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4_logistica2_A Evolucao da Logistica

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2. A EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA
O estudo de lugar, ou “loger” (no francês), vem permeando a história da humanidade desde a primitiva organização das tribos e das comunidades, quando estes escolhiam os melhores locais para se instalarem, próximos de onde pudessem ter acesso ao alimento, à água e à proteção dos perigos existentes, ganhando força e atenção com a evolução da civilização. 
Na antiguidade, os gregos, por volta do ano 400 a.C. e, mais tarde, os romanos, durante a era cristã, praticaram e evidenciaram várias técnicas, como uma ferramenta, ainda não estudada, para o melhor desempenho em combates e guerras, travadas no corpo-a-corpo, pelas planícies e planaltos da Europa. Essas técnicas, que hoje chamam de logística, configuravam o diferencial para a real conquista de terras e reinos, demonstrando que a formação de combate era executada de forma sistemática e devidamente estudada para que os objetivos da época fossem atingidos. Além disso, os comandantes e governantes, desde esse período até o final do século XIX, escolhiam os lugares para a conquista conforme suas necessidades de alimentos e/ou riquezas.
Assim, percebe-se que, mesmo a mais simples e antiga referência ao conceito de logística existente, se for acrescida das palavras “tempo” ou “forma”, a amplitude de seus significados se multiplicarão e serão objeto de estudo a partir de agora.
2.1 EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE LOGÍSTICA
Para Bussinger (2003), a logística existe desde os tempos bíblicos, onde os líderes militares já se utilizavam dessa ferramenta na preparação das guerras. Como os combates eram longos e nem sempre ocorriam próximo às localidades, isto exigia que as tropas carregassem tudo o que iria ser empregado, necessitando de grandes deslocamentos de um lugar para outro. 
Para fazer chegar carros de guerra, grandes grupos de soldados e também transportar armamentos pesados aos locais de combate, era necessária uma fantástica organização logística. Envolvia a preparação dos soldados, do transporte, da armazenagem e, principalmente, da distribuição de alimentos, munição e armas, entre outras atividades.
Durante muitos séculos, a Logística esteve associada apenas à atividade militar. Assim desde a história antiga, os principais acontecimentos históricos que trouxeram para a humanidade grandes inovações advieram das guerras, nas quais os estrategistas militares se depararam com a necessidade de prover e transportar mantimentos, combustíveis e munições que possibilitassem a manutenção de exércitos envolvidos em batalhas. 
Christopher (1997) relata que a capacidade de prover o suprimento é fator determinante de sucesso ou fracasso em batalha, decidindo, na maioria das vezes, o destino de uma guerra. E a logística desempenha papel fundamental neste processo por ser a principal responsável pelo ressuprimento de tropas situadas em frente de batalha. Além disso, a logística é considerada na organização militar de guerra como uma estratégia decisiva de velocidade, que segundo Dunnigan & Masterson (2000, p. 229), “[...] se traduz na rapidez com que um comandante consegue se deslocar e obrigar as suas tropas (armadas, abastecidas e alimentadas) a realizar manobras (de ataque, defesa ou manutenção do terreno) numa zona de combate.”. 
Já Ferrante (1990) relata que a logística possui origem militar, onde o historiador grego Heródoto, descrevendo a preparação de Ciro para invadir a Grécia, qualificou a logística como sendo parte das artes militares que se destina a assegurar às forças armadas todos os meios necessários para a sua sobrevivência no campo de batalha, incluindo melhores condições de movimentação, abastecimento, alojamento e transporte de tropas. 
A primeira tentativa de conceituar a Logística foi feita pelo Barão Antoine Henri de Jomini (1779-1869), General do Exército francês sob o comando de Napoleão Bonaparte, que em seu “Compêndio da Arte da Guerra”, a ela se referiu como “a arte prática de movimentar exércitos”. Em sua opinião, o vocábulo logistique é derivado de um posto existente no exército francês durante o século XVII – Marechal des Logis, responsável pelas atividades administrativas relacionadas com os deslocamentos, o alojamento e o acampamento das tropas em campanha. O Barão Jomini chegou ainda a afirmar que: “a Logística é tudo ou quase tudo no campo das atividades militares, exceto o combate”. 
Magee (1977, p.1) escreve que: “o termo logística originou-se do verbo francês “loger” = alojar, termo usado pelos militares e que compreendia as atividades relativas ao transporte, ao abastecimento e ao alojamento das tropas”.
Já para FERREIRA (1999), Logística é:
Parte da arte da guerra que trata do planejamento e da realização de:
a. projeto e desenvolvimento, obtenção, armazenamento, transporte, distribuição, reparação, manutenção e evacuação de material (para fins operativos e administrativos); 
b. recrutamento, incorporação, instrução e adestramento, designação, transporte, bem estar, evacuação, hospitalização e desligamento de pessoal; 
c. aquisição ou construção, reparação, manutenção e operação de instalações e acessórios destinados a ajudar o desempenho de qualquer função militar; 
d. contrato ou prestação de serviços. 
Percebe-se que, etimologicamente, os conceitos se complementam e fornecem um sentido amplo, além do seu emprego na área militar.
Diversos autores (Ballou, Ching, Christopher e Andersson) afirmam que a Logística exerceu e continua exercendo forte influência na economia mundial, integrando-se simbioticamente à sociedade. Andersson (1986) destaca que as causas centrais da revitalização das cidades européias e da Idade Média foram em função das melhorias dos sistemas de transportes e das grandes mudanças estruturais de produção, localização, comércio, cultura e de instituições ativadas por lentas, mas fixas mudanças das cadeias logísticas ocorridas ao longo do último milênio, às quais o autor denomina de revoluções logísticas, conforme explanado a seguir:
a) Primeira revolução logística (século XI – XVI)
A humanidade era constituída por feudos que estavam em constantes conflitos entre si, limitando o comércio e o transporte na Europa naquela época. Mas a necessidade de se desenvolver um caminho livre para o comércio entre a Europa era latente, impedida principalmente pela tomada de Bizâncio pelos turcos que foi considerada um dos fatores primordiais para a criação das cruzadas, cujas suas investidas resultaram nas seguintes conseqüências:
- Abertura dos negócios a longa distância;
- Especialização na produção de implementos;
- Surgimento de novos mercados e manufaturas em cidades com mais de 100.000 habitantes;
- Surgimento de grandes centros de abastecimento (Bruxelas e Veneza).
b) Segunda revolução logística (século XVI – XIX)
Com o crescimento das negociações a distâncias, aumento dos volumes de negócios e o crescente multilateralismo das casas comerciais, a Europa sentiu a urgência de melhorar o sistema de transação comercial para a expansão dos negócios internacionais. Suas principais conseqüências foram:
- Aumento contínuo das distâncias no comércio;
- Surgimento de novos centros econômicos (Londres, Paris e Amsterdã);
- Surgimento de metrópoles com grande poder político e econômico (Paris);
- Fortalecimento do poder dos Estados.
c) Terceira revolução logística (século XVIII – XX)
Foi uma época marcada por duas inovações advindas da Revolução Industrial: a criação de uma divisão coordenada de trabalho e o desenvolvimento de novas técnicas de produção. Ambas consideradas poderosas determinantes dos lucros do comércio. Este período trouxe as seguintes conseqüências:
- Acentuada especialização das regiões.
- Aumento da industrialização.
- Surgimento das classes dos trabalhadores e dos capitalistas.
- Expansão da ciência e da engenharia.
d) Quarta revolução logística (final do século XX – momentos atuais)
Esta revolução está associada ao crescimento do processamento de informações, da capacidade de comunicação e a ascensão do conhecimento. É marcada pelas inovações tecnológicasacarretando sucessivas melhorias nos sistemas de transporte (estrutura de redes de transporte aéreo); nas telecomunicações (infovias, satélite e Internet); no aumento da capacidade dos computadores (hardwares e softwares); e no crescimento da base de conhecimento, onde se constata o surgimento de uma nova estrutura de mercado de trabalho, a parcela de trabalhos intelectuais (educação, pesquisa e desenvolvimento, jornalismo, atividades artísticas, etc.). Seria mera especulação citar prováveis conseqüências desta revolução. Todavia, pode-se constatar que a integração global dos complexos industriais é uma óbvia conseqüência desta revolução a qual se está presenciando atualmente.
Uma outra versão da evolução do conceito de logística também é apresentada por Musetti (2000), em cinco fases distintas, que consolida sua pesquisa buscando identificar relações com a evolução histórica contemporânea das organizações e a inter-relação com os movimentos direcionadores do pensamento administrativo surgidos no século XX:
Fase I — período anterior a 1900: A principal contribuição desse período foi o aparecimento do termo logística (logistics), cuja origem tem possíveis versões históricas e etimológicas.
Fase II — do início do século XX até a década de 50:
Essa fase foi influenciada pelo movimento da racionalização do trabalho uma vez que a produção em massa necessitava de grandes quantidades de matérias-primas para atender à expansão dos mercados. A ocorrência da segunda guerra mundial proporcionou avanço significativo na área da logística, devido à necessidade estratégica de movimentação de pessoas e suprimentos de guerra em dois grandes cenários distintos (Pacífico e Europa).
Fase III — década de 50 até o início dos anos 60: Os destaques nessa fase ocorreram no campo da tecnologia (surgimento do computador e progresso dos meios de comunicações) e na área do pensamento organizacional, sob a égide do movimento sistêmico ou estruturalista da administração.
O conceito de sistema gerou uma visão de estrutura para o entendimento dos complexos relacionamentos internos à organização, englobando as atividades logísticas. A evolução da visão sistêmica identifica a necessidade de integração da logística durante o estabelecimento do plano estratégico da empresa. A concepção de agregação de valor ao produto através da prestação de serviços ao cliente é destacada, e as empresas passam a incluir conceitos de desempenho ligados à prestação de serviços, valorizando assim a logística e integrando-a às atividades de manufatura e de marketing.
Fase IV — anos 60 até o final da década de 70: Durante os anos 60, o ambiente produtivo é influenciado por uma nova realidade: o setor de “marketing” consolida-se e passa a exercer forte pressão sobre a produção; a manufatura ganha importância estratégica; a forte concorrência externa vem despertar as empresas para um novo conjunto de transformações mundiais emergentes, como a integração agregando vantagens competitivas; e as preocupações voltam-se para os de transportes e de distribuição física.
Fase V — década de 80 até o início dos anos 90: Os novos processos de administração aplicados nesse período (customização, qualidade, just in time, gestão estratégica, etc.) proporcionam destaque à logística no planejamento estratégico das empresas, assumindo uma função de integração e coordenação de atividades de diferentes áreas. O interesse acadêmico e o de associações profissionais, como o CLM, estimulam discussões e propiciam contribuições práticas para as organizações empresariais de logística ou com funções dessa atividade em sua estrutura. Tal abordagem da evolução do conceito de logística proporciona uma visão de sua integração com os fatos históricos e procedimentos administrativos, particularmente os praticados ao longo do século passado, o que permite um entendimento da consolidação da atividade e do conceito de logística no século atual como estando voltada para atender à gestão de toda a cadeia de suprimentos, desde a obtenção da matéria-prima até a entrega do produto acabado ao consumidor final.
2.2 EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA NO MEIO ACADÊMICO
Continuando na evolução e consolidação do conceito de Logística, será exposto a seguir, nesta seção, como ocorreu essa penetração no meio científico-acadêmico.
A primeira noção começou com a necessidade de administrar as diferenças espaciais entre produção e consumo, gerando o interesse pela educação formal em logística. Assim, em 1901 foi publicado o primeiro texto sobre custos de distribuição de produtos agrícolas nos EUA, em função das áreas de produção terem-se tornado mais distantes dos grandes mercados de consumo.
Em 1916, Weld discute, em Harvard, os aspectos estratégicos relativos aos serviços de transporte de bens industriais para as fronteiras agrícolas do Meio Oeste que, por sua vez, forneciam cereais para os centros urbanos da costa Atlântica. Estes fluxos ocorriam em lugares distantes e em tempos diferentes. Nota-se então que as variáveis de tempo e de lugar são consideradas em conjunto como instrumentos de “marketing” e distribuição em massa. Weld dedicou muita atenção à concepção dos canais de distribuição e também definiu “marketing” como um processo que somente se concretiza com a dinâmica dos fluxos físicos de produtos de um lado e com a troca de informações em sentido contrário (tempo + lugar + informação).
Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a logística foi executada de forma global, como atividade de apoio às operações militares. Essa guerra exigiu dos Estados Unidos da América (EUA) a capacidade logística de movimentar e manter grande quantidade de homens e suprimentos nas frentes de batalha da Europa e da Ásia. Assim, contando com uma tecnologia mais avançada, a logística acabou por abranger outros ramos da administração militar e a ela foram incorporados os civis, transferindo para eles os conhecimentos e a experiência militar.
Em meados de 1950, a logística, surge como matéria na Universidade de Harvard, nas cadeiras de Engenharia e Administração de Empresas.
Em 1960, a Michigan State University desenvolveu e iniciou os primeiros cursos formais para treinamento de "logisticians" práticos e acadêmicos. Dessa iniciativa fez surgir os fundadores acadêmicos que, em conjunto com estrategistas do exército norte-americano, reuniram conhecimentos da logística militar para uma ampla aplicação e utilização em atividades domésticas. Em 1969, o professor Donald Bowersox sustentou em um artigo no Journal of Marketing, o conceito de integração entre marketing e administração logística (tempo + lugar + forma + posse).
Os professores Bowersox e Closs apresentam a logística inserida numa visão de integração de processos, em que ela desenvolve competência e valor na ligação da empresa com seus fornecedores e clientes, conforme figura 1. O processo logístico agrega valor ao fluxo de materiais, a partir da compra de matérias-primas, processamento e entrega de produtos acabados ao cliente. O fluxo de informações identifica locais específicos dentro do sistema logístico, em que é preciso atender a algum tipo de necessidade. Uma visão mais operacional é detalhada por Ballou ao destacar a missão da logística como fornecedora de mercadorias e serviços aos clientes de acordo com suas necessidades e exigências, da maneira mais eficiente possível. O autor apresenta uma proposta de conceito da missão do profissional de logística como: “A missão da logística é dispor a mercadoria ou o serviço certo, no lugar certo, no tempo certo e nas condições desejadas, ao mesmo tempo em que fornece a maior contribuição à empresa”. (Da Silva, 2004, p. 27).
Figura 1 – Fluxo de informações e materiais
Fonte: Da Silva (2004, p. 27).
Fruto da disseminação dos estudos de logística pelo mundo, no Brasil fez surgir nas universidades, a partir dos anos de 1990, estudos de graduação e cursos de especialização na área de logística, com destaque para a UFSC, UFRJ, PUC/RJ e UNICAMP, adaptados à realidade brasileira. Também têm sido criados cursos deMBA, e um deles, mantido pela FGV, é freqüentado por oficiais da Seção de Logística e Mobilização da ECEME.
Percebe-se que, desde os primeiros passos de implantação da logística nos meios acadêmicos, via-se a dualidade de integração entre marketing e operações logísticas e planejamento e gestão. Essa crescente importância dada à logística na área acadêmica, por intermédio de pesquisas e estudos que apontam o potencial do emprego desta atividade no aprimoramento do processo administrativo e da estrutura organizacional, tem concorrido para a sua consolidação no meio empresarial.
As contribuições de Stock e Lambert tratam como foco principal a gerência da logística integrada e destacam o fundamental comprometimento entre a gerência e as políticas de marketing. O efetivo resultado (satisfação e sucesso dos clientes) somente é alcançado se a empresa executar planejamento e gestão de forma adequada ao nível de serviço estabelecido para seus clientes, integrando as propostas das atividades de marketing e das operações logísticas.
Dessa forma, a evolução da atividade logística para um sistema eficiente e eficaz vem ocorrendo com a busca da melhora na prestação de serviços, de modo a proporcionar uma percepção de ganho de valor pelo cliente. (Da Silva, 2004, p. 27)
Segundo LEÃO (2001), a Logística, então, passou a ser um instrumento fundamental para a manutenção da competitividade, tendo o Council of Logistics Management (CLM), entidade que reúne mais de quinze mil profissionais da área, estabelecido que – submetendo a Logística aos novos conceitos de gerenciamento da cadeia de suprimentos, e responsabilizando-a pela integração dos processos de negócios, desde os fornecedores até os usuários de produtos e serviços – a Logística é o processo de planejamento, implementação e controle do fluxo, e armazenamento de bens e serviços, com eficiência e economia, e das informações a eles associadas, desde o ponto-de-origem até o ponto-de-consumo, satisfazendo as exigências dos clientes.
Assim na concepção do CLM, as transações que legitimam o processo e todas as funções do sistema de “Marketing” não são efetivadas sem que exista a coordenação e a conjunção de atividades de “marketing” e a dinâmica dos fluxos físicos de produtos e dos fluxos de comunicação ao longo dos canais de distribuição.
Taboada e Granemann (1996, p.7) acrescentam que existem algumas definições de uso corrente ou freqüentemente utilizadas para definir a palavra Logística como, por exemplo:
- é a arte de administrar o fluxo de materiais e produtos da fonte para o usuário (consumidor final). Ela objetiva também administrar o fluxo de bens de onde eles são produzidos para o local certo de consumo, na forma desejada, no tempo certo e com um custo correto.
- a Logística pode ser entendida como a integração dos seguintes subsistemas: Logística de Suprimentos, Logística de Produção e Logística de Distribuição Física. Aliás, esta concepção é compatível com a definição de Logística utilizada pelo CLM no sentido de que estão nela incluídas as atividades de movimentação e estocagem de produtos em processo.
2.3 EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA NO MEIO EMPRESARIAL
A história recente da evolução de processos e tecnologias mostra que qualquer atividade após um “boom” de popularidade gera palavras e expressões que acabam virando moda. Alguns empresários e profissionais sem conhecimento de causa apoderam-se de tais termos e julgam estar praticando o estado da arte. A logística, tão necessária nas atividades do mundo globalizado, não foge à regra. No Brasil, por exemplo, despacho de mercadoria vem sendo considerado como Logística por alguns, mas ela é muito mais: é uma atividade de planejamento que exige tecnologia, conhecimento e informação. Conceituando-se logística como atividade de planejamento que visa a reduzir custos e prazos em processos complexos de distribuição ou produção, pode-se afirmar que para fazer logística são necessários “softwares” e conteúdos apropriados, bem como técnicos preparados e infra-estrutura integrada, para que a eficácia pretendida ao processo seja alcançada.
Pode-se constatar, enfim, que a logística deve levar em conta algumas variáveis, que vão da aplicação de medidas de sua eficácia, passando pela mineração de dados (tecnologia de “software” que possibilita cruzamento de dados históricos, visando a uma projeção futura) e chegando até os aspectos organizacionais dos recursos humanos alocados. Segundo Gallo (2002), em tempos de globalização e de alta competitividade empresarial, a Logística, hoje em dia, é sem sombra de dúvidas o grande diferencial em termos de gestão administrativa.
Vários autores apontam que o ideal é dispor ao consumidor o produto certo, no momento certo, no lugar certo, isto é, atender ao desejo ou à necessidade das pessoas. Assim, a logística exige que a postura de gerenciamento dos processos seja no sentido de uma integração com a adoção de soluções simples e/ou tecnologicamente viáveis, adequadas ao contexto real, independentemente do grau de investimento aplicado às várias infra-estruturas necessárias à movimentação de bens e serviços. 
Para FAYET (2002, p. 2), é condição sine qua non que se deve construir uma consciência e postura empresarial para integração na implementação dessas infra-estruturas logísticas, formando um verdadeiro sistema logístico integrado, constituído de informações desde o ponto inicial daquela determinada cadeia produtiva, até chegar ao mercado consumidor final, bem como a flexibilidade necessária na solução de adversidades e diferenciações ao longo dessa mesma cadeia produtiva. 
Ainda para FAYET (2002, p. 2), outro fator muito importante na implementação de sistemas logísticos é a necessidade permanente de redução dos custos operacionais nesse sistema, que se traduz na diminuição do percentual de participação na formação dos custos desses produtos, relativos ao transporte, sistemas logísticos internos à empresa e movimentação de bens e serviços. Essa redução dos custos remete à questão da competitividade das organizações ou cadeias produtivas, portanto, das regiões onde essas organizações estão instaladas. A forma integrada, ou não, de como os sistemas logísticos são implementados na empresa e nas relações externas a esta, tem como conseqüência essencial oferecer, ou não, condições para o aumento da competitividade das cadeias produtivas onde estão inseridas.
Drucker (1999) afirma que “os dois diferenciais das organizações do futuro serão o design e a capacidade de entrega no prazo e forma desejados pelos consumidores". De acordo com Fayet (2002, p. 3):
Quanto à logística, nessa afirmação, estão implícitos dois conceitos essenciais, a necessidade de reelaborar o processo de implementação logística, considerando a integração e as demandas dos consumidores/clientes como os norteadores das atividades empresariais e a agregação de valor percebido pelo cliente em relação ao produto-serviço que está sendo oferecido. Atualmente, as organizações têm tido uma necessidade cada vez maior de aplicar a logística como uma forma eficaz de agregar valor ao produto, demonstrando o somatório dos benefícios em relação ao custo total de propriedade.
Segundo Christopher (1997), a logística é quase única em sua capacidade de causar impacto, tanto sobre as percepções de benefícios dos clientes quanto o custo total de propriedade necessário para a obtenção do produto-serviço. Sendo assim, o modo com que a logística deveria estar sendo aplicada nas organizações parece de importância essencial na determinação do grau de competitividade destas, que dão formação a uma cadeia produtiva que, por sua vez, forma a competitividade de um conjunto de cadeias produtivas, e, conseqüentemente, de um conjunto de organizações, corporações, instituições públicas e privadas e cadeias produtivas, atuantes e determinantes da competitividade de uma região e/ou país. 
Outro fator que se insere no contexto de uma logística integrada é a obtenção de informações gerenciais confiáveis para o processo de tomada de decisão,que também tem criado problemas de grande impacto. Essas questões estão relacionadas com o mau uso das tecnologias de informações disponíveis, seu planejamento e implantação, em geral, não atendendo aos quesitos básicos de conectividade, relação custo/benefício, necessidade de serviços, quantidade e qualidade de atualizações e colaboração entre os componentes. Complementarmente à questão das informações gerenciais, o aspecto relevante a ser considerado, também, tem sido a falta de aplicação de técnicas gerenciais como Gestão Participativa, Planejamento e Administração Estratégica, Teoria das Restrições e outras, que, muitas vezes, estão implementadas dentro das empresas, mas desconsiderando a visão sistêmica e integradora para toda a cadeia produtiva que necessita da logística. 
Em função dessa prática desordenada das atividades logísticas dentro e fora da empresa, Colin (1996) trata a Teoria da Macrologística, na qual considera as atividades de organização social e econômica e suas conseqüências sistêmicas como essenciais à implementação de sistemas logísticos integrados e atendentes de várias cadeias produtivas. Nessa visão, estão inseridos elementos culturais dos setores produtivos e das regiões onde estão inseridas, definindo esses como determinantes das relações sistêmicas estabelecidas. 
Em outros tempos, havia uma forma diversa de se administrar, bem mais empírica, com a qual as empresas sequer tomavam conhecimento de pontos que hoje são de vital importância e imprescindíveis, tais como, prazos a cumprir, qualidade, inovação tecnológica e a apuração real de seus custos logísticos, que hoje se sabe giram em torno de 30% do overhead (custos) das empresas. 
A importância que se tem atribuído à área da Logística, deve-se ao fato das empresas estarem investindo cada vez mais nos seus centros de distribuição, construção ou readequação, layouts, equipamentos de movimentação e armazenagem, softwares de gestão, softwares de roteirização, radiofreqüência, hardwares, bem como em consultoria, com o objetivo de tornarem-se empresas altamente competitivas, com baixos custos e maior lucratividade. 
Hoje em dia, se um consumidor vai a algum ponto de venda e não encontra a marca que atenda às suas reais necessidades, desejos e valores, ele acaba optando por outra, e como a palavra logística é de origem militar, certamente, essa marca não existente acabará perdendo uma batalha muito séria, que poderá levá-la a perder a guerra da concorrência, e assim acabará sucumbindo. Para Gallo (2002), quem contrariar um preceito básico da Logística: os produtos devem estar nos lugares certos, na hora certa, nas quantidades certas e ao menor custo possível ao cliente, caso contrário, será derrotado pela marca concorrente.
Podemos dizer que a logística trata do planejamento, organização, controle e realização de outras tarefas associadas à armazenagem, transporte e distribuição de bens e serviços.
Por exemplo: a indústria japonesa produz eletro-eletrônicos competitivos e, por isso, consumidos no mundo todo. Para conseguir esses resultados, foi preciso projetar, desenvolver o produto adequado e armazená-lo corretamente, controlar os estoques, transportar, distribuir e oferecer assistência técnica de acordo com o desejado por seus consumidores.
Esse exemplo nos mostra o seguinte fato: ainda de que os locais onde os produtos sejam manufaturados e quão distantes estejam onde serão consumidos, é possível, através da logística, atender satisfatoriamente aos consumidores.
No Brasil, os produtos agrícolas são transportados das zonas rurais até os centros urbanos. E, as mercadorias produzidas nas grandes cidades são levadas até o campo, em geral, percorrendo grandes distâncias e, por ser capaz de promover essa integração, o transporte é a atividade logística mais importante.
Transportar mercadorias garantindo a integridade da carga, no prazo combinado e a baixo custo exige o que se chama "logística de transporte". A movimentação dos produtos pode ser feita através de vários modos: rodoviário, marítimo, ferroviário e aeroviário. A escolha depende do tipo de mercadoria a ser transportado, das características da carga, da pressa e, principalmente, dos custos.
Em nosso país, o modo de transporte de carga mais utilizado é o rodoviário. Mas é preciso adequar o equipamento ao tipo de carga a ser transportada. Por exemplo: contêineres necessitam de um cavalo mecânico; para distribuir produtos nas cidades, o caminhão-toco é o mais adequado. A característica da carga define o tipo de transporte a ser empregado. Para carga a granel, é preciso uma carreta graneleira e não um caminhão-baú. Carga líquida só pode ser transportada em caminhão-tanque.
Estas, entre outras, são variáveis que fazem parte da estrutura logística. São exemplos de sua aplicação. Porém, se a logística não auxiliar na melhoria de desempenho e na redução dos custos, os serviços de transporte não serão competitivos.
Uma importante proposição na área da administração vem sendo a ascensão da logística como atividade integradora e estratégica, abrangendo toda a cadeia de suprimentos, desde a obtenção da matéria-prima até o ponto de consumo do produto final, visando alcançar o objetivo da vantagem competitiva sustentável através da redução de custos e da melhoria de serviços, o que caracteriza o papel estratégico da logística no gerenciamento empresarial.
Christopher (1997) considera que o gerenciamento logístico pode proporcionar uma fonte de vantagem competitiva para a conquista de uma posição de superioridade duradoura sobre os concorrentes em termos de preferência do cliente. Avalia, ainda, que as organizações líderes de mercado no futuro serão aquelas que procurarão atingir a excelência competitiva quanto à vantagem em produtividade ou à vantagem em valor, ou à combinação de ambas; desta forma, consegue-se tanto a liderança de custos como a liderança de serviços. 
Fazendo as considerações finais sobre a evolução da Logística tanto no meio empresarial, científico ou militar, percebe-se que a integração da manufatura ao esforço bélico, em tempo de guerra, proporcionou um avanço significativo para a logística militar e despertou a atenção das áreas acadêmica e empresarial. A evolução recente do conceito de logística esteve relacionada ao crescimento gradativo da aplicação dessa atividade na área empresarial. As atividades logísticas, inicialmente a cargo dos departamentos e fragmentadas na estrutura organizacional, foram influenciadas pela implementação do conceito de sistemas, envolvendo homens, máquinas e informações, e integrando as partes para obter maior produtividade. 
A integração das atividades logísticas foi ampliada com sua valorização na elaboração das estratégias da empresa e crescente importância na conquista dos objetivos organizacionais. Isso indica uma evolução da logística de uma orientação funcional para uma orientação sistêmica e, daí, para uma orientação estratégica. Finalmente, a inserção da logística no processo competitivo globalizado está forçando as empresas desenvolverem estratégias para projetarem seus produtos e serviços no mercado mundial, visando à obtenção de vantagem competitiva, sejam empregando novas tecnologias, sejam adotando novos procedimentos, como parcerias e alianças estratégicas.
Nesse sentido, cabe citar as palavras de HARMON (1994, p. 12):
A visão logística, estendendo-se por décadas ou mesmo séculos, engloba sonhos bem além do enfoque prático da agenda de ação imediata de uma empresa ou do governo. Por conseguinte, as estratégias que fluem da visão consistem em iniciativas de vulto que exigem vários anos para frutificar.

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