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Direito a vida acima da liberdade religiosa 
Por João Antonio G. Ferreira
RESUMO: O artigo tem a finalidade de chamar a atenção do leitor em relação dos apontamentos e das divergências em que a justiça brasileira em forma de jurisdição enfrenta juntamente com a área da saúde no entorno da medicina. Dilemas esses enfrentados por certas religiões neste tão determinante conflito de interesses.
Palavras Chaves: Divergências, justiça brasileira, dilemas e religião.
1 – Introdução 
O dilema no entorno da hemotransfusão há duas vertentes para serem averiguadas, por um lado ver-se a questão da autonomia da crença religiosa e o direito a liberdade de crença dado no art. 5° da Constituição Federal de 1988, por outro têm a perspectiva da medicina ver-se-à tão famigerada etícia profissional juntamente ao direito a vida também dotado no art 5° da CF/98.
A contrariedade atinente aos enfermos que exprimem e declaram a rejeição de hemotranfusão deve ser encarada com o máximo de respeito possível e tranquilidade pela classe médica, caso contrário isso pode-se causar uma violação do princípio da isonomia.
Vale salientar que está “disputa” é muito reincidente nos tribunais, a chegar por diversas vezes e por suas diferentes formas a poder chegar ao Supremo Tribunal Federal, como casos com menores, também relacionado ao custeio público de saúde.
O presente trabalho traz uma abordagem mais específica sobre essa divergência do mundo da medicina e da religião tendo em vista que tema é de grande repercussão de ordem jurídica nos tempos atuais. A discussão de tal tema constitui requisito indispensável para a boa compreensão do mesmo. Sem pretensão de esgotar o tema, apresenta de forma resumida algumas informações que diz respeito ao conceito, principais características, natureza jurídica, dentre outros.
Ao se tratar de religiões como a das testemunhas de Jeová em que se proíbe a ingestão de sangue, que torna esses casos um meio de se entrar na justiça.
Esses casos são advindos por diversas maneira inclusive quando o profissional da área da saúde, estes por sua vez médicos.
Estas circunstâncias se dão por fatos no contexto em que o distinto profissional atende e segue a ética, que lhe forma sua consciência e conduta como um profissional. Sempre na busca de ajudar o próximo a por a vida como um bem maior não só por maio da ética, mais também como é citado na Constituição Federal.
Esse trabalho se justifica pela grande relevância do tema, pois, a divergência no entorno da prestação jurisdicional do estado.
Os meios alternativos surgem também como uma forma de enfrentar o problema, meios estes artificiais. Mas principalmente como meios que vem a ser uma escolha frente ao que antes quase poderíamos afirmar ser ummonopólio.
A ampliação da participação destes meios alternativos vem contribuir acima de tudo com uma visão menos litigiosa do conflito, e assim a acertar-se o entorno social.
Para desenvolver este texto lançamos mão de alguns artigos disponíveis na rede mundial de computadores com a finalidade buscar o máximo possível de informações relativas ao assunto. Tema, de certa forma, de fácil compreensão.
Meramente apresentado pelas cortes apoiando-se na circunstância em que a vida vêm a ser um bem maior, por isso ela estaria acima da tão famigerada liberdade de crença religiosa.
Dado também o parecer do Ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso, que entende que ao fazer uma transfusão de sangue sem consentimento da pessoa se afetaria o direito a saúde da pessoa, pelo fato de não estar respeitando o direito a dignidade humana.
Este tema por sua vez é dotado por diversas formas de ajuda e melhora para a convivência e discursão nos parametros da sociedade em si, como em aspectos de avanço e aceitação social.
A metodologia deu-se através dos conhecimentos gerais conquistados de estudos, na forma de perscrutação dadas nas pesquisas em documentos e bibliografias, por intermédio da doutrina e textos científicos que abordam o tema com coerência e significância social opulenta e de certo modo notável.
O desenvolvimento do presente trabalho foi dividido em capítulos, os quais foram escritos de maneira dissertativa. O primeiro capítulo trará uma abordagem e cita o célebre dilema social.
Já o segundo explicará como esse dilema vêm a se sobressair, apresentando algumas informações no que diz respeito ao conceito, principais características, natureza jurídica, dentre outros.
O terceiro abordará uma série de problemas enfrentados pelo poder judiciário Brasileiro, principalmente no tocante a diversidade de opiniões, com que se tem a solução de um processo. Também mostrará como pode-se de uma certa forma diminuir esses problemas, sendo eles alguns meios de solução de conflitos muito mais rápido.
O quarto e último capítulo conclui este trabalho, mostrando uma forma que permite a compreensão de que têm um certo aspecto de resoluçãomuito mais benéfica para todos.
 2 – Desenvolvimento 
Começando por como a sociedade se coloca diante do conflito de direitos fundamentais, podemos ver que a maioria das pessoas optam por colocar o direito à vida acima do direito de liberdade religiosa, se formos analisar criticamente o entendimento desta parte da sociedade é possível concluir que esta opinião se formar a partir de casos vivenciados e presenciados, como podemos dar como exemplo uma pessoa que está em estado crítico de risco de vida e que depende da doação sanguínea para ter o aumento de chance de vida não poder fazer o mesmo por uma questão religiosa e acaba indo a óbito. As críticas e opiniões são muito diversificadas quando se trata vida e religião no meio social, mas só Estado pode determinar uma posição fixa sobre o assunto.
A doutrina jurídica se faz muito importante no momento de tomada de decisões tão importante como esta que lida com princípios fundamentais positivados em nossa carta constitucional de 1988. E é sempre importante mencionar que a carta constitucional de 1988 é tida como avançada justamente por ter colocado em primeiro lugar entre a diversidade de direitos, os direitos fundamentais da pessoa humana. Os direitos fundamentais devem servir de guarida para tutelar as garantias constitucionais ofertadas pelo legislador constituinte, e não devem ser usadas para solapamento de outros direitos individuais. Não há unanimidade por parte dos doutrinadores na existência ou não de uma espécie de “hierarquia” entre os direitos fundamentais. 
Uma das formas de legitimação das decisões sobre as colisões entre direitos fundamentais, além da utilização dos princípios seria a verificação do posicionamento majoritário dos magistrados Brasileiros sobre o assunto na prática, ou seja, a análise jurisprudencial sobre o tratamento de testemunhas de Jeová e a transfusão de Sangue. A jurisprudência formada sobre o assunto concentra seu entendimento em 3 casos principais: quando o paciente estiver em gozo pleno de suas faculdades mentais, quando o paciente está em iminente perigo de vida, e quando se tratar de paciente incapaz (não consegue expressar seu desejo em gozo pleno de suas faculdades mentais).
No primeiro caso a paciente está em gozo pleno de suas faculdades mentais, e não apresenta iminente perigo de morte, lhe é facultada a opção de realizar ou não a transfusão de sangue, tendo em vista que não fere o princípio medico maior de salvar a vida, pois há o direito a opção pelo tratamento o paciente. Neste caso há infração a dignidade da pessoa humana no que tange ao direito à liberdade de escolha do melhor tratamento, que estivessem em consonância com sua posição religiosa.
No segundo caso, o paciente, em perigo iminente de morte, enseja a ação interventiva imediata do profissional médico - também dever ético - do contrário sob às penas administrativa e penal. (LEME, 2004). 
No Terceiro caso tendo em vista a necessidade do procedimento hospitalar, o iminente perigo de visa, e o não gozo pleno no momento da paciente em expressar a recusa ao procedimento, é deferido a medida de urgência, pois novamente, ao pesar os dois direitosfundamentais, o direito à vida saiu privilegiado.
Após uma análise doutrinária e jurisprudencial, quando acontece uma colisão de direitos, é possível dispor-se de uma série de recursos de princípios, que utilizados de forma adequada, ponderada, proporcionam a realização da justiça e a pacificação social, premissas essas que devem sempre seguir concomitantemente o exercício jurisdicional e atuação do direito na prática. Portanto, muito embora o legislador constitucional não tenha pensado em versar no texto magno sobre as possibilidades de resolução da colisão entre direitos e princípios fundamentais da pessoa humana, a doutrina e a jurisprudência, mais uma vez, fizeram o seu papel importante de complementação da legislação constitucional e infraconstitucional, para o bom andamento do sistema jurídico como um todo.
3 – Conclusão 
 Essa é uma realidade bastante enfrentada na nossa sociedade brasileira, e muito dramática por sinal, realidade essa que divide tanto quem faz o procedimento quanto a quem aplica, pois leva os envolvidos a debateram sobre a necessidade e a crença. Por ser um tema recorrente, deve ser levado a sério e discutido. Como explicado no desenvolvimento acima, a responsabilidade civil do médico face a recusa embasada na crença religiosa é um tema que vem sendo destacado a muitos anos, pois o médico se vê numa via de mão dupla, na qual nem ao menos a lei o direciona para uma situação, se de um lado temos os direitos individuais do art. V da constituição Federal, de outro temos a ética profissional da medicina tão debatida nesses tipos de situações.
 Portanto, para diminuir os conflitos causado pela recusa às transfusões de sangue por crença religiosa, será necessário tomar algumas medidas que amenizem os efeitos que essa possa causar para os dois lados, a medicina em si deverá utilizar ponderação para esses casos, pautado no princípio da proporcionalidade e razoabilidade. Ressaltando-se que o juízo de ponderação deve sempre visar o sacrifício mínimo dos direitos contrapostos, com isso muitos efeitos negativos desses procedimentos serão diminuídos. A doutrina tem grandes debates com relação a esse tema, se por um lado a justiça e jurisprudências divergem muito sobre a situação aqui explicada, a doutrina tenta achar a maneira ideal para solucionar um caso tão debatido e discutido com o passar dos anos. Em grande parte da doutrina e jurisprudência brasileiras, os termos proporcionalidade e razoabilidade são tratados como equivalentes. Esses princípios são de total ajuda para quem exerce a função de salvar vidas, e em certas situações são totalmente necessárias para casos de indivíduos que não querem serem salvos por um motivo de crença, etc. 
Esses requisitos podem ser melhor compreendidos pela análise em três partes: a adequação, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito. Adequação significa que as medidas tomadas sejam aptas a atingir o fim desejado. 
Necessidade significa verificar se a medida tomada é a menos gravosa para alcançar os fins desejados, e a proporcionalidade em sentido estrito que é a analisar se as vantagens superam as desvantagens, aferida por meio de uma ponderação entre os danos causados e os resultados a serem obtidos. Ou seja, o médico em casos como esses que são colocados contra a parede afim de decidir o melhor a se fazer dividido entre 2 teorias totalmente opostas, avalia os seguintes aspectos: se as medidas a serem tomadas por ele irão atingir o fim que ele deseja, se a medida que ele tomar irá atingir o desejo do seu paciente, e o quanto irá atingir, e por fim, se atingir será mais benéfico ou prejudicial para o paciente. Como vimos acima o médico por ter como sua função salvar vidas, não pode ter suas mãos amarradas por crenças, esteja ele em qualquer lugar, seja qualquer tipo de indivíduo, branco, preto, rico, pobre, testemunha de Jeová, espírita ou católico. Pois ele tem o dever de fazer ao que ali lhe foi proposto, sem olhar a quem. Tendo em vista isso, a melhor solução.
 4 – Referências
BASTOS, Celso Ribeiro. Direito de recusa de pacientes submetidos a tratamento terapêutico às transfusões de sangue, por razões científicas e convicções religiosas. Disponível em:<www.crianca.caop.mp.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=634>. Acesso em 19 Nov. 2019.
Novelino, 2009, p. 174
https://www.sbahq.org/parecer-juridico-sobre-transfusao-sanguinea-e-pacientes-testemunhas-de-jeova/
https://www.youtube.com/watch?v=ZmGcJMZpSbw
https://www.youtube.com/watch?v=RZSifRhlFsU&t=116s
https://www.youtube.com/watch?v=HOp2Ai_z_-s
https://www.youtube.com/watch?v=21LDNSGjmPo

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