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Direito Internacional 3

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Plano	de	Aula:	Direito	Internacional	Público
DIREITO	INTERNACIONAL	-	CCJ0238
Título
Direito	Internacional	Público
Número	de	Aulas	por	Semana
Número	de	Semana	de	Aula
3
Tema
Pessoas	Internacionais	e	fontes	do	DIP
Objetivos
•	Apresentar	o	conceito	de	pessoa	internacional	e	de	sujeito	de	DIP.	•
Introduzir	as	noções	de	personalidade	e	capacidade	no	Direito	Internacional;	•
Fornecer	ao	aluno	uma	visão	das	pessoas	internacionais	conceituadas	pela
doutrina;	•	Apresentar	as	pessoas	internacionais	na	contemporaneidade	e	sua
relação	com	a	sociedade	internacional	contemporânea;	•	Examinar	o	conceito
de	fonte	de	direito,	diferenciando-o	do	conceito	de	fundamento	do	direito;	•
Discorrer	sobre	o	conceito	e	classificação	das	fontes	do	direito	internacional
público	na	doutrina;	•	Apresentar	a	definição	de	fonte	de	DIP	dada	pelo
Estatuto	da	Corte	Internacional	de	Justiça;	•	Conceituar	costume	internacional
e	discorrer	sobre	seus	elementos;	•	Introduzir	o	conceito	de	ato	unilateral	no
DIP;
Estrutura	do	Conteúdo
Aplicação	Prática	Teórica
Os	conhecimentos	apreendidos	serão	de	fundamental	importância	para	a	reflexão
teórica	envolvendo	a	compreensão	necessária	de	que	o	direito,	para	ser	entendido	e
estudado	enquanto	fenômeno	cultural	e	humano,	precisa	ser	tomado	enquanto	sistema
disciplinador	de	relações	de	poder,	a	partir	da	metodologia	utilizada	em	sala	com	a
aplicação	dos	casos	concretos,	a	saber:
	
Caso	Concreto	1
	
O	 litígio	 se	 dá	 entre	 Portugal	 e	 Índia.	 O	 primeiro	 Estado	 aparelhou	 perante	 a	 Corte
Internacional	de	Justiça	procedimento	judicial	 internacional	contra	o	Estado	indiano,
relativo	 a	 certos	 direitos	 de	 passagem	 pelo	 território	 deste	 último	 Estado	 de	 súditos
portugueses	 (militares	 e	 civis),	 assim	 como	 de	 estrangeiros	 autorizados	 por	 Portugal
com	a	intenção	de	dirigir-se	a	pontos	encravados	situados	perto	de	Damão,	para	acesso
aos	encraves	de	Dadra	e	Nagar-Aveli.	O	Estado	português	alega	que	havia	um	costume
[internacional]	 local	 que	 concedia	 um	 direito	 de	 passagem	 pelo	 território	 indiano	 a
seus	nacionais	e	às	 forças	armadas	até	Dadra	e	Nagar-Aveli.	A	alegação	de	 fundo	é	a
de	 que	 o	 Estado	 indiano	 quer	 anexar	 estes	 dois	 territórios	 portugueses,	 ferindo	 seus
direitos	soberanos	sobre	eles.	Os	indianos	sustentam	que,	segundo	o	Tratado	de	Pooma,
realizado	 em	 1779	 entre	 Portugal	 e	 o	 governante	 de	Maratha	 e	 posteriores	 decretos
exarados	 por	 este	 governante,	 os	 direitos	 portugueses	 não	 consistiam	 na	 soberania
sobre	os	mencionados	encraves,	para	os	quais	o	direito	de	passagem	é	agora	reclamado,
mas	apenas	num	"imposto	sobre	o	rendimento".
	
Quando	 o	 Reino	 Unido	 se	 tornou	 soberano	 naquele	 território	 em	 lugar	 de	 Maratha,
encontraram	 os	 portugueses	 ocupando	 as	 vilas	 e	 exercendo	 um	 governo	 exclusivo.	 Os
britânicos	 aceitaram	 tal	 posição,	 não	 reclamando	 qualquer	 tipo	 de	 soberania,	 como
sucessores	 de	Maratha,	mas	 não	 fizeram	um	 reconhecimento	 expresso	 de	 tal	 situação
ao	 Estado	 português.	 Tal	 soberania	 foi	 aceita	 de	 forma	 tácita	 e	 subseqüentemente
reconhecida	 pelo	 Estado	 indiano,	 portanto	 as	 vilas	 Dadra	 e	 Nagar-Aveli	 foram	 tidas
como	territórios	encravados	portugueses,	em	território	indiano.
A	 petição	 portuguesa	 coloca	 a	 questão	 que	 o	 direito	 de	 passagem	 foi	 largamente
utilizado	durante	a	soberania	britânica	sobre	o	Estado	indiano,	o	mesmo	ocorrendo	no
período	 pós-britânico.	 Os	 indianos	 alegam	 que	 mercadorias,	 com	 exceção	 de	 armas	 e
munições,	 passavam	 livremente	 entre	 o	 Porto	 de	Damão	 (território	 português)	 e	 ditos
encraves,	e	que	exerceram	seu	soberano	poder	de	regulamentação	impedindo	qualquer
tipo	de	passagem,	desde	a	derrubada	do	governo	português	em	ditos	encraves.	(Pereira,
L.	 C.	 R.	 Costume	 Internacional:	 Gênese	 do	 Direito	 Internacional.	 Rio	 de	 Janeiro:
Renova,	2002,	p.	347	a	349	–	Texto	adaptado).
	
Diante	da	situação	acima	e	dos	dados	apresentados,	responda:
1)						De	acordo	com	entendimento	da	Corte	Internacional	de	Justiça,	qual	a	fonte
de	direito	internacional	Público	é	aplicável	a	fim	de	dar	solução	ao	litígio?
2)						Como	ela	é	definida?
3)						Qual	o	elemento	que	a	torna	norma	jurídica?
	
Caso	concreto	2
Analise	o	 texto	abaixo	 retirado	do	voto	de	A.A.	Cançado	Trindade,	proferido	na	Corte
Interamericana	 de	 Direito	 Humanos	 no	 caso	 da	 Comunidade	 Indígena	 Sawhoyamaxa
versus	Paraguay:
“...No	 universo	 do	 Direito	 Internacional	 dos	 Direitos	 Humanos,	 é	 o	 indivíduo	 quem
alega	ter	seus	direitos	violados,	quem	alega	sofrer	os	danos,	quem	tem	que	cumprir	com
o	requisito	do	prévio	esgotamento	dos	recursos	internos,	quem	participa	ativamente	da
eventual	solução	amistosa,	e	quem	é	o	beneficiário	(ele	ou	seus	familiares)	de	eventuais
reparações	e	indenizações.
Em	 nosso	 sistema	 regional	 de	 proteção,	 o	 espectro	 da	 persistente	 denegação	 da
capacidade	 processual	 do	 indivíduo	 peticionário	 ante	 a	 Corte	 Interamericana	 (....)
emanou	 de	 considerações	 dogmáticas	 próprias	 de	 outra	 época	 histórica	 tendentes	 a
evitar	 seu	 acesso	 direto	 à	 instância	 judicial	 internacional,	 -	 considerações	 estas	 que,
em	 nossos	 dias,	 ao	 meu	 modo	 de	 ver,	 carecem	 de	 sustentação	 e	 sentido,	 ainda	 mais
tratando-se	de	um	tribunal	internacional	de	direito	humanos.
(...).	 No	 presente	 domínio	 de	 proteção,	 todo	 jusinternacionalista,	 fiel	 às	 origens
históricas	 de	 sua	 disciplina,	 saberá	 contribuir	 para	 o	 resgate	 da	 posição	 do	 ser
humano	como	sujeito	de	direito	das	gentes	dotado	de	personalidade	e	plena	capacidade
jurídicas	internacionais".
Responda	a	pergunta	abaixo:
No	que	se	refere	ao	trecho	do	voto	de	Antônio	Augusto	Cançado	Trindade,	responda:
-	 Com	 base	 no	 conceito	 de	 sujeito	 de	 direito	 internacional	 e	 no	 de	 uma	 sociedade
internacional	 aberta,	 como	 defende	 Celso	 Mello,	 discorra	 sobre	 a	 posição	 do	 ser
humano	 como	 sujeito	 de	 Direitos,	 refletindo	 sobre	 sua	 personalidade	 e	 sobre	 sua
capacidade	para	agir	no	plano	internacional.
QUESTÃO	OBEJTIVA
	
Segundo	o	Art.	38	do	Estatuto	da	Corte	 Internacional	de	 Justiça,	são	 fontes	do	direito
internacional	as	convenções	internacionais,
	
a.	o	costume,	os	atos	unilaterais	e	a	doutrina	e	a	jurisprudência,	de	forma	auxiliar.
b.	 o	 costume	 internacional,	 os	 princípios	 gerais	 de	 direito,	 os	 atos	 unilaterais	 e	 as
resoluções	das	organizações	internacionais.
c.	o	costume,	princípios	gerais	de	direito,	atos	unilaterais,	resoluções	das	organizações
internacionais,	decisões	judiciárias	e	a	doutrina.
d.	 o	 costume	 internacional,	 os	 princípios	 gerais	 de	 direito,	 as	 decisões	 judiciárias	 e	 a
doutrina,	 de	 forma	 auxiliar,	 admitindo,	 ainda	 a	 possibilidade	 de	 a	 Corte	 decidir	 ex
aequo	et	bono,	se	as	partes	concordarem.

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