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ANHANGUERA
MAIARA DE JESUS BASTOS
AS MÚLTIPLAS PUNIÇÕES DO SISTEMA PENITENCIÁRIO SOBRE A MULHER: LIBERDADE, DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS:
Osasco 2019
MAIARA DE JESUS BASTOS
AS MÚLTIPLAS PUNIÇÕES DO SISTEMA PENITECIÁRIO SOBRE A MULHER: LIBERDADE, DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS:
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Anhanguera, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Direito.
Orientador: Marina Bravo
Osasco 2019
MAIARA DE JESUS BASTOS
AS MÚLTIPLAS PUNIÇÕES DO SISTEMA PENITENCIÁRIO SOBRE A MULHER: LIBERDADE, DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS:
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à (Anhanguera), como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em (Direito).
BANCA EXAMINADORA
Prof (a). Titulação Nome do Professor (a)
Prof (a). Titulação Nome do Professor (a)
Prof (a). Titulação Nome do Professor (a)
Osasco, __de junho de 2019.
Dedico este trabalho, a minha mãe, Maria Ivone de Jesus Bastos, que é minha inspiração diária.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus que proporcionou a oportunidade de viver um sonho, e me capacitar para conseguir superar todas as barreiras para chegar até aqui.
A Universidade Anhanguera pela oportunidade de realização do curso de bacharel.
A todos os meus queridos professores, que sempre estiveram dispostos a me ajudar, que tiveram a paciência durante esses anos, em especial ao Professor Doutor Márcio, Professora Doutora Sandra Mena, Professor Doutor Clift Eperadio, Professora Doutora Ana Cristina, por todos esses anos foram inspirações, muito me ensinaram contribuindo para o meu crescimento.
A minha família pelo apoio, paciência que tiveram, em especial para a minha mãe Senhora Maria Ivone, que sempre foi um verdadeiro exemplo para mim, e minha irmã Roberta Cristina, que sempre foi um ponto de apoio durante esses anos. Ambas estiveram ao meu lado em todos os momentos mais difíceis, me fortalecendo sempre.
Ao meu noivo Kleber Alves, que me acompanhou desde o início, superamos todas as dificuldades juntos.
Meus agradecimentos aos meus colegas de classe, pelos anos de convivência, que crescemos juntos.
A todos que direta e indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu muito obrigado!
BASTOS, Maiara de Jesus. Sistema Carcerário Feminino no Brasil. 2019. 32. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Direito) – Anhanguera, Osasco, 2019.
RESUMO
Conhecer um pouco da realidade do nosso sistema carcerário feminino, a precariedade em sua funcionalidade física onde faltam diversas coisas, desde meios para uma simples higiene. Onde muitas acabam sendo abandonada por suas famílias, a dificuldade de ser inserida no meio social, empregos, a dificuldade de ser uma ex- presidiária. Uma vontade de mudar vida, que acaba sendo interrompida quando viram reincidentes. A clareza de um sistema que não foi feito para ela.
Palavras-chave: Sistema; Carcerário; Feminino; Ressocialização.
BASTOS, Maiara de Jesus. Female Prison System in Brazil. 2019. 32. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Direito) – Anhanguera, Osasco, 2019.
ABSTRACT
To know a little of the reality of our female prison system, the precariousness in its physical functionality where it lacks diverse things, from means for a simple hygiene. Where many end up being abandoned by their families, the difficulty of being inserted in the social environment, jobs, the difficulty of being a former prisoner. A desire to change life, which ends up being interrupted when they see recidivists. The clarity of a system that was not made for it.
Key-words: System; Prison; Female; Resocialization.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CPI	Comissão Parlamentar de Inquérito Art	Artigo
NR	Nova Redação
OMS	Organização Mundial da Saúde
SAP	Secretaria de Administração Penitenciária ECA	Estatuto da Criança e do Adolescente
IPF	Instituto Penal Feminino Auri Moura Costa SEJUS	Secretaria da Justiça
FUNDINOPI Faculdade Estadual de Direito do Norte Pioneiro CPEPG	Centro de Pesquisa e Pós-Graduação
CONPESQ Conselho de Pesquisa e Pós-Graduação GTI	Grupo de Trabalho Interministerial
TJGO	Tribunal de Justiça de Goiás ONU	Organização das Nações Unidas
INFOPEN	Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	10
CAPITULO I - O SISTEMA CARCERÁRIO	12
Histórico dos Presídios no Brasil	15
CAPITULO II - FILHOS DA CELA	17
CAPITULO III - RESSOCIALIZAÇÃO	22
CONSIDERAÇÕES FINAIS	27
REFERÊNCIAS	29
1. INTRODUÇÃO
Esta monografia tem como objetivo mostrar um pouco da realidade do sistema carcerário, sendo o feminino ponto principal do estudo, mostrando a precariedade dele, não só pela falta de estrutura, bem como, o modo como é feito sua atuação na vida das pessoas. O fator principal é ressaltar que não é só a precariedade do sistema, mas sim como o crime organizado sobrevive a isso, esclarecendo a afirmativa que com a prisão de alguém, o crime acaba na maioria das vezes ganhando mais espaço, trazendo sempre mais pessoas. É internacionalmente conhecido, que o sistema carcerário feminino é inadequado, por terem um tratamento similar ao masculino, levando o seguinte questionamento, como terão chance de ressocialização, sendo não são amparadas por um sistema feito para elas?
Apesar de ser um tema comum, não se vê grande importância ao assunto, ressaltando que o Brasil tem uma das maiores populações carcerárias feminina. Entende-se que apesar da gravidade de um aumento relativamente considerável de número de mulheres que se submetem para praticar crimes. Há importância de esse artigo é demonstrar o verdadeiro significado do processo em que se vive atrás das grades, onde o mais forte, sempre ganha, que em meio a isso tudo saber que o crime vive no meio do cárcere com elas.
Há importância do assunto é saber que cada vez mais pessoas entram nesse mundo, e o crime se torna uma solução para elas com objetivo de dinheiro fácil, mulheres traficantes, líderes de quadrilhas, onde a ideologia de sexo frágil ficou para trás. O que acontece nas penitenciarias femininas nem sempre é mostrado como é, a importância, de mostrar o dever do Estado como responsável de ressocializar, algo que não é mais falado. O que elas fazer lá?
Muito se ouve sobre o sistema carcerário ser devassado, porém o conhecimento amplo sobre diversos pontos trás um saber sobre como é, como foram parar lá, a verdadeira realidade vista de diversas formas. Observar que o machismo seja visto até nesse mundo, entre outros aspectos, que as penitenciarias femininas são. Bem como trazer de forma clara e objetiva os problemas que versam em torno disso, o presente estudo tem como objetivo trazer para o conhecimento de todos como é o sistema e como o sistema perde, quando achamos que ganhou.
Como resposta dessa questão o artigo além de todos já mencionados tem como função explanar possíveis questões sobre o tema, onde superlotação influencia
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bastante no quesito comportamental, porém vale enfatizar que o enredo do trabalho nada mais é uma visão ampla sobre o sistema e a verdadeira realidade, como o crime penetra através das grades.
Abordagem acerca da problematização do sistema carcerário do Brasil, e sua falta de estrutura, são um dos pontos que fazem levantar a seguinte questão. Ser mulher em um sistema prisional feito por homens e para homens há chance de ressocialização? Contudo, constatou que o Brasil está entre os países com a maior população carcerária feminina do mundo.
É demonstrar o aumento dessa população ao longo dos anos, apontando as diversas dificuldades que um sistema precário oferece, em sua falta de estrutura em diversos aspectos, sendo esses na maioria das vezes ignorados. Contudo, pode-se concluir que a muito para melhorar, pois inúmeras são as razões que levam mulheres a cometerem crimes.
Como o objetivo deste artigo é levar um conhecimento profundo sobre o tema, vale ressaltar diversos pontos para o aprimoramento da situação apresentada. Atéque ponto a precariedade atingiu as penitenciarias femininas? A superlotação é resultado apenas do aumento de crimes ou porque nosso sistema não é de ressocialização? Outro ponto principal até onde vai à dificuldade das presas e da família? São diversos argumentos levantados sobre esse tema, concluindo assim que o problema vai além do sistema, acaba atingindo todos ao redor. Mostrando que apesar de tudo isso deve responder pelas ações cometidas, porém com a garantia de que após isso, poderão reintegrar à sociedade e viverem suas vidas. Esses e outros questionamentos poderão ser respondidos depois de analisarmos todo conteúdo apresentado, observando-se que o dever legal do Estado e fornecer um sistema amplo, não está tendo a devida efetividade.
Sendo assim, a pesquisa aqui apresentada está dividida em três capítulos. O primeiro capítulo tem como título “O sistema carcerário”, que abrange todo o sistema carcerário. E se subdivide em uma parte. O primeiro e único subtítulo é: “Histórico dos Presídios no Brasil”, abordando então um breve resumo da abordagem histórica.
O segundo capítulo da presente pesquisa está assim nomeado “Filhos da cela”, que trata das crianças que nascem no presidio.
O terceiro e último capítulo desta pesquisa tem como o título: “Ressocialização", fala como é pra mulher voltar a viver em sociedade.
2. CAPITULO I - O SISTEMA CARCERÁRIO
As situações de higiene são precárias no sistema carcerário feminino, há falta de produtos femininos, há falta de produtos básicos para uma simples higiene.
A falta de estrutura nos presídios, onde não foram feitos para elas, apenas são adaptados para receber pessoas, sejam elas mulheres, e homens, por isso o argumento de que o sistema é machista, feito para homens e não para mulheres é nitidamente visível. Presídios mistos estão no rol dessa realidade, mulheres que nesse pequeno espaço tem que ser divido com homens, a crise que é enfrentada é por consequência da falta de investimento.
A superlotação impede que os encarcerados possuam condições mínimas de higiene e conforto e tais condições degradantes aumentam as tensões elevando a violência entre os presos, as rebeliões, os motins, as doenças e as tentativas de fuga. Como constata o relatório:
“A superlotação é talvez a mãe de todos os demais problemas do sistema carcerário. Celas superlotadas ocasionam insalubridade, doenças, motins, rebeliões, mortes, degradação da pessoa humana. A CPI encontrou homens amontoados como lixo humano em celas cheias, se revezando para dormir, ou dormindo em cima do vaso sanitário. Em outros estabelecimentos, homens seminus gemendo diante da cela entupida com temperaturas de até 50 graus. Em outros estabelecimentos, redes sobre redes em cima de camas ou do lado de fora da cela em face da falta de espaço. Mulheres com suas crianças recém-nascidas espremidas em celas sujas. Celas com gambiarras, água armazenada, fogareiros improvisados, papel de toda natureza misturados com dezenas de homens. Celas escuras, sem luz, com paredes encardidas cheias de “homens morcegos”. Dezenas de homens fazendo suas necessidades fisiológicas em celas superlotadas sem água por dias a fio. Homens que são obrigados a receberem suas mulheres e companheiras em cubículos apodrecidos.” (Relatório CPI do Sistema Carcerário, 2008, p. 223).
O número de presas no sistema carcerário vem aumentando nos últimos anos, grande parte das detentas é pelo crime de tráfico de drogas. A falta de escolaridade vivencia precária, bem como o mau desenvolvimento familiar contribuem no caráter da pessoa, fazendo com que ela caia no enganoso mundo do crime, há quem diga que uma vez dentro não se pode mais sair. Contudo, vale ressaltar que o Brasil possui a quinta maior população penitenciária feminina, com essa superlotação as detentas também sofrem com a falta de dormitórios especiais para gestante, e que como fora dito não tem infraestrutura para atender necessidades femininas, como acompanhamento psicológico, onde o fato de estar longe da família e dos filhos
contribuem para piorar o ambiente hostil. Em um mundo ideal o sistema seria para reintegrar a pessoa no meio social, e no mercado de trabalho, infelizmente versam com a expectativa e a realidade.
Expectativa: Entrar em uma penitenciária, as presas deveriam ter atendimento especializado, lugar adequado, não paraíso, mas adequado para que independente do que fizeram possam ter um tratamento humano, maior índice de reintegração no mercado de trabalho. Realidade: Um lugar sem condições, um sistema que visa quantidade, sem se importar se há capacidade para tal condição, visto como depósitos de gente. Um ditado que nessa realidade faz muito sentido: “mente fazia, oficina do diabo”, realidade é que há, falta de oficinas para possibilidade de experiência profissional, quanto maior o tempo sem se ocupar menos o tempo passa, menos pensam em o que fazer quando sair, higiene básica, presas que chegam a usar miolo de pão como tampões de absorvente, essa é a realidade. O maior número de reincidência por crimes que os parceiros as levam para o fundo do poço.
Fazendo menção a Cesare Beccaria (2012, p.130):
É melhor prevenir os delitos do que os punir. Além disso, disso as prisões ficam afastadas, o que dificulta ainda mais a locomoção da família e, em alguns casos as visitas só são permitidas em dias de semana.
A mudança do encarceramento como principal meio de punição, sendo que há relativamente uma quantidade menor de crimes graves cometidos por mulheres, grande parte dos crimes é de tráfico de drogas, contudo, o fato de superlotação recai nesse aspecto também, porque há insistência de manter em cárcere mulheres que não foram julgadas, cumprindo penas sem saber ao certo o tempo que ficaram encarceradas, o sentido de justiça em trazer como punitiva a melhor forma de correção, é ilusório, pois os presídios acabam sendo como “faculdade do crime” a pessoa sai articulada de lá. Há necessidade de estar consciente de que a repressão não reduz a criminalidade. É uma guerra perdida. Então aprisionar não reduz a criminalidade.
Assim não obstante com o problema estrutural, bem como a falta de diversos produtos para higienes, muitas recebem um kit básico de higiene que não dura um mês, em 2015 foi feita uma campanha de para arrecadar absorventes para as detentas, tendo em vista a superlotação, e falta de condições do estado, o mesmo se esquece de que vivem mulheres lá e que ambas tem suas higienes e dignidade, a luta é bem maior, dignidade em caçar um pedaço de retalho qualquer para usar de papel higiênico.
A falta de estrutura para essas mulheres confirma que se algo não foi feito pra elas, há possibilidade de não surtir efeito é maior. Quem perde com isso é a sociedade, quando esquecem que são humanas essas infratoras e de seus bebes, deixando de lado que apesar tudo são pessoas.
O sistema é punitivo e está longe de ser eficaz, levando em conta que existem pressas que ainda não foram julgadas e estão em prisão preventiva, a mídia e impõe que para tratar alguém é necessária a punição, e “quanto mais severa melhor”, essa máquina punitiva ajudou a produzir mais crimes, e está bem longe de trazer uma paz social. O sistema de justiça punitiva, comprovadamente não reintegra, não educa, não traz benefício para ninguém, em nenhum dos lados, apenas degrada e induz a prática de mais.
Segundo dados do INFOPEN, de junho de 2016 o Brasil contava com uma população de 42.355 mulheres privadas em liberdade, com um percentual de 28% corresponde por crime de tráfico de drogas e 45% por roubo, crime contra o patrimônio, o perfil por faixa etária é entre 18 a 25 anos, gira em torno de 23%, e entre 25 a 29 anos é de 25%.
Nessa especificação de perfil das pessoas e cárcere, 64% são negras/pardas, sendo 35% brancas, ainda segundo dados do INFOPEN, grande parte da massa encarcerada não possui ensino fundamental completo, sendo esses 36%. No primeiro semestre de 2016 contabiliza 55 celas adequadas para gestantes, 49 berçários, e 9 creches, com 351 estabelecimentos mistos.
No plano internacional,o principal documento que abordou esse tema e toda sua problemática, foi as Regras de Bangkok, redigido em dezembro de 2010, quando a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas elaborou e aprovou regras mínimas para tratamento da mulher presa e medidas não privativas de liberdade para mulheres em conflitos com a lei.
O documento aborda diversos temas, tais como: higiene pessoal, cuidados com saúde, aborda sobre mulheres gestantes, com filhos e lactantes na prisão, tratamento com mulheres estrangeiras, atenção nos cuidados com a saúde mental, pois o fato permanecer em um lugar sem a devida condição, sintomas depressivos em pessoas presas é mais comum.
A capacitação de funcionários também é abordada nas Regras de Bangkok, tendo em vista que para um bom funcionamento é necessária uma boa preparação, o
idioma, capacitação sobre doenças, funcionários para acompanhar qualquer tipo de questão relacionada a saúde e bem estar, bem como tratamento e qualquer outro requisito que seja tratado com algum funcionário da penitenciaria.
2.1. Histórico dos Presídios no Brasil
No Brasil as primeiras penitenciarias destinadas a mulheres foram administradas por religiosas. As primeiras instituições adequadas para mulheres foram a de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, em 1937; o presidio de São Paulo e o Bangu, inaugurados em 1942, não foram fundadas pelo Estado, mas por freiras da Igreja Católica. Até então mulheres condenadas no Brasil inteiro cumpriam pena em cadeias mistas, frequentemente dividiam celas com homens, eram estupradas pelos detentos e forçadas a prostituição para sobreviver.
Liderado pela Congregação de Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor, essa irmandade religiosa tinha como finalidade a correção moral, era uma casa onde destinada a criminosas, mas também a prostitutas e moradoras de rua. Assim, por o crime facilmente confundido como pecado a conversão tinha caráter de ressocialização. Quando as mulheres começaram a cometer crimes de verdade e ficou mais difícil manter a segurança, as freiras entregaram o presidio à Secretária de Justiça, mas se mantiveram na direção por longos anos. De acordo com Nara Queiroz (2018, p.132):
Era um processo de “domesticação”. Eram mulheres que não cometiam crimes necessariamente, mas que deixavam maridos ou eram rejeitadas pela família — conta Maria José Diniz, assessora de Direitos Humanos da Secretaria de Segurança Pública do governo do Rio Grande do Sul. — Lá, as ensinavam a bordar, cozinhar e depois as mandavam de volta para a sociedade, para arrumar um bom partido para casar.
A justificativa para a construção de presídios femininos não se deu devido ao aumento da criminalidade atribuída a mulheres, mas pela necessidade de um local onde elas pudessem cumprir sua pena. Assim defendeu Basileu Garcia (1941, V.2):
A impressão que me desperta o projeto é a melhor possível. A falta de um presídio para mulheres, organizado de acordo coma as normas que regem o nosso sistema penitenciário, era extraordinariamente sensível, por várias razões. As mulheres condenadas cumpriam e cumprem pena nas cadeias públicas. Ora, as cadeias destinam-se ao aprisionamento provisório e não ao cumprimento definitivo das penas.
Não estão sujeitas aos métodos racionais estabelecidos para obtenção da plena eficácia da medida penal.
Contudo, pode-se observar que além do estigma de ser mais uma detenta, sendo mal vista pela sociedade, os crimes praticados por mulheres eram vistos mais como uma ética imoral, sem a devida preocupação, mulheres abandonadas

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