vive uma longa fase de prosperidade, queda no desemprego, sensíveis melhorias sociais e pacificação na convulsionada Irlanda do Norte. Mas Blair amarga um dos piores índices de aprovação da história britânica: apenas 22% dos seus concidadãos apóiam sua gestão. E tudo por causa do que talvez tenha sido a única grande decisão equivocada de seu governo: o apoio incondicional aos Estados Unidos e o envio de tropas britânicas ao Iraque, contrariando a imensa maioria dos britânicos. Em junho de 2007, o combalido líder trabalhista renunciou em favor do ministro das Finanças, Gordon Brown. A chegada do então jovem Tony Blair ao poder, em 1º de maio de 1997, representou a primeira vitória do Partido Trabalhista desde 1976. “O Labour era praticamente um partido em extinção quando ele assumiu. Estamos falando de uma legenda que não ganhava uma eleição havia duas décadas e que, com Blair, pela primeira vez em sua história, obteve três mandatos consecutivos”, diz Chris Pierson, do Centro de Estudos em Política da Universidade de Nottingham. Logo no início de seu mandato, o dinâmico Blair conquistou corações e mentes britânicos ao convencer a família real britânica a se juntar ao povo nas homenagens à princesa Diana, morta em acidente automobilístico em Paris pouco depois da ascensão dos trabalhistas. O primeiro-ministro, que captou a comoção popular com a tragédia, cunhou a expressão “princesa do povo” e venceu as resistências da rainha Elizabeth II, que fez um pronunciamento à nação e concedeu a Diana funerais de Estado (o episódio é narrado no recente filme A rainha, de Stephen Frears, que deu o Oscar de melhor atriz a Helen Mirren, no papel de Elizabeth II). O governo de Blair também obteve um acordo de paz definitivo na Irlanda do Norte, onde o Reino Unido enfrentava a insurgência do Exército Republicano Irlandês (IRA) desde 1969, com mais de três mil mortos. O acordo de paz culminou num governo de unidade entre os adversários históricos Gerry Mulligham, líder do Sinn Fein, e Ian Paisley, líder dos protestantes unionistas. Por fim, a década trabalhista representou uma ruptura com o rígido monetarismo thatcherista, com aumento de investimentos em educação e saúde e a criação do salário mínimo. “O problema é que talvez a única grande decisão errada tomada por Blair (a participação na invasão do Iraque) poderá ser o sinônimo de seu legado”, conclui o professor Pierson. 
Guerra fria sobre o Ártico
Em 2 de agosto de 2007, dois batiscafos russos, Mir 1 e Mir 2, retornam à superfície, após fincarem uma bandeira russa de titânio inoxidável na vertical do Pólo Norte, a 4.261 metros de profundidade. A bordo do Mir 1, Artur Tchilingarov, vice-presidente da Duma (parlamento de seu país) e renomado explorador polar, compartilha a descoberta: “Há cascalhos amarelados. Não se vê nenhuma criatura nas profundezas”. Antes de acrescentar: “Tocar o fundo do mar em uma profundidade dessas é como dar o primeiro passo sobre a Lua”. Na superfície, alguns remoinhos agitam as águas negras e geladas. Se, do lado russo, não se esconde a alegria, outros atores da cena internacional manifestam uma indisfarçável irritação diante dessa política de fato consumado. O ministro canadense das Relações Exteriores, Peter Mackay, ironiza: “Não estamos no século 15. Não se pode percorrer o mundo, fincar bandeiras, e dizer: ‘Reivindicamos este território’” . E o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Tom Casey, acrescenta: “Hastear uma bandeira no fundo do mar não tem nenhum significado jurídico”.O Ártico é um mar cercado de terra: uma espécie de Mediterrâneo do Norte. Os dois pólos, o magnético e o geográfico, flutuam entre águas. Pilotada pelo Instituto Russo de Pesquisa Ártica e Antártica (IAARI), e realizada por ocasião do Ano Polar Internacional, que teve início em março deste ano, a expedição russa tinha uma dupla missão: observar as mudanças de temperatura, salinidade e velocidade das correntes e, principalmente, provar a continuidade desses fundos marinhos com a plataforma continental russa. Localizado em águas internacionais, o Pólo Norte pertence a todo o mundo — portanto, a ninguém. É regido pela Convenção Internacional do Direito do Mar, da Organização das Nações Unidas (ONU), que declara serem os fundos marinhos, situados além das jurisdições nacionais, “patrimônio comum da humanidade”. Assinada em 1982 e ratificada no final de 1994, essa convenção estabelece a soberania de um país, na superfície do mar, em 12 milhas marítimas (22,2 km), contadas a partir da costa. Também considera como sua zona econômica exclusiva (ZEE), incluindo os recursos submarinos, uma faixa maior, de 200 milhas (360 km). No entanto, essa zona pode ser ampliada se os limites externos da plataforma continental se estenderem mais além. Portanto, se conseguir demonstrar que a Dorsal Lomonosov – cadeia submarina de 2 mil quilômetros, que se estende sob o Pólo Norte, ligando a Sibéria à ilha canadense de Ellesmere e à Groenlândia – é geologicamente russa, Moscou poderá explorar esses fundos marinhos. Além do prestígio, da proeza científica e tecnológica, há substanciosos interesses econômicos e geopolíticos em jogo. Um estudo da agência governamental norte-americana US Geological Survey estima que 25% das reservas mundiais de hidrocarbonetos estão localizadas ao norte do círculo polar . Um novo eldorado, que os países costeiros – Rússia, Estados Unidos, Canadá, Noruega, Dinamarca, Finlândia, Suécia e Islândia – poderiam reivindicar e explorar, sob condição de que sua plataforma continental entre no jogo de extensão territorial. Durante muito tempo, a Rússia foi a única a tentar fazer valer os seus direitos. Em dezembro de 2001, Moscou já tinha formulado uma primeira petição à Comissão sobre a Delimitação da Plataforma Continental da ONU, que, por sua vez, requereu estudos complementares. Foram estes que resultaram no espetáculo Mir 1 e Mir 2. Até então, a comunidade internacional não via nenhum interesse econômico nessas imensidões geladas. Mas os recursos mundiais de gás e petróleo estão se esgotando, e o aquecimento do planeta torna o Pólo Norte potencialmente mais viável.
Protestos reúnem 30 mil contra governo de Mianmar
Os manifestantes estão sendo liderados pelos monges da Aliança dos Monges Budistas da Birmânia, que protestaram pelo oitavo dia consecutivo, em setembro de 2007, contra o governo militar. O protesto está sendo considerado o maior nos últimos 20 anos. Pelo terceiro dia seguido, um grupo de monges tentou visitar a líder da oposição pró-democracia, Aung San Suu Kyi, que está em prisão domiciliar desde 2003. Como aconteceu no domingo, quando 20 mil pessoas saíram às ruas, os policiais impediram o encontro ao não permitirem que os monges passassem pelo cerco à casa da líder.De acordo com analistas, o futuro das manifestações é imprevisível. Até agora, os generais no poder não têm reagido, mas há receios de que se repita o episódio de violência ocorrido em 1988, quando o último levante pró-democracia terminou com a morte de 3 mil pessoas. 
Os monges são muito respeitados no país e qualquer ato violento contra eles poderia provocar revolta da população. O embaixador britânico em Rangoon, Mark Canning, disse queos líderes do país estão vivendo em um "território sem lei". "As demonstrações podem acalmar ou, então, provocar uma reação que poderia resultar num desatre", disse Canning, em entrevista à BBC. Durante os protestos desta segunda-feira, os monges carregaram cartazes pedindo reconciliação nacional e melhores condições de vida para o povo. Como parte dos protestos, os organizadores pedem que toda população de Mianmar pare para rezar em frente às suas casas durante 15 minutos, às 20h. Em um comunicado divulgado na sexta-feira passada, os monges prometeram continuar os protestos até conseguirem "varrer a ditadura militar do país". As manifestações em Mianmar começaram por causa do aumento nos preços dos combustíveis no mês passado, mas agora os monges querem que o governo entregue o poder. Ativistas pró-democracia iniciaram os protestos contra o governo, resultando na prisão de dezenas. Os monges aderiram ao movimento quando soldados do governo usaram a força para acabar com um protesto pacífico na cidade de Pakokku, no dia 5 de setembro de 2007. 
A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, disse que os Estados Unidos estão "observando com muita atenção" os protestos e criticou o que chamou de "regime brutal" de Mianmar. "O povo de Mianmar merece mais que isso. Eles merecem ter o direito de viver em liberdade, como qualquer outro povo", disse Rice.
Nobel da Paz para Al Gore e para o painel da ONU para as alterações climáticas (IPCC)
O Nobel da Paz foi atribuído na sexta-feira (12/10/07) ao antigo vice-presidente norte-americano Al Gore e ao Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU pelos esforços para aumentar o conhecimento sobre mudanças climáticas. O comitê Nobel norueguês justificou a atribuição do prêmio “pelos esforços de recolha e difusão de conhecimentos sobre as mudanças climáticas provocadas pelo Homem e por terem lançado os fundamentos para a adoção de medidas necessárias para a luta contra estas alterações”. Na sua declaração, o comitê norueguês saudou o trabalho individual de Gore, salientando o fato de ter feito mais do que qualquer outro para criar um entendimento global sobre a necessidade de se adotarem medidas para impedir uma deterioração maior do clima. Já sobre o IPCC, o comitê louvou o trabalho à larga escala feito para criar um consenso mundial das medidas que precisam ser adotadas. O Nobel - um diploma, uma medalha de ouro e um cheque de 10 milhões de coroas suecas (cerca de 1,08 milhões de euros) - será entregue aos dois premiados em Oslo em 10 de Dezembro, data do aniversário da morte do fundador do prêmio, o sábio e filantropo sueco Alfred Nobel, que inventou a dinamite.
Cristina Kirchner é eleita presidente da Argentina
Com mais de 93% das mesas eleitorais apuradas, os números indicam que a peronista, senadora por Buenos Aires e primeira-dama Cristina Fernandes de Kirchner, 54, tornou-se nesta segunda-feira (29/10/07) a primeira presidente eleita da história da Argentina. Ela assume em 10 de dezembro, para um mandato de quatro anos, depois de uma campanha marcada pela apatia e de uma votação conturbada por atrasos e suspeitas de fraude. Até as 7h locais (8h de Brasília), Cristina tinha 44,63% dos votos, contra 23,1% da oposicionista Elisa Carrió e 16,99% do ex-ministro Roberto Lavagna. O resultado é suficiente para dar já no primeiro turno a vitória para a mulher do atual presidente, Néstor Kirchner. Cristina torna-se assim a primeira mulher eleita presidente na Argentina, país em que 30% dos eleitores declararam que jamais votariam numa candidata feminina. De 1974 a 76, o país havia sido governado por Isabelita Perón, que não foi eleita: assumiu após a morte do marido, Juan Domingo Perón. Na noite de domingo, bem antes de a apuração indicar sua vitória, a primeira-dama já havia se declarado vencedora. Em um discurso emocionado, antes mesmo da admissão de derrota dos demais candidatos, ela agradeceu os votos e conclamou os argentinos à união e disse que vai tentar manter o forte crescimento econômico, principal trunfo da campanha e do atual governo. Em um hotel no centro de Buenos Aires, Cristina falou e foi interrompida diversas vezes pelos aplausos de militantes. Elogiou e agradeceu diversas vezes a Néstor. Frisou que ganhou talvez com a maior diferença de votos entre o primeiro e o segundo colocado desde a redemocratização do país, em 1983. "Isso só aumenta minha responsabilidade." Uma das chaves da vitória foi o grande número de votos na província de Buenos Aires, o maior distrito do país e que concentra quase 40% dos mais de 27 milhões de eleitores, e onde foi eleito governador Daniel Scioli, atual vice-presidente. Apesar disso, Carrió venceu o pleito na capital com boa vantagem. A campanha de Cristina capitalizou os resultados econômicos do governo Kirchner, depois que ficou para trás o pior da crise do default de 2001, com um governo de perfil industrialista, taxas de câmbio altas para as exportações e um aumento anual de 9% do PIB. Porém, o futuro governo deverá enfrentar uma elevada inflação real de 15% a 20% (que, segundo os opositores, estaria sendo camuflada pelo governo com objetivos eleitorais) e a possível queda dos investimentos. Analistas internacionais temem que o alto nível do gasto governamental, o câmbio, a inflação em alta e o vencimento de títulos públicos marcado para 2008 sejam armadilhas para a próxima administração.
A morte de Benazir Bhutto
A ex-premiê paquistanesa Benazir Bhutto morreu na quinta-feira (27/12/07) aos 54 anos a caminho do hospital Rawalpindi General após ser ferida por disparos a bala durante uma manifestação de que participava, ao lado de outros líderes da oposição, em Rawalpindi, cidade próxima a Islamabad (Paquistão). De acordo com a polícia paquistanesa, um suicida disparou contra Bhutto quando a ex-premiê deixava o evento e preparava-se para entrar em uma caminhonete. De acordo com Rehman Malik, responsável pela segurança dela, tiros atingiram seu peito e seu pescoço. Em seguida, o suicida explodiu uma bomba, matando ao menos outras 16 pessoas das milhares que estavam presentes ao comício. Primeiro o homem atirou em Bhutto. Depois, ele se explodiu", disse o oficial de polícia Mohammad Shahid. Em sua fala no comício desta quinta-feira, Bhutto deu a entender que era consciente do perigo que corria. "Coloco minha vida em risco para vir aqui porque sinto que este país está em perigo. As pessoas estão preocupadas. Vamos tirar o país desta crise". Após a morte de Benazir, simpatizantes dela entoaram gritos de "Musharraf, cachorro", em referência ao presidente paquistanês. Outros destruíram a porta de vidro da entrada da unidade de emergência do hospital. Muitos choravam. "É um ato daqueles que querem desintegrar o Paquistão porque ela era um símbolo da unidade. Eles são inimigos do Paquistão, afirmou Farzana Raja, integrante do partido de Bhutto. Filha de uma abastada família de proprietários de terras, Bhutto foi primeira-ministra do Paquistão entre 1988 e 1996, tornando-se a primeira mulher a ser chefe de governo de uma nação islâmica. Seu pai, Zulfikar Ali Bhutto, foi o primeiro premiê eleito do país - ele acabou executado após um golpe militar em 1979. Em 1996, deixou o governo sob acusações de corrupção. Apesar de negá-las e atribui-las a disputas políticas, em 1999 optou pelo auto-exílio no exterior. Após oito anos, Bhutto voltou ao país após uma aliança com o general Pervez Musharraf em 18 de outubro de 2007. No dia de seu retorno, mais de 140 pessoas morreram em um atentado que pretendia matá-la. O assassinato de Benazir Buttho teve repercussão imediata na comunidade internacional. O Conselho de Segurança da ONU convocou uma reunião de emergência para discutir a onda de violência política no Paquistão. "O Conselho de Segurança condena nos termos mais duros o ataque suicida dos extremistas", diz comunicado lido pelo representante italiano na ONU, Marcello Spatafora, que ostenta a presidência pró-tempore do Conselho este mês. O Conselho de Segurança também "saúda a memória" de Bhuttoe "pede a todos os paquistaneses que mostrem moderação e mantenham a estabilidade no país", diz a declaração.
Crise Política na Bolívia
Eleição de Evo Morales (MAS) em 2005. Nacionalização dos recursos energéticos em 2006. Aprovação de uma nova constituição na Bolívia em 2007. Quatro departamentos declararam a sua intenção de não aceitar o novo texto constitucional. Os departamentos “rebeldes” ameaçaram começar um processo de estudo para garantir a sua autonomia relativa ao governo de La Paz. Os quatro departamentos são: Santa Cruz, Beni e Pando na fronteira com o Brasil e Tarija na fronteira com Argentina e Paraguai. A Corte Departamental Eleitoral de Santa Cruz, na Bolívia, aprovou o referendo sobre autonomia regional que o governo local, de oposição ao presidente Evo Morales, planeja para 4 de maio próximo. As autoridades locais rechaçam a nova Constituição do país, aprovada por aliados do presidente e sem a presença da oposição. Evo Morales propôs aumentar a verba destinada aos departamentos para compensar as perdas com o uso do dinheiro de um impostos sobre hidrocarbonetos para financiar um bônus para maiores de 60 anos. A alteração no uso do imposto vem causando confrontos graves com oposicionistas.
Crise política no Quênia 
Onda de violência causou a morte de mais de 800 pessoas. O principal partido de oposição, o Movimento Democrático Laranja (ODM), fez manifestações no centro de Nairóbi. O motivo do protesto é a existência de denúncias de fraude na eleição presidencial de 27/12/07, na qual o atual presidente, Mwai Kibaki, 76, foi reeleito. Raila Odinga, 62, candidato à Presidência pelo ODM, ficou em segundo por uma margem pequena de votos. O Quênia tem 42 grupos étnicos. O maior são os kikuyus, do qual Kibaki faz parte. Com 22% da população, eles têm sido as maiores vítimas da violência iniciada desde o anúncio do resultado das eleições. Odinga, um luo, tem o apoio de quase todos os outros grupos étnicos, que acusam o governo atual de privilegiar kikuyus. 
Premiê da Itália renuncia
O primeiro-ministro da Itália, Romano Prodi, apresentou sua renúncia ao cargo, depois de ter perdido no Senado um voto de confiança crucial para a continuidade de seu governo de centro-esquerda. A crise do governo começou com a confirmação da renúncia do ministro da Justiça, Clemente Mastella – supostamente envolvido em corrupção – e a retirada do apoio do seu partido, o Udeur, à coalizão governante, deixando o premiê sem maioria no Senado. As eleições italianas foram marcadas para os dias 13 e 14 de abril, depois do anúncio da dissolução do Parlamento pelo presidente Giorgio Napolitano. 
Parlamento turco libera véu em universidade
O Parlamento turco aprovou ontem, em segundo turno, o direito das mulheres de usar o véu islâmico em universidades, proibido desde 1989. A decisão levou milhares de pessoas às ruas da capital, Ancara, em protesto. A divisão entre Estado e religião é cara à elite econômica e aos militares turcos, que mantêm a República, fundada em 1923, estritamente laica. O novo texto dirá que "todos têm direito a igual tratamento pelas instituições governamentais" e que "ninguém pode ser privado de seu direito à educação superior" - muitas turcas, obrigadas a retirar o véu, desistiam da universidade. A mudança foi sancionada pelo presidente Abdullah Gül.
Presidente do Timor Leste sofre atentado
O presidente do Timor Leste e Prêmio Nobel da Paz de 1996, José Ramos Horta, foi ferido a tiros em um ataque em sua casa na capital do país – Dili. Um soldado rebelde, Alfredo Reinaldo, foi morto a tiros pelos guardas do presidente durante o ataque. Em novembro de 2007, ele havia ameaçado usar a força contra o governo, depois de ter sido indiciado por envolvimento em confrontos iniciados em abril de 2007 e que levaram à morte 37 pessoas no Timor Leste. Ramos Horta ganhou destaque em sua campanha contra o domínio indonésio no Timor Leste. Soldados da Indonésia invadiram o território depois que Portugal se retirou de sua ex-colônia em 1975, e o Timor Leste só ganharia independência em 2002. 
Declaração de independência do Kosovo
Fidel Castro renuncia à Presidência de Cuba 
O líder cubano Fidel Castro anunciou que não voltará a governar o país. Seu irmão Raúl Castro - na Presidência interina desde 2006 - foi escolhido o novo líder do país pelo Parlamento. Fidel foi o líder do movimento que derrubou o líder pró-Estados Unidos Fulgêncio Batista em 1º de janeiro de 1959. Ele comandou o regime cubano como primeiro-ministro por 18 anos, passando à Presidência do país por escolha da Assembléia, eleita após a aprovação da Constituição Socialista de 1976. 
II - POLÍTICA – BRASIL 
O novo gabinete ministerial do presidente Luiz Inácio Lula
O novo gabinete ministerial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva continuará sob forte influência de seu partido, o PT. No começo das negociações da reforma ministerial, o partido temia perder mais espaço nos ministérios com a criação da coalizão de governo que envolve 11 legendas, mas com a reforma quase completamente definida o que se vê é um PT bastante fortalecido. Do total de cargos do primeiro escalão à disposição dos partidos, 17 foram ocupados por petistas no segundo mandato. 
Relação de MINISTROS DE ESTADO do Gov LULA
     Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA 
     Reinhold Stephanes
     Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República - GSI-PR 
     Jorge Armando Felix
     Advocacia-Geral da União - AGU 
     José Antonio Dias Toffoli
     Ministério da Educação - MEC 
     Fernando Haddad
     Ministério das Relações Exteriores - MRE 
     Celso Luiz Nunes Amorim
     Ministério da Saúde - MS 
     José Gomes Temporão
     Ministério da Justiça - MJ 
     Tarso Fernando Herz Genro 
     Ministério da Cultura - MinC 
     Gilberto Passos Gil Moreira
     Ministério do Meio Ambiente - MMA 
     Maria Osmarina Marina da Silva Vaz de Lima
     Ministério da Fazenda - MF 
     Guido Mantega
     Banco Central do Brasil - BACEN 
         Henrique de Campos Meirelles
     Ministério da Previdência Social - MPS 
     Luiz Marinho
     Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome - MDS 
     Patrus Ananias de Sousa
     Ministério da Ciência e Tecnologia - MCT 
     Sérgio Machado Rezende
     Casa Civil da Presidência da República - CC-PR 
     Dilma Vana Rousseff
     Ministério do Trabalho e Emprego - MTE 
     Carlos Roberto Lupi
     Ministério dos Transportes - MT 
     Alfredo Pereira do Nascimento
     Ministério de Minas e Energia - MME 
     Edson Lobâo
     Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão - MP 
     Paulo Bernardo Silva
     Ministério das Comunicações - MC 
     Hélio Calixto da Costa  
 Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - MDIC 
     Miguel João Jorge Filho
     Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA 
     Guilherme Cassel
     Ministério do Esporte - ME 
     Orlando Silva de Jesus Júnior
     Ministério da Defesa - MD 
     Nelson Azevedo Jobim
     Ministério da Integração Nacional - MI 
     Geddel Quadros Vieira Lima
     Ministério das Cidades - MCIDADES 
     Marcio Fortes de Almeida
     Secretaria-Geral da Presidência da República - SGPR 
     Luiz Soares Dulci
     Controladoria-Geral da União - CGU-PR 
     Jorge Hage Sobrinho
     Ministério do Turismo - MTur 
     Marta Teresa Suplicy
     Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República - SRI/PR 
     José Múcio
     Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República - NAE/PR 
     Roberto Mangabeira Unger
 Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República - SECOM-PR
    Franklin de Souza Martins
 Secretaria Especial dos Direitos Humanos - SEDH 
     Paulo de Tarso Vannuchi
     Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres - SEPM 
     Nilcéa Freire
     Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca - SEAP 
     Altemir Gregolin
     Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial - SEPPIRMatilde Ribeiro
     Secretaria Especial de Portos - SEP 
     Pedro Brito do Nascimento
Morte do Senador Antonio Carlos Magalhães 
Uma das principais lideranças da política nacional, o senador Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA) morreu na sexta (20/07/07), aos 79 anos, no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (Incor), em São Paulo. Segundo nota divulgada pela assessoria do Incor, ACM morreu às 11h40 "em decorrência de falência de múltiplos órgãos secundária à insuficiência cardíaca". Amado e odiado, ACM sempre esteve próximo do poder federal. Foi aliado do regime militar pós-1964 e do tucano de Fernando Henrique Cardoso e apoiou Lula na eleição de 2002.
Senado rejeita cassação de Renan Calheiros
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), foi absolvido do pedido de cassação por quebra de decoro parlamentar. Em sessão fechada e marcada por tumultos, os parlamentares foram contra a recomendação do parecer dos relatores Renato Casagrande (PSB-ES) e Marisa Serrano (PSDB-MS) pela cassação do senador, acusado de ter despesas pessoais bancadas com recursos de um lobista da empreiteira Mendes Júnior. Contudo, Calheiros ainda terá de responder por outros dois processos no Conselho de Ética. A sessão no Senado foi aberta após um tumulto entre deputados e seguranças do Senado. A confusão começou quando o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) tentou entrar em plenário e foi jogado contra a porta de vidro pelo segurança. O deputado Raul Jungmann (PPS-PE) reagiu em defesa do Gabeira. Houve empurra-empurra entre os seguranças e deputados. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski havia concedido, hoje de madrugada, uma liminar que permitia o acompanhamento da sessão por deputados. À tarde, a decisão foi levada ao plenário do tribunal, onde foi confirmada por 6 votos a 4.
 Além da acusação levada a julgamento , no Senado, o presidente da Casa é alvo de outros dois processos no Conselho de Ética. Em um deles, Renan é acusado de favorecer a empresa cervejeira Schincariol junto ao fisco. No outro, ele é acusado de possuir rádios em nome de laranjas. Há ainda uma quarta acusação, de participar de esquema de recebimento de propinas no Senado, mas essa não teve processo aberto no Conselho.
Relatório da CPI do Apagão Aéreo livra Anac
O relatório final da CPI do Apagão Aéreo da Câmara dos Deputados, divulgado em setembro de 2007, não pede o indiciamento de nenhum diretor ou ex-diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). No documento, o relator, deputado Marco Maia (PT-RS), pede ao Ministério Público Federal que abra um processo investigatório para “aprofundar a investigação” e “determinar com precisão a responsabilidade dos membros da Anac” em relação ao caos aéreo. Segundo o relator, o processo investigativo tem entre os objetivos a apuração do suposto uso de um documento que não teria valor legal para liberar a pista do aeroporto de Congonhas para aviões de grande porte. E também o uso de passes livres por integrantes da Anac. “Esse relator entendeu que deveria encaminhar ao Ministério Público Federal pedido para instaurar processo investigatório para aprofundar a investigação e determinar com precisão a responsabilidade coletiva dos membros da Anac, quando da ocorrência dos fatos em destaque no relatório, bem como de funcionários envolvidos na elaboração da norma”, ressaltou Maia. Na avaliação dele, há indícios de improbidade administrativa, obtenção de vantagens indevidas e utilização de documentos falsos em processo judicial. Ao justificar a decisão de não pedir o indiciamento de ninguém da agência, Maia afirmou que não tinha elementos suficientes para isso. E sofreu ataques da oposição. O deputado Vic Pires (DEM-PA) disse que o documento era “frouxo”. “Esse relatório é de uma frouxidão que eu nunca vi na minha vida”, disse. Irritado, ele questionou por que o relatório pede o indiciamento dos dois pilotos do Jato Legacy, que se chocou com o avião da Gol, em 29 de setembro do ano passado, e também dos quatro controladores que trabalhavam no momento do choque, e livra a ex-diretora da Anac, Denise Abreu. “Isso é uma das maiores pizzas dessa CPI. Não podemos permitir uma coisa dessas ”, disse o deputado Efraim Filho (DEM-PB). 
Crise faz Renan se afastar da presidência do Senado 
Isolado por antigos aliados e no limite da pressão política, Renan Calheiros (PMDB-AL) licenciou-se em 11/10/07 da presidência do Senado por 45 dias. Em pronunciamento feito na TV, disse querer se defender dos processos que enfrenta no Conselho de Ética sem ser acusado de uso do cargo. O afastamento ao qual Renan, 52, relutava até o dia 10/10 à tarde foi resultado de ampla costura envolvendo líderes dos principais partidos, amigos do senador e o governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho (PSDB). O Palácio do Planalto chancelou a saída, considerada fundamental para diminuir a tensão na Casa e iniciar as negociações para votar a prorrogação da emenda da CPMF. A partir de 15/10, o primeiro-vice-presidente do Senado, Tião Viana (PT-AC), assume a cadeira de Renan. Ele disse ter como primeira missão "pacificar" a Casa.
Garibaldi vai comandar Senado após crise 
Numa eleição com resultado previsível e sem adversários, o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) foi escolhido em 12/12/07 presidente do Senado, em substituição ao senador Renan Calheiros (PMDB-AL), para um mandato tampão de um ano. Foram 68 votos a favor da sua indicação, 8 contra e 2 abstenções. A eleição foi o último capítulo da crise envolvendo o Senado, que culminou na renúncia de Renan para escapar de processo de cassação.
Em discurso, Garibaldi atribuiu sua vitória às "articulações" de José Sarney (PMDB-AP), um dos principais aliados do governo, a quem disse ter se tornado "credor". Mas ponderou que vai atuar com independência em relação ao Planalto. "A presidência não será partícipe do entrechoque partidário, mas será atuante no debate político, pretendendo ser o fermento para que das discussões surjam idéias", afirmou. Em outro aceno à oposição, Garibaldi se comprometeu com propostas colocadas no papel pelo PSDB e DEM, entre elas "exigir igualdade para todos na execução orçamentária" e dar mais transparência à Casa. Disse que colocará em votação os vetos do governo a projetos aprovados pelo Congresso, o que não agrada ao Planalto.
Ao analisar a crise do Senado, ele afirmou que a Casa "se aproximou de limites que jamais poderiam ser ultrapassados". Pediu aos senadores que o apoiaram que "estejam vigilantes" e que o advirtam "se fraquezas humanas ou políticas" o tentarem a se desviar "da legitimidade nascida" na eleição. Garibaldi disse ainda que ninguém espere que ele atue como na relatoria da CPI dos Bingos. Lá, disse, seu trabalho era "investigar para valer", enquanto que no Senado terá que agir "com um certo cuidado". Na CPI, Garibaldi pediu o indiciamento de Antonio Palocci, na época ministro da Fazenda.
Oposição derrota governo e Senado derruba a CPMF 
Em uma de suas maiores derrotas, o governo Lula não conseguiu aprovar na madrugada de 13/12/07 a prorrogação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) no Senado até 2011. A contribuição deixará de ser cobrada a partir de 1º de janeiro.
Faltaram apenas 4 votos. No total, 45 senadores, todos de partidos aliados, votaram pela continuidade da CPMF. Outros 34 votaram contra -houve seis dissidências na base. O presidente da Casa, Garibalde Alves (PMDB-RN), não votou. "Cada um deve agora arcar com a responsabilidade; foi a derrota de muitos brasileiros", disse o ministro das Relações Institucionais, José Múcio. Acuado pela derrota, o governo conseguiu um acordo de última hora com a oposição para salvar a DRU (Desvinculação de Receitas da União), que permite ao governo gastar livremente 20% da receita dos principais tributos e, como a CPMF, também expira no final deste ano. Votada em separado, passou com 60 votos a 18. Pela contabilidade do Planalto, a rejeição da proposta que estendia a cobrança do imposto do cheque por mais quatro anos representará uma perda deR$ 38 bilhões na estimativa de receita no próximo ano. No melhor dos cenários, o governo pode tentar aprovar nova emenda à Constituição no ano que vem, o que significa perda de R$ 3,2 bilhões mensais. O placar mostra que, apesar de sucessivas tentativas e ameaças, o governo não conseguiu reverter as 6 dissidências em sua base de apoio de 53 senadores: Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Mão Santa (PMDB-PI), Geraldo Mesquita (PMDB-AC), Expedito Júnior (PR-RO), César Borges (PR-BA), Romeu Tuma (PTB-SP). A sessão que marcou um revés histórico para o governo Lula durou sete horas e meia. O resultado da CPMF foi proclamado na madrugada, por volta da 1h10. A oposição festejou. Com uma base enxuta e considerada mais "rebelde" no Senado, o governo arrastou a tramitação por mais de dois meses. Sem os 49 votos mínimos, apostou até os últimos minutos numa manobra para adiar a votação para hoje, o que poderia reabrir a negociação com o PSDB. A jogada final foi uma carta-compromisso de Lula com a promessa de aumentar os repasses da CPMF à saúde e fazer reforma tributária.
Era uma alternativa à proposta do governador José Serra (PSDB-SP) de destinar toda a CPMF à saúde nos próximos três anos, totalizando verba extra ao setor de R$ 45 bilhões. A carta falava num valor extra de R$ 29 bilhões até 2010. Parte da bancada tucana "balançou". Mas prevaleceu a posição do líder do partido, Arthur Virgílio (AM). A carta foi lida no plenário pelo líder do governo na Casa, Romero Jucá (PMDB-RR), e, ao invés de reabrir a negociação, gerou clima tenso.
TRE de Rondônia cassa o primeiro mandato por infidelidade no país
O TRE-RO (Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia) cassou na noite desta terça-feira (18/12) o mandato do vereador Lourival Pereira de Oliveira (PV), por infidelidade partidária, de acordo com a Resolução 22.610 do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). É o primeiro caso no país.
A resolução do TSE definiu que o mandato pertence ao partido e não ao político. 
O requerimento que pede a perda de mandato do vereador de Buritis (RO) foi feito pelo PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), que na última eleição municipal conseguiu eleger suplentes na coligação. A decisão do TRE-RO foi unânime. Todos os juízes acompanharam o voto do relator, juiz federal Élcio Arruda. O PTB alegou que o vereador se desligou do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira) e ingressou no PPS (Partido Popular Socialista), retornando, em 15 de abril deste ano, ao PSDB. Em 28 de setembro, migrou para o PV (Partido Verde).
A defesa do vereador alegou durante o julgamento que houve perseguição por parte do PSDB, "em virtude de o vereador ser aliado do prefeito de Buritis, que é do PT". A alegação foi desconsiderada pela Corte, que julgou não haver provas disso. O relator juiz Élcio Arruda explicou que a primeira migração do vereador já é suficiente para configurar a infidelidade partidária. Arruda votou pela caracterização da infidelidade partidária e pela conseqüente perda do mandato.
Com base no artigo 10 da Resolução 22.610 do TSE, o TRE do Estado enviará ofício à Câmara de Buritis para no prazo de dez dias empossar o suplente.
Crise dos cartões corporativos 
Os cartões corporativos foram introduzidos no governo FHC, para, segundo o governo, facilitar a transparência das contas. Ministros do governo Lula registraram altos gastos com cartão para quitar despesas de viagem. O objetivo era diminuir os gastos por meio da comprovação de notas, um procedimento de prestação de contas menos transparente. A pedido da Comissão de Ética Pública, a CGU investigou os gastos feitos pela ex-ministra Matilde Ribeiro, da Igualdade Racial. O secretário especial da Pesca, Altemir Gregolin, também está na mira do órgão. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou um decreto que altera as regras para uso dos cartões. As principais medidas: Proibição de saques em dinheiro para pagamento de despesas que poderiam ser pagas com o próprio cartão. Proibição do uso do cartão corporativo para compra de bilhetes aéreos e pagamento de diárias a servidores. Encerramento do prazo de 60 dias de todas as contas correntes abertas em nome de servidores, onde são depositadas verbas relativas ao suprimento de fundos do Tesouro. 
III - ECONOMIA
O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)
O governo federal lançou um ambicioso plano de crescimento que marca, de fato, o início do segundo mandato de Lula em janeiro de 2007. Mas o cumprimento das metas depende do entusiasmo da iniciativa privada, da chancela irrestrita do Congresso e de um ambiente externo favorável. O PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) lista 300 obras prioritárias e acena com R$ 504 bilhões de investimentos públicos e privados em quatro anos. Não há detalhes sobre de onde sairá todo o dinheiro - R$ 67,8 bilhões virão do Orçamento da União, a fatia que o Executivo de fato controla. O plano estima um crescimento anual de 4,5% neste ano e 5% nos três seguintes, quase o dobro da média do primeiro mandato e visto com desconfianças pelo mercado e até no governo. Ante 23 governadores, Lula pediu apoio e prometeu defender a disciplina fiscal e a democracia. Empresários e trabalhadores consideraram as medidas tímidas. 
O PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) foi lançado com um ambicioso plano de investimentos (R$ 504 bilhões em quatro anos), um conjunto tímido de medidas fiscais e metas de crescimento da economia (4,5% neste ano e 5% nos três seguintes) vistas com desconfiança pelo mercado e até por economistas do governo. Elaborado para destravar a economia incentivando investimentos públicos e privados, o êxito pleno do PAC depende da confirmação das projeções otimistas do governo. Sem ela, o PAC pode não ser um fracasso, mas dificilmente o governo atingirá o volume de investimentos previsto e terá de alterar suas metas fiscais: chegar a 2010 com o tamanho da dívida pública em relação ao PIB em 39,7% (hoje em 50%) e um déficit público nominal de apenas 0,2% (3% hoje). Enquanto o governo espera crescimento de 4,5% neste ano, o mercado crê que não passe de 3,5%. Nos anos seguintes, ao invés de 5%, a média do mercado prevê 3,5% em 2008, 3,6% em 2009 e 3,84% em 2010. Além de considerar as projeções de crescimento muito otimistas, o mercado viu com desconfiança o discurso de "consistência fiscal" brandido no Palácio do Planalto. A expectativa era de medidas mais ousadas na área. O governo, porém, só divulgou duas medidas de controle de gastos já conhecidas e que dependem de aprovação no Congresso: a que limita o aumento das despesas com pessoal dos três Poderes e a que estabelece uma política de reajuste do salário mínimo. A prorrogação da CPMF e da DRU (instrumento que permite desvincular gastos) será discutida à parte. As mudanças do PAC constam em oito medidas provisórias, três projetos de lei, dois projetos de lei complementar e oito decretos. Em outro ponto importante na área fiscal, a Previdência Social, o governo se limitou a criar um fórum para tentar encontrar uma reforma consensual. Diante do ceticismo, o ministro Guido Mantega (Fazenda) disse que o aumento de gastos públicos com obras e o corte de imposto para estimular a economia não comprometerão a política de equilíbrio fiscal. Segundo ele, mesmo reduzindo o superávit primário de 4,25% para 3,75% do PIB para elevar os investimentos públicos, será possível manter a redução do tamanho da dívida pública em relação ao PIB. Para Mantega, a situação agora é bem mais favorável porque a inflação está sob controle e a gestão fiscal tem sido marcada por controle rígido dos gastos. Além disso, Mantega disse que o governo realmente vai baixar, se for necessário, o superávit primário (economia para pagar juros da dívida) para 3,75% por conta do aumento dos projetos incluídos no PPI -eles passaram de 0,2% para 0,5% do PIB. Esse aumento dos projetos do PPI, por sinal, é que vai garantir boa parte dos investimentos públicos nos próximos quatro anos. Dos R$ 503,9 bilhões previstos no período, o total de investimento do Orçamento da União é de R$ 67,8 bilhões. Orestante vem de gastos de Estatais, setor privado e até de pessoa física. Os investimentos de R$ 504 bilhões previstos no PAC equivalem a mais de 12 vezes os R$ 39,7 bilhões investidos pelo governo Lula no primeiro mandato apenas com recursos orçamentários. E é menos que os R$ 439,247 bilhões gastos com o pagamento de juros do setor público no primeiro mandato.
Acordo do etanol com os EUA
Os presidentes George W. Bush e Luiz Inácio Lula da Silva chegaram a um acordo tácito para jogar para segundo plano a delicada questão da taxação do álcool combustível brasileiro nos EUA: como a lei que estabelece essa taxação vence naturalmente em 2009, basta ter paciência até lá. Sendo assim, nem Bush precisou se desgastar com o Congresso e os produtores agrícolas norte-americanos, admitindo publicamente a discussão do fim da taxação, nem Lula teve que transformar a questão num ponto de discórdia e de enfraquecimento da visita de Bush. Pela lei em vigor, os EUA taxam o álcool combustível brasileiro em R$ 0,30 por litro, além de 2,5% de imposto alfandegário. Como 2,5 bilhões dos 3,5 bilhões de litros que o Brasil exportou no ano passado foram para o país, o peso é considerado enorme. No memorando de entendimentos sobre biocombustíveis assinado pelo ministro Celso Amorim (Relações Exteriores) e a secretária de Estado Condoleezza Rice, que tomaram café da manhã juntos, os temas relacionados com comércio doméstico e tarifas devem ser tratados "em outros foros multilaterais, regionais e bilaterais". Segundo Amorim, isso significa que os subsídios e as tarifas dos EUA sobre o álcool poderão ser discutidas, por exemplo, no âmbito de negociações mais gerais na OMC (Organização Mundial do Comércio). No memorando de março de 2007, os dois países se comprometem a cooperar com o "desenvolvimento de recursos energéticos baratos, limpos e sustentáveis" e estabelecem a difusão dos biocombustíveis em três níveis: bilateral, com terceiros países e global. No primeiro nível, o bilateral, os países "devem avançar na pesquisa e no desenvolvimento da tecnologia para biocombustíveis". Também foi formalizada a intenção de trabalho em conjunto para levar a tecnologia do etanol a outros países, previamente selecionados "por meio de estudos de viabilidade e assistência técnica que visem a estimular o setor privado a investir em biocombustíveis". Segundo o memorando, EUA e Brasil devem iniciar a os trabalhos de expansão da tecnologia pela América Central e pelo Caribe, inclusive porque o Brasil já tem acordos nessa área com a Jamaica e El Salvador. Citado duas vezes por Bush no primeiro discurso do presidente norte-americano e chamado de "querido" por Lula no segundo discurso, o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, disse depois que o Brasil tem várias vantagens sobre os EUA na área do etanol, inclusive uma área plantável que permite o país desenvolver a produção sem afetar o plantio de alimentos nem ferir o ambiente.
O novo alcoolduto de 1.150 km
Um ambicioso projeto nacional está para sair do papel para reforçar a infra-estrutura do biocombustível. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou recentemente que o governo dará a partida na construção do alcoolduto que ligará o terminal da cidade goiana de Senador Canedo à refinaria de Paulínia, em São Paulo. “O alcoolduto vai sair, porque ele está no Programa de Aceleração do Crescimento e, até 2010, nós teremos que ter o duto passando por essa região”, disse Lula na cidade mineira de Uberaba. A tubulação se estenderá por nada menos que 1.150 quilômetros e nela serão usadas 180 mil toneladas de tubos de aço carbono – metal leve e resistente utilizado como matéria-prima na fabricação de bicicletas. Para construir o gigantesco duto, o governo pretende investir R$ 500 milhões. A construção levará em torno de dois anos e, depois de concluída, a tubulação será capaz de transportar até seis bilhões de litros de álcool. O empreendimento segue o plano estratégico da Petrobras, segundo o qual ela deixa de ser apenas uma petrolífera e passa a ser uma empresa de energia. “Não estamos focando apenas em petróleo e gás, mas em outras energias renováveis, como álcool e biodiesel”, diz Paulo Roberto Costa, diretor da área de Abastecimento e Refino. O alcoolduto será um marco dessa nova fase. O presidente do Sindicato das Indústrias de Álcool de Goiás, Igor Montenegro, dá a exata dimensão da importância que tem a obra: “O custo de transporte até o porto, com o alcoolduto, chega a ser 16 vezes menor que o transporte rodoviário.” O projeto deverá levar à duplicação da produção sucro-alcooleira de Goiás até 2013. Os produtores de Minas Gerais também nutrem uma grande expectativa quanto ao alcoolduto: a tubulação deverá atravessará 200 quilômetros do subsolo mineiro. “Essa obra é indispensável para sustentar o crescimento da produção do Estado”, diz Luiz Custódio Cotta Martins, presidente do Sindicato da Indústria de Fabricação do Álcool de Minas Gerais (Siamig) – hoje o álcool exportado é transportado para o porto em caminhões. “É um contra-senso gastar óleo diesel para carregar álcool”, diz ele. Segundo a Petrobras, o empreendimento vai contribuir para o aumento da competitividade no mercado externo e o desenvolvimento de outras regiões do Brasil além de São Paulo, que é a principal produtora de cana-de-açúcar. A obra só se tornará realidade, porém, depois que o Japão confirmar o seu propalado interesse na importação do etanol brasileiro. Isso deve acontecer nos próximos meses quando será firmada uma parceria entre a Petrobras, a trading japonesa Mitsui e o setor privado. O acordo prevê que serão construídas 40 destilarias de álcool, em Goiás, Tocantins, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, tudo com financiamento da Mitsui. Os usineiros cederão as terras e produzirão a cana-de-açúcar e a Petrobras fará a distribuição através do alcoolduto. Em dezembro último, a empresa brasileira e a estatal japonesa Nippon Alcohol Hanbai criaram a empresa Brazil-Japan Acohol para avaliar o potencial do álcool brasileiro no mercado do Japão, país onde a mistura de 3% de álcool à gasolina já é permitida pela legislação. A expectativa é que os japoneses tenham capacidade de absorver 1,8 bilhão de litros por ano. Na cerimônia realizada no Rio de Janeiro na quarta-feira 2, quando foi assinado o protocolo de intenções para a construção do duto, Paulo Roberto Costa disse que a Petrobras deverá exportar até o fim de 2007 cerca de 250 milhões de litros de álcool combustível, cinco vezes mais que o volume exportado em 2005. Logo que tiver o sinal verde dos japoneses, a Petrobras abrirá estudos na região onde passará o duto – os técnicos avaliam a viabilidade da construção de um ramal até a cidade paulista de Ribeirão Preto, região que concentra 80% da produção nacional do combustível. Só então a construção será iniciada. Estima-se que serão necessários pelo menos dez mil homens para a empreitada. O próprio presidente Lula é um dos avalistas deste projeto. As soluções tecnológicas adotadas no Brasil para expandir o biocombustível estão atraindo o interesse até mesmo de quem tem mais intimidade com o mundo cyber. No final do mês passado, Larry Page e Sergei Brin, criadores e proprietários do Google, a marca mais valiosa do mundo, estiveram na cidade paulista de Piracicaba para conhecer a tecnologia de produção de combustíveis renováveis. Bill Gates também mandou emissários de uma de suas empresas, a Pacific Ethanol, para avaliar a possível compra de usinas brasileiras e estudar a possibilidade de construir destilarias de álcool. A intenção de Gates seria investir US$ 200 milhões para criar um canal de exportação para o mercado americano. O novo e monumental alcoolduto que ligará Senador Canedo a Paulínia é apenas a primeira de uma série de grandes projetos no âmbito do biocombustível.
Itaipu a nova grande dor de cabeça do Brasil
Depois de Evo Morales, agora é a vez do presidente do Paraguai, Nicanor Duarte. Mas o que está em jogo é um bem maior que as refinarias disputadas pelo líder boliviano –é a usina de Itaipu. Ao inaugurar duas unidades geradoras da hidrelétrica, em Foz do Iguaçu, o presidente Lula deparou com um movimento paraguaio para desestabilizar as relações entre os dois países. “É preciso buscar um grande consenso para revisar os termos do Tratado de Itaipu, em busca de eqüidade”, cobrou Duarte. Trocando em miúdos, os vizinhos querem ganhar mais do que o Brasil paga pelo excedente de energia da usina. Pelo Tratado de Itaipu, assinado há 34 anos e vigente até 2023, cada país tem direito a 50% da energia produzida, mas o Paraguai consome apenas 6% de sua parte – o suficiente para suprir 95% de sua demanda. O restante, por contrato, só pode ser vendido ao Brasil. No ano passado, pelos 44% gerados e não consumidos pelos sócios, o Brasil pagou US$ 373 milhões. O grande artífice do movimento contra o Brasil chama-se Fernando Lugo, que aparece com 40% dos votos para a disputa presidencial paraguaia no ano que vem. Lugo aprecia o estilo de Morales e anima sua campanha com a revisão do Tratado de Itaipu. “Nossa reivindicação é que se faça justiça”, disse Ricardo Canese, coordenador da Campanha Nacional pela Soberania Energética e cabo eleitoral de Lugo, que também critica o “imperialismo brasileiro”. Nessa mesma linha, o maior jornal do país, o ABC Color, publicou uma série de editoriais atacando o Brasil. Até agora, os nossos diplomatas têm dito que os paraguaios “não mordem” como os bolivianos. Mas não é isso o que pensam os partidários de Lugo.
O plano nuclear do Governo Lula
No longínquo 1947, dois anos depois da detonação das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, os Estados Unidos – que detinham o monopólio nuclear, mas ainda não tinham descoberto reservas de urânio significativas – apresentaram na ONU o “Plano Baruch”, pelo qual se propunha a desapropriação de todas as jazidas de minerais radioativos do mundo, que ficariam sob controle “internacional”. O objetivo desse plano era “corrigir as injustiças da natureza”, que proporcionara materiais radioativos a quem não tinha tecnologia e os negara a quem a tinha. O representante do Brasil na Comissão de Energia Atômica da ONU, almirante Álvaro Alberto, pioneiro do programa nuclear brasileiro, desmontou a idéia ao dizer que concordava com a tese de corrigir as “injustiças da natureza” desde que o plano fosse estendido às demais riquezas minerais, como petróleo e carvão. Sessenta anos depois, com o Brasil na sexta posição no ranking mundial de reservas de urânio, o sonho do almirante de tornar o País auto-suficiente em energia nuclear para fins pacíficos volta a ser uma possibilidade real. A decisão do presidente Lula de reiniciar a construção da usina nuclear de Angra III não apenas retoma uma obra que estava paralisada há 21 anos para fazer frente à nova ameaça de apagão no médio prazo. A nova central nuclear, cuja conclusão custará R$ 7,2 bilhões e deverá entrar em funcionamento em 2013, se insere numa concepção estratégica de médio e longo prazo. O Brasil, que nos últimos 30 anos aprendeu, a duras penas, a dominar o ciclo de enriquecimento de urânio, passará a enriquecê-lo em escala industrial para abastecer o complexo nuclear de Angra dos Reis. Hoje, o urânio brasileiro é enriquecido no Canadá e na Europa, porque ainda não temos escala. Por volta de 2013, quando Angra III estiver concluída, o Brasil será um dos quatro países do mundo com auto-suficiência no ciclo nuclear, desde a extração de urânio, passando pelo refinamento e chegando à construção de usinas. Hoje, somente os Estados Unidos, a Rússia e a China têm as reservas minerais e a tecnologia nuclear. As demais potências atômicas, como França e Reino Unido, não possuem matéria-prima. “Temos reservas de urânio, tecnologia para processá-lo e para fazer a usina”, argumenta o ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende. “Portanto, não usar essa fonte de energia é um atestado de burrice.” Além de Angra III, pelo menos mais quatro usinas deverão ser construídas pelos próximos governos. Na reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que na segunda-feira 25 decidiu por 9 a 1 retomar a construção da usina, a entidade aprovou também o Plano Nacional de Energia 2030, que prevê um total de até oito novas usinas nucleares, dependendo da disponibilidade de outras fontes de energia. Aliás, as quatro novas usinas não serão idênticas às duas últimas da família Angra, compradas da Alemanha durante a década de 70 e que têm capacidade de geração de 1.350 MW. As novas usinas terão reatores com capacidade de 1.000 MW, e devem sair por US$ 2,5 bilhões a unidade, menos da metade do que custará Angra III. A retomada de Angra III estava na pauta do CNPE desde 2002. Sempre a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, foi contra. O argumento reflete convicções ideológicas de parte significativa do movimento ambientalista mundial, que se opõe, por princípio, à energia nuclear, como se ainda vivêssemos nos tempos sombrios da guerra fria e das ameaças do Dr. Strangelove. “Com relação à opção nuclear, somos contra, não aceitamos”, repetia Marina em todas as reuniões. Outros ministros, como a própria Dilma Rousseff, ex-Minas e Energias, também eram contra, mas por razões econômicas. O que mudou de lá para cá? Primeiro, a percepção de que o País terá um apagão em breve se não aumentar a oferta de energia, principalmente se crescer mais de 4% ao ano, como prevê o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Segundo, os custos de geração de energia hidrelétrica aumentaram, porque há exigências de licenciamento ambiental. Isso criou até um conflito entre o governo e o Ibama por causa de uma suposta demora na concessão de licenciamento para duas hidrelétricas no rio Madeira.
A crise do mercado imobiliário nos EUA 
Os mercados ao redor do mundo estão preocupados com o setor imobiliário nos Estados Unidos, que atravessou um boom nos últimos anos. O medo principal é sobre a oferta de crédito disponível, já que, em agosto de 2007, foi detectada uma alta inadimplência do segmento que engloba pessoas com histórico de inadimplência e que, por conseqüência, podem oferecer menos garantia de pagamento --é o chamado crédito "subprime" (de segunda linha). Justamente por causa do alto volume de dinheiro disponível ultimamente, o "subprime" foi um setor que ganhou força e cresceu muito. A atual crise, assim, é proporcional à sua expansão. Como os empréstimos "subprime" embutem maior risco, eles têm juros maiores, o que os torna mais atrativos para gestores de fundos e bancos em busca de retornos melhores. Estes gestores, assim, ao comprar tais títulos das instituições que fizeram o primeiro empréstimo, permitem que um novo montante de dinheiro seja novamente emprestado, antes mesmo do primeiro empréstimo ser pago. Também interessado em lucrar, um segundo gestor pode comprar o título adquirido pelo primeiro, e assim por diante, gerando uma cadeia de venda de títulos. Porém, se a ponta (o tomador) não consegue pagar sua dívida inicial, ele dá início a um ciclo de não-recebimento por parte dos compradores dos títulos. O resultado: todo o mercado passa a ter medo de emprestar e comprar os "subprime", o que termina por gerar uma crise de liquidez (retração de crédito). 
No mundo da globalização financeira, créditos gerados nos EUA podem ser convertidos em ativos que vão render juros para investidores na Europa e outras partes do mundo, por isso o pessimismo influencia os mercados globais. O estopim para a tensão mundial foi justamente uma notícia vinda da Europa, de que o banco francês BNP Paribas, um dos principais da região, havia congelado o saque de três de seus fundos de investimentos que tinham recursos aplicados em créditos gerados a partir de operações hipotecárias nos EUA. A instituição alegou dificuldades em contabilizar as reais perdas desses fundos. O mercado já monitorava há meses os problemas com esses créditos imobiliários. Quando a inadimplência dessas operações superou as expectativas, empresa após empresa nos EUA relataram problemas de caixa. Os investidores, então, começaram aficar preocupados com o tamanho do prejuízo. Principalmente porque ninguém sabe, até hoje, quanto os bancos e fundos de investimento têm aplicados nesses créditos de alto risco. E o caso do Paribas sinalizou que esses problemas e medos haviam atravessado as fronteiras. Esse desconhecimento geral começou a provocar o que se chama de crise de liquidez (retração do crédito) no sistema financeiro. Num mundo de incertezas, o dinheiro pára de circular --quem possui recursos sobrando não empresta, quem precisa de dinheiro para cobrir falta de caixa não encontra quem forneça. 
Para socorrer os mercados financeiros e garantir que eles tivessem dinheiro para emprestar, os principais bancos centrais do planeta --o BCE (Banco Central Europeu), o Federal Reserve (Fed, o BC americano) e o Banco do Japão, além de entidades da Austrália, Canadá e Rússia-- intervieram e liberaram bilhões de dólares em recursos aos bancos. O medo é que com menos crédito disponível, caia o consumo e o diminua o crescimentos das economias. Como a crise americana provoca aversão ao risco, os investidores em ações preferem sair das Bolsas, sujeita a oscilações sempre, e aplicar em investimentos mais seguros. Além disso, os estrangeiros que aplicam em mercados emergentes, como o Brasil, vendem seus papéis para cobrir perdas lá fora. Com muita gente querendo vender --ou seja, oferta elevada--, os preços dos papéis caem. 
Bush sanciona pacote para estimular economia
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, sancionou o pacote de mais de US$ 150 bilhões anunciado em 2007 com o objetivo de estimular a economia do país e afastar o risco de uma recessão. O plano estabelece restituições de impostos que variam de US$ 300 a US$ 1,2 mil para a maioria dos contribuintes. Famílias com dois filhos poderão ganhar até US$ 1,8 mil. Além disso, o plano prevê o pagamento de US$ 300 para pessoas de baixa renda que são isentas do imposto de renda. Governo espera que pacote limite efeitos da crise hipotecária. A economia dos Estados Unidos teve o menor crescimento anual dos últimos cinco anos, segundo estimativas preliminares divulgadas pelo Departamento de Comércio americano: 2,2% em 2007.
Petrobras descobre em Santos maior reservatório de petróleo do país 
A Petrobras divulgou na quinta-feira (8 de novembro de 2007) os resultados das análises realizadas na formação do segundo poço (1-RJS-646) no campo de Tupi, na Bacia de Santos. Os exames apontam para um volume recuperável de cinco a oito bilhões de barris equivalente, a maior descoberta de reserva de petróleo e gás no Brasil desde o campo de Roncador. Além disso, o óleo foi classificado como leve, de maior valor comercial. De acordo com cálculos da companhia, a descoberta em Tupi poderá aumentar suas reservas em até 60%. A Petrobras detém 65% da área, que partilha com a britânica BG Group (25%) e a portuguesa Petrogal (10%). A companhia anunciou também o potencial petrolífero do pré-sal no sul e sudeste brasileiros, descoberta durante avaliação regional. De acordo com a Petrobras, há a expectativa de uma alta produtividade de petróleo leve e gás natural neste tipo de reserva, encontrada nas bacias de Campos, Santos e Espírito Santo. Ainda não há uma estimativa sobre o volume recuperável destas reservas, que ocupam 800 quilômetros de extensão e até 200 de largura no litoral brasileiro, indo do Espírito Santo até Santa Catarina. A exploração na camada pré-sal deve superar desafios como as águas profundas, que variam de 1,5 mil a 3 mil metros de lâmina d’água, e o soterramento, entre 3 mil a 4 mil metros. 
Petrobras faz nova descoberta de gás e óleo no ES
A Petrobras anunciou em 6/12/07 uma nova descoberta de gás natural e petróleo leve (de melhor qualidade) ao norte do campo de Camarupim, na Bacia do Espírito Santo. Segundo a estatal, a descoberta confirma o grande potencial dessa bacia e deve colaborar para o aumento dos volumes recuperáveis (que podem ser extraídos) nessa área, que já responde por parte substancial dos projetos de produção do Plano de Antecipação da Produção de Gás (Plangas). "O poço pioneiro foi perfurado numa lâmina d'água de 708 metros, no litoral capixaba, e encontrou reservatórios arenosos de 101 metros de espessura, saturados de gás, a uma profundidade de 3.417 metros", informa a Petrobras. O poço também conta com participação da norte-americana El Paso Corporation, que detém fatia de 35% no empreendimento. Além do gás, foi encontrado petróleo leve no mesmo poço em uma profundidade menor, de 2.461 metros. "Essa descoberta reforça, ainda, o grande potencial de prospectos ainda não perfurados no mesmo bloco", completou a Petrobras, em nota. Em 8/11/07, a Petrobras anunciou uma descoberta gigante de petróleo no campo de Tupi, na bacia de Santos, com reservas estimadas em 8 bilhões de barris, o que colocou a estatal entre as maiores companhias de petróleo do mundo. O volume estimado da descoberta de Camarupim não foi informado pela empresa. 
Brasil sobe uma posição e ocupa 6º lugar na economia mundial, diz Bird 
O Brasil ganhou uma posição e agora ocupa o sexto lugar na economia mundial, segundo ranking do Banco Mundial, que divulgou os dados do PCI (Programa de Comparação Internacional), que analisa as economias de 146 países. De acordo com o Banco Mundial, levando-se em conta a paridade do poder de compra, o Brasil responde por metade da economia da América do Sul. Com o equivalente a 3% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial nesta medição, o Brasil divide o sexto lugar ao lado do Reino Unido, França, Rússia e Itália. Segundo explicação do Banco Mundial, o Brasil subiu de lugar por conta de uma nova avaliação. A paridade do poder de compra, expressa por meio dos valores das moedas locais e o que é possível comprar, tomou o lugar da chamada medida cambial, que apenas converte o PIB do país em dólares. Na medida convencional (cambial), o Brasil seria a sétima economia, ao lado da Índia, Rússia e México, que respondem juntos por 2% do PIB. "Os números passaram a refletir o valor real de cada economia, com as diferenças corrigidas em níveis de preços, sem a influência de movimentos transitórios de taxas cambiais", explica o Banco Mundial. Como já era esperado, a maior economia do mundo ainda é a dos Estados Unidos --ela, porém, está menor que no passado. Em seguida aparece a China, que pelas novas pesquisas subiu de quarto para segundo lugar. De acordo com os dados, pelo sistema cambial os EUA têm 28% do PIB mundial, mas pela regra da paridade, apontada como mais confiável pelo Bird, o país tem 23%. Na China, levando-se em conta o método do poder de compra, a participação é de 10%; pelo cambial, fica em 5%. No geral, a economia mundial produziu US$ 55 trilhões em mercadorias e serviços em 2005. Do total, cerca de 40% veio de países em desenvolvimento -- China, Índia, Rússia, Brasil (Brics) e México responderam por quase 20%. 
Divisão da renda segue desigual nos Estados do país, mostram dados do PIB municipal – 
Três capitais do Sudeste, uma do Sul e a do Distrito Federal encabeçam a lista dos maiores municípios do país em contribuição econômica de acordo com o levantamento divulgado nesta quarta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O relatório traz valores atualizados referentes a 2005. São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF), Curitiba (PR) e Belo Horizonte (MG) responderam, juntas, por cerca de 24,26% do PIB (Produto Interno bruto) do Brasil naquele ano, que somou cerca de R$ 2,1 trilhões. 
Apesar de a produção de alguns Estados ter oscilado, os números do IBGE mostram que a divisão da renda nacional pouco mudou nos últimos anos. Ela ainda é bastante desigual e continua concentrada nos principais centros urbanos do país. Sozinha, São Paulo respondeu por 12,26% (aproximadamente R$ 263,1 bilhões) de toda a riqueza produzida pelo país em 2005, seguida pelo Rio de Janeiro (5,54% ou quase R$ 118,9 bi), Brasília (3,75% ou R$ 80,5 bi), Curitiba (1,39% ou R$ 29,8 bi) e Belo Horizonte (1,32% ou R$ 28,3). De acordo com o IBGE, os dadospara a série que vai de 2002 a 2005 foram reconstruídos levando-se em consideração a nova base de contas nacionais, que entrou em vigor em março deste ano e dá um peso maior para o setor de serviços, resultando assim em uma nova relação entre os ganhos regionais e aqueles obtidos nacionalmente. Comparando 2005 a 2004, Curitiba subiu da quinta para a quarta posição, ultrapassando Belo Horizonte. No entanto, as capitais da região Sudeste ainda concentravam 20% dos ganhos do país - somados os R$ 14,9 bilhões ou 0,7% de Vitória (ES). Os cinco municípios de mais baixo PIB, todos da região Nordeste, representaram apenas 0,001% do total do país. Quatro deles estão localizados no Estado do Piauí: Olho D'Água do Piauí, São Luís do Piauí, São Miguel da Baixa Grande e Santo Antônio dos Milagres. O quinto é o município de Quixabá, na Paraíba.
IV - SOCIEDADE
POPULAÇÃO
IDH - 2007: Brasil entra para o grupo de 'alto desenvolvimento humano', aponta ONU 
O Brasil entrou pela primeira vez para o grupo de países de "alto desenvolvimento humano" no ranking elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), divulgado em novembro de 2007 em Brasília. De acordo com o relatório da ONU, o Brasil atingiu o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,800, em uma escala de 0 a 1. Países com índice inferior a 0,800 são considerados de "médio desenvolvimento humano", categoria na qual o Brasil figurava desde 1990, quando o PNUD começou a divulgar o ranking. Os dados do relatório divulgado nesta terça-feira são referentes a 2005. No relatório do ano passado, de 2004, o IDH do Brasil foi de 0,792. Apesar de ter tido uma pontuação maior, o país caiu uma posição no ranking e agora ocupa o 70º lugar, o último entre os de nações com "alto desenvolvimento". Nesse grupo, que saltou de 63 para 70 neste ano, o Brasil também é o país com maior desigualdade entre ricos e pobres, seguido por Panamá, Chile, Argentina e Costa Rica. No Brasil, os 10% mais ricos da população têm renda 51,3 vezes maior do que os 10% pobres. Além do Brasil, países como Rússia, Macedônia, Albânia e Belarus também ingressaram no rol dos países de "alto desenvolvimento humano" nesta edição do ranking, que neste ano foi liderado pela Islândia, com IDH de 0,968. O último lugar ficou com Serra Leoa, com IDH de 0,336.
O IDH é um índice usado pela ONU para medir o desempenho dos países em três áreas: saúde, educação e padrão de vida. O índice é composto por estatísticas de expectativa de vida, alfabetização adulta, quantidade de alunos na escola e na universidade e o produto interno bruto (PIB) per capita. O Brasil subiu não só devido a melhoras reais nos campos avaliados pelo IDH, mas também em função de revisões de estatísticas nos bancos de dados da Unicef e do Banco Mundial - órgãos que fornecem os números para o PNUD, normalmente baseados em dados produzidos pelos próprios países. Revisões estatísticas do IBGE também revelaram que os padrões de educação e expectativa de vida no Brasil aumentaram em 2005. A expectativa de vida média subiu de 70,8 anos, no relatório do ano passado, para 71,7 anos, e a porcentagem de alunos matriculados em escolas e universidades aumentou de 86% para 87,5%.
De 2004 para 2005, o Brasil melhorou em todos os itens que compõem o IDH, com exceção da alfabetização adulta - que ficou estável em 88,6% da população com mais de 15 anos. O desempenho econômico do país também contribuiu para melhorar o padrão de desenvolvimento humano. O PIB per capita anual aumentou 2,5% de 2004 para 2005, atingindo US$ 8.402 (por paridade de poder de compra). De 1990 a 2005, o PIB per capita brasileiro cresceu em média 1,1% por ano, ritmo idêntico ao da Argentina, mas bastante inferior ao do Chile - que cresceu em média 3,8% ao ano. O PNUD começou a divulgar o IDH desde 1990, mas traz dados para vários países retroativos a 1975. Desde então, o Brasil vem melhorando o seu índice de desenvolvimento humano em um ritmo estável. Em 1975, o IDH brasileiro era calculado em 0,649. Desde então o Brasil vem mantendo uma média de crescimento de cerca de 0,050 no índice a cada dez anos. Segundo o economista Flavio Comim, especialista em desenvolvimento humano e assessor especial para o PNUD, o aumento de número de alunos matriculados em escolas foi o fator que mais contribuiu para a melhora do IDH do país no longo prazo. Desde 1990, o índice subiu de 67,3% para 87,5%. Para Comim, a importância de entrar na lista dos países de alto desenvolvimento humano é "simbólica, mas significativa, pois abre espaço para uma agenda mais ambiciosa no Brasil". Segundo ele, um dos motivos que faz o Brasil ficar em último lugar entre as nações de "alto desenvolvimento humano" no IDH é o fato de que os indicadores sociais brasileiros estão muito abaixo do nível de renda do país. Comim identifica cinco áreas em que o Brasil ainda precisa melhorar para subir no ranking: combate à pobreza e à desigualdade, saneamento, mortalidade infantil e mortalidade materna. Nessas áreas, segundo ele, o Brasil está muito atrás dos demais países, mesmo os latino-americanos. Comim afirma que, baseado em dados já disponíveis sobre 2006, o Brasil deve melhorar ainda mais o seu IDH no relatório do ano que vem.
A evolução econômica das mulheres
As mulheres já são 44% da população economicamente ativa do Brasil, segundo a Organização Internacional do Trabalho. Em uma década, 10,7 milhões de brasileiras ingressaram no mercado de trabalho. Seu poder crescente terá um impacto cada vez maior no desenvolvimento do País. Um estudo realizado em 2006 pelo Fórum Econômico Mundial concluiu que, quanto maior é a participação das mulheres na vida econômica de um país, mais desenvolvido ele é. Ou seja, lugar de mulher é na economia. Isso não significa que a função delas seja gastar o salário do companheiro. Ao contrário, elas conquistaram tamanha liberdade que, pela primeira vez no mercado brasileiro, existem mais cartões de crédito nas carteiras das mulheres do que nas dos homens. Atualmente, 50,2% dos 81 milhões de cartões estão em mãos femininas. Elas devem gastar R$ 86,4 bilhões neste ano com o dinheiro de plástico, de acordo com levantamento da Itaucard. “A mulher aprendeu a usar melhor o cartão do que o homem”, diz Fernando Chacon, diretor de cartões do Banco Itaú. Em média, as mulheres gastam R$ 87 por mês no cartão, abaixo dos R$ 91 computados na média geral. Este é um reflexo de que elas ainda não têm salários iguais aos dos homens, mesmo quando estão na mesma posição hierárquica – as estimativas são de uma diferença de quase 20% a favor deles. Quando se junta toda a força de trabalho, a distância é maior ainda. No ano passado, os ganhos médios anuais das brasileiras foram de R$ 4,1 mil, pouco mais da metade dos R$ 7,9 mil obtidos pelos trabalhadores do sexo masculino. “A renda ainda não acompanhou o ingresso maior da mulher na economia”, diz Francisco de Moraes, chefe do Departamento de Economia da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Há um longo caminho pela frente para a equiparação financeira entre os gêneros e o crescimento dos tailleurs em meio aos ternos masculinos na direção das empresas. Levantamento com 97 companhias do Grupo de Líderes Empresariais (Lide) mostra que 15% das mulheres têm cargo de diretoria e apenas 5% são vice-presidentes e presidentes. “Para atingir determinados cargos, as mulheres se esforçam mais, precisam provar um pouco mais que são competentes”, diz Chieko Aoki, presidente do Blue Tree Hotels e do Grupo de Mulheres Líderes (Lidem). Chieko se desdobra administrando hotel, cuidando do lar e presidindo o Lidem. É uma vantagem delas: a versatilidade e a facilidade de adaptação a muitos afazeres simultâneos. “A mulher corporativa trabalha em equipe e ainda toma conta da casa e cria os filhos sem culpa”, diz Viviânne Martins, responsável pela área de compras da Bayer. No mercado financeiro, elas já marcam presença há alguns anos. Em 2004, o fim do pregão a viva-voz acabou com um dos últimos redutos predominantemente masculinos da Bovespa. As negociaçõeseletrônicas não distinguem o sexo dos operadores e elas invadiram as mesas das corretoras. Tornaram-se peças- chave nas estruturas e já são um terço dos profissionais de investimento. Trouxeram consigo características incomuns até então: tranqüilidade e sensibilidade para atender os clientes. A tradicional gritaria das mesas diminuiu. “As mulheres deixaram o ambiente de trabalho mais silencioso”, diz Roberto Lee, diretor da Win, serviço da Alpes Corretora. Não era para menos. “A mulher é mais ponderada. E os homens se controlam mais com a nossa presença”, conta a operadora Marcela Sieradzki. Será muito bom para o Brasil se a evolução do papel da mulher na economia continuar a ocorrer. Os estudos do Fórum Econômico Mundial mostram que elas já têm acesso semelhante ao dos homens em áreas como saúde e bem-estar, mas precisam avançar mais em participação e oportunidade econômica e em participação política. As atuais limitações nessas áreas impedem um nível maior de desenvolvimento, já que uma boa parte da população economicamente ativa não está sendo aproveitada. 
A Reforma Sindical
Uma revolução silenciosa vem sendo tramada na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. O presidente Lula enviará ao Congresso uma medida provisória que irá legalizar as centrais sindicais do País. A iniciativa será festejada com um almoço no Palácio da Alvorada que reunirá antigos inimigos sindicais - CUT, Força Sindical, CGT, SDS, entre outras. A primeira pergunta que vem à cabeça é: o que a decisão muda no dia-a-dia dos 27 milhões de trabalhadores com carteira assinada? Nada. Pior: nos contracheques desses trabalhadores, a cobrança do imposto sindical continuará sendo obrigatória. Isso significa um sugador que engole cerca de R$ 1 bilhão anuais, assim distribuídos: 60% entre 15 mil sindicatos, 15% entre as federações e 5% para incontáveis confederações. O Ministério do Trabalho (MT) abocanha os restantes 20%. A novidade da vez é o aparecimento de mais uma boca para comer esse bolo: as centrais sindicais. Elas serão alimentadas com metade da fração destinada ao MT. Estima-se que esse montante atinja R$ 100 milhões. Nos bastidores do sindicalismo, o texto presidencial vem causando um certo frisson. É que, ao legalizar as centrais, Lula poderá, involuntariamente, estar empurrando a CUT para escanteio, a central que ele ajudou a construir e que hoje é a maior do Brasil e da América Latina, com quase 3.500 sindicatos. Isso porque várias tendências da entidade estão rachando para formar novas centrais. Afinal, a central nascida do combativo sindicalismo do ABC dos anos 80 está, desde a posse de Lula, fazendo o papel de vidraça. "Eles estão perdidos, não sabem se defendem ou criticam o governo", diz José Maria de Almeida, do PSTU. Fundador da CUT ao lado de Lula, José Maria hoje coordena o Comlutas, uma entidade que reivindicará o status de central. Ligada ao PSTU, a Comlutas arrastou das fileiras da CUT cerca de 200 sindicatos. Outra sangria será provocada em breve por militantes da Corrente Sindical Classista (CSC), grupo ligado ao PCdoB que controla cerca de 500 sindicatos. As mudanças também atingem a Força Sindical, que tem 1.800 sindicatos filiados. Ela perderá sua vice-liderança para a novíssima União Geral dos Trabalhadores (UGT), sigla que nasce com 1.011 sindicatos, cumprindo com facilidade as exigências do decreto presidencial que exige que as centrais terão que contar com pelo menos 5% de entidades em sua base. Já as atuais confederações estão agrupadas na chamada Nova Central. Com a legalização das centrais, estima-se que, até o final do ano, apenas seis das 18 centrais existentes sobreviverão.
MEIO AMBIENTE
Aquecimento global e o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática
Apresentado no dia 2 de fevereiro de 2007, em Paris, o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC, na sigla em inglês) mais confirmou hipóteses do que revelou surpresas. Há 90% de certeza de que o aquecimento global é causado pelas atividades humanas, que seus efeitos no clima já começaram e que continuarão pelos próximos séculos, ainda que haja um corte nas reduções dos chamados gases estufa, que provocam o efeito conhecido pelo mesmo nome. O relatório, porém, traz dados mais consistentes e realistas que o da última versão, datada de 2001, pois os modelos de análise do clima foram bastante aprimorados nesses últimos anos. Com isso, uma questão particularmente preocupante para o Brasil tornou-se evidente: a dos extremos climáticos, que se caracterizam por pancadas de chuva violentas alternadas por longas secas, ondas de calor e furacões. 
A questão é especialmente grave no Brasil, um país já marcado por muitos extremos climáticos, o que implica em secas, enxurradas, deslizamentos de encostas, inundações e vendavais, os quais certamente irão se intensificar. Por isso, eles têm o potencial de perturbar a vida dos brasileiros tanto ou mais do que o aumento de temperatura propriamente dito. São exemplos de extremo climático o furacão Catarina, evento raro em território nacional, que prejudicou agricultores e desabrigou famílias no sul do país em 2004, e ainda a seca na Amazônia em 2005, que levou a região a apresentar o menor índice pluviométrico em quase meio século. Sem falar na maior temperatura já registrada na história do país: 44,6º C na cidade de Bom Jesus (PI), também em 2005, e as inundações em Minas Gerais e São Paulo neste início de 2007. Tanto os extremos climáticos quanto o aquecimento estendem seus efeitos para o campo econômico. Os sintomas dessa crise ambiental atingem diretamente a agricultura. A redução nos lucros do agronegócio, que responde por mais de 25% do PIB (Produto Interno Bruto) poderá causar prejuízos de até 10% à riqueza nacional, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da escola Superior de Agricultura Luís de Queiroz (CEPEA/Esalq), de São Paulo. A entidade alerta para o fato de que em 2006 a safra de soja diminuiu em mais de 10% em relação ao ano anterior por causa do clima seco. Os prejuízos econômicos, no caso, não se limitam à somente à própria diminuição dos grãos, pois a soja faz parte de várias cadeias alimentares de animais criados no Brasil, sendo a base de rações de aves e suínos. Uma pesquisa realizada pelo Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura da Universidade estadual de Campinas (Cepeagri/Unicamp), também no Estado de São Paulo, revela que, num cenário mais pessimista, as safras dos principais grãos cultivados no Brasil podem cair pela metade no próximo século. Responsável por 5% do PIB do agronegócio brasileiro, o café seria o produto mais prejudicado, com queda de 90% na produção. O grão deixaria de existir para sempre nas zonas tradicionais de cultivo, como o Oeste paulista, para ser produzido somente em regiões do território nacional com temperaturas mais amenas, como o Paraná e o Rio Grande do Sul. Se pesquisas como essas são efetivamente assustadoras, por outro lado, elas são simultaneamente uma forma de combater os problemas. O estudo do Ceagri/Unicamp cruza as previsões do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática com o zoneamento de risco climático das cinco principais culturas agrícolas do Brasil (café, arroz, milho, feijão e soja), de modo a prever o quê, quando e onde se pode plantar diminuindo os prejuízos por causa do clima. Isto é, a pesquisa permite avaliar que zonas seriam aptas para o plantio das culturas selecionadas, se houvesse um aumento de 1,5º C, 3º C, ou 6º C, determinando em que áreas de cultivo o aquecimento global faria as temperaturas ultrapassarem os limites de cada um desses produtos, provocando queda na produção. Desse modo, o projeto do Ceagri/Unicamp, que também conta com o apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), pode antever e propor soluções que reduzam a perda de 70% da área agrícola do Brasil. Mas os caminhos que os cientistas da Embrapa apostam para adaptar a agricultura brasileira aos novos cenários climáticos são o melhoramento genético

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