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trabalho A1 processo Penal(1)

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Atividade Avaliativa A1
2020.1
Caso interdisciplinar: DIREITO PROCESSO PENAL I 
 
Professor: AIRTON BUZZO ALVES
Turma: DIR3AN-MCC 
	GRUPO REALIZADOR:
	Anderson Castilho Dias
RA: 818137647
Leonardo Vieira Mendes
RA: 81817381
Marcelo Luiz Marquês de Camargo 
RA: 81816296
	AVALIAÇÃO PROFESSOR
	
 RESPOSTAS:
Questão 1 de Processo penal.
Para se dar início ao inquérito policial diante de um crime de ação penal pública incondicionada, deve-se analisar, o que prevê a constituição federal de 1988 em seu artigo 129, inciso l.
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público.
I - Promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei.
Logo, na ação penal incondicionada, desde que provado um crime, tornando
verossímil a acusação, o órgão do Ministério Público deverá promover a ação
penal, sendo irrelevante a oposição por parte da vítima ou de qualquer outra
pessoa. É a regra geral na moderna sistemática processual penal.
Do início do inquérito policial. 
O inquérito policial, se dará o início, no conhecimento do fato pela autoridade policial, de um fato criminoso, independentemente do meio (pela mídia, por boatos que correm na boca do povo, ou por qualquer outro meio), no presente caso, se concretizou, pela ida de Vânia a delegacia. Ocorre o que se chama de notitia criminis. Diante da notitia criminis relativa a um crime cuja ação penal é pública incondicionada, a instauração do inquérito policial passa a ser admitida, ex officio, nos termos do já citado art. 5º, I, CPP.
Art. 5. Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:
I - De ofício.
No presente caso, a notícia do crime se deu pela delação, o qual refere-se ao delatio criminis simples. Nos termos do art. 5º, § 3º, do CPP: 
Art. 5. § 3º. Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito.
Dos requisitos.
O requerimento feito pela vítima ou por seu representante deve preencher alguns requisitos. Entretanto, caso não for possível, podem ser dispensados. Nos termos do art. 5º, § 1º, do CPP:
§ 1º O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível:
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;
b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer;
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência.
Caso seja indeferido o requerimento, caberá recurso para o chefe de polícia.
 Da requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público.
O inquérito policial poderá ser instaurado, ainda, mediante requisição do juiz ou do MP. Nos termos do art. 5º, II, do CPP: Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:
II – Mediante requisição deve ser obrigatoriamente cumprida pelo delegado, não podendo ele se recusar a cumpri-la, pois requisitar é sinônimo de exigir com base na Lei. Contudo, o delegado pode se recusar a instaurar o inquérito policial quando a requisição:
- For manifestamente ilegal;
- Não contiver os elementos fáticos mínimos para subsidiar a investigação (não contiver os dados suficientes acerca do fato criminoso).
Requerimento da vítima ou de seu representante legal:
Nos termos do art. 5º, II, do CPP: Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:
II – Mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representa-lo.
Jurisprudência.
STF: Inquérito policial não pode ser instaurado por mera presunção da ocorrência de crime.
Tratando-se de um crime de ação penal pública incondicionada, cumpre em regra ao delegado de polícia, de ofício (ou seja, sem requerimento do interessado), instaurar o inquérito policial, conforme dispõe o art. 5º, inc. I, do CPP. Para tanto, baixa uma portaria, ato que dá início ao inquérito policial.
O que fundamenta a instauração do inquérito policial é a notitia criminis, que nada mais é do que o conhecimento que tem a autoridade policial da ocorrência de uma infração penal. A notitia criminis pode ser espontânea (também chamada de cognição imediata ou informal), quando a autoridade policial tem ciência da ocorrência da infração penal em virtude de sua atividade funcional. Assim, por exemplo, quando se sabe da ocorrência do fato em razão do noticiário da imprensa, ou quando um investigador de polícia leva o fato ao delegado ou mesmo através de uma denúncia anônima. Ou ainda quando, em determinado interrogatório, o indiciado indica outros crimes que cometeu, além daquele que é objeto da investigação. A notitia criminis pode ser, ainda, provocada (conhecida, também, como mediata ou formal), que ocorre, v.g., quando alguém do povo, a vítima, o juiz ou o Ministério Público levam à autoridade policial a notícia da existência de uma infração penal. Pode, por último, a notitia criminis ser de cognição coercitiva, em que o conhecimento do fato decorre da prisão em flagrante de seu autor.
Entende-se, no geral, que o inquérito policial pode ser instaurado diante da mera suspeita da ocorrência do crime – suspeita baseada em elementos mínimos, evidentemente –, pois, afinal, trata-se de procedimento destinado justamente a apurar se de fato houve a infração penal. Não é possível exigir, para instaurar o inquérito, que haja elementos veementes de que ocorreu um crime se este procedimento tem o propósito de reunir prova desses elementos para a instauração da ação penal, esta sim vinculada à prova da materialidade e à existência de indícios suficientes de autoria.
Recentemente, no entanto, a 2ª Turma do STF negou a instauração de inquérito policial para investigar um deputado federal contra o qual havia suspeita da prática de crime eleitoral.
No caso, a Procuradoria Geral da República pediu a abertura de inquérito policial baseando-se no fato de que o deputado havia tido recusada — em razão de “graves omissões” — a prestação de contas relativa à campanha eleitoral de 2014. O ministro Dias Toffoli, no entanto, não permitiu a abertura do inquérito porque considerou o pedido lastreado em mera presunção da ocorrência de crime e em conjecturas a respeito da validade dos documentos apresentados, que, de resto, eram os únicos de que dispunha o deputado. Para o ministro, “a mera desaprovação das contas pela Corte Eleitoral não tipifica, por si só, o crime do art. 350 do Código Eleitoral. O tipo penal em questão exige a alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, além do dolo de omitir, em documento público ou particular, declaração que dele deveria constar, ou de nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que deveria ser escrita, para fins eleitorais. Na espécie, a suposta falsidade ideológica residiria, primeiramente, na falta de apresentação de “documento ou justificativa quanto às despesas de transporte terrestre, acomodação, pessoal, alimentação” referentes a onze viagens realizadas nos meses de agosto e setembro de 2014 entre Manaus e cidades do interior amazonense. Todavia, como bem destacado na decisão agravada, o Ministério Público Federal parte da simples presunção, sem lastro em dados fáticos, de que teria havido as despesas em questão e de que elas teriam sido omitidas na prestação de contas”. Diante disso, considerou-se que a apresentação dos documentos de prestação de contas tal como foram emitidos, sem nenhum indício de alteração, afasta a existência de elementos mínimos que possam fundamentar a instauração de inquérito policial.
Questão 2 de processo Penal.
O doutrinador CAPEZ (2004, p. 108), “conceitua em sua obra o referido assunto do aborto. "Considera-se aborto a interrupção da gravidezcom a consequente destruição do produto da concepção. Consiste na eliminação da vida intrauterina. Não faz parte do conceito de aborto, a posterior expulsão do feto, pois pode ocorrer que o embrião seja dissolvido e depois reabsorvido pelo organismo materno, em virtude de um processo de autólise; ou então pode suceder que ele sofra processo de mumificação ou maceração, de modo que continue no útero materno. A lei não faz distinção entre o óvulo fecundado (3 primeiras semanas de gestação), embrião (3 primeiros meses), ou feto (a partir de 3 meses), pois em qualquer fase da gravidez estará configurado o delito de aborto, quer dizer desde o início da concepção até o início do parto".
Quanto a competência do julgamento de Vânia, deve-se observar a menção que faz a Constituição Federal ao presente caso.
Conforme o art. 5º, XXXVIII, da Constituição Federal, é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurada “a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida”.
Por sua vez, o art. 74, §1º, do Código de Processo Penal, com redação de 1948, diz que compete ao tribunal do júri o julgamento dos crimes de homicídio (simples, qualificado ou com causa de diminuição da pena), induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio, infanticídio e aborto (provocado pela gestante, com seu consentimento ou provocado por terceiro).
No caso em comento, houve a violação do código penal, com fulcro em seu artigo 124 e 126.
Art. 124 – Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque: Pena – detenção, de um a três anos. ... É ela que, com o manuseio dos atos abortivos, poderá responder por uma pena de detenção de um a três anos.
126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: Pena - reclusão, de um a quatro anos.
Jurisprudência reconhecendo julgamento de tribunal de júri por aborto.
TJ-SP decide que mulher vai a júri popular devido a aborto.
O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo reformou a sentença da Justiça de Rio Preto e determinou que a ré Keila Rodrigues seja julgada pelo Tribunal do Júri pelo crime de aborto, cuja pena varia de um a três anos de reclusão. Segundo processo, em 31 de outubro de 2006, a ré cometeu aborto com a ajuda de uma colega chamada Dalva Aparecida Guedes Franco, dentro do Hospital de Base.
O crime foi confessado pela acusada que afirmou ter introduzido dois comprimidos de ‘Cytotec’ no órgão genital – remédio de uso restrito a hospitais, com venda proibida em farmácias por ter efeito abortivo. Segundo relatório do desembargador Francisco Bruno que assina a sentença, o médico ginecologista Daniel Jarreta Coelho confirmou o atendimento da ré em trabalho de parto, e que ela relatou a utilização de dois comprimidos do medicamento.
Em sua decisão o desembargador diz que a ré foi absolvida de maneira sumária, por isso julgou procedente o pedido do Ministério Público e decidiu que o julgamento seja feito pelo Tribunal do Júri. A defesa alega que Rodrigues agiu de maneira adversa pois não possuía outra alternativa a não ser a realização do fato já que tem outros dois filhos que são cuidados pela avó. E que, por ser usuária de drogas, “as consequências poderiam ser muito piores do que as decorrentes da conduta ilegal”, diz a defesa.
Porém o relator diz na sentença que apesar da ré ser usuária de drogas e ter outros dois filhos, circunstâncias não provadas, não justifica o ato criminoso. “A ré não comprovou, de modo cabal, a necessidade de tirar a vida do feto que trazia no ventre, razão por que deve ser submetida ao Conselho de Sentença. A absolvição sumária exige prova cabal, o que não ocorre no caso. As verdadeiras razões, bem como as circunstâncias do fato, a existência de inexigibilidade de conduta diversa invocada, será analisada no momento oportuno”, decide.
Procurada a acusada não foi encontrada pela reportagem. A ré não possui advogado, sendo assim, apenas quando a data do júri for marcada pela Justiça um defensor dativo será nomeado. O júri ainda não tem data para ser realizado. Apesar de não ser o primeiro caso de ré que vai a júri popular por praticar aborto o, caso é raro. O promotor criminal Marcos Antônio Lelis Moreira, diz que, em 16 anos de carreira, nunca viu um caso como o citado.
Cabe mencionar que, em se tratando de crimes de aborto, é necessário observar a prova da materialidade do crime de aborto para que seja julgado pela competência do tribunal do júri. Conforme entendimento Tribunal de Justiça de Pernambuco TJ-PE, que não acatou a ação para julgar no júri. 
Jurisprudência não reconhecendo competência de júri para crime de aborto.
Conflito de Jurisdição: CJ 0005668-84.2012.8.17.0000 PE 0005668-84.2012.8.17.0000.
CONFLITO DE COMPETÊNCIA. CRIME PREVISTO NO ART. § 1º-B, INCISOS I E IV, DO CÓDIGO PENAL. FALSIFICAÇÃO, CORRUPÇÃO, ADULTERAÇÃO OU ALTERAÇÃO DE PRODUTO DESTINADO A FINS TERAPÊUTICOS OU MEDICINAIS. DETERMINAÇÃO DE REDISTRIBUIÇÃO DO FEITO A VARA DO JÚRI ANTE A ATRAÇÃO DOS DEMAIS DELITOS PELOS CRIMES CONTRA A VIDA, NO CASO, PRETENSO ABORTO. CONFLITO NEGATIVO SUSCITADO PELO JUÍZO DA VARA DO JÚRI POR ENTENDER NÃO HAVER PROVA DA MATERIALIDADE DO CRIME DE ABORTO. COMPETÊNCIA DO JUÍZO SUSCITADO. DECISÃO UNÂNIME.
Uma vez não observada a prova de materialidade do crime de aborto, não se a possibilidade de permitir, o processamento da ação penal para elucidação do fato criminoso, no qual, se quer, há materialidade comprovada.
A unanimidade de votos, declarou-se a competência do juízo suscitado da 3º vara criminal da comarca de Olinda, para julgar e processar o feito.
Referências bibliográficas: jurisprudência; Conflito de Jurisdição: CJ 0005668-84.2012.8.17.0000 PE 0005668-84.2012.8.17.0000. Curso de Direito Penal Parte Geral Vol. 1 CAPEZ (2008, pág 108). Legislação Código Penal e processo penal.
Sites de pesquisa: JusBrasil.com, Âmbitojurídico.com, direitonet.com

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