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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Prof. Hugo Goes
Transcrição | Aula 01
INSS
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Direito Previdenciário
AULA 01
Bom dia, boa tarde ou boa noite para os alunos que estão assistindo online!
Vamos iniciar a matéria de Direito Previdenciário para o concurso do Instituto Nacional do 
Seguro Social (INSS), cargo de Técnico do Seguro Social (TSS). Para quem não me conhece, sou 
o professor Hugo Goes, professor de Direito Previdenciário.
Eu vou dividir essa matéria com o professor Guilherme Biazotto. Desse modo, vou dar o assunto 
que coloquei no quadro:
No primeiro tópico, falarei da Seguridade Social e estudaremos a evolução histórica da legislação 
previdenciária no Brasil, o conceito de seguridade social, a organização da seguridade social no 
Brasil e os princípios constitucionais da seguridade social. No segundo tópico, estudaremos 
os Beneficiários do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), que são os Segurados e os 
Dependentes. No terceiro tópico, estudaremos a Perda da Qualidade de Segurado. Por último, 
no quarto tópico, estudaremos as Prestações do RGPS, que são os Benefícios e os Serviços.
Segue a legislação básica que fundamenta a matéria do curso do INSS:
1. Na Constituição Federal (CF) de 1988: artigos 194 a 204. Esses artigos constituem um capítulo 
inteiro da CF, chamado Da Seguridade Social, que destinam-se à seguridade social (Capítulo II, 
Título VIII, da CF).
2. Na Lei Nº 8.212/1991 (Lei dos Custeios) e na Lei Nº 8.213/1991 (Lei dos Benefícios). Abaixo 
da CF, encontram-se as duas leis básicas da Previdência Social.
3. No Decreto Nº 3.048/1999 (O referido decreto aprova o Regulamento da Previdência Social, 
que está em anexo nesse decreto). Abaixo das duas leis vistas acima, aparece esse decreto com 
o objetivo de regulamentá-las, isto é, possui o papel de explicitar melhor os assuntos abordados 
nessas leis.
 
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4. Lei Nº 8.742/1993 (Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS).
5. Decreto Nº 6.214/2007 (Benefício de Prestação Continuada – BPC/LOAS).
Segue abaixo alguns livros da autoria do professor Hugo Goes:
SEGURIDADE SOCIAL
O primeiro assunto dentro de Seguridade Social será a origem e evolução da Previdência Social 
no Brasil, ou seja, falaremos do início da previdência e do seu desenvolvimento até os dias 
atuais no país. 
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LEI ELOY CHAVES E AS CAIXAS DE 
APOSENTADORIAS E PENSÕES (CAPs)
Para fins de prova de concurso público, de forma geral, a doutrina considera como marco 
inicial da seguridade social no Brasil a Lei Eloy Chaves. O Decreto Legislativo Nº 4.682, de 24 de 
janeiro de 1923, foi um projeto de lei proposto por Eloy Chaves, que na época era um deputado 
federal paulista. O referido decreto legislativo recebeu o nome de Lei Eloy Chaves. Por isso, o 
dia 24 de janeiro é conhecido como o Dia do Aposentado e também como o Dia da Previdência 
Social no Brasil.
A questão abaixo possui o gabarito como ERRADO, porque a Lei Eloy Chaves não foi o primeiro 
ato normativo a tratar de seguridade social no Brasil.
A Lei Eloy Chaves não foi a primeira lei que tratou de assunto previdenciário no país. Antes 
dela, já existiam algumas leis em matéria previdenciária, como por exemplo:
I. Para professores;
II. Para servidores dos correios;
III. Para servidores públicos;
IV. Para o seguro de acidente de trabalho.
Mesmo não sendo a primeira lei que cria benefícios de aposentadoria no país, a Lei Eloy Chaves 
é considerada o marco inicial da seguridade social pelo fato de criar um sistema previdenciário 
no Brasil.
O sistema previdenciário só existe quando além dos benefícios também existir a contribuição. 
A ideia da previdência não é apenas pagar benefícios, mas baseia-se na ideia de seguro. O 
propósito da previdência é de prevenir. Primeiro deve-se pagar o seguro e caso ocorrer um 
sinistro, tem-se o direito de receber benefício. No caso da previdência, os sinistros podem ser 
representados por:
I. A pessoa morrer, possibilitando aos seus dependentes o recebimento de pensão por morte;
II. A pessoa ficar doente, originando o recebimento do auxílio-doença;
 
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III. A pessoa ficar inválida para o trabalho, recebendo a aposentadoria por invalidez;
IV. A pessoa ficar idosa, possibilitando o recebimento de aposentadoria por idade.
Dessa forma, primeiro a pessoa paga uma contribuição e, caso acontecer um sinistro, adquire o 
direito de receber os benefícios.
A Lei Eloy Chaves, de 24 de janeiro de 1923, criou as caixas de aposentadorias e pensões (CAPs). 
Essa lei criou as CAPs para os ferroviários e existiam por empresa. Assim, cada empresa tinha 
sua CAP. Como existiam muitas empresas nesse setor, tinham também muitas CAPs.
No início, a Lei Eloy Chaves criou as CAPs para os ferroviários. Posteriormente, outras normas 
jurídicas foram estendendo esses direitos para outras categorias profissionais:
I. Decreto Legislativo Nº 5.109/1926, estendeu os benefícios dessa lei aos empregados 
portuários e marítimos;
II. Decreto Legislativo Nº 5.485/1928, essa lei abrangeu os trabalhadores das empresas de 
serviços telegráficos e radiotelegráficos;
III. Em 1930, o Decreto Legislativo Nº 19.497, instituiu as CAPs para os empregados nos serviços 
de força, luz e bondes.
A diferença básica entre as CAPs e os Institutos de Aposentadoria e Pensão (IAPs) era o tipo de 
organização. As CAPs eram organizadas por empresas, ao passo que os IAPs eram organizados 
por categorias profissionais.
INSTITUTOS DE APOSENTADORIA E PENSÃO (IAPs)
A partir de 1933, foram criados os IAPs. O IAP era a fusão de várias CAPs de uma mesma 
categoria profissional. Esses IAPs eram autarquias de nível nacional e centralizados no governo 
federal.
No ano de 1933, várias CAPs dos trabalhadores marítimos foram unificadas e formaram o 
Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Marítimos (IAPM). Além da IAPM, foram criados 
outros IAPs, como por exemplo:
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I. Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Comerciários (IAPC), em 1934;
II. Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Bancários (IAPB), em 1934;
III. Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Industriários (IAPI), em 1936; etc.
Na fase das CAPs cada empresa administrava a caixa de aposentadorias e pensões de seus 
empregados. A partir de 1933, na fase dos IAPs, foram criadas essas autarquias federais com 
o objetivo de administrar cada uma dessas previdências, que eram formadas por categorias 
profissionais.
Na fase dos IAPs ainda existiam várias previdências, sendo que cada IAP tinha sua legislação. 
Essas legislações eram diferentes entre si, pois os direitos dos empregados de cada categoria 
eram distintos entre si. Posteriormente, antes mesmo da criação do Instituto Nacional de 
Previdência Social (INPS), ocorreu uma normatização que unificou a legislação dos IAPs, visto 
que essas legislações eram diferentes entre si. Em seguida, houve a criação do INPS com o 
papel de unificar os vários IAPs, originando um único instituto de previdência no Brasil.
Em 1963, antes de ser criado o INPS, aconteceu algo importante sobre previdência no Brasil, 
dado que os trabalhadores rurais, até então esquecidos, passaram a dispor do direito à 
previdência social, com a criação do Funrural a partir da Lei Nº 4.214/1963. Essa previdência 
dos trabalhadores rurais era separada da previdência dos trabalhadores urbanos. Desse modo, 
os trabalhadores rurais tinham o Funrural e os trabalhadores urbanos tinham o INPS.
INSTITUTO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL – INPS
O INPS foi criado pelo Decreto-lei Nº 72/1966, no dia 21/11/1966, com o objetivo de unificar os 
IAPs. Mas, entrou em vigor no dia 01/01/1967.
Na questão abaixo, do concurso anterior do INSS, verifica-se o erro justamente no ano, visto 
que o INPS reuniu os IAPs com a entrada em vigor do Decreto-lei Nº 72/1966 no ano de1967.
 
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O INPS representa a terceira fase da história da previdência social no Brasil, que possibilitou a 
criação de um único instituto de previdência no país.
Antes do INSS, foi criado o Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (SINPAS) pela 
Lei Nº 6.439/1977. O SINPAS reunia diversas entidades e autarquias federais que tratavam 
de assuntos relacionados com a seguridade social, ou seja, assuntos relacionados com as três 
áreas da seguridade social (previdência social, assistência social e saúde). Entre as entidades 
reunidas pelo SINPAS, tinha-se:
I. INPS – Cuidava apenas da parte de concessão de benefícios;
II. Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social (IAPAS) – Cuidava 
da parte de arrecadar as contribuições e fiscalizar as empresas para garantir o pagamento das 
contribuições;
III. Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS) – Prestava serviços 
médicos apenas para os segurados do INPS e seus dependentes;
IV. Legião Brasileira de Assistência Social (LBA) – cuidava da parte de assistência social;
V. Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor (FUNABEM) – Cuidava dos menores de rua;
VI. Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (DATAPREV) – Faz o 
processamento de dados da previdência social (Existe até hoje); e
VII. Central de Medicamentos (CEME) – Fabricava e distribuía medicamentos de forma gratuita.
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Com a criação do INSS as demais entidades do SINPAS foram extintas. A única exceção foi da 
DATAPREV, que ainda existe nos dias atuais e está vinculada ao Ministério da Economia.
O Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado com a atual CF de 1988. Antes da CF/1988, só havia 
atendimento médico gratuito concedido pelo Estado para quem fosse segurado da previdência 
social, sendo que esses segurados e seus dependentes eram atendidos pelos médicos do 
INAMPS.
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS
Com a Lei Nº 8.029/1990, ocorreu a fusão do INPS com o IAPAS, resultando no Instituto Nacional 
do Seguro Social (INSS). Atualmente, o INSS, autarquia federal, está vinculado ao Ministério da 
Economia, bem como a tudo que diz respeito à Previdência Social no Brasil (Medida Provisória 
Nº 870, de 1º de janeiro de 2019).
A partir de 2007, com o advento da Lei Nº 11.457/2007, a parte de cuidar da arrecadação 
das contribuições e da fiscalização das empresas para garantir o pagamento das contribuições 
passou do INSS para a Receita Federal do Brasil (RFB). 
O INSS cuida apenas da parte da previdência na seguridade social. Nesse sentido, o INSS não 
trabalha com as partes de assistência social e de saúde na seguridade social. Por essa razão não 
pode ser denominado como Instituto Nacional de Seguridade Social.
 
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BREVE HISTÓRICO DO MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
Em 1º de fevereiro de 1961, a Previdência ganhou status de Ministério. Assim, o Ministério do 
Trabalho, Indústria e Comércio passou a se chamar Ministério do Trabalho e Previdência Social 
(Lei Nº 3.782/1960).
Em 1974, a Previdência se desvinculou do Ministério do Trabalho e foi chamado de Ministério 
da Previdência e Assistência Social (Lei Nº 6.036/1974). 
No ano de 1990, no governo Collor, o Ministério do Trabalho se junta novamente ao Ministério 
da Previdência originando o Ministério do Trabalho e Previdência Social (Lei Nº 8.028/1990).
Em 1992, ocorre outra separação dos ministérios da Previdência e do Trabalho, e o Ministério 
da Previdência Social surge novamente (Lei Nº 8.490/1992). Nota-se que a Assistência Social 
também é separada da Previdência nesse ano.
No ano de 1995, junta-se a Assistência Social com a Previdência, formando o Ministério da 
Previdência e Assistência Social (MP Nº 813/1995).
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Em 2003, no primeiro mandato de Lula, ocorreu um aumento expressivo no número de 
ministérios. Então, tem-se a criação do Ministério da Previdência Social e do Ministério do 
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, ficando a Assistência Social a cargo deste último 
(Lei Nº 10.683/2003).
Já em 2016, o Ministério da Previdência se junta mais uma vez ao Ministério do Trabalho e 
forma o Ministério do Trabalho e da Previdência Social (Lei Nº 13.266/2016).
Em 2017, no governo Temer, a Previdência Social é dividida entre dois ministérios: Ministério 
do Desenvolvimento Social e Ministério da Fazenda (Lei Nº 13.502/2017). Por exemplo, o INSS 
estava dentro do Ministério do Desenvolvimento Social e a DATAPREV dentro do Ministério da 
Fazenda.
No ano de 2019, no governo de Bolsonaro, nota-se que a Previdência passa a ser competência 
do Ministério da Economia (MP Nº 870/2019).
 
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BREVE HISTÓRICO DA ARRECADAÇÃO E 
FISCALIZAÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS
Inicialmente, o IAPAS fazia a arrecadação e fiscalização das contribuições previdenciárias. 
Depois, com a fusão do IAPAS com o INPS, cria-se o INSS (Lei Nº 8.029/1990), que passa a 
ter esta função. Nessa época, o INSS concedia os benefícios e fiscalizava as contribuições 
previdenciárias.
Em 2005, a arrecadação e fiscalização das contribuições previdenciárias passa a ser exercida 
pela Secretaria da Receita Previdenciária, vinculada diretamente ao Ministério da Previdência 
Social – MPS (Lei Nº 11.098/2005). 
Já em 2007, a Secretaria da Receita Federal do Brasil assume esta função (Lei Nº 11.457/2007). 
Atualmente, o INSS apenas concede benefícios (Todos os benefícios do Regime Geral de 
Previdência Social – RGPS; e o benefício da Assistência Social, chamado de BPC – Benefício 
de Prestação Continuada da Assistência Social), dado que a arrecadação e a fiscalização das 
contribuições sociais previdenciárias são responsabilidades da Secretaria da Receita Federal do 
Brasil.
SEGURIDADE SOCIAL
A Seguridade Social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes 
Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à 
assistência social (CF/1988, Art. 194).
A tabela abaixo mostra os três direitos assegurados pela Seguridade Social:
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A seguridade social assegura os direitos relativos somente à saúde, à previdência e à assistência 
social. Deve-se ter muito cuidado com esse detalhe, pois geralmente as provas de concursos 
trazem a educação, a habitação e o trabalho, que não fazem parte da seguridade social, como 
direitos assegurados.
Dentre os direitos assegurados da seguridade social (Saúde, Assistência Social e Previdência 
Social), somente a Previdência Social possui caráter contributivo, depende de contribuição 
ou exige contribuição, e é direito do trabalhador e dos seus dependentes (CF/1988, Art. 201). 
A Assistência Social independe de contribuição, e é direito de todos que dela necessitarem 
(CF/1988, Art. 203). Já a Saúde independe de contribuição, e é direito de todos e dever do 
Estado (CF/1988, Art. 196).
 
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CF/1988, Arts. 194, 196, 201 e 203 (...)
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa 
dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à 
saúde, à previdência e à assistência social.
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a 
seguridade social, com base nos seguintes objetivos: (...)
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas 
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e 
ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e 
recuperação. (...)
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter 
contributivo e de filiação obrigatória,observados critérios que preservem o equilíbrio 
financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (...)
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente 
de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: (...)
V – a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de 
deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria 
manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei.
De acordo com o parágrafo 5º do artigo 195 da CF de 1988, todo benefício criado, majorado ou 
estendido sem a fonte de custeio total é considerado inconstitucional.
CF/1988, Art. 195, § 5º (...)
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e 
indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: 
(...)
§ 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado 
ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.
Somente a Previdência Social depende de contribuição, pois a Saúde e a Assistência Social 
independem de contribuição. Além disso, a Saúde, a Assistência Social e a Previdência Social 
exigem fonte de custeio total, proveniente das contribuições sociais pagas pela sociedade.
Vale dizer que a filiação obrigatória é caráter da Previdência Social, ao passo que a Assistência 
Social e a Saúde não exigem filiação compulsória. Para o segurado obrigatório a filiação decorre 
automaticamente do exercício da atividade remunerada abrangida pelo RGPS. No caso do 
segurado facultativo, que não exerce atividade remunerada abrangida pelo RGPS, a filiação só 
acontece depois da inscrição (Cadastramento do segurado no banco de dados da Previdência 
Social) e do pagamento da primeira contribuição.
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QUESTÕES:
Gabarito: 1. C 2. E
 
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REGIMES DE PREVIDÊNCIA SOCIAL NO BRASIL
No Brasil , existem três regimes de previdência social, sendo que dois são de filiação compulsória 
(Regime Básico) e um de filiação facultativa (Regime de Previdência Complementar):
Com base nos regimes básicos, há dois regimes de previdência: Regime Geral de Previdência 
Social (RGPS); e Regime Próprio de Previdência Social (RPPS). Nestes regimes básicos, o 
trabalhador não possui liberdade de escolher seu regime de previdência social, e a filiação do 
trabalhador depende da atividade trabalhista exercida.
REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL (RPPS)
Abaixo, verifica-se os trabalhadores amparados pelo RPPS:
I. Servidores Públicos ocupantes de cargos efetivos – Art. 40, CF/1988;
II. Servidores Públicos ocupantes de cargos vitalícios: 
a) Magistrados (Juízes de Primeira Instância, Desembargadores, Ministros do Superior Tribunal 
de Justiça – STJ e do Supremo Tribunal Federal – STF);
b) Membros do Ministério Público (Promotor de Justiça do Estado, Procurador da República, 
Procurador do Trabalho, Procurador do Estado junto ao Tribunal de Contas);
c) Ministros e Conselheiros dos Tribunais de Contas (Ministros do Tribunal de Contas da União 
– TCU).
III. Militares das Forças Armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica).
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CF/1988, Art. 40 (...)
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime 
de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo 
ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios 
que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.
Alguns servidores públicos não são ocupantes de cargos efetivos e, assim, não fazem parte do 
RPPS, mas do RGPS. É o caso dos servidores públicos que ocupam cargo exclusivamente em 
comissão, emprego público e que são contratados por tempo determinado. Quando o servidor 
público ocupa um cargo efetivo e um cargo em comissão ao mesmo tempo, continua vinculado 
ao RPPS.
CF/1988, Art. 40, § 13 (...)
§ 13 Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em 
lei de livre nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou de 
emprego público, aplica-se o regime geral de previdência social.
 
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Abaixo segue os casos particulares dos dois regimes básicos de Previdência Social:
I. Nem todo Servidor Público é amparado pelo RPPS. Existem os Servidores Públicos que 
ocupam exclusivamente cargos em comissão, que são amparados pelo RGPS. Também tem 
os Servidores Públicos que são contratados por tempo determinado, que são vinculados ao 
RGPS. Tem ainda o Servidor Público ocupante de emprego público, regido pela CLT, que são 
obrigatoriamente amparados pela RGPS.
II. Nem todo Servidor Público ocupante de cargo efetivo é amparado pelo RPPS, em razão 
de alguns municípios não possuírem RPPS, implicando que esse trabalhador fique vinculado 
obrigatoriamente ao RGPS.
III. Todo Servidor Público Federal ocupante de cargo efetivo é amparado pelo RPPS, dado que 
a União possui RPPS. Atualmente todos os estados da federação e o Distrito Federal também 
possuem RPPS. Então, a única possibilidade de um Servidor Público, ocupante de cargo efetivo, 
ser vinculado ao RGPS, e não ao RPPS, é no caso de ser um Servidor Público de município que 
não possua RPPS.
IV. Nem todo Servidor Público ocupante de cargo em comissão é vinculado ao RGPS, dado que 
pode ser Servidor Público ocupante de cargo efetivo e também exercer um cargo em comissão, 
sendo amparado pelo RPPS.
V. Nem todo exercente de mandato eletivo é vinculado ao RGPS, uma vez que Servidores 
Públicos ocupantes de cargos efetivos podem também ser exercentes de mandatos eletivos, 
continuando a contribuir para o RPPS de origem.
VI. A pessoa que concomitantemente exerce atividades abrangidas pelo RPPS e pelo RGPS, 
deve contribuir para os dois regimes de previdência social.
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Não se usa o termo aposentadoria para os militares das Forças Armadas, visto que são 
transferidos para a inatividade. Essa inatividade pode ser de duas formas: Reserva (O militar 
da reserva pode ser convocado se o país precisar de seus trabalhos) ou Reforma (O militar 
reformado não pode ser convocado se o país precisar de seus trabalhos, ou seja, estão 
definitivamente na inatividade).
Os militares das Forças Armadas não pagam contribuição para a Previdência. Eles pagam 
contribuição somente para a pensão de seus dependentes e para assistência à saúde.
Administração Pública e Regimes de Previdência Social:
 
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Benefícios que os Regimes Próprios 
são obrigados a oferecer a seus segurados:
REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL (RGPS)
Demais trabalhadores que exercem atividades trabalhistas lícitas.
REGIME DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
Desde a Emenda Constitucional Nº 41/2003, a previdência complementar pode ser Pública ou 
Privada no Brasil. Por sua vez, a previdência complementar pública deve ser obrigatoriamente 
Fechada.
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PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR PRIVADA ABERTA
Qualquer pessoa pode participar da Previdência Complementar Privada Aberta. Esse tipo de 
previdência complementar é oferecida pelos Bancos.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR PRIVADA FECHADA
Apenas grupos restritos de pessoas podem participar da Previdência Complementar Privada 
Fechada. Esses grupos de pessoas podem ser exemplificados por:
I. Empregados de uma empresa;
II. Empregados de um grupo econômico;
III. Associados de um sindicato;
IV. Membros de conselhos que fiscalizam as atividades profissionais (OAB, CREMERS,entre 
outros).
Exemplos: PREVI – Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil – Previdência 
complementar dos funcionários do Banco do Brasil; PETROS – Previdência complementar dos 
empregados da PETROBRAS.
 
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PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR PÚBLICA FECHADA
A Previdência Complementar Pública é obrigatoriamente Fechada, porque para participar desse 
tipo de previdência a pessoa deve ser servidor público ocupante de cargo efetivo amparado 
pelo RPPS. A filiação nesse tipo de previdência complementar é facultativa.
Exemplo: FUNPRESP – Previdência Complementar Pública Fechada dos servidores ocupantes 
de cargos efetivos da União.

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