Buscar

Caso Concreto 3

Prévia do material em texto

ALUNA: GABRIELA TEIXEIRA CAVALCANTE – 201708061592 
 
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 
 
CASO CONCRETO 3 
 
 
QUESTÃO 1 
 
O litígio se dá entre Portugal e Índia. O primeiro Estado aparelhou perante a Corte 
Internacional de Justiça procedimento judicial internacional contra o Estado indiano, 
relativo a certos direitos de passagem pelo território deste último Estado de súditos 
portugueses (militares e civis), assim como de estrangeiros autorizados por Portugal com 
a intenção de dirigir-se a pontos encravados situados perto de Damão, para acesso aos 
encraves de Dadra e Nagar-Aveli. O Estado português alega que havia um costume 
[internacional] local que concedia um direito de passagem pelo território indiano a seus 
nacionais e às forças armadas até Dadra e Nagar-Aveli. A alegação de fundo é a de que o 
Estado indiano quer anexar estes dois territórios portugueses, ferindo seus direitos 
soberanos sobre eles. Os indianos sustentam que, segundo o Tratado de Pooma, realizado 
em 1779 entre Portugal e o governante de Maratha e posteriores decretos exarados por 
este governante, os direitos portugueses não consistiam na soberania sobre os 
mencionados encraves, para os quais o direito de passagem é agora reclamado, mas 
apenas num "imposto sobre o rendimento". Quando o Reino Unido se tornou soberano 
naquele território em lugar de Maratha, encontraram os portugueses ocupando as vilas e 
exercendo um governo exclusivo. Os britânicos aceitaram tal posição, não reclamando 
qualquer tipo de soberania, como sucessores de Maratha, mas não fizeram um 
reconhecimento expresso de tal situação ao Estado português. Tal soberania foi aceita de 
forma tácita e subseqüentemente reconhecida pelo Estado indiano, portanto as vilas Dadra 
e Nagar-Aveli foram tidas como territórios encravados portugueses, em território indiano. 
A petição portuguesa coloca a questão que o direito de passagem foi largamente utilizado 
durante a soberania britânica sobre o Estado indiano, o mesmo ocorrendo no período pós-
britânico. Os indianos alegam que mercadorias, com exceção de armas e munições, 
passavam livremente entre o Porto de Damão (território português) e ditos encraves, e 
que exerceram seu soberano poder de regulamentação 
impedindo qualquer tipo de passagem, desde a derrubada do governo português em ditos 
encraves. (Pereira, L. C. R. Costume Internacional: Gênese do Direito Internacional. Rio 
de Janeiro: Renova, 2002, p. 347 a 349 – Texto adaptado). 
 
Diante da situação acima e dos dados apresentados, responda: 
1) De acordo com entendimento da Corte Internacional de Justiça, qual a fonte de direito 
internacional Público é aplicável a fim de dar solução ao litígio? 
2) Como ela é definida? 
3) Qual o elemento que a torna norma jurídica? 
 
 
RESPOSTA: 
 
1) A fim de dar solução ao litígio encontrado, de acordo com o entendimento da 
Corte Internacional de Justiça, a fonte aplicável seria o Costume Internacional. 
2) O Costume Internacional é definido como prova de uma prática geral aceita como 
sendo direito, a medida que, a prática repetida dos sujeitos do Direito 
Internacional fez com que tenha força de Lei. 
3) O elemento subjetivo ou psicológico é o que torna ela uma norma jurídica, tendo 
em vista gera um sentimento de obrigatoriedade devido a repetição. 
 
 
 
 
QUESTÃO 2 
 
Analise o texto abaixo retirado do voto de A.A. Cançado Trindade, proferido na Corte 
Interamericana de Direito Humanos no caso da Comunidade Indígena Sawhoyamaxa 
versus Paraguay: 
“...No universo do Direito Internacional dos Direitos Humanos, é o indivíduo quem alega 
ter seus direitos violados, quem alega sofrer os danos, quem tem que cumprir com o 
requisito do prévio esgotamento dos recursos internos, quem participa ativamente da 
eventual solução amistosa, e quem é o beneficiário (ele ou seus familiares) de eventuais 
reparações e indenizações. Em nosso sistema regional de proteção, o espectro da 
persistente denegação da capacidade processual do indivíduo peticionário ante a Corte 
Interamericana (....) emanou de considerações dogmáticas próprias de outra época 
histórica tendentes a evitar seu acesso direto à instância judicial internacional, - 
considerações estas que, em nossos dias, ao meu modo de ver, carecem de sustentação e 
sentido, ainda mais tratando-se de um tribunal internacional de direito humanos. 
(...). No presente domínio de proteção, todo jusinternacionalista, fiel às origens históricas 
de sua disciplina, saberá contribuir para o resgate da posição do ser humano como sujeito 
de direito das gentes dotado de personalidade e plena capacidade jurídicas 
internacionais". 
 
Responda a pergunta abaixo: 
No que se refere ao trecho do voto de Antônio Augusto Cançado Trindade, responda: 
- Com base no conceito de sujeito de direito internacional e no de uma sociedade 
internacional aberta, como defende Celso Mello, discorra sobre a posição do ser humano 
como sujeito de Direitos, refletindo sobre sua personalidade e sobre sua capacidade para 
agir no plano internacional. 
 
RESPOSTA: 
 
A personalidade jurídica internacional é um assunto que possui vertentes, uma é ativa, 
onde o sujeito de direito é reconhecido como aquela pessoa ou ente que sua conduta está 
prevista direta e efetivamente pelo direito das pessoas como conteúdo de um direito ou 
de uma obrigação, sendo a existência dos direitos internacionais imediatamente dirigidos 
ao ser humano, possuindo assim a capacidade jurídica internacional para demandar 
internacionalmente a tutela de seus direitos quando lhe é negada internamente, exemplo 
seria o caso da Maria da Penha. E outro é a condição de sujeito passivo do homem perante 
a ordem jurídica internacional, onde as pessoas jurídicas de direito internacional público 
apenas seriam os estados soberanos e as organizações internacionais, não havendo o 
reconhecimento que os indivíduos sejam pessoas de Direito Internacional Público. 
 
 
QUESTÃO OBEJTIVA 
 
Segundo o Art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça, são fontes do direito 
internacional as convenções internacionais, 
 
a. o costume, os atos unilaterais e a doutrina e a jurisprudência, de forma auxiliar. 
b. o costume internacional, os princípios gerais de direito, os atos unilaterais e as 
resoluções das organizações internacionais. 
c. o costume, princípios gerais de direito, atos unilaterais, resoluções das organizações 
internacionais, decisões judiciárias e a doutrina. 
d. o costume internacional, os princípios gerais de direito, as decisões judiciária s e a 
doutrina, de forma auxiliar, admitindo, ainda a possibilidade de a Corte decidir ex aequo 
et bono, se as partes concordarem. 
 
 
RESPOSTA: 
Item d – “o costume internacional, os princípios gerais de direito, as decisões judiciárias 
e a doutrina, de forma auxiliar, admitindo, ainda a possibilidade de a Corte decidir ex 
aequo et bono, se as partes concordarem.” 
Esse item se encontra correto por citar as fontes do direito e falar sobre a possibilidade da 
equidade (“aequo et bono”), sendo uma opção facultativa de fonte, que pode ser lançado 
pela Corte Internacional de Justiça, para garantir o alcance da justiça, se for da vontade 
das partes.

Continue navegando