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2
O CONTEXTO DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS (LIBRAS) 
Francieli Noronha Bonfim 
RESUMO
A língua de sinais no Brasil denominada de Libras (Língua Brasileira de Sinais) e reconhecida como língua pela Lei Nº 10.436, de 24 de abril de 2002, representa um papel expressivo na vida das pessoas surdas, promovendo, por intermédio de uma língua as condições mais necessárias à expansão de suas ideias em relações interpessoais, se constitui no funcionamento das suas relações cognitivas e afetivas das suas interações. A metodologia utilizada para este estudo foi de análise de conteúdo da produção científica, disponibilizadas pelas bases de dados Scielo e Lilacs com o intuito de relacionar a Língua de Sinais ao desenvolvimento de pessoas surdas. Tendo como objetivo de pesquisa analisar o contexto sobre da importância da Língua Brasileira de Sinais (Libras) diante do desenvolvimento de pessoas surdas e que estejam disponíveis em bibliotecas virtuais.
Palavras-chave: Libras, Desenvolvimento, Aprendizagem.
ABSTRACT
The sign language in Brazil called Libras (Brazilian Sign Language) and recognized as a language by Law No. 10.436 of April 24, 2002, plays a significant role in the lives of deaf people, promoting, through a language, the conditions most necessary for the expansion of their ideas in interpersonal relationships, is the functioning of their cognitive and affective relations of their interactions. The methodology used for this study was content analysis of scientific production, made available by the Scielo and Lilacs databases in order to relate the Sign Language to the development of deaf people. With the objective of research to analyze the production, about the importance of the Brazilian Sign Language (Libras) before the development of deaf people and available in virtual libraries.
Keywords: Pounds, Development, Learning.
 
INTRODUÇÃO
A educação escolar tem como objetivo desenvolver a criança em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social completando a ação da família e da comunidade e deve cumprir suas funções: cuidar e educar.
E partindo do princípio que a educação é direito de todos, vem demonstrando a abertura do processo de atendimento educacional e a garantia de introduzir nele inovações, objetivando assegurar maiores possibilidades de integração do deficiente à sociedade.
A prática pedagógica deve ser adaptada às diferenças individuais e estão sendo promovidas dentro das escolas do ensino regular. Segundo Domingues et al. (2009) no entanto, requerem metodologias, procedimentos pedagógicos, materiais e equipamentos adaptados. 
Para Masini (2010), o professor precisa ser especializado com conhecimentos sobre as diversas possibilidades de promoção da educação voltada para o aluno com alguma dificuldade que interfira em seu processo de aprendizagem, para tanto deve valorizar as reações afetivas de seus alunos e estar atento ao seu comportamento global, para solicitar recursos mais sofisticados como a revisão médica ou psicológica. 
E outro fato de estrema importância na educação escolar é que o professor deve reconhecer todo aluno como pessoa inteligente, capaz de continuamente estar ampliando os seus conhecimentos, tendo vontades e afetividades e estas devem ser respeitadas, pois o aluno não é apenas um ser aprendente. 
Em relação ao aluno surdo, se faz necessário a adequação do ambiente escolar para a sua permanência e aprendizagem com qualidade, pois por muito tempo, o aluno surdo foi relegado a segundo plano, deixado apenas como presente em sala de aula, por não ter o professor conhecimento de como poderia estar de fato contribuindo para a sua aprendizagem. 
Felizmente, ocorreram muitas mudanças no modo de pensar da sociedade, a qual passou a perceber o direito de todos a uma educação igualitária, com a definição de “Educação para Todos”, assim, o aluno surdo além de ter o direito de estar junto com as demais pessoas de sua idade frequentando uma sala de aula, tem o direito de estar recebendo todo o aparato necessário para que a sua aprendizagem seja de fato eficaz e eficiente. 
Levando a percepção de que apesar de se contar com alguns recursos como o professor de apoio, sala multifuncional, falta ainda esclarecer quais as reais necessidades que o aluno enfrenta, para que de fato a escola possa estar contribuindo para que a sua aprendizagem seja produtiva e lhe ofereça os meios para a sua inserção social e cultural em seu contexto sociocultural.
A metodologia utilizada para este estudo foi de análise de conteúdo da produção científica, disponibilizadas pelas bases de dados Scielo e Lilacs com o intuito de relacionar a Língua de Sinais ao desenvolvimento de pessoas surdas. 
Tendo como objetivo de pesquisa analisar o contexto sobre a importância da Língua Brasileira de Sinais (Libras) diante do desenvolvimento de pessoas surdas e que estejam disponíveis em bibliotecas virtuais. O que poderá promover um maior acervo de conhecimentos de como atuar em sala de aula com o aluno surdo e usuário deste tipo de comunicação gestual.
LIBRAS COMO MEIO DE COMUNICAÇÃO DA PESSOA SURDA
Com o reconhecimento da Libras como língua oficial dos surdos com a Lei Federal nº 10.436, de 24 de abril de 2002 (BRASIL, 2002), e regulada por meio do Decreto nº 5.626 de 22 de dezembro de 2005 (BRASIL, 2005), foram realizadas significativas mudanças em relação às comunidades de surdos. Como descrito pelo Art. 1º da Lei Federal:
É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais – Libras e outros recursos de expressão a ela associados. 
Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais – Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de natureza visualmotora, com estrutura gramatical própria, constitui um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil.
Percebe-se pelo texto da lei, que ser surdo não significa ter que viver em um mundo a parte do contexto social e cultural, apenas que todas as pessoas devem buscar por conhecimentos para conseguirem se comunicar com essa pessoa. E que essa tenha também meios para oferecer um canal de comunicação que o conecte com esse mundo externo a sua pessoa.
É sem duvida um alento para o surdo, apenas que as pessoas tidas como normais, entendam que ser surdo, não significa ser deficiente mental, ou seja, é apenas uma de seus sentidos que não é funcional como nas demais pessoas. 
Apesar de ter sido criada uma língua de sinais como sendo brasileira, está pode não ser usual em todas as comunidades surdas do país, pois se trata de gestos conveniados entre os falantes sobre o uso de definidas expressões tanto gestuais como corporais para uma determinada fala, podendo ocorrer que se entremeie com uso de expressões que indiquem letras com a formação de palavras, quando não se tem a expressão para um dado conhecimento.
Do mesmo modo que as línguas faladas podem sofrer mudanças por modismos, uso de novas expressões e incorporações de outras línguas, este processo também ocorre com a língua de sinais. Ou seja, continuamente, podem ocorrer o acrescimento de novas falas gestuais para os falantes dessa modalidade de comunicação gestual (MUNCINELLI, 2013).
Sobre esse assunto Góes (1996), situa que para o surdo, a língua de sinais é a sua primeira língua e quando adquire a língua portuguesa, por exemplo, estará adquirindo a sua segunda língua. Nesse sentido, o que poderá prejudicar ou favorecer a qualidade de sua comunicação, será o seu ambiente social, pois, como todo ser humano, pertence a um dado ambiente cultural. 
Por outro lado, o que pode dificultar a sua aprendizagem de comunicação poderá ser no caso de criança nascida em lar de pessoas falantes verbalmente. E o oposto, como situado por Quadros (1997a), a criança nascida em lar de surdos, não terá nenhuma dificuldade de comunicação. Tendo como acesso de comunicação uma língua espaço-visual, que lhe é muito mais acessível do que ter que fazer todo o processo de comunicação gestual traduzindopara a verbal e depois a recodificar para a sua compreensão.
No contexto geral de análise realizada sobre a temática do surdo, observa-se a importância do entendimento de como a família da pessoa surda compreende a sua situação e que buscas promove para a sua efetiva inclusão familiar. Como se verifica no próximo item do estudo.
A função da família da pessoa surda na sua compreensão cidadã 
 
A família é para Schemberg et. al. (2012), fundamental para o desenvolvimento da pessoa surda, por ser o seu alicerce, a base que a direcionará para uma vida adulta feliz e integrada ao seu ambiente, porém, em caso de família que permanece em luto por anos seguidos após constatar a deficiência auditiva do seu ente querido, poderá prejudicar a sua socialização, o que para esse autor, é vital, que todos os membros do contexto doméstico sejam levados a se perceberem como facilitadores do processo de inclusão da pessoa surda ao mundo externo.
O mesmo ponto de vista é definido por Guarinello (2000), colocando a família como primeiro acesso social do indivíduo surdo, pelo qual, lhe é aberta as portas para a vida, e depende dessa interação, que a sua inclusão será benéfica ou não. Uma vez que muitos medos e inseguranças podem ser transmitidos pelos familiares, criado limitações e ou mesmo a cercando de cuidados extras, os quais certamente dificultarão a sua atuação individual no seu ambiente social.
É o que Negrelli e Marcon (2006) definem como crenças e valores, os quais no caso da pessoa com algum tipo de deficiência tende a desenvolver diante do modo como é tratado pelos seus familiares, chegando a muitos casos de a pessoa, de certa forma não conseguir desenvolver todas as suas potencialidades intelectuais, devido ao excesso de cuidados que lhes são dispensados no lar. O que pode até mesmo interferir na qualidade de sua aprendizagem escolar.
 Por isso é importante o alerta que Stelling (1999), faz sobre o como a criança surda é tratada no lar, por ser um fator preponderante para a sua eficaz inclusão social, devendo a família trata-lo com igualdade de condições como faz com os demais membros do ambiente doméstico.
Ainda que como situado por Nader e Pinto (2011), a família, geralmente leva um certo tempo para perceber que a criança é surda, pois, como a sua comunicação é por meio de gestos, cantigas de ninar, toques e sorrisos, não tem como perceber sem um exame clinico como é a audição desta. Após a constatação da condição de surdo, pode ocorrer que a família passe a tratar o bebê como um deficiente, colocando muitas vezes barreiras em todas as suas possíveis competências, por não ter conhecimento de como de fato deve agir. Em que o excesso de zelo e amor tendo a ser maior do que a real função do saber educar e cuidar dos pais.
Mesmo porque, quando a família recebe a informação da condição de surdez do filho, pode entrar em choque, passar por um processo de luto, por não saber como lidar com o diferente e o inesperado. Por isso a importância de se estar preparando a família quando de se passar essa informação e do desenvolvimento de grupos de apoio para esses familiares (SILVA, ZANOLLI; PEREIRA, 2008).
Na visão de Dizeu e Caporali (2005), deveria ter um programa de atenção voltado para os familiares para se passar diagnósticos de alguma deficiência, pois, geralmente não são informados quando se passa a descrição da doença ou síndrome que a criança tem, de dados referentes do como atenderem, de que realmente precisa, do que pode fazer no seu dia a dia, e de possíveis encaminhamentos de atendimentos. 
o passado, quando do diagnóstico de deficiência, automaticamente se pensava em instituição especializada, o que atualmente é totalmente reprovado, por não se aceitar a segregação da pessoa deficiente. Mas falta ainda a informação, a descrição de possíveis orientações de quais e quando começar a oferecer um atendimento especializado, que no caso da criança surda, como citado por Quadros (1997b) se o surdo for atendido desde a primeira infância poderá desenvolver a linguagem labial, ou seja, aprender a ler o que as pessoas falam pela visualização do movimento de seus lábios, ou até mesmo desenvolver a sua fala, pois, o ser surdo não significa ser mudo.
Podendo também logo que serem informados, a família passar a desenvolver a língua de sinais, em que todos possam se habilitar para que a comunicação em casa seja apropriada para a criança surda, promovendo desse modo a sua real inclusão familiar (HARRISON, 2000).
Por não se ter como se preparar para atender a criança que nasce surda, a família poderá ter que passar por um processo de adaptação, primeiro, passando pelo luto, para em seguida tomar as medidas necessárias para a promoção de um ambiente adequado para a sua soci8alização e promoção de uma vida social condizente com o seu meio ambiente (NEGRELLI; MARCON, 2006).
Como situado por Dizeu e Caporali (2005) a estrutura da pessoa surda tem por base o seu contexto familiar, o qual é decisivo para a sua inclusão ao contexto externo, mas sozinha a família não consegue como promover essa adequação, por isso, a importância de orientadores como educadores, psicólogos e fonoaudiólogos para essa interação. Os quais contribuirão para a formação da identidade surda do indivíduo, ou seja, a sua percepção como uma pessoa igual as demais, apenas que utiliza seus gestos para falar. 
A construção da Identidade surda
O ato de se construir a identidade surda por parte da pessoa com a deficiência é segundo Perlin (1998), a interpretação de como o meio entende ser essa pessoa, ou seja, se o surdo se apresenta como um dependente de seus familiares, que somente se comunica por sons grutais, e ou por indicação do que deseja, como apontando para o objeto que precisa, como beber água, em que se dirige para a geladeira e aponta sua boca, como com sede. Diferente será a percepção que se oferecerá ao surdo que desenvolve a sua comunicação seja por meio da leitura labial ou com o uso de libras. 
No primeiro caso, certamente será percebida como uma pessoa deficiente mental, mesmo que não tenha nenhum grau de deficiência[footnoteRef:1], mas a sociedade o perceberá como um coitado, sempre o poupando de tudo o que possa lhe exigir competências cognitivas e ao contrário, o segundo caso, ele é percebido como um expoente do seu grupo, o que se destaca e por isso, lhe será cobrado cada vez mais, a sua competência, ao contrário do primeiro caso, a todo o tempo lhes estarão cobrando a sua competência intelectual, pois é do pensamento comum que: a pessoa com deficiência deve provar que é melhor do que as demais pessoas, para ser valorizada pela sociedade (VON DER WEID, 2016). [1: a Lei Federal n° 13.146/2015, que regulamenta internamente as disposições da Convenção da ONU, prevê em seu artigo 2º:
Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.] 
Porém, para que a criança possa construir a sua própria identidade, independente do que a sociedade pense ou deixe de pensar, pois como situa a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF/OMS, 2016), situou ”a sociedade é que é deficiente”, por sua vez, Rossi (2000), é a criança que irá construir sua realidade social e desenvolverá os seus próprios meios de comunicação, ou seja, por meio das interações, em que ela passara a se perceber e se identificar com seus pares, e estabelecer, assim, as diferenças entre os indivíduos inseridos em seu meio. Independente do que eles possam pensar e julgar a sua condição. 
Góes (2000), destaca que geralmente nas cidades do interior do Brasil e até mesmo nos grandes centros, é comum que pessoas surdas, por si sós, formem grupos de apoio mutuo, como para desenvolverem a sua linguagem, interagirem socialmente e também para desenvolver as suas potencialidades, afinal, sempre um grupo tende a ser maisforte do que o individual. E por isso, o autor percebe o grupo de deficiência auditiva como muito mais fortes e resolvidos do que os demais grupos de deficiências. Além do mais, eles apenas não ouvem, os demais sentidos são eficientes. 
Desse modo para Góes (2000), não há de se falar em formação de identidade para o surdo e sim da sociedade retirar os seus rótulos preconceituosos, por serem todas as pessoas, independentes de serem surdas ou não, capazes de atuarem livremente na sociedade, apenas que algumas dependem de certa ajuda do outro, e especificamente em relação ao surdo, este necessariamente, apenas precisa ser percebido diante de sua capacidade de fazer parte do grupo social, sem que lhe seja rotulado como surdo, pois, o seu modo de comunicação, pode ser expresso e usado tanto por surdos como os falantes. 
A sua identidade pode ser facilmente estabelecida conforme destaca Dizeu e Caporali (2005), é de além de fazer parte do seu grupo social restrito dos surdos, de se fazer presente também no grande grupo, atuando profissionalmente e socialmente, tendo muitas ocupações que independem da necessidade da audição, e algumas pendem como ideal, a pessoa surda. Devido ao alto nível de sonorização em sua produção.
Sobre o fator identidade do surdo, é importante destacar que também há diferentes grãos de classificação da surdez, o que para a medicina é um modo de promover a sua inclusão social e cultural. Para Perlin (1998), as identidades surdas não são homogêneas e, classifica os surdos em pelo menos seis categorias de identidades: 
1) identidade surda: formada por surdos que fazem uso de comunicação visual; 2) identidade surda híbrida: se faz presente entre os surdos que nasceram ouvintes e que com o tempo se tornaram surdos; 3) identidade surda de transição: formada por surdos que viveram sob o domínio da cultura ouvinte e que, posteriormente, são inseridos na comunidade surda; 4) identidade surda incompleta: aquela dos surdos que vivem sob o domínio da cultura ouvinte e negam a identidade surda; 5) identidade surda reprimida: outro tipo de representação, quando o surdo nega a identidade surda, seja porque é evitada, escondida, ou ridicularizada pelo estereótipo; e 6) identidade flutuante: na qual o surdo se espelha na representação hegemônica do ouvinte, vivendo e se manifestando de acordo com o mundo ouvinte (PERLIN, 1998, p. 173).
A concepção cultural, para Nóbrega et.al. (2012), compreende ser a surdez como o marco referencial da identidade do surdo, ou seja, por pertencer a esse grupo de pessoas, geralmente ele terá que se promover socialmente e culturalmente, para ser o diferencial que o destaca diante de sua deficiência, retomando a ideia anterior de Góes (2000), o qual vê sempre surdo tendo que lutar pelo seu espaço existencial nas vivências visuais de socialização. 
Sob outro viés dessa discussão encontra-se Goldfeld (1997) que considera o surdo como um indivíduo com língua, cultura e identidade próprias e diferenciadas das demais pessoas, independentes de serem essas da mesma nacionalidade ou etnia. Por sua vez Strobel (2008) e Skliar (2006), situam que a identidade sempre será construída e compartilhada socialmente em um dado ambiente socialmente construído por um grupo de pessoas, em que representações sal compartilhadas e recebem significados atribuídos a cada situação, ainda que coloquem restrições sobre a sua participação no contexto sociocultural ao qual pertença.
Pode-se considerar que a questão da formação da identidade do surdo seja mais especificamente relacionada ao pensamento que a sociedade tem sobre o surdo e ano sobre o que cada pessoas surda possa pensar ou não sobre a sua condição física de não ouvinte. Estando a sua importância no seu conhecimento, em sua capacidade de obter um bom desempenho cognitivo.
 
Desenvolvimento cognitivo
Para Vygotsky (1989) a criança diante de suas interações sociais e culturais em seu ambiente sócio histórico desenvolve a sua competência e suas habilidades sociais e cognitivas. Porém, para Fernandes (2000) no caso da criança surda, ela terá uma pequena restrição em sua locomoção e acesso ao saber, por não ouvir, isso sem duvida é um processo limitante em sua caminhada para a vida plena de conhecimentos na fase adulta. 
É diante dessa questão, que autores como Fernandes (2000) e Sacks (1990), consideram necessário, quando o mais breve possível, a família descobrir a surdez do seu bebê, mas fácil será a sua inclusão no ambiente da comunicação gestual, pois até mesmo a família que desconhece que seus bebês não conseguem ouvir, lhes fazem afagos e os atendem ao menor choro sem a necessidade da fala. Basta chorar. Mesmo assim, os autores colocam ser muito importantes que essas crianças sejam colocadas em contato com a língua de sinais, para irem obtendo os mecanismos de sua execução. 
Como destacado por Vygotsky (1989), é da interação social que se aprende a recriar novos conhecimentos, por isso, a criança surda, precisa ser estimulada a fazer uso da língua de sinais, evitando que se torne um ser adverso a sociedade. 
Como qualquer outra, a língua de sinais, de acordo com Dizeu e Caporali (2005), precisa ser introduzida na vida da criança desde a primeira infância, para que ela a adquira naturalmente. 
Góes (1996) alerta para as situações de surdez congênita ou precoce, quase sempre há problemas de acesso à linguagem falada, em que é vital para que ocorra a comunicação, que seja, incorporada a uma língua de sinais.
Nessa linha de pensamento, verifica-se em Vygotsky (1998)a questão da cognição no surdo, o qual, estando em condições de acesso a uma língua, e por isso se faz necessário que se organize a sua interação verbal de processos comunicativos alternativos, como, por exemplo, a língua de sinais. 
Muncinelli (2013) ressalta que por meio da Língua de Sinais, que é uma língua completa, com estrutura gramatical própria, e que independente da Língua Portuguesa oral e escrita, é possível o desenvolvimento cognitivo do surdo. Assim, favorece o acesso a conceitos e conhecimentos que se fazem necessários para sua interação com o outro e o meio em que vive; suas dúvidas e temores perante o mundo diminuem, e o prazer de viver com os ouvintes aumenta de forma viva na comunicação.
Nesta linha de pensamento Kyle (1999) destaca a importância de se estar estimulando a criança surda, desde o berçário a se comunicar por meio dos sinais e interagir com todos os membros do seu agrupamento social e cultural. Evitando-se ao máximo a colocação da pessoa em sistema segregativo, como comumente no passado se fazia. Porque para o surdo, a sua aquisição da língua dos sinais é rápida e prazerosa, por não ter acesso a nenhumas outras formas de pensar e agir. O que certamente poderá contribuir para que consiga desenvolver seu sistema de comunicação pela fala. 
 
Desenvolvimento da linguagem
A possibilidade de o surdo conseguir falar, tem como pressuposto, primeiro que ele não é mudo, apenas não ouve, por isso não verbaliza como as demais pessoas, segundo a teoria biológica da linguagem considera que o cérebro contém um substrato neuroanatômico no cérebro direcionado para a produção da linguagem. Ou seja, todos os indivíduos naturalmente já nascem predispostos para serem falantes e ouvintes e não apenas um ou o outro sistema de comunicação. Dessa forma, todos os indivíduos nascem com predisposição para a aquisição da fala. A exposição a um ambiente linguístico é necessária para ativar a estrutura neural.
Fato esse averiguado por Freitas (2001), com um estudo realizado com 11 alunos surdos profundos, terem esses alunos surdos um comportamento de compreensão relevante em relação aos alunos ouvintes, pois em determinados conceitos como translação da Terra, energia, reprodução e digestão os alunos demonstraram maior desempenho que os demais. 
O estudo concluiu que o surdo tem as mesmas possibilidades de compreensão que os alunos ouvintes, para tanto somente precisam ter suas necessidades especiais supridas via atendimento frequente e com recursos adequados. O queos atuais ambientes virtuais podem conseguir com muita mais facilidade do que alguns anos passados, quando da época de inicio da inclusão do aluno com alguma deficiência no ensino regular comum.
 
Conclusão 
	Pode-se dizer que o processo de promoção da educação para todos como prometido pelos educadores em 1994 com o Programa Educação para todos, está de fato sendo comprido, mas em alguns setores como da deficiência auditiva ainda certamente há um longo caminho a ser percorrido. Em parte, pode-se dizer que por não ser uma das mais complexa e de maior ocorrência, tanto o sistema governamental como as entidades afins, não tiveram muita preocupação em estar adequando as bases para o seu desenvolvimento em sala de aula.
	Após ter-se suprido a área da deficiência mental e física como dos cadeirantes e cegos, voltou-se para o deficiente surdo, o qual, pode-se dizer passou a ser a bola da vez, termo de uso comum, quando se quer dizer, em estudos, o que esta em evidencia e será a mias estudado no momento. 
	Não se percebe que seja difícil promover o aprendizado do aluno surdo, apenas que necessita de um educador capacitado para ser o comunicador e o promotor da sua interação com os demais alunos e ambiente educador.
Podendo-se considerar como de maior relevância a preparação da família para aprender a trabalhar com o seu familiar surdo, pois geralmente são eles que por excesso de amor, podem dramatizar e ou manter um luto por muito tempo, prejudicando o aprendizado da pessoa surda.
Em relação a sociedade, sabe-se que esse ambiente sempre será um segundo plano de ação, e que realmente não interfere, apesar de muito incomodar devido as suas opiniões e procedimentos segregativos, que mesmo as décadas da iniciação do processo de educação para todos, ainda não conseguiu dissipar a sua visão anterior sobre o que é sedr diferente.  
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