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Caso concreto Estácio

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DIREITO INTERNACIONAL - CCJ0056 
Título 
Caso Concreto 3 
Descrição 
Os conhecimentos apreendidos serão de fundamental importância para a reflexão teórica envolvendo a 
compreensão necessária de que o direito, para ser entendido e estudado enquanto fenômeno cultural e 
humano, precisa ser tomado enquanto sistema disciplinador de relações de poder, a partir da metodologia 
utilizada em sala com a aplicação dos casos concretos, a saber: 
 
Caso Concreto 1 
 
O litígio se dá entre Portugal e Índia. O primeiro Estado aparelhou perante a Corte Internacional de Justiça 
procedimento judicial internacional contra o Estado indiano, relativo a certos direitos de passagem pelo 
território deste último Estado de súditos portugueses (militares e civis), assim como de estrangeiros 
autorizados por Portugal com a intenção de dirigir-se a pontos encravados situados perto de Damão, para 
acesso aos encraves de Dadra e Nagar-Aveli. O Estado português alega que havia um costume 
[internacional] local que concedia um direito de passagem pelo território indiano a seus nacionais e às forças 
armadas até Dadra e Nagar-Aveli. A alegação de fundo é a de que o Estado indiano quer anexar estes dois 
territórios portugueses, ferindo seus direitos soberanos sobre eles. Os indianos sustentam que, segundo o 
Tratado de Pooma, realizado em 1779 entre Portugal e o governante de Maratha e posteriores decretos 
exarados por este governante, os direitos portugueses não consistiam na soberania sobre os mencionados 
encraves, para os quais o direito de passagem é agora reclamado, mas apenas num "imposto sobre o 
rendimento". 
 
Quando o Reino Unido se tornou soberano naquele território em lugar de Maratha, encontraram os 
portugueses ocupando as vilas e exercendo um governo exclusivo. Os britânicos aceitaram tal posição, não 
reclamando qualquer tipo de soberania, como sucessores de Maratha, mas não fizeram um reconhecimento 
expresso de tal situação ao Estado português. Tal soberania foi aceita de forma tácita e subseqüentemente 
reconhecida pelo Estado indiano, portanto as vilas Dadra e Nagar-Aveli foram tidas como territórios 
encravados portugueses, em território indiano. 
A petição portuguesa coloca a questão que o direito de passagem foi largamente utilizado durante a 
soberania britânica sobre o Estado indiano, o mesmo ocorrendo no período pós-britânico. Os indianos 
alegam que mercadorias, com exceção de armas e munições, passavam livremente entre o Porto de Damão 
(território português) e ditos encraves, e que exerceram seu soberano poder de regulamentação impedindo 
qualquer tipo de passagem, desde a derrubada do governo português em ditos encraves. (Pereira, L. C. R. 
Costume Internacional: Gênese do Direito Internacional. Rio de Janeiro: Renova, 2002, p. 347 a 349 – Texto 
adaptado). 
 
Diante da situação acima e dos dados apresentados, responda: 
1) De acordo com entendimento da Corte Internacional de Justiça, qual a fonte de direito internacional 
Público é aplicável a fim de dar solução ao litígio? 
 
R: De acordo com o artigo 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça (CIJ). 
 
2) Como ela é definida? 
R : Como sendo um costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo o direito. 
Art. 38, B da CIJ. 
 
3) Qual o elemento que a torna norma jurídica? 
 
R: Com o elemento do Art. 59, CIJ. “A decisão da Corte só será obrigatória para as partes litigantes e a 
respeito do caso em questão.” 
 
Caso concreto 2 
Analise o texto abaixo retirado do voto de A.A. Cançado Trindade, proferido na Corte Interamericana de 
Direito Humanos no caso da Comunidade Indígena Sawhoyamaxa versus Paraguay: 
“...No universo do Direito Internacional dos Direitos Humanos, é o indivíduo quem alega ter seus direitos 
violados, quem alega sofrer os danos, quem tem que cumprir com o requisito do prévio esgotamento dos 
recursos internos, quem participa ativamente da eventual solução amistosa, e quem é o beneficiário (ele ou 
seus familiares) de eventuais reparações e indenizações. 
Em nosso sistema regional de proteção, o espectro da persistente denegação da capacidade processual do 
indivíduo peticionário ante a Corte Interamericana (....) emanou de considerações dogmáticas próprias de 
outra época histórica tendentes a evitar seu acesso direto à instância judicial internacional, - considerações 
estas que, em nossos dias, ao meu modo de ver, carecem de sustentação e sentido, ainda mais tratando-
se de um tribunal internacional de direito humanos. 
(...). No presente domínio de proteção, todo jusinternacionalista, fiel às origens históricas de sua disciplina, 
saberá contribuir para o resgate da posição do ser humano como sujeito de direito das gentes dotado de 
personalidade e plena capacidade jurídicas internacionais". 
Responda a pergunta abaixo: 
No que se refere ao trecho do voto de Antônio Augusto Cançado Trindade, responda: 
- Com base no conceito de sujeito de direito internacional e no de uma sociedade internacional aberta, como 
defende Celso Mello, discorra sobre a posição do ser humano como sujeito de Direitos, refletindo sobre sua 
personalidade e sobre sua capacidade para agir no plano internacional. 
R: O indivíduo pode ser considerado um sujeito de direito internacional, sendo sempre um sujeito 
secundário, sem todos os pressupostos de um sujeito de direito internacional. Entretanto, os fragmentos de 
sua subjetividade estarão cada vez mais presente. Aumentarão as formas de responsabilizar os indivíduos 
perante a comunidade internacional (passiva), bem como as formas de tutela dos direitos fundamentais 
através de órgãos internacionais (ativa). Segundo a sociedade Internacional Contemporanea : “Novos atores 
internacionais: Os novos atores internacionais representam uma nova ordem mundial, na qual não existem 
apenas sujeitos internacionais, dotados de personalidade jurídica internacional; mas também pessoas que 
apresentam papel de destaque no cenário internacional. Exemplo: ex-chefes de estado, grupos terroristas.” 
QUESTÃO OBEJTIVA 
 
Segundo o Art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça, são fontes do direito internacional as 
convenções internacionais, 
 
a. o costume, os atos unilaterais e a doutrina e a jurisprudência, de forma auxiliar. 
b. o costume internacional, os princípios gerais de direito, os atos unilaterais e as resoluções das 
organizações internacionais. 
c. o costume, princípios gerais de direito, atos unilaterais, resoluções das organizações internacionais, 
decisões judiciárias e a doutrina. 
d. o costume internacional, os princípios gerais de direito, as decisões judiciárias e a doutrina, de forma 
auxiliar, admitindo, ainda a possibilidade de a Corte decidir ex aequo et bono, se as partes concordarem. 
 
 R: D

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