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Aula 01 
Curso: Direito Constitucional – Curso regular 
Professor: Jonathas de Oliveira 
Curso: Direito Constitucional – Curso regular 
Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas 
Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 01 
 
Prof. Jonathas de Oliveira 2 de 101 
 www.exponencialconcursos.com.br 
 
Sumário 
1- Controle de constitucionalidade ...................................................... 4 
1.1 – Tipos de inconstitucionalidade .......................................................... 8 
1.2 - Teoria da nulidade no Direito brasileiro ............................................ 10 
1.3 - Momentos de controle de constitucionalidade ................................... 13 
2 - Controle judiciário difuso e concentrado ...................................... 19 
2.1 – Controle judiciário difuso ............................................................... 21 
2.2 – Controle judiciário concentrado ...................................................... 29 
3 - Ação Direta de Inconstitucionalidade (genérica e por omissão), Ação 
Declaratória de Constitucionalidade e Arguição de Descumprimento de 
Preceito Fundamental ........................................................................ 31 
3.1 - Ação Direta de Inconstitucionalidade ............................................... 31 
3.1.1 - Ação Direta de Inconstitucionalidade genérica (ADI genérica) .......... 31 
3.1.1.1 – Objeto ................................................................................... 32 
3.1.1.2 – Competência .......................................................................... 33 
3.1.1.3 – Parâmetro de controle ............................................................. 37 
3.1.1.4 – Legitimados ativos .................................................................. 37 
3.1.1.5 – Aspectos procedimentais .......................................................... 39 
3.1.1.6 – Efeitos da decisão ................................................................... 41 
3.1.1.7 – Outros aspectos ...................................................................... 43 
3.1.2 - ADI por omissão (ADO) ............................................................... 48 
3.1.2.1 – Objeto, competência e parâmetro de controle............................. 49 
3.1.2.2 – Legitimados ativos .................................................................. 52 
3.1.2.3 – Aspectos procedimentais .......................................................... 53 
3.1.2.4 – Efeitos da decisão ................................................................... 53 
3.1.2.5 – Outros aspectos ...................................................................... 54 
3.2 - Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) ................................ 54 
3.2.1 – Objeto, competência e parâmetro de controle ............................... 55 
3.2.2 – Legitimados ativos ..................................................................... 56 
3.2.3 – Aspectos procedimentais ............................................................ 57 
Aula 01 – Controle de constitucionalidade. Controle judiciário difuso 
e concentrado. Ação direta de inconstitucionalidade (genérica e por 
omissão) e Ação declaratória de constitucionalidade. Arguição de 
Descumprimento de Preceito Fundamental. Controle concentrado nos 
Estados e DF. 
Curso: Direito Constitucional – Curso regular 
Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas 
Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 01 
 
Prof. Jonathas de Oliveira 3 de 101 
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3.2.4 – Efeitos da decisão ...................................................................... 57 
3.2.5 – Outros aspectos ........................................................................ 57 
3.3 – Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) .......... 58 
3.3.1 – Outros aspectos ........................................................................ 60 
4 – Controle concentrado nos Estados e DF ....................................... 62 
4.1 – Controle duplo de constitucionalidade (simultaneus processus) .......... 63 
5- Questões Comentadas ................................................................... 65 
6- Lista de Exercícios ......................................................................... 80 
7- Gabarito ...................................................................................... 100 
8- Referencial Bibliográfico.............................................................. 101 
 
 
Caros amigos. 
Chegamos àquele que é um dos tópicos mais cobrados na tradição dos 
concursos da área fiscal. 
 Assim, não apenas procuraremos adensar a abordagem conceitual e as 
posições jurisprudenciais recentes, como também o quantitativo de exercícios, 
além de reforçar ao candidato a necessidade de um maior número de revisões 
desta aula. 
 Respirem e vamos à batalha! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso: Direito Constitucional – Curso regular 
Teoria, Jurisprudência e Questões comentadas 
Prof. Jonathas de Oliveira - Aula 01 
 
Prof. Jonathas de Oliveira 4 de 101 
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Conforme nos explicam Mendes e Branco (2010), o conceito de 
Constituição apresenta duas peculiaridades. 
 Por um lado, a ideia de um núcleo permanente e supremo que delineie as 
linhas básicas do Estado e discipline sua normatização, conferindo diretrizes e 
limites ao processo legislativo. 
 Por outro, inexiste a pretensão de que a Constituição seja um 
sistema fechado e completo. Pelo contrário. É necessário haver certa 
margem de flexibilidade para que a Carta permaneça em contínuo 
aprimoramento e adaptação a cada sociedade em seu tempo, subsistindo como 
sistema aberto. E isso sé se torna possível muito em função de sua 
“incompletude”. 
 A existência de tal margem, no entanto, abre espaço para que se discuta 
a pertinência do que é proposto em face do que já está posto na Constituição 
Federal. Trata-se de uma relação entre a Constituição1 e algo (lei – em sentido 
amplo2 – ou ato normativo) que a ela “se apresenta”, numa aferição de 
compatibilidade. 
 Assim, desde o primeiro momento podemos fazer uma inferência: as 
normas dispostas pelo poder constituinte originário não são passíveis 
de controle de constitucionalidade. Afinal, é este poder que estabelece o 
ponto de referência primário do que é ou não constitucional. 
Assim, o Judiciário não tem competência para desautorizar decisões 
tomadas pelo poder constituinte originário, que, no exercício da 
sua função de estabelecer a Constituição, é soberano. 
1- (ESAF / Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil 
/ Área de Auditoria / 2002 / Adaptada) Julgue a assertiva a seguir. 
Uma norma constitucional, fruto do poder constituinte originário, não pode ser 
declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, mesmo que não 
esteja de acordo com algum princípio fundamental, inspirador da Constituição, 
como o da isonomia e o da democracia. 
Resolução: Correta. Ressalte-se que qualquer inconsistência do exercício do 
poder constituinte originário é apenas aparente e deve ser harmonizada de 
acordo com os métodos e princípios de hermenêutica constitucional. 
 
1 No lugar de ter a Constituição Federal como parâmetro único, cada vez mais se trabalha com a 
ideia de bloco de constitucionalidade, ou seja, além do texto constitucional, tal “conjunto” 
normativo engloba os princípios constitucionais e direitos fundamentais implícitos, além 
dos tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos aprovados na forma do 
art. 5.º, §3.º, da CF/88. 
2 Inclui medidas provisórias,emendas à Constituição, decretos legislativos etc. 
1- Controle de constitucionalidade 
 
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 Quando falamos em compatibilidade, podemos a analisar sob três 
prismas. 
 
 Nosso objeto aqui nesta aula é somente o controle de constitucionalidade. 
 
 
 A corrente doutrinária liderada pelo constitucionalista Otto Bachof 
entende existir hierarquia entre normas constitucionais originárias, o 
que, e tese, possibilitaria a existência de normas constitucionais 
originárias inconstitucionais. 
 Todavia, a jurisprudência do STF não admite essa tese de normas 
constitucionais inconstitucionais, quais sejam, normas incompatíveis 
advindas do poder constituinte originário. 
Deste modo, caso se depare com duas ou mais normas aparentemente 
contraditórias na tarefa de hermenêutica constitucional, cabe ao intérprete 
compatibilizá-las, de modo que ambas continuem válidas e vigentes. 
A matéria já foi analisada no julgamento da ADI n.º 815-DF. Nela, o 
Ministro Moreira Alves, relator, chama a atenção para o fato de que a análise 
da validade de normas constitucionais originárias não se trata, na 
verdade, de questão de constitucionalidade, mas de legitimidade do 
Controle de 
Compatibilidade
Controle da 
Constitucionalidade
Analisa a 
compatibilidade de 
uma norma com a 
Constituição 
vigente quando da 
sua criação
Constitucionalidade ou 
Inconstitucionalidade
Controle da 
Legalidade
Analisa-se a 
compatibilidade 
das normas 
infralegais com 
as leis das quais 
decorrem
Legalidade ou 
Ilegalidade
Juízo de 
Recepção
Verifica-se se uma 
norma anterior à 
Constituição vigente 
possui compatibilidade 
material com a nova 
Constituição
Recepção ou 
Revogação
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constituinte originário e a avaliação dessa legitimidade foge à 
competência do STF. 
2- (FCC / Analista Judiciário do TRE – SE / 2015 / 
Adaptada) Julgue a assertiva a seguir: 
Ora, (...) ‘se uma norma constitucional infringir uma outra norma da 
Constituição, positivadora de direito supralegal, tal norma será, em qualquer 
caso, contrária ao direito natural’, o que, em última análise, implica dizer que 
ela é inválida, não por violar a ‘norma da Constituição positivadora de direito 
supralegal’, mas, sim, por não ter o constituinte originário se submetido a esse 
direito suprapositivo que lhe impõe limites. Essa violação não importa questão 
de inconstitucionalidade, mas questão de ilegitimidade da Constituição no 
tocante a esse dispositivo, e para resolvê-la não tem o Supremo Tribunal Federal 
− ainda quando se admita a existência desse direito suprapositivo − 
competência. 
O trecho acima transcrito, retirado do voto do Ministro Moreira Alves na Ação 
Direta de Inconstitucionalidade no 815 (DJ de 10/05/1996), expressa 
manifestação do STF quanto à teoria das normas constitucionais 
inconstitucionais, de Otto Bachof. 
Resolução: Correta! 
 
 Pois bem, avancemos. 
A doutrina elenca ainda dois pressupostos essenciais para que haja o 
controle de constitucionalidade, quais sejam: 
(i) Constituição escrita3 e super rígida ou rígida; 
Lembremos aqui o princípio da supremacia da Constituição. No topo 
da pirâmide de Hans Kelsen, é em face à Constituição que todas as leis e atos 
normativos são confrontados, numa relação de verticalidade hierárquica. E daí 
sobressai a importância da rigidez constitucional. 
(ii) Delimitação de competência de fiscalização a um órgão (político, 
jurisdicional ou misto) “guardião da Constituição”. No Brasil, em termos 
de Constituição Federal, é o Supremo Tribunal Federal. 
Contudo, isso não impede a existência de procedimentos em outros 
Poderes destinados a apreciar incidentalmente a constitucionalidade de leis ou 
atos normativos, por exemplo, no curso do processo de confecção das leis, 
conforme veremos ao abordar os momentos de controle. 
 
3 Um caso interessante deste atributo é a Constituição inglesa. Por ser costumeira, inviabiliza-se 
um controle de constitucionalidade nos termos aqui tratados. Naquele sistema jurídico, a 
supremacia é do Parlamento e não da Constituição. 
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3- (FCC / Auditor Fiscal Tributário Estadual – PB / 
2006 / Adaptada) Julgue a afirmativa a seguir. 
Considera-se mecanismo de controle político preventivo de constitucionalidade 
o veto presidencial a projetos de lei. 
Resolução: Correta. É o que dispõe o art. 66, §1º da nossa Carta: 
Art. 66. [...] § 1º - Se o Presidente da República considerar o projeto, no 
todo ou em parte, inconstitucional [veto jurídico] ou contrário ao 
interesse público [veto político], vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo 
de quinze dias úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, 
dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado Federal os 
motivos do veto. [...] 
 
 
Lembram-se que destacamos que o STF não admite a denominada 
(in)constitucionalidade superveniente? Pois então. 
 Normas editadas sob a vigência de outras Constituições e que porventura 
ainda vigorem no atual sistema jurídico serão analisadas sob o mérito da 
recepção ou ausência de recepção. Se não forem compatíveis com a Carta atual, 
serão tidas como revogadas e não inconstitucionais. 
Excepcionalmente, porém, assim dispõe a Lei 9.882/99 (que 
regulamenta a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental - ADPF). 
Art. 1o A arguição prevista no § 1o do art. 102 da Constituição Federal 
será proposta perante o Supremo Tribunal Federal, e terá por objeto 
evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder 
Público. 
Parágrafo único. Caberá também arguição de descumprimento de 
preceito fundamental: 
I - quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional 
sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os 
anteriores à Constituição; [...] 
4- (CESPE / Consultor Legislativo do Senado Federal 
/ Área de Direito Constitucional, Administrativo, Eleitoral e Partidário / 
2002) No que se refere ao direito constitucional, julgue o item abaixo. 
O STF não tem competência para apreciar, em sede de ADIn, a adequação entre 
lei federal editada sob a égide da Constituição de 1967 e a atual ordem 
constitucional. 
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Resolução: Correta. A única forma disso se processar seria via ADPF, ação que 
veremos mais adiante. 
 
 
 
A conduta inconstitucional não é necessariamente ativa, podendo 
também ser omissiva. 
Segundo José Afonso da Silva (2005), temos: 
 
 
Grifamos os termos nomodinâmico e nomoestático por uma questão de 
prudência. Algumas bancas ainda não os cobraram, porém, outras, sim. Por via 
das dúvidas, não custa puxar para a memória. 
 
Outra classificação é a que distingue a inconstitucionalidade em 
originária e superveniente. 
INCONSTITUCIONALIDADE 
PORAÇÃO
• Ocorre com a produção de atos
legislativos ou administrativos que
contrariem regras ou princípios da
Constituição.
• Há incompatibilidade vertical
entre as normas de grau inferior e a
Constituição posta. Por ser
fundamento de validade do sistema,
tal conflito resolve-se em favor da
Constituição.
• Sucintamente, pode ser do tipo: (a)
formal (nomodinâmica), quando
tais normas são formadas por
autoridades incompetentes ou em
desacordo com o processo
legislativo; (b) material
(nomoestática), quando o
conteúdo da lei ou ato contraria
regra ou princípio constitucional.
INCONSTITUCIONALIDADE 
POR OMISSÃO
• Ocorre quando não são
praticados atos legislativos ou
administrativos exigidos para tornar
plenamente aplicáveis normas
constitucionais.
• Por exemplo, o art. 196 estabelece
que a saúde é direito de todos e
dever do estado. Caso o estado não
produza as leis e atos normativos
necessários à ajustada aplicação do
comando constitucional, é possível o
ajuizamento de uma Ação Direta de
Inconstitucionalidade por Omissão
(ADO).
• Pode ser parcial ou total.
1.1 – Tipos de inconstitucionalidade 
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 Podemos, ainda, classificar a inconstitucionalidade em total (todo o 
conteúdo da norma impugnada é inconstitucional) e parcial (apenas parte da 
norma impugnada é inconstitucional). 
 
5- (CESPE / Analista do MPU / Área Processual / 
2010) Verifica-se a inconstitucionalidade formal, também conhecida como 
nomodinâmica, quando a lei ou o ato normativo infraconstitucional contém 
algum vício em sua forma, independentemente do conteúdo. 
Resolução: Correta. Questão que recai no setor “decoreba de banca”. Porém, 
concurseiro prevenido reserva um pouco de espaço na memória para esse tipo 
de informação. 
6- (FCC / Auditor do TCE-SP / 2013 / Adaptada) 
Julgue a afirmativa a seguir. 
Segundo a jurisprudência do STF, há inconstitucionalidade por omissão no caso 
de lei complementar que regula de forma insuficiente os critérios para rateio do 
Fundo de Participação dos Estados, em razão de não atender ao objetivo de 
promover o equilíbrio socioeconômico entre as unidades da federação. 
Resolução: Correta. Aqui não é necessário se aprofundar na jurisprudência da 
nossa Corte Suprema. Basta atentar que a referida omissão inviabiliza a correta 
aplicação de uma diretriz constitucional. 
INCONSTITUCIONALIDADE 
ORIGINÁRIA
• Temos duas normas: a constitucional
(parâmetro) e a infraconstitucional
(objeto).
• Verifica-se a constitucionalidade da
norma objeto em face da norma
parâmetro vigente. Por exemplo: uma
lei infraconstitucional promulgada na
vigência da atual Constituição Federal
deve ter sua compatibilidade
(constitucionalidade) aferida segundo
ela.
• Caso a norma objeto tenha "nascido"
em desconformidade com a
parâmetro, teremos a
inconstitucionalidade originária.
INCONSTITUCIONALIDADE 
SUPERVENIENTE
• Não é admitida pelo STF.
• Seria hipoteticamente verificada num
caso em que a norma parâmetro é
posterior à norma objeto. Por
exemplo, lei infraconstitucional de
1970 tendo sua constitucionalidade
aferida em face da CF/88.
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 Voltaremos a este ponto logo à frente. 
 
 
 
O núcleo lógico de tal teoria, derivada do Direito norte-americano, pode 
ser sintetizado da seguinte forma: a lei ou ato normativo declarados 
inconstitucionais são nulos desde a origem. Ou seja, trata-se de vício 
congênito e todos os seus efeitos devem ser considerados desprovidos de 
força normativa retroativamente (ex tunc). 
 
 
 
 Tal constructo jurídico encontrou ampla receptividade no Direito nacional, 
sofrendo, contudo, certa flexibilização. 
 Para além do princípio da nulidade, outros valores de hierarquia 
equivalente, como o princípio da segurança jurídica e o princípio da boa-
fé, vêm sendo considerados pela doutrina e pela jurisprudência. 
 
Ademais, outro importante fator passou a ser considerado, qual seja, o 
processo de inconstitucionalização das normas. 
 É perfeitamente possível que uma norma previamente considerada 
constitucional passe a ser reconhecida posteriormente como inconstitucional. 
Nas palavras de Larenz (1997): 
De entre os factores que dão motivo a uma revisão e, com isso, 
frequentemente, a uma modificação da interpretação anterior, 
cabe uma importância proeminente à alteração da situação 
EX TUNC
(retroativamente)
Efeito desde o início 
da existência da lei ou 
ato administrativo
EX NUNC
(prospectivamente, 
para frente)
Efeito a partir de um 
dado marco temporal 
em diante
1.2 - Teoria da nulidade no Direito brasileiro 
 
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normativa. Trata-se a este propósito de que as relações fácticas 
ou usos que o legislador histórico tinha perante si e em 
conformidade aos quais projectou a sua regulação, para os quais 
a tinha pensado, variaram de tal modo que a norma dada deixou 
de se 'ajustar' às novas relações. É o factor temporal que se faz 
notar aqui. Qualquer lei está, como facto histórico, em relação actuante 
com o seu tempo. Mas o tempo também não está em quietude; o que no 
momento da gênese da lei actuava de modo determinado, desejado pelo 
legislador, pode posteriormente actuar de um modo que nem sequer o 
legislador previu, nem, se o pudesse ter previsto, estaria disposto a 
aprovar. Mas, uma vez que a lei, dado que pretende ter também validade 
para uma multiplicidade de casos futuros, procura também garantir uma 
certa constância nas relações inter-humanas, a qual é, por seu lado, 
pressuposto de muitas disposições orientadas para o futuro, nem toda a 
modificação de relações acarreta por si só, de imediato, uma alteração do 
conteúdo da norma. 
 
 Deste modo, conforme aduz Mendes (2010): 
Fica evidente que o Tribunal não poderá "fingir" que sempre 
pensara dessa forma. Daí a necessidade de, em tais casos, fazer 
o ajuste do resultado, adotando técnica de decisão que, tanto 
quanto possível, traduza a mudança de valoração. No plano 
constitucional, esses casos de mudança na concepção jurídica podem 
produzir uma mutação normativa ou a evolução na interpretação, 
permitindo que venha a ser reconhecida a inconstitucionalidade de 
situações anteriormente consideradas legítimas. 
 
 Atualmente, tal flexibilização encontra suporte legal. Vejamos os art. 27 
e 28 da Lei 9.868/99, que regulamenta a Ação Direta de Inconstitucionalidade 
genérica (ADI) e a Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) no controle 
concentrado pelo STF: 
Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e 
tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse 
social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços 
de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir 
que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro 
momento que venha a ser fixado. 
Art. 28. ... 
Parágrafo único. A declaração de constitucionalidade ou de 
inconstitucionalidade, inclusive a interpretação conforme a Constituição e 
a declaração parcial de inconstitucionalidade sem redução de texto, têmCurso: Direito Constitucional – Curso regular 
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eficácia contra todos e efeito vinculante em relação aos órgãos do Poder 
Judiciário e à Administração Pública federal, estadual e municipal. 
 
O art. 27 trata da denominada técnica de modulação dos efeitos da 
decisão, um meio de trazer mais harmonia ao ordenamento jurídico. Afinal, 
muitas normas não podem ser extintas do dia para a noite (ainda mais com 
efeitos retroativos!) sem causar danos colaterais em potencial. 
7- (CESPE / Analista do MPU / Área Processual / 
2010) O Estado brasileiro, como estado democrático de direito, apresenta, no 
seu texto constitucional, os parâmetros para o exercício da soberania popular, 
a partir de princípios e normas basilares, submetidos a constante controle. Com 
relação a esse tema, julgue o item a seguir. 
No direito brasileiro, em se tratando de controle de constitucionalidade, 
em regra, aplica-se a teoria da nulidade de forma absoluta no controle 
concentrado. 
Resolução: Errada. Tal teoria é aplicada de forma flexibilizada. O resultado 
prático se dá pela técnica de modulação dos efeitos da decisão no controle de 
constitucionalidade. 
8- (FCC / Procurador da PGE – SP / 2012 / Adaptada) 
Julgue a alternativa que segue. 
As decisões de procedência, pelo Supremo Tribunal Federal, nas Ações Diretas 
de Inconstitucionalidade interpostas contra leis federais ou contra leis estaduais 
possuem eficácia contra todos, mas aquele Tribunal pode, pelo voto de dois 
terços de seus membros, determinar que essas decisões só tenham eficácia a 
partir do trânsito em julgado. 
Resolução: Correta. Aplicação simples e direta da modulação dos efeitos da 
decisão prevista no art. 27 da Lei 9.868/99. 
 
 
Ressalte-se que a jurisprudência brasileira vem progressivamente 
aplicando a técnica de modulação dos efeitos da decisão não apenas no 
controle concentrado como também no controle difuso (incidenter 
tantum). 
9- (FGV / Auditor Fiscal da Receita Estadual – RJ / 
2007) No controle incidenter tantum de constitucionalidade, os tribunais 
podem modular temporalmente os seus efeitos, observado o quorum de: 
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a) três quintos. 
b) um terço. 
c) dois terços. 
d) dois quintos. 
e) quatro quintos. 
Resolução: Alternativa C. Uma dica: geralmente, em órgãos colegiados (não 
apenas do Judiciário) as questões centrais são resolvidas por dois terços dos 
membros. 
 Já “três quintos” é uma fração que, no texto constitucional, somente 
aparece quando se trata de emendas à Constituição ou da internalização de 
tratados e convenções sobre direitos humanos (quando estes serão equivalentes 
às emendas constitucionais). 
 
 
 
A constitucionalidade de lei ou ato normativo diz com sua compatibilidade 
formal e material em relação à Constituição vigente. 
 Especificamente ao tratarmos das leis em sentido estrito, podemos 
identificar o elemento temporal em que a aferição de compatibilidade é 
realizada, distinguindo-se, desta forma, dois marcos básicos: (i) controle 
anterior à vigência da lei e (ii) controle posterior à vigência da lei. 
 Nos baseamos aqui no modelo proposto por Lenza (2012). Neste aspecto 
em particular, mais importante que a memorização é que o candidato 
compreenda a dinâmica de tal aferição de compatibilidade no Brasil. 
 
 
1.3 - Momentos de controle de constitucionalidade 
 
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Momentos de 
controle de 
constitucionalidade
Prévio 
(Preventivo)
Legislativo
Realizado pelas Comissões de Constituição e Justiça e
Cidadania (Câmara dos Deputados) e Constituição e
Justiça (Senado Federal), além dos próprios
parlamentares que deflagaram ou apreciam e votam
no curso do processo legislativo.
Executivo
Art. 66. § 1º - Se o Presidente da República considerar
o projeto [de lei], no todo ou em parte,
inconstitucional [veto jurídico] ou contrário ao
interesse público [veto político], vetá-lo-á total ou
parcialmente [...]
Judiciário
O Judiciário atua indiretamente no controle de
constitucionalidade, por provocação, para assegurar
que um direito parlamentar seja respeitado. Ex.:
concessão de mandado de segurança para que um
Deputado participe do processo legislativo.
Posterior 
(Repressivo)
REGRA
Jurisdicional 
misto (difuso + 
concentrado)
EXCEÇÕES
Legislativo
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso
Nacional: [...] V - sustar os atos normativos do Poder
Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos
limites de delegação legislativa;[...]
Executivo
O Poder Executivo pode (STF, ADI 221-MC/DF) ou
deve (STJ, REsp 23121/GO) determinar aos seus
órgãos que deixem de aplicar lei ou ato normativo que
considere inconstitucional.
TCU
Súmula nº 347 - STF: O Tribunal de Contas, no
exercício de suas atribuições, pode apreciar a
constitucionalidade das leis e dos atos do poder
público.
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 A supra referenciada Súmula nº 347 do Supremo Tribunal Federal é alvo 
de controvérsia e frequentes críticas. 
 Isso porque tal súmula foi editada ainda tendo por parâmetro a 
Constituição Federal de 1946. 
 Naquele ordenamento jurídico não havia algo semelhante ao atual 
desenho de controle concentrado de constitucionalidade, centrado no Poder 
Judiciário. 
 Ademais, entendia-se perfeitamente cabível que órgãos não jurisdicionais 
deixassem de aplicar leis inconstitucionais. 
 O Supremo Tribunal Federal já se manifestou monocraticamente acerca 
do caso, o que pode indicar uma futura revisão do entendimento sumulado, 
senão vejamos: 
 
Não me impressiona o teor da Súmula n° 347 desta Corte, (...). A referida 
regra sumular foi aprovada na Sessão Plenária de 13.12.1963, num 
contexto constitucional totalmente diferente do atual. Até o advento da 
Emenda Constitucional n° 16, de 1965, que introduziu em nosso sistema 
o controle abstrato de normas, admitia-se como legítima a recusa, por 
parte de órgãos não-jurisdicionais, à aplicação da lei considerada 
inconstitucional. No entanto, é preciso levar em conta que o texto 
constitucional de 1988 introduziu uma mudança radical no nosso sistema 
de controle de constitucionalidade. Em escritos doutrinários, tenho 
enfatizado que a ampla legitimação conferida ao controle abstrato, com 
a inevitável possibilidade de se submeter qualquer questão constitucional 
ao Supremo Tribunal Federal, operou uma mudança substancial no 
modelo de controle de constitucionalidade até então vigente no Brasil. 
Parece quase intuitivo que, ao ampliar, de forma significativa, o círculo 
de entes e órgãos legitimados a provocar o Supremo Tribunal Federal, no 
processo de controle abstrato de normas, acabou o constituinte por 
restringir, de maneira radical, a amplitude do controle difuso de 
constitucionalidade. A amplitude do direito de propositura faz com que 
até mesmo pleitos tipicamente individuais sejam submetidos ao Supremo 
Tribunal Federal mediante ação direta de inconstitucionalidade. Assim,o 
processo de controle abstrato de normas cumpre entre nós uma dupla 
função: atua tanto como instrumento de defesa da ordem objetiva, 
quanto como instrumento de defesa de posições subjetivas. Assim, a 
própria evolução do sistema de controle de constitucionalidade no Brasil, 
verificada desde então, está a demonstrar a necessidade de se reavaliar 
a subsistência da Súmula 347 em face da ordem constitucional instaurada 
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com a Constituição de 1988." (MS 25888 MC, Relator Ministro Gilmar 
Mendes, Decisão Monocrática, julgamento em 22.3.2006, DJ de 
29.3.2006) 
 
 
10- (CESPE / Analista Judiciário do TRE – PI / 2016 / 
Adaptada) Julgue a assertiva abaixo. 
Em razão da sua natureza meramente administrativa, o TCU não poderá exercer 
o controle de constitucionalidade incidental de uma lei ou de atos do poder 
público quando do julgamento de seus processos. 
Resolução: Errada. Segundo a Súmula n.° 347 do STF, "o Tribunal de Contas, 
o exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e 
dos atos do Poder Público". 
A referida regra sumular foi aprovada na Sessão Plenária de 13.12.1963, 
num contexto constitucional diferente do atual, então não se surpreendam se 
um dia for revista! 
Até o advento da Emenda Constitucional n° 16, de 1965, que introduziu 
em nosso sistema o controle abstrato de normas, admitia-se como legítima a 
recusa, por parte de órgãos não-jurisdicionais, à aplicação da lei considerada 
inconstitucional. 
11- (CESPE / Titular de Serviços de Notas e Registros 
– TJ-SE / 2014 / Adaptada) Julgue o item abaixo. 
Conforme a CF, o controle de constitucionalidade das leis é realizado somente 
de forma repressiva. 
Resolução: Errado. O controle também pode ser preventivo. 
12- (FCC / Analista do MPE – PE / Área Processual / 
2006 / Adaptada) Julgue a assertiva abaixo. 
É correto afirmar que o controle da constitucionalidade das leis pode ser 
preventivo e repressivo, sendo, de regra, o primeiro exercido tanto pelo Poder 
Legislativo como pelo Poder Executivo e, o segundo, pelo Poder Judiciário. 
Resolução: Correta. Questãozinha básica para fixação. 
 
 
 
 
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 A jurisprudência do STF é no sentido de que o controle prévio de 
constitucionalidade exercido pelo Judiciário visa tão somente a assegurar 
que o processo legislativo, de forma ampla, se dê em conformidade com a 
Constituição. 
Assim, não lhe caberia adentrar o campo estritamente político (atos 
políticos) e os atos interna corporis (aqueles que tratam direta e 
imediatamente da organização e funcionamento da Casa legislativa e são 
reservados à exclusiva apreciação e deliberação do Plenário desta). 
Vejamos: 
MANDADO DE SEGURANÇA. PROCESSO LEGISLATIVO NO CONGRESSO 
NACIONAL. ‘INTERNA CORPORIS’. Matéria relativa a interpretação, pelo 
presidente do congresso nacional, de normas de regimento legislativo é 
imune a crítica judiciária, circunscrevendo-se no domínio ‘interna 
corporis’. Pedido de segurança não conhecido. (MS 20.471/DF, Rel. Min. 
FRANCISCO REZEK) Mandado de segurança que visa a compelir a 
Presidência da Câmara dos Deputados a acolher requerimento de 
urgência – urgentíssima para discussão e votação imediata de projeto de 
resolução de autoria do impetrante. – Em questões análogas à presente, 
esta Corte (assim nos MS20.247 e 20.471) não tem admitido mandado 
de segurança contra atos do Presidente das Casas Legislativas, com base 
em regimento interno delas, na condução do processo de feitura de leis. 
Mandado de segurança indeferido. (MS 21.374/DF, Rel. Min. MOREIRA 
ALVES) 
 
 Trata-se da regra, porém, há uma exceção (ponto não inteiramente 
pacificado). 
 Nessa senda, a evolução jurisprudencial aos poucos desenvolve a ideia 
das normas constitucionais interpostas. Ok, e o que é isso? 
Quando as normas constitucionais fazem referência expressa a outras 
disposições normativas, mesmo que infraconstitucionais e infralegais, a violação 
constitucional pode advir da violação dessas outras normas (infraconstitucionais 
e infralegais), que, muito embora não sejam formalmente constitucionais, 
vinculam os atos e procedimentos legislativos, constituindo-se normas 
constitucionais interpostas. 
 Assim, por exemplo, se a Constituição determina que determinado rito 
legislativo se dará com a forma X, a ser regulada no regimento da Câmara dos 
Deputados ou do Senado Federal, a regulação efetuada pelas Casas legislativas 
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não é matéria exclusivamente interna corporis, mas seriam normas 
constitucionais interpostas. 
 Mas atenção! Aqui estamos falando de uma limitação do Judiciário no 
controle prévio de constitucionalidade. No controle posterior, a atuação desse 
Poder é bem mais robusta. 
 
 Vamos prosseguir. 
 
Podemos também apontar uma distinção no que diz respeito ao modelo 
de controle de constitucionalidade. 
O modelo concerne aos órgãos a que a Constituição atribui competência 
para o controle de constitucionalidade, podendo ser classificados como: 
 
 
O controle jurisdicional se dá quando a competência do controle de 
constitucionalidade das leis ou atos normativos recai somente sobre o 
Judiciário. O controle político ocorre quando órgão que não seja do 
Judiciário é revestido dessa competência. Já o controle misto ocorre 
quando ambos tipos de órgãos (do Judiciário e de outros Poderes) podem 
exercer o controle de constitucionalidade. 
Persiste na doutrina certa celeuma em torno do assunto. Todavia, para 
efeitos práticos, vamos assumir que no Brasil prevalece o controle 
jurisdicional. 
Podemos depreender isso do texto constitucional, principalmente pelo 
princípio da inafastabilidade da jurisdição: 
Art. 5º [...] XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário 
lesão ou ameaça a direito; [...] 
 
 
 
Modelos de controle de 
constitucionalidade
Jurisdicional Político Misto
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Como regra no Brasil, o controle posterior de constitucionalidade 
é jurisdicional misto, ou seja, concilia dois sistemas, o difuso e o 
concentrado. 
 Sucintamente, assim podemos diferenciar cada qual: 
 
 Sob outra perspectiva, podemos identificar ainda duas formas de 
controle: pela via incidental (de exceção) e pela via principal (de ação ou 
abstrata). No Brasil, podemos encontrar ambas. 
 
 
Em regra, temos que: 
 
Sistema difuso
(americano)
Verifica-se pela possibilidade de, no âmbito 
de suas competências, qualquer juiz ou 
tribunal exercer o controle de 
constitucionalidade.
Sistema concentrado
(austríaco)
Verifica-se pela possibilidade de que apenas 
um espectro reduzido de órgãos (ou 
órgão único) políticos e/ou jurisdicionais, 
constitucionalmente definidos, exercer o 
controle de constitucionalidade.
Via incidental
Verifica-se quando o controle de 
constitucionalidade é uma questãoprejudicial/colateral a outra causa principal. 
Por exemplo, quando durante a apreciação de 
um mandado de segurança, para além da 
pretensão original do impetrante, vem à tona 
questão de compatibilidade constitucional de 
lei ou ato normativo. 
Via principal
Verifica-se quando o controle de 
constitucionalidade é a questão principal da 
causa.
Sistema 
concentrado
Regra → via 
principal
(via da ação)
Sistema 
difuso
Regra → via 
incidental
(via de exceção)
2 - Controle judiciário difuso e concentrado 
 
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 Todavia, toda regra comporta uma ou mais exceções. 
 Um exemplo. 
No final de 2012 houve intensa movimentação política em torno de 
determinado projeto de lei de redistribuição dos royalties do petróleo. 
 Sendo acuados pelos Estados “não produtores”, os Estados “produtores” 
impetraram um mandado de segurança no STF (competente para isso, conforme 
o art. 102, I, “d”) para que o rito legislativo fosse observado de acordo com 
todas as minúcias dos regimentos internos de ambas as Casas, o que implicaria 
na impossibilidade de votação do projeto de lei naquele momento. 
 Perceba-se que, nesse caso, caímos no sistema concentrado de controle. 
No entanto, o exame de constitucionalidade é incidental, uma vez que a questão 
principal não era a constitucionalidade ou não do projeto de lei, e sim a 
observância a um aspecto processual/regimental. 
 Fica, portanto, o registro. De todo modo, ainda costuma ser rara a 
incidência desse tipo de questionamento em concursos públicos. 
13- (FCC / Analista Judiciário do TST / Área Judiciária 
/ 2012) Renato ajuizou ação de indenização contra Pedro, julgada procedente 
em primeiro grau e confirmada pelo Tribunal de Justiça. Interposto Recurso 
Especial pelo demandado, cujo processamento é admitido, o Superior Tribunal 
de Justiça declarou a inconstitucionalidade da lei que fundamenta a demanda, 
que é assim julgada improcedente. Tem-se, no caso, exercício de controle da 
constitucionalidade 
a) abstrato. 
b) difuso. 
c) concentrado. 
d) transverso. 
e) coletivo. 
Resolução: Alternativa B. Perceba-se que a ação principal não se destinava a 
averiguar a constitucionalidade da lei trabalhista. A ação era de natureza civil 
visando à obtenção de indenização. Prejudicialmente (incidentalmente), o STJ 
acabou sendo levado a apreciar o suporte legal da ação. 
14- (FCC / Auditor Fiscal Tributário Municipal – SP / 
2007) No Brasil, a declaração de inconstitucionalidade das leis e atos 
normativos pode ser feita 
a) somente pelo Supremo Tribunal Federal. 
b) somente pelo Supremo Tribunal Federal e Tribunais de Justiça dos Estados-
membros. 
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c) somente por Tribunais, sendo seu exercício vedado aos juízes singulares. 
d) por todos os Tribunais e juízes singulares integrantes do Poder Judiciário. 
e) somente pelo Senado Federal, após julgamento do Tribunal competente. 
Resolução: Alternativa D. Basta lembrarmos que o Brasil adota o sistema misto 
(difuso + concentrado) de controle de constitucionalidade. 
 
 Analisemos cada qual. 
 
 
O controle judiciário difuso é identificável em um caso concreto, e a 
declaração de (in)constitucionalidade se dá de forma incidental (incidenter 
tantum), prejudicialmente ao exame da questão principal. Exemplo: o Tribunal 
de Justiça de um Estado aprecia um mandado de segurança e acaba por apontar 
a inconstitucionalidade de lei que fundamenta a ação. 
 Vejamos agora o que diz a CF/88 a respeito: 
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou 
dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar 
a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. 
 
 Esta passagem apresenta a denominada cláusula de reserva de 
plenário, objeto de da seguinte súmula vinculante do STF: 
STF – Súmula Vinculante nº 10 – Viola a cláusula de reserva de 
plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, 
embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato 
normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte. 
 
 Ou seja, como regra, não podem órgãos fracionários como turmas 
e seções de tribunais declararem a inconstitucionalidade de lei ou ato 
normativo ou mesmo afastar sua incidência, mas apenas o seu pleno. 
Quando a questão for levada a tribunal, somente respeitando-se a 
cláusula de reserva de plenário é que poderá ser tido como eficaz o controle de 
constitucionalidade exercido. 
E sim, isso se aplica a todos os tribunais. Não há exceções, seja no caso 
da Justiça do Trabalho, seja no caso da Justiça Eleitoral... Todos os tribunais 
(trabalhistas, eleitorais, militares etc.) estão sujeitos à cláusula de reserva de 
plenário. 
 
2.1 – Controle judiciário difuso 
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(1) O STF vem afastando a aplicação da Súmula Vinculante nº 10 nos 
Recursos Extraordinários (RE): 
O STF exerce, por excelência, o controle difuso de constitucionalidade 
quando do julgamento do recurso extraordinário, tendo os seus 
colegiados fracionários competência regimental para fazê-lo sem ofensa 
ao art. 97 da CF. (RE 361.829-ED, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 
2-3-2010, Segunda Turma, DJE de 19-3-2010.) 
(2) Há outros casos específicos em que a aplicação da cláusula de plenário pode 
ser abrandada. Por exemplo, a jurisprudência entende que não agride o art. 97 
da CF decisão de órgão fracionário de tribunal que declara, mesmo que 
incidentemente, a inconstitucionalidade de norma já considerada previamente 
inconstitucional pelo STF (RE 191.896/PR). 
(3) Vejamos outras hipóteses em que o STF vem afastando a aplicação da 
cláusula: 
(i) Não recepção de norma: pois se reconhece revogação da norma e não 
inconstitucionalidade. “A incompatibilidade entre uma lei anterior e uma 
Constituição posterior resolve-se pela constatação da revogação da espécie 
normativa hierarquicamente inferior, não se verificando hipótese de 
inconstitucionalidade. Isso significa que a discussão em torno da incidência, ou 
não, do postulado da recepção – precisamente por não envolver qualquer juízo 
de inconstitucionalidade (mas, sim o de simples revogação de diploma pré-
constitucional) – dispensa a aplicação do princípio da reserva de Plenário do art. 
97.” (Luiz Fux, 1ª Turma, DJE de 14-2-2013). 
(ii) Aplicação da interpretação conforme a Constituição: pois a norma não 
é declarada inconstitucional, mas apenas interpretada – logo, sendo a 
interpretação atividade judicial própria de qualquer decisão não se pode exigir 
a reserva do plenário. “Alegação de violação da Súmula Vinculante 10. (...) 
Decisões reiteradas desta Corte têm respaldado a prerrogativa de conferir 
determinada interpretação à lei como atributo inerente à própria atividade 
jurisdicional, o que, em consequência, afasta a equiparação de declaração de 
inconstitucionalidade do dispositivo analisado.” (Rcl 12.107-AgR, rel. min. Rosa 
Weber, plenário em 13-6-2012) 
(iii) Para medidas cautelares: pois decisão não definitiva não é apta para 
expurgar norma do ordenamento, logo nãohá declaração de 
inconstitucionalidade em decisão liminar. “Indeferimento de medida cautelar 
não afasta a incidência ou declara a inconstitucionalidade de lei ou ato 
normativo. Decisão proferida em sede cautelar: desnecessidade de reserva de 
plenário estabelecida no art. 97 da CR.” (Rcl 10.864-AgR, Rel. Min. Cármen 
Lúcia, Plenário, DJE de 13-4-2011.) 
 
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 No entanto, a menos que seja feita menção expressa ao RE ou a questões 
já discutidas pelo STF, considere-se a cláusula de reserva de plenário e a 
Súmula Vinculante nº 10 como absolutas. 
 Um último ponto, e isso é bastante interessante, nada impede que juiz 
monocrático (juiz que atua isoladamente) declare a inconstitucionalidade 
de lei ou ato normativo em sede de controle difuso. A cláusula de reserva 
de plenário se aplica aos tribunais e seus órgãos colegiados. 
 
15- (ESAF / Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil 
/ 2012 / Adaptada) Julgue a assertiva a seguir: 
A cláusula de reserva de plenário não veda a possibilidade de o juiz monocrático 
declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. 
Resolução: Correta! 
 
Uma dúvida adicional pode surgir: o Judiciário, em regra, só atua 
mediante provocação. Isso se aplica ao controle difuso? Quem pode provocar 
(quem é legitimado ativo) desse tipo de controle? 
 A resposta é sim e a mais ampla possível: todas as partes no processo. 
Inclusive pode o Judiciário declarar a inconstitucionalidade da lei ou ato 
normativo de ofício (por “conta própria”). Já no controle concentrado, tais 
aspectos procedimentais não são tão abertos assim, como veremos logo 
adiante. 
 E os efeitos da decisão? 
 Bom, aqui temos novamente uma regra e uma exceção (caso a questão 
seja levada ao STF em sede de controle difuso). 
 
REGRA
(questão levada ao exame 
de juiz ou tribunal)
Inter partes
(a decisão só vincula as 
partes em disputa)
Ex tunc (retroativa)
OBS.: Pode haver 
modulação dos efeitos
EXCEÇÃO
(apenas possível quando a 
questão é levada ao STF)
Inter partes ou Erga
omnes
(a decisão vincula a todos 
no caso do art. 52, X)
Ex nunc (prospectiva)
OBS.: Excepcionalmente 
pode ser ex tunc para a 
administração pública
(Decreto 2.346/97)
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 A medida de aplicação da exceção se encontra descrita na própria CF/88: 
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: [...] 
X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada 
inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal; [...] 
 
 Atente-se que a competência acima é privativa e (subtrai-se da leitura do 
texto) discricionária – ou seja, por razões de oportunidade e conveniência – 
do Senado Federal. 
Contudo, por outro lado, caso o Senado Federal resolva agir, não pode 
aquela Casa restringir ou ampliar a decisão do STF! 
 Por exemplo, se apenas parte da lei ou ato normativo foi declarada 
inconstitucional, não poderá a Casa legislativa estender tal declaração ao todo 
da lei ou ato normativo. 
Em suma, mesmo a decisão proferida no controle judicial difuso de 
constitucionalidade pode vir a produzir efeitos erga omnes. Para que isso ocorra, 
basta a intervenção do Senado Federal (que se materializa por meio de 
resolução daquela Casa). 
16- (CESPE/ Analista Judiciário do TJ – DFT / 2015) A 
respeito do controle de constitucionalidade e da cláusula de reserva de plenário, 
julgue o item seguinte, à luz do entendimento do STF. 
Decorre da aplicação da Súmula Vinculante n.º 10 a desnecessidade de a parte 
formular pedido de deslocamento de incidente de constitucionalidade para o 
pleno do tribunal, já que o envio é dever de ofício do órgão fracionário. 
Resolução: Correto. Não há necessidade de pedido das partes para que haja o 
deslocamento do incidente de inconstitucionalidade para o Pleno do tribunal, 
isso porque é dever de ofício do órgão fracionário esse envio. 
17- (CESPE / Analista Judiciário do TRE – MT / 2015) 
Acerca do direito constitucional, julgue o item que se segue. 
Compete ao Congresso Nacional suspender a execução, no todo ou em parte, 
de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do STF. 
Resolução: Errado. A competência não é do Congresso Nacional, mas apenas 
do Senado Federal. 
18- (FCC / Analista Judiciário do TRE – SP / 2012) De 
acordo com o texto da Constituição da República e com a jurisprudência do 
Supremo Tribunal Federal, em matéria de controle de constitucionalidade é 
correto afirmar: 
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a) Viola a cláusula de reserva de plenário a decisão de órgão fracionário de 
tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei 
ou ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte. 
b) A cláusula de reserva de plenário não se aplica aos processos de competência 
da Justiça do Trabalho e da Justiça Eleitoral. 
[...] 
Resolução: Correta a alternativa A. Acabamos de ver tal exigência. 
 O item “B” erra por uma razão simples: não há exceções (ressalvadas as 
observações acima), seja no caso da Justiça do Trabalho, seja no caso da Justiça 
Eleitoral. TODOS os tribunais (trabalhistas, eleitorais, militares etc.) estão 
sujeitos à cláusula de reserva de plenário. 
19- (ESAF / Procuradoria da Fazenda Nacional / 2012 
/ Adaptada) Julgue a assertiva a seguir: 
Sobre o sistema brasileiro de controle de constitucionalidade, é correto afirmar 
que nos expressos termos da Constituição de 1988, compete ao Senado Federal 
suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional 
por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal. 
Resolução: Correta. Trata-se do disposto no art. 52, X, da CF/88. 
20- (CESPE / Defensor Público – AM / 2003) Acerca do 
direito constitucional, julgue o item que se segue. 
Se o STF declarar, por via de exceção, a inconstitucionalidade de dois artigos 
de uma lei federal, ele poderá fazê-lo, pois a declaração de inconstitucionalidade 
gera, para o Senado, a possibilidade, mas não a obrigação, de suspender a 
execução dos dispositivos incidentalmente declarados inconstitucionais pelo 
STF. 
Resolução: Correta. A atuação do Senado Federal é discricionária (por razões 
de oportunidade e conveniência) e não vinculada. 
21- (FCC / Analista Judiciário do TRT da 6ª Região / 
Área Judiciária / 2012 / Adaptada) Um juiz de primeiro grau, ao declarar a 
inconstitucionalidade de lei em sentença: 
a) pode, tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional 
interesse social, determinar que a declaração de inconstitucionalidade tenha 
eficácia erga omnes ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito 
em julgado. 
b) realiza controle de constitucionalidade difuso, no qual o exame da 
compatibilidade de uma lei com a Constituição é incidental e relacionado a um 
determinado caso concreto. 
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c) deve submeter suadecisão ao duplo grau de jurisdição para que o exame da 
constitucionalidade da lei seja realizado por um Tribunal, em respeito à cláusula 
constitucional de reserva de plenário. 
d) deve comunicar ao Supremo Tribunal Federal o teor de sua decisão para fins 
de uniformização jurisprudencial, evitando-se, futuramente, decisões 
contraditórias em matéria de controle de constitucionalidade. 
Resolução: Alternativa B. 
 A eficácia erga omnes (geral) não pode ser determinada por juiz 
monocrático, como dispõe a letra “A”. 
 A “C” faz confusão uma vez que juiz monocrático pode sim declarar a 
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, com efeitos inter partes. Ademais, 
como vimos, a cláusula de reserva de plenário somente se aplica aos tribunais 
(órgãos colegiados). 
 Por fim, a decisão do juiz não vincula de forma alguma o Supremo 
Tribunal Federal. Seus efeitos limitam-se às partes da lide (disputa). 
22- (ESAF / Auditor Fiscal da Receita Federal / 2012 
/ Adaptada) Julgue a assertiva abaixo. 
Declarada incidenter tantum a inconstitucionalidade da lei ou ato normativo 
pelo Supremo Tribunal Federal, referidos efeitos serão ex nunc, sendo 
desnecessário qualquer atuação do Senado Federal. 
Resolução: Errado. 
Veja-se no esquema abaixo que a regra é que a declaração de 
inconstitucionalidade terá efeitos EX TUNC. Além disso o Senado só aparece 
neste cenário caso o STF queira estender os efeitos da decisão para todos (erga 
omnes). 
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 Voltando ao tópico... 
Mais um detalhe curioso e que algumas bancas vêm progressivamente 
abordando. 
 Existe um grupo de ferramentas, os writs ou remédios constitucionais 
que nada mais são que ações e direitos postos à disposição da coletividade para 
provocar a atuação do poder público em face de condutas potencialmente 
lesivas (ativa ou omissivamente) ao indivíduo e à sociedade. Na próxima aula 
os estudaremos com calma. 
 Dentre essas ferramentas, temos a ação civil pública. 
 O Supremo Tribunal Federal já possui entendimento (vide RCL 1.733/SP 
- medida liminar) de que, incidentalmente, como questão transversal a uma 
discussão concreta, pode o controle difuso ser exercido em sede ação civil 
pública. 
[...] exclui a possibilidade do exercício da ação civil pública, quando, nela, 
o autor deduzir pretensão efetivamente destinada a viabilizar o controle 
abstrato de constitucionalidade de determinada lei ou ato normativo (RDA 
206/267, Rel. Min. CARLOS VELLOSO - Ag 189.601-GO (AgRg), Rel. Min. 
MOREIRA ALVES). 
Se, contudo, o ajuizamento da ação civil pública visar, não à 
apreciação da validade constitucional de lei em tese, mas 
objetivar o julgamento de uma específica e concreta relação 
jurídica, aí, então, tornar-se-á lícito promover, incidenter tantum, 
o controle difuso de constitucionalidade de qualquer ato emanado 
do Poder Público. [...] 
Declaração de 
inconstitucionalidade 
no controle difuso
Efeitos
Regra
Inter partes
EX TUNC
Exceção
Erga omnes
Se o STF remeter a 
norma ao Senado que 
poderá suspender sua 
execução para todos
EX NUNC
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Contudo, atente-se à regra geral: 
[...] a ação civil pública não pode ser ajuizada como sucedâneo 
[substituto] de ação direta de inconstitucionalidade, pois, em caso 
de produção de efeitos erga omnes, estaria provocando 
verdadeiro controle concentrado de constitucionalidade, 
usurpando competência do STF (cf. STF, Rcl 633-6/SP, rel. Min. 
Francisco Rezek, DJ 23.09.1996, p. 34945). 
 
Por exemplo, conforme estudaremos, o Ministério Público possui 
competência para ajuizar, em defesa do meio ambiente, ação civil pública. 
Todavia não pode ajuizar ação cujo pedido principal seja a declaração de 
inconstitucionalidade de determinada lei. 
 
 
 Ainda na seara do controle difuso, nos é válido jogar luz sobre um 
interessante ponto que por vezes é cobrado, a saber a tese da abstrativização 
do controle difuso. 
 Como vimos, em tal controle as decisões, de regra, apresentam efeitos 
apenas para as partes, ressalvados os casos em que o controle foi efetuado pelo 
Supremo Tribunal Federal com posterior remessa ao Senado Federal. 
 Todavia, parte da doutrina e da jurisprudência compreende que o art. 52, 
X, da CF/88 foi objeto de mutação constitucional, em face da reformulação do 
sistema jurídico de controle de constitucionalidade, de modo que a regra seria 
que toda decisão pronunciada pelo STF no controle difuso de constitucionalidade 
pode produzir o efeito erga omnes, cabendo ao Senado Federal quando muito 
dar publicidade aos efeitos da decisão. 
 Dentre os elementos que justificam tal entendimento, os defensores da 
tese enfatizam o papel do STF como guardião da Constituição, a força normativa 
desta, e aspectos relacionados à coerência da jurisprudência dos tribunais. 
 Todavia, destaque-se que, por ora, a corrente majoritária do STF não 
aceita a tese da abstrativização do controle difuso. 
 Deste modo, as decisões exaradas pelo Pretório Excelso por meio da via 
difusa produzem efeitos apenas para as partes originárias da ação. 
 
 
 
 
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O controle judiciário concentrado é bem mais abordado pelas bancas que 
o controle difuso (o que de forma alguma é desculpa para passar batido pelo 
primeiro, diga-se de passagem!). 
Tal controle recebe este nome por se concentrar, no nosso modelo 
jurisdicional, num número restrito de tribunais (o controle difuso, por outro 
lado, admite até mesmo decisões monocráticas), mais especificamente no 
Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais de Justiça dos Estados e do DF (com 
restrições). 
No controle concentrado, compete ao STF a guarda da Constituição 
Federal e aos Tribunais de Justiça dos Estados a guarda das respectivas 
Constituições Estaduais. O Tribunal de Justiça do DF e Territórios, por sua vez, 
guarda a Lei Orgânica do Distrito Federal. 
 
O controle concentrado pode ser exercido pelas seguintes formas: 
 ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade genérica – art. 102, I, “a” 
 ADC – Ação Declaratória de Constitucionalidade – art. 102, I, “a” 
 ADO – Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão - art. 103, § 2º 
 ADPF – Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental - art. 
102, § 1º 
 Representação Interventiva (ADI Interventiva) - art. 36, III, c/c art. 
34, VII 
 
Sob este sistema, quatro espécies de ações (ADC, ADI genérica, ADO e 
ADPF) mais nos interessam no momento, e serão esmiuçadas a seguir. 
Já a Representação Interventiva analisaremos em momento posterior. 
2.2 – Controle judiciário concentrado 
 
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23- (CESPE / Analista Legislativo da Câmara dos 
Deputados / 2014) Julgue os próximos itens, referentes à ação direta de 
inconstitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidade. 
A ação declaratória de constitucionalidade é instrumento de controledifuso de 
inconstitucionalidade das leis. 
Resolução: Errado. A ação declaratória de constitucionalidade (ADC) é 
instrumento do controle concentrado de constitucionalidade. 
 
O controle concentrado também é conhecido como controle em tese 
ou abstrato. 
Isso se dá pelo fato de o exame de constitucionalidade não estar 
fundamentado num caso concreto, mas sim na aferição de compatibilidade de 
lei ou ato normativo, em sua essência, perante a Constituição Federal, Estadual 
ou Lei Orgânica do DF. 
 A lei ou ato normativo caracterizam-se por não possuírem destinatários 
determinados, pelo contrário, são dotados de generalidade e abstração. Ou seja, 
apresentam normatividade aplicável a todas as pessoas e situações de fato que 
possam se enquadrar nas hipóteses abstratamente neles descritas. 
É justamente sob essa perspectiva que são controlados. 
Analisemos cada ação. 
 
 
Controle 
concentrado
Ação Declaratória 
de 
Constitucionalidade 
(ADC)
Ação Direta de 
Inconstitucionalidade 
(ADI)
ADI 
genérica
ADI por 
omissão 
(ADO)
Arguição de 
descumprimento
de preceito 
fundamental 
(ADPF)
Representação 
Interventiva 
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 O esquema que trazemos a seguir diz com a ADI genérica em âmbito 
federal. 
Simetricamente, são competentes para julgar a ação os Tribunais de 
Justiça dos Estados (e do DF) (a “representação de inconstitucionalidade”, nos 
termos do art. 125, §2º, da Constituição Federal). 
Ao final desta aula, faremos um breve resumo de como o controle de 
constitucionalidade se dá nesses casos. 
 
 
 Certo. Vamos analisar um pouco mais detidamente os pontos acima, 
avaliar suas principais sutilezas e destacar os desvios e exceções mais cobrados. 
Objeto
Lei ou ato normativo federal ou estadual (ou distrital) 
editado após a promulgação da CF/88
Competência STF - Supremo Tribunal Federal
Parâmetro de 
Controle
CF/88 - A Constituição Federal de 1988
Legitimados 
ativos
I - o Presidente da República
II - a Mesa do Senado Federal
III - a Mesa da Câmara dos Deputados
IV - a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara
Legislativa do Distrito Federal
V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal
VI - o Procurador-Geral da República
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil
VIII - partido político com representação no Congresso
Nacional
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito
nacional
Aspectos
procedimentais
Quórum de instalação → mínimo de 8 Ministros. Sem isso, não
pode sequer haver deliberação
Quórum de declaração → maioria absoluta (o STF possui 11
Ministros, portanto, exige-se o voto de 6 Ministros)
Efeitos da 
decisão
- ex tunc;
- erga omnes;
- vinculante.
3 - Ação Direta de Inconstitucionalidade (genérica e por omissão), 
Ação Declaratória de Constitucionalidade e Arguição de 
Descumprimento de Preceito Fundamental 
3.1 - Ação Direta de Inconstitucionalidade 
3.1.1 - Ação Direta de Inconstitucionalidade genérica (ADI 
genérica) 
regra que comporta exceções 
 
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3.1.1.1 – Objeto 
 Assim dispõe a Constituição: 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a 
guarda da Constituição, cabendo-lhe: 
I - processar e julgar, originariamente: 
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo 
federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de 
lei ou ato normativo federal; [...] 
 
 Vejamos então o que pode ser objeto de uma ADI. 
 
PODEM SER OBJETO DE ADI 
GENÉRICA 
NÃO PODEM SER OBJETO DE ADI 
GENÉRICA 
Lei (em sentido amplo) federal ou 
estadual (ou distrital): emendas à 
Constituição; leis complementares; leis 
ordinárias; leis delegadas; medidas 
provisórias; decretos legislativos*; 
resoluções legislativas*; resoluções do 
Conselho Nacional de Justiça e do 
Conselho Nacional do Ministério Público*. 
Atos normativos federais ou estaduais (ou 
distrital), como as resoluções 
administrativas dos tribunais. 
Leis orçamentárias (são de efeitos 
concretos apenas na aparência - ADI. 
4.048/DF). 
Tratados e convenções internalizados 
(Rp. 803/DF). 
Regimentos dos Tribunais Superiores ou 
estaduais. 
Resolução do TSE. 
Súmulas (ADI 594/DF) e Súmulas 
Vinculantes (quanto a estas últimas, 
ponto não pacificado). 
Normas constitucionais editadas pelo 
poder constituinte originário (ADI 4.097 
AgR/DF). 
Leis e atos normativos municipais e do DF 
no exercício de competências municipais. 
Leis e atos normativos já revogados ou de 
eficácia esgotada (RTJ 95/980, 95/993, 
99/544, 143/355). 
Leis e atos normativos revogados ou que 
perderam a vigência após a propositura 
da ADI (ADI 2.010 QO-DF). 
Leis e atos normativos pré constitucionais 
(ADI 2/DF). 
*Nem todos. Apenas os dotados de normatividade. Ou seja, excluídos os decretos 
legislativos e resoluções e outros atos de efeitos concretos. 
 
 
A normatividade (abstração e generalidade) é fator crucial para que 
um objeto seja sujeito à ADI genérica. Perceba-se que é um verdadeiro 
“macete” para que o candidato avalie se é possível ou não de controle pela ação. 
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Além disso, sublinhe-se que não é cabível ação direta de 
inconstitucionalidade contra projeto de lei. 
O controle via ADI genérica exige lei ou ato normativo válido e eficaz, ou 
seja, pronto sob o ponto de vista do processo legislativo e vigente no 
ordenamento jurídico. 
24- (ESAF / Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil 
/ 2009 / Adaptada) Julgue a assertiva a seguir. 
Atos estatais de efeitos concretos se submetem, em sede de controle 
concentrado, à jurisdição abstrata. 
Resolução: Errada. Via de regra, atos de efeitos concretos não se sujeito ao 
controle de constitucionalidade. Contudo, uma exceção que tem se consolidado 
na jurisprudência são as leis orçamentárias. Sagrou-se dizer que são de efeitos 
concretos “apenas da aparência”. 
25- (FCC / Analista do Judiciário do TRT da 5ª Região 
/ 2003) Entre os atos que não podem ser impugnados em face da Constituição 
Federal, mediante ação direta de inconstitucionalidade proposta perante o 
Supremo Tribunal Federal, encontra-se a: 
a) lei municipal. 
b) lei federal. 
c) lei estadual. 
d) emenda à Constituição Federal. 
e) emenda à Constituição de Estado-membro. 
Resolução: Alternativa A. Todas as demais espécies são passíveis de controle 
de constitucionalidade via ADI genérica. 
 Uma curiosidade: a lei municipal pode ser levada ao exame de 
constitucionalidade pelo STF via ADPF ou RE. 
 
3.1.1.2 – Competência 
No tocante à competência, temos que: 
ADI genérica de lei ou ato normativo federal ou estadual (ou distrital)  STF. 
Entretanto, não se pode entender a competência exclusiva do STF como 
limitação de que os Tribunais de Justiça locais exerçam controle concentrado de 
constitucionalidade. 
 De acordo com o parâmetro de controle, e da norma a ser controlada, 
teremos diferentes competências originárias (alternando entre STF e TJs). 
Adotando a lição de Lenza (2012):Curso: Direito Constitucional – Curso regular 
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Norma Parâmetro Competência 
Lei ou ato normativo 
federal ou estadual 
CF STF 
Lei ou ato normativo 
estadual ou 
municipal 
CE TJ – Tribunal de Justiça 
Lei ou ato normativo 
municipal 
CF Inexiste controle através de ADI, é 
possível somente o difuso. Há, contudo, 
possibilidade de ADPF ou RE. 
Lei ou ato normativo 
distrital 
CF É de natureza distrital?  Se sim, STF. 
É de natureza municipal?  Se sim, não 
há controle através de ADI, só difuso. 
Possível, porém, ADPF ou RE. 
Lei ou ato normativo 
distrital 
Lei Orgânica 
Distrital 
TJ – Tribunal de Justiça 
Lei municipal em face 
da... 
Lei Orgânica 
do município 
Sistema difuso apenas ou simples controle 
de legalidade e não de constitucionalidade 
(ponto não pacificado pelo STF) 
26- (CESPE / Procurador da PGDF / 2013) A respeito do 
sistema de controle de constitucionalidade de leis no âmbito da União e do DF, 
julgue o seguinte item. 
A aferição de inconstitucionalidade de lei distrital em face da CF, em controle 
concentrado, compete ao STF. 
Resolução: Correto. O STF é por essência a Corte constitucional, guardiã da 
CF/88. Logo, a ele compete controle concentrado de norma que tenha a CF/88 
como parâmetro. 
O Tribunal de Justiça do DF e Territórios não pode realizar controle 
concentrado de norma tendo como parâmetro a Constituição Federal, mas 
apenas a Constituição Estadual. 
27- (CESPE / Defensor Público – DF / 2013 / 
Adaptada) Acerca do controle de constitucionalidade, julgue o item seguinte. 
Embora o sistema brasileiro não admita ADI no STF contra lei municipal em face 
da CF/88, é cabível contra essa lei o controle difuso de constitucionalidade, 
assim como o controle por meio de arguição de descumprimento de preceito 
fundamental. 
Resolução: Correto. O controle concentrado de lei municipal será feito 
mediante representação de inconstitucionalidade no âmbito do TJ caso a afronta 
seja à Constituição Estadual. 
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 Havendo afronta à CF/88, não há controle concentrado por meio de ação 
direta de inconstitucionalidade, mas apenas por meio de ADPF, ação que 
estudaremos logo adiante. 
28- (FCC / Especialista em Políticas Públicas – SP / 
2009) A incompatibilidade de lei ordinária municipal em face da Lei Orgânica 
do correspondente Município pode ser discutida: 
a) no Supremo Tribunal Federal, por meio de arguição de descumprimento de 
preceito fundamental. 
b) no Tribunal de Justiça, mediante ação direta de inconstitucionalidade de nível 
estadual. 
c) jurisdicionalmente apenas por meio de controle incidental. 
d) no Supremo Tribunal Federal, por meio de ação direta de 
inconstitucionalidade de nível federal. 
e) apenas no âmbito da Câmara de Vereadores, por meio do denominado 
controle de constitucionalidade político. 
Resolução: Alternativa C. 
 Primeiramente, vamos fazer um acordo de damas e cavalheiros? Todas 
às vezes que determinada questão discutir algum aspecto da ADI no que 
concerne aos municípios, vamos gastar um pouco mais do nosso combustível 
diário de atenção e fixação. 
 O erro da alternativa “A” é que a ADPF se prestaria ao caso, apenas se a 
lei ordinária municipal fosse incompatível em face da Constituição Federal. 
 Já a “B” estaria correta, se a lei ordinária municipal fosse incompatível 
em face da Constituição Estadual. 
 A “D” é do tipo “escandalosamente incorreta”, do tipo que descartamos 
de primeira. 
 Já a “E” incorre num erro de base. É possível o controle 
posterior/repressivo no âmbito do Legislativo? De acordo com o momento, sim! 
No Brasil o controle de constitucionalidade é misto. Mas “apenas” ele? Não! Aqui 
prevalece o modelo jurisdicional (vide princípio da inafastabilidade da 
jurisdição). 
29- (ESAF / Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil 
/ 2009 / Adaptada) Julgue a assertiva a seguir. 
O Supremo Tribunal Federal não admite controle concentrado pelo Tribunal de 
Justiça local de lei ou ato normativo municipal contrário, diretamente, à 
Constituição Federal. 
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Resolução: Correta. Os TJ somente exercem controle concentrado no caso de 
lei ou ato normativo estadual ou municipal que afronte a Constituição Estadual. 
30- (FCC / Defensor Público – AM / 2013) Suponha que 
determinado Estado-membro tenha editado lei disciplinando o horário de 
funcionamento de estabelecimentos comerciais, sendo que a matéria já era 
regulada de modo diverso por leis editadas pelos Municípios do mesmo Estado. 
Estado e Municípios entendem constitucionais as respectivas leis, e pretendem 
sustentar judicialmente que elas foram editadas com fundamento na 
competência legislativa que lhes foi assegurada na Constituição Federal e na 
Constituição Estadual. Diante desse contexto, considerando a Constituição 
Federal e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal: 
a) a lei estadual não poderá ser objeto de ação direta de inconstitucionalidade 
perante o Tribunal de Justiça, caso impugnada em face de norma da 
Constituição Estadual, admitindo-se, no entanto, que a lei estadual seja 
impugnada em face da Constituição Estadual mediante instrumentos de controle 
incidental e difuso de constitucionalidade. 
b) a lei estadual poderá ser objeto de ação direta de inconstitucionalidade 
perante o Tribunal de Justiça, tendo por parâmetro a Constituição Estadual. 
c) as leis municipais poderão ser objeto de ação direta de inconstitucionalidade 
perante o Supremo Tribunal Federal, tendo por parâmetro a Constituição 
Federal. 
d) as leis municipais apenas poderão ser contestadas em face da Constituição 
Estadual mediante instrumentos processuais que viabilizam o controle incidental 
e difuso de constitucionalidade. 
Resolução: Alternativa B. Vejamos os erros das demais! 
a) a lei estadual não poderá ser objeto de ação direta de inconstitucionalidade 
perante o Tribunal de Justiça, caso impugnada em face de norma da 
Constituição Estadual, admitindo-se, no entanto também, que a lei estadual seja 
impugnada em face da Constituição Estadual mediante instrumentos de controle 
incidental e difuso de constitucionalidade. 
c) as leis municipais não poderão ser objeto de ação direta de 
inconstitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal, tendo por parâmetro 
a Constituição Federal. Inexiste controle através de ADI (ou outra forma 
concentrada) nesses casos; possível somente o difuso. Há, contudo, 
possibilidade de ADPF ou RE. 
d) as leis municipais apenas também poderão ser contestadas em face da 
Constituição Estadual mediante instrumentos processuais que viabilizam o 
controle incidental e difuso de constitucionalidade, além de formas de controle 
concentrado (competência do TJ). 
 
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3.1.1.3 – Parâmetro de controle 
 Em sede de ADI genérica, as leis e atos normativos federais ou 
estaduais (ou distritais) serão analisados em face das normas

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