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FICHARIO; OS DIREITOS DOS POVOS SEM ESCRITA Pré-história do direito, escapa quase inteiramente ao nosso conhecimento, uma vez que tudo que se tem vem do momento que a escrita passou a existir e todos relatos que se tem são reconstituições hipotéticas, criadas também com base em observação de povos que também não conhecem as escritas, conhecendo seu modo evolutivo, temos as civilizações mais arcaicas ou primitivas continuam a ser as dos aborígenes da Austrália ou da Nova Guine, dos povos da Papuásia ou de Bourneu, de certos povos índios da Amazonia no Brasil. Existia formas de organizações políticas diversas alguns povos muito próximas do Estado Centralizado governado por um Rei assistido por funcionários e governadores locais, outras tinham um sistema feudal, e outras regiões como seja exemplo Zaire e Angola, existiam comunidade acéfalas, sem chefe, sem organização política e judiciária desenvolvida. CARACTERISTICAS GERAIS DOS DIREITOS DOS POVOS SEM ESCRITAS · Direitos não escritos · Direitos são numerosos (cada comunidade tem seu próprio costume e vive isoladamente, sem contato com outras comunidades, e raros contatos com vizinhos · Direito relativamente diversificado, solidariedade familiar ou clãnica, ausencia de propriedade imobiliária e de responsabilidade individual · Direito profundamente enraizado na religião, difícil distinguir entre regra religiosa e regra jurídica, porque o homem vive no temor constante do sobrenatural, onde o rei era o representante de Deus na terra, juramente invocado no divino, muitas vezes recorrendo ao ordálio, como prova de justiça. · Direitos em nascimento, onde o grupo é sempre mais importe que o individual, sempre tendendo a conciliar, obter um acordo das partes por concessões recíprocas. FONTES DO DIREITO · Costume, a maneira tradicional de viver, conduta habitual e normal dos membros do grupo. Direitos consuetudinários, direito e religião se misturam aqui assegurado pelo temor dos poderes sobrenaturais, a pena mais pesada (grave) é o banimento; pois a expulsão leva a perda de proteção do grupo, o que pode levar a morte sozinho na floresta · Lei, regras de comportamento ditadas por aqueles que detém o poder, dando ordens de caráter geral e permanente · O precedente judiciário aplicam soluções dadas precedentemente a conflitos do mesmo tipo · Provérbios e adágios , são expressão do costume, doutrina pensamento voltado para a Lei Sociedades matrilineares e sociedades patrilineares Diferentes tipos de sociedade : .1) o casamento é a sociedade mais antiga, e a proibição do incesto, também muito antiga, a poligamia é frequente, a poliandria (mulher casada com muitos homens) muito rara 2) matrilineares, onde a mulher está centrada na linhagem mãe, normalmente em povos que exercem a agricultura 3) patrilinear, o pai é o centro da linhagem, normalmente tem poder extenso, indo até o direito de vida e morte, normalmente era próprio dos povos caçadores 4) a família ou linhagem vive geralmente junta, a pluricasa era o tipo de habitação rural O clã - geralmente tem um nome, mitos e rituais próprios, aqueles que adotam o mesmo totem formam o mesmo grupo social ex. Peles vermelhas, o estadio clanico tem um grande numero de instituições de direito, casamento, a sucessão da função de chefe do clã, a adoção sob forma de filiação fictícia A ETINIA Tem nome comum, uma memoria comum, uma consciência de grupo, expressão de uma certa comunidade cultural. Muitas vezes, mas não sempre, tem uma língua comum, um território, costumes próprios, MODOS DE DETENÇÃO DOS BENS As formas de propriedade pessoal apresentam-se como pertenças, que tem participação mística das coisas do ser humano, por outro lado, não diz respeito ao individuo mas à linhagem, ou ao clã que faz parte, esta pertença tem caráter sagrado, os bens são inalienáveis. Com a morte do chefe do clã, seus pertences podem ser enterrado ou incinerado com ele, mas muitas vezes devido as necessidades econômicas deixa subsisitir certos objetos em favor dos sobreviventes, fazendo assim aparecer as primeiras formas de sucessão de bens. O bens de consumo corrente, como os alimentos, uma vez que a moeda não existia, se alienava (trocava), algumas vezes no comercio mudo, onde se deixava, e outro grupo vinha e colocava outro mercadoria ao lado para tentar a troca, e assim sucessivamente. A propriedade mobiliária precede a propriedade imobiliária. O solo é sagrado, divinizado, por vezes materializado com um altar. Certas etnias são nômades outras sedentedarizaram-se mais ou menos cedo na história. O nômade favorece o desenvolvimento da propriedade comum, porque o rebanho pertence a todos, assim como os poços de água e os territórios onde pastam o rebanho, mas abandonam quando as pastagens se estarem. Na sedenterização, a colheita dá lugar a agricultura, e a tomada de posse do solo generaliza-se e torna-se mais permanente, formando aldeias, e comunidades, com isso terão as terras comuns (florestas, pastos, etc) e as famílias terão as suas terras para se cultivar, aparecendo então a noção de propriedade familiar, depois individual do solo, e ao mesmo tempo sucessão imobiliária e de alienabilidade dos imóveis. CLASSES SOCIAIS RICOS E POVRES, LIVRES E NÃO LIVRES A apropriação do solo, leva a desigualdade social e econômica, o que provoca a desigualdade de riquezas devida nomeadamente as partilhas sucessórias, as diferenças de fertilidade e acidentes meteorológicos, e também aos entusiasmo do trabalho,como assim o aparecimento e ricos e pobres, e por consequência de classes sociais. E fica ainda mais forte quando o pobre obrigado a procurar meios de sobrevivência, pede emprestado ao rico e põe os seus bens e sua pessoa em penhor, que acaba tendo consequências graves em caso de execução do contrato, começa então a escravatura economica, nascida da não execução de um contrato de emprestimo. Assim além das classes sociais cada vez mais distinta aparece a hierarquização da sociedade. APARECIMENTO DE CIDADES E DE DIREITOS URBANOS Com a necessIdade econômicas da função de troca de mercadorias aparecem as cidades, geralmente para facilitar os transportes abundantes de uma região para outra, elas nascem em uma localização geográfica favorável a instalação de um mercado ou de um porto. No 4o. Milenio ac, origem das grandes civilizações egipcias, mesopotamica e hindu. Estas cidades eram relativamente desenvolvidas, casas de dois andares, estabelecimentos de banhos públicos, sistema de esgoto. E são formadas por uma nova classe social os comerciantes. Aparecem aí a fiscalidade, a escrita e o calendário, do mesmo modo que o estado civil, nomeadamente sob a forma de recenseamento do ouro e dos campos. A partir daí já não existe povo sem escrita, estamos na aurora da historia dos direitos da antiguidade.