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1 SIMULADO TEMÁTICO Delegado de Polícia CADERNO DE QUESTÕES DIREITO PENAL 1. O princípio da insignificância ou da bagatela exclui a A. punibilidade. B. executividade. C. tipicidade material. D. ilicitude formal. E. culpabilidade. 2. No que concerne ao princípio da insignificância, assinale a afirmativa INCORRETA. A. Seu reconhecimento exclui a tipicidade material da conduta. B. Aplica-se quando se mostra ínfima a lesão ao bem jurídico tutelado. C. Somente pode ser invocado em relação a fatos que geraram mínima perturbação social. D. Exige, para seu reconhecimento, que as consequências da conduta tenham sido de pequena relevância. E. Só é admissível em crimes de menor potencial ofensivo. 3. Segundo entendimento sumulado do Superior Tribunal de Justiça, INAPLICÁVEL o princípio da insignificância: A. aos crimes ambientais e aos crimes patrimoniais sem violência ou grave ameaça à pessoa, se reincidente o acusado. B. aos crimes praticados contra a criança e o adolescente e aos crimes contra a ordem tributária. C. às contravenções penais praticadas contra a mulher no âmbito das relações domésticas e aos crimes contra a Administração pública. D. aos crimes de licitações e às infrações de menor potencial ofensivo, já que regidas por lei especial. E. aos crimes de violação de direito autoral e aos crimes previstos no estatuto do desarmamento 4. Considerando a doutrina e a jurisprudência dos tribunais superiores acerca dos crimes em espécie, julgue o seguinte item. Situação hipotética: Um servidor público, no exercício de suas funções, foi vítima de injúria e difamação. Assertiva: Nessa situação, será concorrente a legitimidade do servidor ofendido, mediante queixa, e do Ministério Público, condicionada à representação do ofendido, para a ação penal correspondente. 5. Analise o enunciado da questão abaixo e assinale se ele é Certo ou Errado. Responde pela prática do crime de injúria racial, disposto no § 3º do artigo 140 do Código Penal Brasileiro e não pelo artigo 20 da Lei n. 7.716/89 (Discriminação Racial) pessoa que ofende uma só pessoa, chamando-lhe de macaco e negro sujo. 6. Em relação aos crimes previstos na parte especial do Código Penal, ao crime de abuso de autoridade e ao que dispõem o Estatuto do Idoso e a Lei contra o Preconceito, julgue os próximos itens. O crime de 2 injúria qualificada consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência para ofender a dignidade ou o decoro de alguém. Diferentemente do que ocorre no caso de crime de racismo, a injúria qualificada processa-se por ação penal pública condicionada a representação. 7. Em relação aos crimes contra a pessoa, julgue os itens subsecutivos. Considere a seguinte situação hipotética. Márcio, funcionário público lotado no órgão X, teve seu notebook furtado nas dependências desse órgão. Em seguida, por ter uma desavença pessoal com Jaime, também funcionário do referido órgão, Márcio denunciou Jaime ao seu chefe imediato, pelo furto do aparelho, mesmo não havendo nenhuma prova ou indício da autoria do fato. Nessa situação, Márcio cometeu o crime de injúria. 8. Policial rodoviário federal que se apropriar de dinheiro público, do qual tenha posse em razão de seu cargo, estará sujeito às penas do crime de corrupção passiva. 9. No que se refere aos crimes praticados por funcionário público contra a administração em geral, julgue o seguinte item. O vereador que, em razão do seu cargo, solicitar parte do salário de seus assessores em benefício próprio praticará o crime de concussão. 10. No que se refere aos crimes praticados por funcionário público contra a administração em geral, julgue o seguinte item. Praticará o crime de corrupção passiva o médico — seja ele servidor público ou não — que, em atendimento pelo Sistema Único de Saúde, exigir do segurado quantia em dinheiro para a realização de consulta. 11. (Questão inédita - MC). Conforme previsão expressa no Código Penal brasileiro, o erro de tipo ocorre sobre o elemento constitutivo do tipo legal e exclui o dolo, permitindo a punição por crime culposo, desde que a Lei penal admita tal punição a título de culpa. 12. (Questão inédita – MC). Erro de tipo essencial escusável, por ser inevitável, exclui o dolo e a culpa. Nesse sentido, a doutrina é uníssona ao estabelecer que, para que seja aferido se o erro foi escusável ou inescusável, o magistrado deve analisar as circunstâncias do caso concreto, como o grau de instrução do agente, sua idade e condição social. 13. (Questão inédita – MC). O erro de tipo Essencial e o Erro de Tipo Acidental se distinguem na medida em que o primeiro se refere ao erro sobre as elementares do tipo penal, e o segundo sobre dados secundários do tipo. Em relação a esse tema, julgue o item a seguir: O erro sobre objeto, ou error in objecto, possui tratamento previsto no Código penal e estabelece que o agente, ao atingir coisa distinta daquela que pretendia, responderá em relação ao objeto efetivamente atingido, e não em relação ao pretendido. 14. Vitor, namorado de Ana, motivado por ciúmes, resolveu matar o ex-namorado dela, Bruno. Adquiriu, ilegalmente, uma arma de fogo para executar o crime e a guardou dentro de um armário em seu quarto. Vitor, então, mandou uma mensagem para Bruno pelo celular de Ana, fingindo ser ela e combinou de se encontrarem no dia seguinte. Bruno, pensando estar conversando com Ana, aceitou o convite. Durante 3 a noite, Vitor desistiu de executar o crime. No dia seguinte, foi ao shopping e lá foi preso, pois Bruno havia descoberto o plano e avisado à polícia. Acerca dessa situação hipotética, julgue o seguinte item. A polícia agiu de forma correta ao prender Vitor, que responderá por tentativa de homicídio. 15. Mário, após ingerir bebida alcoólica em uma festa, agrediu um casal de namorados, o que resultou na morte do rapaz, devido à gravidade das lesões. A moça sofreu lesões leves. A partir dessa situação hipotética, julgue o item a seguir. Se, após a apuração dos fatos, a morte do rapaz caracterizar homicídio simples doloso, a conduta de Mário não será classificada como crime hediondo. 16. O crime de disparo de arma de fogo (art. 15 da Lei n. 10.826/2003) se configura na modalidade preterdolosa se for praticado como meio para a execução de um homicídio (tipificado no art. 121, “caput”, do CP). 17. (Questão Inédita – MC). Julgue a seguinte assertiva: José Encrenca praticou, em janeiro de 2021, falta grave no curso da execução penal. Segundo o STJ, o prazo prescricional para essa falta grave é de 3 (três) anos. 18. (Questão Inédita – MC). Julgue a seguinte assertiva: Como é o menor prazo para prescrição do código penal, as medidas punitivas para o crime de uso de drogas do art. 28 da lei 11.343/2006 prescrevem em 3 (três) anos. 19. (Questão Inédita – MC). Julgue a seguinte assertiva: Mévio foi condenado por estelionato e a sentença transitou em julgado enquanto estava cumprindo pena por roubo. A prescrição pelo crime de estelionato começou a correr quando foi publicada no diário oficial. 20. Relativamente ao tema da territorialidade e extraterritorialidade, analise a afirmativa: Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro os crimes contra a administração pública, por quem está a seu serviço. 21. Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro os crimes contra o patrimônio da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território ou de Município quando não sejam julgados no estrangeiro. DIREITO PROCESSUAL PENAL 22. No curso de inquérito, a autoridade policial intimou Pedro a, na qualidade de testemunha, prestar informações sobre determinado fato delituoso. Na condição de testemunha, Pedro: A. não estará obrigado a comparecer à delegacia para prestar informações,tendo em vista a ausência de poder da autoridade policial para tal intimação; B. estará obrigado a comparecer à delegacia e prestar informações com o dever legal de dizer a verdade, ainda que possua relação de parentesco em linha reta com o investigado; C. não estará obrigado a comparecer à delegacia, podendo se valer do direito ao silêncio, ainda que não tenha relação com os fatos; D. estará obrigado a comparecer à delegacia, mas, independentemente da relação com o investigado, não terá a obrigação legal de dizer a verdade, por ainda não haver denúncia; E. estará obrigado a comparecer à delegacia, mas não precisará responder às perguntas formuladas que puderem resultar em autoincriminação. 4 23. A doutrina e a jurisprudência majoritárias admitem o denominado arquivamento implícito, que consiste no fato de o oferecimento de denúncia pelo Ministério Público por apenas alguns dos crimes imputados ao indiciado impedir que os demais sejam objeto de futura ação penal. 24. No curso de inquérito policial para investigar a prática de crime sexual, a autoridade policial entendeu necessária a realização de exame de DNA de Leonardo, suspeito do delito, para colher informações sobre a sua autoria. Nesse sentido, a prova em questão: A. não poderá ser recusada por Leonardo, diante da sua condição de indiciado, independentemente de exigir comportamento ativo ou passivo; B. poderá ser realizada, independentemente da concordância de Leonardo, ainda que invasiva, mas exige decisão judicial prévia; C. poderá ser recusada por Leonardo no curso do inquérito policial, mas não no curso de processo judicial; D. poderá ser realizada sobre material descartado por Leonardo, independentemente de sua concordância; E. poderá ser realizada independentemente da concordância de Leonardo, ainda que exija comportamento ativo do agente, desde que sujeita ao contraditório e ampla defesa. 25. O juiz é livre para apreciar as provas e, de acordo com sua convicção íntima, poderá basear a condenação do réu exclusivamente nos elementos informativos colhidos no IP. 26. Conforme disposição expressa no Código de Processo Penal vigente, o Delegado de Polícia que preside investigação policial sobre o crime previsto no artigo 149-A (Tráfico de Pessoas) do Código Penal- Decreto- Lei n° 2.848/1940, dentre as providências a serem adotadas, poderá requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de empresas de iniciativa privada, dados e informações cadastrais da vítima ou dos suspeitos. 27. Assinale a alternativa correta a respeito de prova, indiciamento e inquérito policial, com base na legislação, na jurisprudência e na doutrina majoritária. Conforme a lei, o indiciamento é ato privativo do delegado de polícia ou do órgão do Ministério Público, devendo ocorrer por meio de ato fundamentado, que, mediante análise técnico-jurídica do fato, deverá indicar a autoria, a materialidade e suas circunstâncias. 28. A respeito do inquérito policial, assinale a alternativa. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela. 29. A respeito do inquérito policial, assinale a opção correta, tendo como referência a doutrina majoritária e o entendimento dos tribunais superiores. 5 De acordo com a Lei de Drogas, estando o indiciado preso por crime de tráfico de drogas, o prazo de conclusão do inquérito policial é de noventa dias, prorrogável por igual período desde que imprescindível para as investigações. 30. Na hipótese de haver conflito de atribuição entre membros do MPF e de Ministérios Públicos estaduais, compete ao PGR - Procurador Geral da República, na condição de órgão nacional do Ministério Público dirimir este conflito. 31. José, réu primário, foi preso em flagrante acusado de ter praticado crime doloso punível com reclusão de no máximo quatro anos. Na audiência de custódia, o juiz decretou a prisão preventiva de ofício. No entanto, a defesa de José solicitou, em seguida, a reconsideração da decisão, com base no argumento de que a conduta do preso era atípica. O juiz acatou a tese e relaxou a prisão. Considerando essa situação hipotética, julgue o item subsequente. Devido à pena prevista para o crime praticado por José, delegados ficam vedados a arbitrar a fiança. 32. Acerca de prisão, de liberdade provisória e de fiança, julgue o próximo item de acordo com o entendimento do STF e a atual sistemática do Código de Processo Penal. Situação hipotética: A polícia foi informada da possível ocorrência de crime em determinado local. Por determinação da autoridade policial, agentes se dirigiram ao local e aguardaram o desenrolar da ação criminosa, a qual ensejou a prisão em flagrante dos autores do crime quando praticavam um roubo, que não chegou a ser consumado. Foi apurado, ainda, que se tratava de conduta oriunda de grupo organizado para a prática de crimes contra o patrimônio. Assertiva: Nessa situação, o flagrante foi lícito e configurou hipótese legal de ação controlada. 33. Considerando a doutrina majoritária e o entendimento dos tribunais superiores, julgue a seguinte assertiva: O flagrante diferido que permite à autoridade policial retardar a prisão em flagrante com o objetivo de aguardar o momento mais favorável à obtenção de provas da infração penal prescinde, em qualquer hipótese, de prévia autorização judicial. 34. Carlito integra uma organização criminosa especializada em pirataria de materiais preparatórios para concursos públicos. Além disso, traficam drogas e contrabandeiam cigarros do exterior. A partir dessa situação hipotética, julgue o item subsequente. Se Carlito for preso em flagrante e o escrivão estiver internado por Covid no hospital da cidade, de modo a estar incapacitado de proceder à lavratura do auto de prisão, a autoridade policial poderá designar qualquer pessoa para fazê-lo, desde que esta preste o compromisso legal anteriormente. 35. José, réu primário, foi preso em flagrante acusado de ter praticado crime doloso punível com reclusão de no máximo quatro anos. Na audiência de custódia, o juiz decretou a prisão preventiva de ofício. No 6 entanto, a defesa de José solicitou, em seguida, a reconsideração da decisão, com base no argumento de que a conduta do preso era atípica. O juiz acatou a tese e relaxou a prisão. Considerando essa situação hipotética, julgue o item subsequente. Nessa situação, a primeira decisão do juiz foi regular, já que os tribunais superiores têm admitido, de ofício, a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva durante a audiência de custódia. 36. O Promotor de Justiça que passa a atuar no processo decorrente de desmembramento oriundo do Tribunal de Justiça permanece vinculado a denúncia anteriormente oferecida pelo Procurador Geral da Justiça. 37. Conforme entendimento da Jurisprudência do STJ, a companheira, em união estável homoafetiva reconhecida, goza do mesmo status de cônjuge para o processo penal, possuindo legitimidade para ajuizar a ação penal privada. 38. Considerando a entrada em vigor do Pacote Anticrime (Lei n. 13.964/2019), não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal e circunstancialmente a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 6 (seis) anos, o Ministério Público poderá propor acordo de não persecução penal, desde que necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime observados os requisitos legais exigidos. 39. Tendo como fundamento a jurisprudência dos tribunais superiores, assinale a opção correta, a respeito de ação penal. Na queixa-crime, a omissão involuntária, pelo querelante, de algum coautor implicaráo reconhecimento da renúncia tácita do direito de queixa pelo juiz e resultará na extinção da punibilidade. 40. Um dos motivos para se considerar perempta a ação penal é quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 30 (trinta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo. 41. A jurisprudência mais recente do Supremo Tribunal Federal passou a readmitir a execução provisória da pena, de modo que o princípio da presunção de inocência, atualmente, é objeto de grande relativização. 42. A prisão preventiva imposta à mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência será substituída por prisão domiciliar, desde que A. não se trate a gestante de reincidente ou portadora de maus antecedentes. B. não seja a gestante líder de organização criminosa ou participante de associação criminosa. C. não se trate de acusada por crime hediondo ou equiparado. D. não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça à pessoa e não tenha cometido o crime contra seu filho ou dependente. E. tenha havido prévia reparação do dano e as circunstâncias do fato e a personalidade da gestante indicarem se tratar de medida suficiente à prevenção e reprovação do crime. 7 43. O Código de Processo Penal e a Lei de Execuções Penais disciplinam a prisão em residência particular. É requisito comum a ambas as normas: A. ser o homem preso o único responsável pelos cuidados de criança de até 12 anos de idade. B. a presa ser gestante. C. a pessoa beneficiada ser maior de 70 anos. D. estar o(a) preso(a) extremamente debilitado(a) por motivo de doença grave. E. a prisão domiciliar substituir a prisão em regime fechado. 44. Em relação às provas no processo penal, o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação conforme jurisprudência. 45. Em relação às provas no processo penal, quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito direto, podendo supri-lo a confissão do acusado e o laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 (dez) dias, podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos. 46. (Questão inédita – MC). Sobre a figura do juiz das garantias, com sua eficácia suspensa temporariamente, é correto afirmar que o juiz das garantias deve receber a comunicação da prisão, no prazo de 24 horas a contar de sua efetivação. 47. (Questão inédita – MC). Conforme as alterações produzidas no Código de Processo Penal, pela Lei n. 13.964/2019 denominada de Pacote Anticrime, compete ao juiz das garantias: I - receber a comunicação imediata da prisão. II - receber o auto da prisão em flagrante para o controle da legalidade da prisão. III - zelar pela observância dos direitos do preso, podendo determinar que este seja conduzido à sua presença, a qualquer tempo. 48. (Questão inédita – MC). A Lei n. 13.964/2019 intitulada de Pacote Anticrime aperfeiçoou a legislação penal e processual penal, gerando diversas alterações no CP, CPP e Legislação Extravagante. No tocante as alterações promovidas pelo PAC e a figura do juiz das garantias, análise a assertiva: A competência do juiz das garantias abrange todas as infrações penais, exceto as de menor potencial ofensivo, e cessa com o oferecimento da denúncia ou queixa. 49. (Questão inédita – MC). Conforme as alterações produzidas no Código de Processo Penal, pela Lei n. 13.964/2019 denominada de Pacote Anticrime, o juiz das garantias deverá assegurar o cumprimento das regras para o tratamento dos presos, impedindo o acordo ou ajuste de qualquer autoridade com órgãos da imprensa para explorar a imagem da pessoa submetida à prisão, sob pena de responsabilidade civil, administrativa e penal. 8 50. A Lei n. 13.964/2019 intitulada de Pacote Anticrime aperfeiçoou a legislação penal e processual penal, gerando diversas alterações no CP, CPP e Legislação Extravagante. No tocante as alterações promovidas pelo PAC sobre a prisão preventiva, passou a prevê que a cada 60 dias o magistrado responsável pela prisão deverá realizar o controle de necessidade da mesma, sob pena de tornar a prisão ilegal, passível de relaxamento. 51. A Lei n. 13.964/2019 (Pacote Anticrime), alterou diversos dispositivos do Código Penal. No tocante as alterações produzidas no Código Penal, é correto afirmamos que a natureza da ação penal no crime de estelionato foi modificada. No atual cenário, a ação penal passa a ser incondicionada apenas de forma excepcional, se o delito for praticado contra a Administração Pública, direta ou indireta; contra criança ou adolescente; contra pessoa com deficiência mental; contra idoso ou contra incapaz. LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL 52. Com relação ao sujeito ativo, os crimes previstos na lei de drogas são considerados crimes comuns, o que significa que pode ser praticado por qualquer pessoa. Contudo, a condição do sujeito ativo poderá ensejar causa de aumento de pena. Em nenhuma hipótese teremos caso de crime próprio. 53. Em regra geral, os crimes previstos na lei de drogas são dolosos. Contudo, o legislador trouxe uma exceção a referida regra, trata-se do crime de prescrição de drogas sem determinação legal. 54. Os crimes da lei de droga são capitulados como crimes de perigo abstrato. 55. Com o advento da Lei n. 11.343/2006, tivemos uma mudança no tratamento conferido ao usuário de drogas. Atualmente, não mais será́ possível a aplicação de pena privativa de liberdade para o usuário de drogas, de modo que podemos concluir que a conduta de porte de droga para consumo pessoal não é mais considerada crime. 56. Conforme a Lei N.º 11.343/06, assinale a alternativa INCORRETA: A. É indispensável, para a materialidade do delito de tráfico de drogas, que o agente esteja exercendo a venda da substância entorpecente proibida. B. Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente. C. Tratando-se do crime de porte de drogas para consumo pessoal, não se imporá prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando- se as requisições dos exames e perícias necessários. D. Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e estabelecimento da materialidade do delito, é suficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea. E. A destruição das drogas será executada pelo delegado de polícia competente no prazo de 15 (quinze) dias na presença do Ministério Público e da autoridade sanitária. 9 57. Assinale a alternativa correta quanto à Lei de Interceptação Telefônica (Lei nº 9.296/1996). A. As interceptações das comunicações telefônicas são admitidas como meio de prova para qualquer crime, desde que devidamente fundamentadas. B. A captação ambiental não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por decisão judicial por iguais períodos, se comprovada a indispensabilidade do meio de prova e quando presente atividade criminal permanente, habitual ou continuada. C. A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz, de ofício ou a requerimento da autoridade policial, na instrução processual penal. D. Durante o inquérito, a gravação que não interessar à prova será inutilizada por decisão da autoridade policial, em virtude de requerimento do Ministério Públicoou da parte interessada. E. O incidente de inutilização será assistido pelo Ministério Público, sendo compulsória a presença do acusado ou de seu representante legal. 58. Tramita no âmbito interno da Polícia Civil do Estado do Rio Grande do Norte processo administrativo disciplinar (PAD) que apura eventual falta funcional praticada por certo delegado de polícia. Durante a instrução do PAD, foi verificada pela autoridade competente que o conduz a necessidade de obtenção de prova emprestada, consistente em interceptação telefônica realizada no bojo de processo criminal. De acordo com a jurisprudência dos Tribunais Superiores, o compartilhamento de prova pretendido é: A. inviável, pois a Constituição da República de 1988 prevê que é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas; B. inviável, pois a Constituição da República de 1988 prevê que a interceptação telefônica somente pode ser utilizada para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; C. viável, desde que devidamente autorizada pelo juízo criminal competente e respeitados os princípios do contraditório e da ampla defesa; D. viável, independentemente de prévia autorização pelo juízo criminal, porque, uma vez produzida, a prova pertence ao Estado que é uno; E. inviável, pois a Constituição da República de 1988 prevê que a interceptação telefônica somente pode ser produzida no âmbito de investigação e processo criminal ou ação de improbidade administrativa. 59. Relativamente à interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para prova em investigação criminal e em instrução processual penal, assinale a alternativa. Conforme entendimento da jurisprudência pacífica do STF e do STJ, é ilegal que a interceptação telefônica seja determinada apenas com base em “denúncia anônima”. Contudo, se após a denúncia anônima tiver ocorrido a investigação preliminar, poderá ser decretada a interceptação telefônica. 60. De acordo com as alterações promovidas pela Lei n. 13.964/2019 (Pacote Anticrime), a Lei de Interceptações Telefônicas passou a regulamentar a captação ambiental expressamente, bem como, criminalizou a conduta de realizar captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos para investigação ou instrução criminal sem autorização judicial, quando esta for exigida, salvo quando a captação for realizada por um dos interlocutores. 61. Assinale a alternativa correta com relação às disposições processuais penais especiais. 10 Não será deferida a interceptação de comunicações telefônicas quando o fato criminoso investigado for punido, no máximo, com pena de detenção. MEDICINA LEGAL 62. (Questão inédita – MC). Ações perfurantes promovem a chamada lesão punctória, em forma de ponto, se o instrumento for de médio ou pequeno calibre. Aos instrumentos perfurantes de grosso calibre, aplicar-se-ão as Leis da semelhança e do paralelismo de Filhós. 63. (Questão inédita – MC). Segundo a Lei do Paralelismo de Filhós, uma lesão causada por instrumento perfurante de médio calibre será semelhante ao formato de uma lesão causada por um instrumento de 2 (dois) gumes. 64. (Questão inédita – MC). A Lei de Langer explica ações punctórias que geram feridas com aspecto Estrelado, Irregular, ou em ponta de seta. 65. (Questão inédita – MC). A profundidade máxima de uma lesão punctória é aquela do instrumento perfurante utilizado na agressão. 66. (Questão Inédita – MC). Em relação aos ferimentos produzidos por instrumentos cortantes, julgue o item a seguir: A análise do sinal de Chavigny é utilizada para identificar a ordem das lesões produzidas com material cortante, de modo a permitir que o cirurgião avalie a ordem pela qual irá suturar as lesões. 67. Questão inédita – MC). Em regra, os instrumentos cortantes produzem feridas incisas, cujo comprimento prevalece sobre a profundidade, podendo-se observar bordas lisas e regulares e cauda de escoriação. 68. (Questão inédita – MC). A decapitação consiste em lesão provocada por instrumento cortante na qual ocorre a secção da cabeça, separando-a totalmente do resto do corpo. 69. (Questão inédita – MC). O Espostejamento é a secção do corpo em vários segmentos a partir das articulações. CRIMINOLOGIA 70. (Questão inédita - MC). Os métodos utilizados pela Escola Clássica, embora distintos daqueles utilizados pelo Direito Penal, ainda não foram suficientes para que os Clássicos fossem considerados parte da etapa científica da Criminologia. 11 71. (Questão inédita – MC). Dentre os aspectos históricos afeitos à Escola Clássica, destaca-se a proeminência do poder econômico, político e intelectual dos Estados Unidos no período, enrijecidos após a 1ª Guerra Mundial. 72. (Questão inédita – MC). Feuerbach, Cesare Lombroso e Francesco Carrara são alguns dos principais nomes atribuídos ao desenvolvimento da Escola Clássica. Nesse contexto, cita-se como obra inaugural o livro “Dos Delitos e das Penas”, escrito por Feuerbach. 73. (Questão inédita – MC). Para Cesare Beccaria, a justificativa para a criação dos tipos penais e a consequente aplicação das penas se baseia no conceito de dano social, tendo defendido a aplicação de penas severas e neutralizadoras, o que foi posteriormente rechaçado pela escola positivista. 74. (Questão inédita – MC). Para Giandomenico Romagnosi, a principal função da pena é o contraestímulo ao delito, de modo que, se após o primeiro delito existisse a certeza moral de não ocorreria nenhum outro, a sociedade não teria direito algum de punir o delinquente. 75. (Questão inédita – MC). Atribui-se a Francesco Carrara a introdução da ideia de livre arbítrio como justificativa da prática de crimes. 76. (Questão inédita – MC). Para os expoentes da Escola clássica, o criminoso era um ser normal que simplesmente optava por cometer crimes, orientado por sua vontade racional à quebra do contrato social. Com base no tema, julgue o item a seguir: Pertence à Escola clássica a defesa de penas como a morte e a tortura, justificando-as pela inutilidade das demais penas em face à possibilidade de reincidência. 77. (Questão inédita – MC). Considera-se a obra “O Homem Delinquente” um dos marcos da inauguração da Escola positivista, que inicia a fase científica da criminologia. Dentre as características que caracterizam a etapa científica, está a utilização do método empírico. SÚMULAS 78. (Questão Inédita – MC). Segundo entendimento sumulado do Superior Tribunal de Justiça, a folha de antecedentes criminais não se apresenta como documento suficiente a comprovar os maus antecedentes e a reincidência. 79. (Questão Inédita – MC). Análise se a assertiva reflete o exato entendimento de Súmula editada pelo STJ. O indulto extingue os efeitos primários da condenação, contudo não atinge os efeitos secundários, penais ou extrapenais. 12 80. (Questão Inédita – MC). À luz da jurisprudência sumulada do STJ, para que seja aplicável a causa atenuante da confissão espontânea no crime de tráfico ilícito de entorpecentes se exige o reconhecimento da traficância pelo acusado, não bastando a mera admissão da posse ou propriedade para uso próprio. 81. (Questão Inédita – MC). À luz da jurisprudência sumulada do STJ, aplica-se o princípio da insignificância a casos de transmissão clandestina de sinal de internet via radiofrequência, não caracterizando o fato típico previsto no art. 183 da Lei n. 9.472/1997. 82. (Questão Inédita – MC). Análise se a assertiva reflete o exato entendimento do STJ. Para a incidência da causa especial de aumento de pena prevista no inciso I do art. 40 da Lei de Drogas, é irrelevante que haja a efetiva transposição das fronteiras nacionais, sendo suficiente, para a configuração da transnacionalidade do delito, quehaja a comprovação de que a substância tinha como destino/origem localidade em outro País. 83. (Questão Inédita – MC). De acordo com a jurisprudência sumulada do STJ, o princípio da insignificância é aplicável aos crimes contra a administração pública. 84. (Questão Inédita – MC). Com relação aos crimes contra a dignidade sexual, de acordo com a Jurisprudência sumulada do STJ, assinale a alternativa. O crime de estupro de vulnerável se configura com a conjunção carnal ou prática de ato libidinoso com menor de 14 anos, sendo irrelevante eventual consentimento da vítima para a prática do ato, sua experiência sexual anterior ou existência de relacionamento amoroso com o agente. 85. (Questão Inédita – MC). À luz da jurisprudência sumulada do STJ, a conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é considerada atípica, na hipótese que for alegada para garantia da autodefesa. 86. (Questão Inédita – MC). Análise se a assertiva reflete o exato entendimento de Súmula editada pelo STJ em vigência. Compete ao foro do local da RECUSA processar e julgar o crime de estelionato mediante cheque sem provisão de FUNDOS. 87. (Questão Inédita – MC). Segundo entendimento sumulado do Superior Tribunal de Justiça, a superveniência da sentença condenatória prejudica o pedido de trancamento da ação penal por falta de justa causa feito em habeas corpus. JURISPRUDÊNCIA 88. (Questão inédita – MC). À luz da jurisprudência do STJ, a conduta de introduzir chip de aparelho celular em presídio não caracteriza crime. 13 89. (Questão inédita – MC). Conforme entendimento mais recente da Jurisprudência do STF, a decisão proferida em audiência de custódia reconhecendo a atipicidade do fato faz coisa julgada. 90. (Questão inédita – MC). Conforme entendimento mais recente da Jurisprudência do STJ, a falta de mandado invalida a busca e apreensão mesmo na hipótese de o apartamento encontrar-se desabitado. 91. (Questão inédita – MC). Conforme entendimento do STJ, é possível a citação, no processo penal, via WhatsApp. 92. (Questão inédita – MC). À luz da jurisprudência do STJ, o tempo que o réu ficou submetido à medida cautelar de recolhimento domiciliar com tornozeleira não poderá ser descontado da pena imposta na condenação. 93. (Questão inédita – MC). À luz da jurisprudência do STF, é constitucional a lei estadual que proíbe publicidade dirigida às crianças nos estabelecimentos de educação básica. 94. (Questão inédita – MC). Na busca de garantir a observância do princípio da impessoalidade e moralidade, restou vedado em nosso Ordenamento Jurídico Brasileiro a prática denominada de Nepotismo. No tocante ao nepotismo, conforme a Jurisprudência, a nomeação da esposa do prefeito como Secretária Municipal configura, por si só, nepotismo e ato de improbidade administrativa. 95. (Questão inédita – MC). O crime de fraude à licitação é material e para a sua consumação é imprescindível a comprovação do prejuízo ou da obtenção de vantagem. 96. (Questão inédita – MC). Com o advento da Lei n. 13.964/2019, denominada de “Pacote Anticrime”, não é mais possível que o juiz, de ofício, converta a prisão em flagrante em prisão preventiva, sendo indispensável o requerimento. 97. (Questão inédita – MC). À luz da Jurisprudência do STJ, a da irmã de vítima do crime de estupro de vulnerável poderá responder por conduta omissiva imprópria se assumia o papel de garantidora. DIREITO ADMINISTRATIVO 98. (Questão inédita – MC). A legitimidade das cláusulas exorbitantes nos contratos administrativos melhor se justifica em razão da vigência do princípio da indisponibilidade do interesse público. 99. (Questão inédita – MC). A supremacia do interesse público decorre de previsão expressa na Constituição Federal. 14 100. (Questão inédita – MC). O conceito de interesse público primário está atrelado aos interesses individuais do próprio Estado, exercido por meio das atividades-fim do Poder Público. 101. Nos processos administrativos, cabe ao administrador público exercer atuação segundo os padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé. Assim o fazendo, ele estará cumprindo o princípio da: A. legalidade. B. impessoalidade. C. moralidade. D. publicidade. E. eficiência. 102. (Questão Inédita – MC). Diante da jurisprudência sumulada do STJ, é correto afirmar que: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. 103. (Questão Inédita – MC). A Constituição Federal em seu artigo 37, § 6º, define que as pessoas jurídicas de Direito Público e as pessoas jurídicas de Direito Privado, em qualquer situação, deverão responder pelos danos causados que seus agentes causarem a terceiros. 104. (Questão Inédita – MC). Sobre o tema Responsabilidade Civil do Estado e o entendimento dos Tribunais Superiores, entende-se que a vítima de dano causado pelo Estado tem a opção de contra quem poderá propor a respectiva indenização, leia-se, se diretamente do agente público responsável ou da entidade a qual ele se encontra subordinado. 105. (Questão Inédita – MC). À luz da Jurisprudência do STF, o Estado responde, objetivamente, pelos atos dos tabeliães e registradores oficiais que, no exercício de suas funções, causem dano a terceiros, assentado o dever de regresso contra o responsável, nos casos de dolo ou culpa, sob pena de improbidade administrativa. 106. (Questão inédita – MC). A técnica da desconcentração, pela qual atribuições são repartidas entre órgãos públicos pertencentes a uma única pessoa jurídica, elimina a vinculação hierárquica entre esses. 107. (Questão inédita – MC). A criação de Ministérios e de Secretarias estaduais e municipais está relacionada à técnica da descentralização administrativa. 108. As Sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de direito privado, instituídas pelo Poder Público, sob qualquer forma jurídica, para exploração de atividades de natureza econômica ou execução de serviços públicos. 15 109. As agências reguladoras - autarquias de regime especial com estabilidade e independência em relação ao ente que as criou - são responsáveis pela regulamentação, pelo controle e pela fiscalização de serviços públicos, atividades e bens transferidos ao setor privado. DIREITO CIVIL 110. Um homem de cinquenta anos de idade assassinou a tiros a esposa de trinta e oito anos de idade, na manhã de uma quarta-feira. De acordo com a polícia, o homem chegou à casa do casal em uma motocicleta, chamou a mulher ao portão e, quando ela saiu de casa, atirou nela com uma arma de fogo, matando-a imediatamente. Em seguida, ele se matou no mesmo local, com um disparo da arma encostada na própria têmpora. Considerando a situação hipotética apresentada e os diversos aspectos a ela relacionados, julgue o item a seguir. O evento caracteriza um episódio de comoriência. 111. Amanda tem 15 anos de idade. Mateus, por deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática pessoal dos atos da vida civil. Tício é excepcional, sem desenvolvimento mental completo. De acordo com o Código Civil e o Estatuto da Pessoa com Deficiência, considera(m)-se absolutamente incapaz(es) de exercer, pessoalmente, os atos da vida civil: A. Amanda e Mateus. B. Amanda. C. Mateus e Tício. D. Mateus. 112. Fernando, atualmente, com 17 (dezessete) anos de idade, nasceu sem o movimento das pernas. Quanto a personalidade e capacidade de Fernando, podemos afirmar possui incapacidade relativa apenas em razão do critério etário. 113. Pela leitura dos enunciados normativos do Código Civil brasileiro, assinale a alternativa.Com exceção dos casos previstos em lei, o exercício dos direitos de personalidade não pode sofrer, voluntariamente, limitações, observada a característica da irrenunciabilidade de tais direitos. DIREITO CONSTITUCIONAL 114. (Questão Inédita – MC). O texto constitucional possui normas constitucionais de duas espécies, as chamadas normas constitucionais originárias e normas constitucionais derivadas. No tocante as normas constitucionais originárias, não podem ser objeto de controle de constitucionalidade. 115. (Questão Inédita – MC). Sobre a estrutura da Constituição, contemplamos que a Constituição pode ser repartida, estruturalmente, em três partes, a saber: preâmbulo; parte permanente e ADCT. 16 A respeito da Estrutura da Constituição, assinale a alternativa a seguir: O preâmbulo e a parte permanente podem ser objeto do controle de constitucionalidade. O ADCT, por sua vez, em virtude do seu caráter de normas transitórias, não pode ser parâmetro do controle de constitucionalidade. 116. (Questão Inédita – MC). Sobre o tema classificação das constituições, é correto afirmamos que a constituição pode ser classificada quanto a diversos critérios. Quanto à forma, a constituição pode ser classificada como escrita ou não escrita. Classifica-se como escrita, a Constituição formada por um conjunto de regras sistematizadas e organizadas em um único documento, estabelecendo as normas fundamentais de um Estado. Por outro lado, as constituições não escritas são aquelas não trazem as regras em um único texto solene e codificado. É formada por “textos” esparsos, reconhecidos pela sociedade como fundamentais, e baseia- se nos usos, costumes, jurisprudência, convenções1. 117. (Questão Inédita – MC). Com relação ao tema Teoria da Constituição e a estrutura da constituição, segundo o entendimento da Suprema Corte (STF), o preâmbulo não é considerado norma constitucional, adotou-se a chamada teoria da irrelevância jurídica do preâmbulo. 118. (Questão Inédita – MC). Sobre o tema classificação das constituições, é correto afirmamos que a constituição pode ser classificada quanto a diversos critérios. Quanto à origem, a constituição pode ser classificada como democrática, outorgada, cesarista ou dualista. Considera-se cesarista a constituição que é constituída sem qualquer resquício da participação popular, sendo imposta de forma unilateral pelo governador. 119. (Questão Inédita – MC). No tocante ao tema poder constituinte e suas diversas espécies, análise o item a seguir. Quanto às dimensões, o poder constituinte originário pode ser considerado material ou formal. O poder constituinte material é o poder responsável por delimitar os valores que serão observados na Constituição, encontra-se atrelado a ideia do conteúdo de uma nova Constituição, sendo ele posterior ao poder constituinte formal. O poder constituinte formal, por sua vez, é aquele que formaliza a criação em si da norma jurídica. 120. (Questão Inédita – MC). A respeito da teoria do poder constituinte e suas características, o poder constituinte originário é classificado como um poder inicial, ilimitado, condicionado e autônomo. 1 Conceito proposto pelo professor Pedro Lenza - Direito Constitucional esquematizado / Pedro Lenza. – Coleção esquematizado / coordenador Pedro Lenza – 24. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2020. 17 SIMULADO TEMÁTICO Delegado de Polícia CADERNO DE QUESTÕES com Gabarito Comentado DIREITO PENAL 1. O princípio da insignificância ou da bagatela exclui a A. punibilidade. B. executividade. C. tipicidade material. D. ilicitude formal. E. culpabilidade. Gabarito. C. O reconhecimento da incidência do princípio da insignificância trata-se de causa supralegal de exclusão da tipicidade material. Cuida-se de causa de exclusão da tipicidade (material) da conduta. Vamos REVISAR? PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA2 Origem Quem primeiro tratou sobre o princípio da insignificância no direito penal foi Claus Roxin, em 1964. Terminologia Também é chamado de princípio da bagatela ou infração bagatelar própria. Previsão Legal O princípio da insignificância não tem previsão legal no direito brasileiro. Trata-se de uma criação da doutrina e da jurisprudência. Natureza Jurídica Causa supra legal de exclusão da tipicidade material. Tipicidade Material A tipicidade penal divide-se em: • Tipicidade Formal (ou Legal): é a adequação (conformidade) entre a conduta praticada pelo agente e a conduta descrita abstratamente na lei penal incriminadora. • Tipicidade Material (ou Substancial): é a lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico protegido pelo tipo penal. Verificar se há tipicidade formal significa examinar se a conduta praticada pelo agente amolda-se ao que está previsto como crime na lei penal. Verificar se há tipicidade material consiste em examinar se essa conduta praticada pelo agente e prevista como crime produziu efetivamente lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico protegido pelo tipo penal. Primeiro se verifica se a conduta praticada pelo agente se enquadra em algum crime descrito pela lei penal. • Se não se amoldar, o fato é formalmente atípico. • Se houver essa correspondência, o fato é formalmente típico. • Sendo formalmente típico, é analisado se a conduta produziu lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico que este tipo penal protege. • Se houver lesão ou perigo de lesão, o fato é também materialmente típico. • Se não houver lesão ou perigo de lesão, o fato é, então, materialmente atípico. 2 Tabela extraída do material do Legislação Bizurada @deltacaveira. 18 Princípio da Insignificância e Tipicidade Material Se o fato for penalmente insignificante, quer dizer que não lesou nem causou perigo de lesão ao bem jurídico. Logo, aplica-se o princípio da insignificância e o réu é absolvido por atipicidade material, com fundamento no art. 386, III, do CPP. O princípio da insignificância atua, então, como um instrumento de interpretação restritiva do tipo penal. 2. No que concerne ao princípio da insignificância, assinale a afirmativa INCORRETA. A. Seu reconhecimento exclui a tipicidade material da conduta. B. Aplica-se quando se mostra ínfima a lesão ao bem jurídico tutelado. C. Somente pode ser invocado em relação a fatos que geraram mínima perturbação social. D. Exige, para seu reconhecimento, que as consequências da conduta tenham sido de pequena relevância. E. Só é admissível em crimes de menor potencial ofensivo. Gabarito. E. Não há essa restrição quanto a aplicação do princípio da insignificância. É cabível em qualquer crime (e não apenas os de menor potencial ofensivo), desde que atendidos os requisitos objetivos e subjetivos previstos na doutrina e Jurisprudência. Requisitos Objetivos Segundo a jurisprudência, somente se aplica o princípio da insignificância se estiverem presentes os seguintes requisitos cumulativos: a) Mínima ofensividade da conduta; b) Ausência de periculosidade social da ação; c) Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento; e d) Inexpressividade da lesão jurídica provocada. Cumpre destacarmos ainda que, crime de menor potencial ofensivo e infração bagatelar não se confundem. As infrações de menor potencial ofensivo são as contravenções penais e os crimes a que lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa (art. 61 da Lei 9.099/95). 3. Segundo entendimento sumulado do Superior Tribunal de Justiça, INAPLICÁVEL o princípio da insignificância: A. aos crimes ambientais e aos crimes patrimoniais sem violência ou grave ameaça à pessoa, se reincidente o acusado. B. aos crimes praticados contra a criança e o adolescente e aos crimes contra a ordem tributária. C. às contravenções penais praticadas contra a mulher no âmbito das relações domésticas e aos crimes contra a Administraçãopública. D. aos crimes de licitações e às infrações de menor potencial ofensivo, já que regidas por lei especial. E. aos crimes de violação de direito autoral e aos crimes previstos no estatuto do desarmamento Gabarito. C. É o entendimento das Súmulas 589 e 599 do STJ. Súmula 589 do STJ: É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes ou contravenções penais praticados contra a mulher no âmbito das relações domésticas. Súmula 599-STJ: O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a administração pública. 19 4. Considerando a doutrina e a jurisprudência dos tribunais superiores acerca dos crimes em espécie, julgue o seguinte item. Situação hipotética: Um servidor público, no exercício de suas funções, foi vítima de injúria e difamação. Assertiva: Nessa situação, será concorrente a legitimidade do servidor ofendido, mediante queixa, e do Ministério Público, condicionada à representação do ofendido, para a ação penal correspondente. Gabarito: CERTO. Trata-se do entendimento da Súmula 714 do STF. Nessa hipótese, a legitimidade é CONCORRENTE. Conforme o teor da Súmula 714 do STF, "é concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do Ministério Público, condicionada à representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas funções". 5. Analise o enunciado da questão abaixo e assinale se ele é Certo ou Errado. Responde pela prática do crime de injúria racial, disposto no § 3º do artigo 140 do Código Penal Brasileiro e não pelo artigo 20 da Lei n. 7.716/89 (Discriminação Racial) pessoa que ofende uma só pessoa, chamando-lhe de macaco e negro sujo. Gabarito: CERTO. Conforme preceitua o Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: § 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência. Em RESUMO3: INJÚRIA PRECONCEITUOSA RACISMO Previsão Legal Art. 140, § 3º, CP Art. 20, Lei nº 7.716/89 Conduta O agente atribui à vítima qualidade negativa O agente segrega, incentiva ou induz a segregação Vítimas Número de vítimas determinadas Número de vítimas indeterminadas Preconceito Raça, cor, etnia, religião, origem ou condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência Raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional Bem Jurídico Honra subjetiva Dignidade humana Fiança Afiançável Inafiançável Prescrição Prescritível Imprescritível Ação Penal Pública condicionada à representação Pública incondicionada 6. Em relação aos crimes previstos na parte especial do Código Penal, ao crime de abuso de autoridade e ao que dispõem o Estatuto do Idoso e a Lei contra o Preconceito, julgue os próximos itens. O crime de injúria qualificada consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência para ofender a dignidade ou o decoro de alguém. Diferentemente do que ocorre no caso de crime de racismo, a injúria qualificada processa-se por ação penal pública condicionada a representação. Gabarito: CERTO. 3 Tabela extraída do material Legislação Bizurada @deltacaveira. 20 Conforme leciona Victor Eduardo Rios Gonçalves4 essa qualificadora do crime de injúria foi introduzida no Código Penal pela Lei n. 9.459/97, mas a sua parte final, referente a vítimas idosas ou deficientes, foi inserida pelo Estatuto do Idoso (Lei n. 10.741/2003). A primeira parte do dispositivo, que trata da ofensa referente à raça, cor, etnia, religião ou origem, conhecida como injúria “racial”. No tocante a espécie de ação penal, conforme prevê o parágrafo único do art. 145, é crime de ação penal pública condicionada a representação. Injúria Racial Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: § 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência: Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal. Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3º do art. 140 deste Código. Em RESUMO5: AÇÃO PENAL NOS CRIMES CONTRA A HONRA Privada Regra (art. 145, 1ª parte). Condicionada à Representação do Ofendido - contra Funcionário Público, em razão de suas funções (art. 141, II); - Injúria Preconceituosa (art. 141, § 3º). Condicionada à Requisição do Ministro da Justiça - contra o PR; ou - contra Chefe de governo estrangeiro (art. 141, I). Pública Incondicionada - Injúria Real, se da violência resulta lesão corporal (art. 145, 2ª parte). 7. Em relação aos crimes contra a pessoa, julgue os itens subsecutivos. Considere a seguinte situação hipotética. Márcio, funcionário público lotado no órgão X, teve seu notebook furtado nas dependências desse órgão. Em seguida, por ter uma desavença pessoal com Jaime, também funcionário do referido órgão, Márcio denunciou Jaime ao seu chefe imediato, pelo furto do aparelho, mesmo não havendo nenhuma prova ou indício da autoria do fato. Nessa situação, Márcio cometeu o crime de injúria. Gabarito: ERRADO. A conduta de Márcio consiste em crime de calúnia, posto que este imputou ao Jaime falsamente fato definido como crime (crime de furto – art. 155 do CP). Conforme preceitua o Art. 138 – Calúnia - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime. CALÚNIA (Art. 138) Crime contra a HONRA. O agente faz imputação falsa de crime unicamente para ofender a honra objetiva da vítima. IMPUTAÇÃO FALSA DE CRIME. 4 Direito penal esquematizado – parte especial / Victor Eduardo Rios Gonçalves. – Coleção esquematizado / coordenador Pedro Lenza – 10. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2020. 5 Tabela extraída do material Legislação Bizurada @deltacaveira. 21 Conforme leciona Victor Eduardo Rios Gonçalves6 “na calúnia o agente atribui a prática de um fato criminoso a outrem, ou seja, narra que alguém teria cometido um crime. Como a calúnia dirige-se à honra objetiva, é necessário que essa narrativa seja feita a terceiros e não ao próprio ofendido. Não basta, ademais, que o agente chame alguém de assassino, ladrão, estelionatário, pedófilo, corrupto etc., porque, em todos esses casos, o agente não narrou um fato concreto, mas apenas xingou outra pessoa — o que configura crime de injúria, conforme veremos adiante. A calúnia é o mais grave dos crimes contra a honra, exatamente porque pressupõe que o agente narre um fato criminoso concreto e o atribua a alguém”. 8. Policial rodoviário federal que se apropriar de dinheiro público, do qual tenha posse em razão de seu cargo, estará sujeito às penas do crime de corrupção passiva. Gabarito ERRADO. O policial rodoviário federal responderá pelo crime de peculato apropriação, previsto ao teor do art. 312 do CP. Policial Rodoviário Federal à Funcionário Público para fins penais (Art. 327, CP). Conduta à Se APROPRIA de dinheiro público, do qual tem a posse em razão do cargo. Crime à Peculato Apropriação. Art. 312. Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: Pena – reclusão, de dois a doze anos, e multa. Assim, contemplamos que o policial rodoviário federal que se apropriar de dinheiro público, do qual tenha posse em razão de seu cargo, pratica o crime de peculato, previsto no artigo 312 do Código Penal. Cumpre destacarmos que o art. 312 do CP prevê duas modalidades de peculato – peculato apropriação e peculatodesvio. Vejamos: PECULATO APROPRIAÇÃO PECULATO DESVIO Na primeira parte – apropriação –, o agente apodera-se de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel que tem sob sua posse legítima, passando, arbitrariamente, a comportar-se como se dono fosse (uti dominus). - Apropriar-se o funcionário público. O funcionário público inverte o animus da posse, agindo arbitrariamente como se dono fosse; - De dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel. Desse modo, não abrange serviço público. Não existe o crime na apropriação de mão de obra; - De que tem a posse (para a maioria, está abrangida a mera detenção – posição do STJ). - Em razão do cargo. No peculato desvio, o funcionário dá destinação diversa à coisa em benefício próprio ou de outrem, podendo o proveito ser material ou moral, auferido vantagem outra que não necessariamente a de natureza econômica 9. No que se refere aos crimes praticados por funcionário público contra a administração em geral, julgue o seguinte item. O vereador que, em razão do seu cargo, solicitar parte do salário de seus assessores em benefício próprio praticará o crime de concussão. 6 Direito penal esquematizado – parte especial / Victor Eduardo Rios Gonçalves. – Coleção esquematizado / coordenador Pedro Lenza – 10. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2020. 22 Gabarito ERRADO. O crime praticado é o crime de corrupção passiva. O verbo da conduta típica foi SOLICITAR. No caso, o crime pelo qual o vereador será responsável é o de Corrupção Passiva. Vejamos: Concussão Corrupção Passiva Art. 316. Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida. Art. 317. Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem. Pena – reclusão, de dois a doze anos, e multa. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. A exigência (ou constrangimento) é realizado mediante coação, intimidação Não há exigência ou constrangimento. Crime próprio ou especial Crime próprio ou especial O crime de corrupção passiva contempla três núcleos (solicitar, receber ou aceitar a promessa), trata-se de crime de ação múltipla ou de conteúdo variado. Uma vez praticada qualquer das condutas, o crime estará configurado. SOLICITAR RECEBER ACEITAR PROMESSA Significa pedir alguma vantagem ao particular. Na solicitação, a conduta inicial é do funcionário público. Ele é quem pede algo ao particular. Se o particular dá o que foi pedido, não comete corrupção ativa por falta de previsão legal, conforme será estudado no art. 333. Entrar na posse. Concordar com a proposta que lhe foi ofertada. - Solicitar – trata-se de conduta com iniciativa do funcionário público. É o funcionário público que fez o pedido da vantagem, solicitou. - Receber ou aceitar promessa – iniciativa do particular ou outrem → Neste caso o particular responderá pelo crime de corrupção ativa. - Direta ou indiretamente – pode ser o próprio funcionário público a receber ou se utilizar de um terceiro (concurso de pessoas pelo crime de corrupção passiva). - A vantagem indevida pode ser de qualquer tipo, não necessariamente patrimonial ou econômica. - Crime doloso com especial fim de agir. - Admite tentativa. 10. No que se refere aos crimes praticados por funcionário público contra a administração em geral, julgue o seguinte item. Praticará o crime de corrupção passiva o médico — seja ele servidor público ou não — que, em atendimento pelo Sistema Único de Saúde, exigir do segurado quantia em dinheiro para a realização de consulta. 23 Gabarito ERRADO. Nesta circunstância, o médico não pratica crime de corrupção passiva, mas crime de CONCUSSÃO, pois ele EXIGIU a quantia em dinheiro (vantagem indevida). Trata-se de mais uma questão em que as bancas examinadoras trocou os núcleos/condutas dos tipos penais. Exigir à CRIME DE CONCUSSÃO. Art. 316. Art. 316. Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019). Nas lições do professor Rogério Sanches, o crime de concussão “consiste em exigir o agente, por si ou por interposta pessoa, explícita ou implicitamente, vantagem indevida, abusando da sua autoridade pública como meio de coação (metus publicae potestatis)”. São elementos da concussão: (a) exigência de vantagem indevida; (b) que esta vantagem tenha como destinatário o concussionário ou então um terceiro; e (c) que a exigência seja ligada à função do agente, mesmo que esteja fora dela ou ainda não a tenha assumido. 11. (Questão inédita - MC). Conforme previsão expressa no Código Penal brasileiro, o erro de tipo ocorre sobre o elemento constitutivo do tipo legal e exclui o dolo, permitindo a punição por crime culposo, desde que a Lei penal admita tal punição a título de culpa. Gabarito CERTO. Candidato, começamos esse simulado temático com uma questão voltada à Lei seca. Trata-se da letra da Lei, escrita de outra forma, pois as bancas utilizam desse artifício para causar confusão nos candidatos. Nesse caso, o Código Penal prevê da seguinte forma: Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, SE PREVISTO EM LEI. Em relação ao tema, temos que: O Erro de tipo EXCLUI O DOLO e a CULPA, se INVENCÍVEL ou ESCUSÁVEL. O Erro de Tipo EXCLUI O DOLO, e admite a punição a título de CULPA, se VENCÍVEL ou INESCUSÁVEL. Em RESUMO7: Erro de Tipo Essencial Inevitável/ Invencível/ Escusável Evitável/ Vencível/Inescusável Exclui dolo e culpa Exclui dolo, MAS NÃO A CULPA Guarde sempre o significado dos termos vencível/invencível, escusável/inescusável, pois os examinadores CONSTANTEMENTE tentam fazer com que os candidatos escorreguem nesses pontos. Lembremos que a punição a título de culpa exige que o ordenamento preveja expressamente acerca de tal possibilidade, como, por exemplo, no crime de homicídio: 7 Tabela extraída do Manual de Direito Penal Parte Geral e Parte Especial – Jamil Chaim Alves. – Salvador: Juspodivm, 2020. 24 Art. 121. Matar alguém: Pena - reclusão, de seis a vinte anos. § 3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei nº 4.611, de 1965) Pena - detenção, de um a três anos. 12. (Questão inédita – MC). Erro de tipo essencial escusável, por ser inevitável, exclui o dolo e a culpa. Nesse sentido, a doutrina é uníssona ao estabelecer que, para que seja aferido se o erro foi escusável ou inescusável, o magistrado deve analisar as circunstâncias do caso concreto, como o grau de instrução do agente, sua idade e condição social. Gabarito ERRADO. O erro de tipo escusável (desculpável), de fato exclui o dolo e a culpa, havendo, portanto, a exclusão do próprio crime. (dolo e culpa são elementos da conduta, sem a qual não há fato típico, segundo a teoria finalista da ação). Entretanto, a assertiva está incorreta ao afirmar que a doutrina é uníssona (pacificada) no sentido de que o magistrado deve analisar as circunstâncias do caso concreto para aferir se o erro foi ou não escusável ou inescusável. Na realidade, prevalece na doutrina o critério do homem médio, utilizando como parâmetro o senso comum, ou seja, aquilo que seria exigível de um ser humano comum. 13. (Questão inédita – MC). O erro de tipo Essencial e o Erro de Tipo Acidental se distinguem na medida em que o primeiro se refere ao erro sobre as elementares do tipo penal, e o segundo sobre dados secundários do tipo. Em relação a esse tema, julgue o item a seguir: O erro sobre objeto, ou error in objecto, possui tratamento previsto no Código penal e estabelece queo agente, ao atingir coisa distinta daquela que pretendia, responderá em relação ao objeto efetivamente atingido, e não em relação ao pretendido. Gabarito ERRADO. O erro sobre objeto NÃO POSSUI TRATAMENTO no Código Penal, tratando- se, portanto, de construção meramente doutrinária. Nesse sentido, o erro sobre o objeto ocorreria quando o agente, objetivando praticar uma conduta sobre determinada coisa, acabaria praticando sobre coisa distinta, por incorrer em erro. Nesse caso, como a assertiva diz, entende a doutrina que o agente, ao atingir coisa distinta daquela que pretendia, responderá em relação ao objeto efetivamente atingido, e não em relação ao pretendido. Exemplo: o agente quer roubar um objeto de ouro branco, mas acaba roubando um objeto de latão prateado. Nesse caso, o criminoso responderá como se houvesse praticado o crime sobre o objeto de latão prateado, que seria aquele efetivamente atingido. Corroborando ao exposto, ensina Rogério Sanches8 (2020, pág. 277): O erro sobre o objeto nâo tem previsão legal, mas é discutido pela doutrina. Trata-se da hipótese em que o agente confunde o objeto material (coisa) visado, atingindo outro que não o desejado. Exemplo: a pessoa ingressa numa loja para subtrair um relógio de ouro, mas acaba furtando um relógio dourado, confundindo, portanto, o objeto visado. A consequência do erro sobre o objeto é punição do agente pela conduta praticada, respondendo pelo delito considerando-se o objeto material (coisa) efetivamente atingido. Percebe-se, portanto, que o erro sobre o objeto não exclui dolo, não exclui a culpa e não isenta o agente de pena, considerando-se na sua punição 0 objeto diverso do pretendido. 8 Manual de direito penal: parte geral (art. 1° ao 120)/ Rogério Sanches Cunha – 8 ed. rev. ampl. e atual. – Salvador: JusPODIVM, 2020. 25 14. Vitor, namorado de Ana, motivado por ciúmes, resolveu matar o ex-namorado dela, Bruno. Adquiriu, ilegalmente, uma arma de fogo para executar o crime e a guardou dentro de um armário em seu quarto. Vitor, então, mandou uma mensagem para Bruno pelo celular de Ana, fingindo ser ela e combinou de se encontrarem no dia seguinte. Bruno, pensando estar conversando com Ana, aceitou o convite. Durante a noite, Vitor desistiu de executar o crime. No dia seguinte, foi ao shopping e lá foi preso, pois Bruno havia descoberto o plano e avisado à polícia. Acerca dessa situação hipotética, julgue o seguinte item. A polícia agiu de forma correta ao prender Vitor, que responderá por tentativa de homicídio. Gabarito: ERRADO. Não cabe falarmos em tentativa na presente situação. Conforme prevê o art. 14, II do CP, diz-se o crime TENTADO, quando, iniciada a sua execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. Dessa forma, temos que um dos elementos da tentativa é o INÍCIO DOS ATOS EXECUTÓRIOS. No caso em estudo, Vítor somente praticou atos preparatórios do crime de homicídio, não iniciando atos de execução, portanto, descabe falarmos em tentativa. Embora a questão trata dos chamados crimes contra a vida, exigiu do candidato conhecimento acerca do instituto da tentativa, vamos REVISAR rapidamente os elementos da tentativa. Em RESUMO: TENTATIVA Também denominada de “crime imperfeito/ crime incompleto/ crime manco” Diz-se tentado, quando, iniciada a sua execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente (art. 14, II, do CP). Trata-se de uma norma de extensão temporal. É considerada causa de redução de pena: 1/3 a 2/3 ELEMENTOS DA TENTATIVA • Início dos atos executórios • Não consumação por circunstâncias alheias a vontade do agente • Dolo de consumação • Possibilidade de resultado (se ausente, estaremos possivelmente diante do chamado crime impossível). 15. Mário, após ingerir bebida alcoólica em uma festa, agrediu um casal de namorados, o que resultou na morte do rapaz, devido à gravidade das lesões. A moça sofreu lesões leves. A partir dessa situação hipotética, julgue o item a seguir. Se, após a apuração dos fatos, a morte do rapaz caracterizar homicídio simples doloso, a conduta de Mário não será classificada como crime hediondo. Gabarito: CERTO. A questão exigia do candidato conhecimento acerca do rol dos crimes considerados hediondos, mais especificadamente, se o crime de homicídio é considerado hediondo. Nesse contexto, temos que o homicídio simples somente é hediondo, quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, o que não ocorreu na narrativa apresentada, o que não foi o caso da questão em análise. Logo, a conduta de Mário não será considerada crime hediondo. A única hipótese em que o homicídio simples será considerado hediondo é quando ele for praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente. A doutrina denomina de “homicídio condicionado”. Em RESUMO: Quando o homicídio será considerado hediondo? Homicídio qualificado É Hediondo 26 Homicídio privilegiado NÃO é hediondo Homicídio simples Em regra, NÃO É hediondo. Exceção: quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente. Homicídio híbrido (qualificado-privilegiado) Não é crime hediondo. 16. O crime de disparo de arma de fogo (art. 15 da Lei n. 10.826/2003) se configura na modalidade preterdolosa se for praticado como meio para a execução de um homicídio (tipificado no art. 121, “caput”, do CP). Gabarito: ERRADO. Conforme se depreende da leitura do art. 15 da lei 10.826, se a conduta tiver por finalidade a prática de algum outro crime, estará descaracterizada a prática do crime de disparo de arma de fogo. Deste modo, a título de exemplo, se o agente efetua disparo na via pública com a intenção de matar, deverá responder pelo crime de homicídio, em modalidade tentada ou consumada. Trata-se, portanto, de um crime subsidiário. O art. 15 do Estatuto do Desarmamento contempla o que a doutrina denomina de subsidiariedade expressa. A conduta prevista no art. 15 do Estatuto do Desarmamento não pode ter finalidade a prática de outro crime, pois existe uma subsidiariedade expressa, isto é, o indivíduo deve apenas querer disparar ou acionar a munição naquele local, se ele tinha intenção de matar outra pessoa por exemplo, mas erra todos os tiros, este não será processado pelo crime de disparo de arma de fogo, mas sim por tentativa de homicídio. Caso o indivíduo não tivesse autorização para portar ou possuir a arma de fogo (Art. 12 e 14), estes crimes serão absorvidos, tendo em vista que se enquadram no mesmo contexto fático, salvo se a posse ou o porte for de uso restrito, neste caso não será absorvido devido a maior pena. 17. (Questão Inédita – MC). Julgue a seguinte assertiva: José Encrenca praticou, em janeiro de 2021, falta grave no curso da execução penal. Segundo o STJ, o prazo prescricional para essa falta grave é de 3 (três) anos. Gabarito: CERTO. Segundo o STJ, em suas jurisprudências em teses, o prazo é de TRÊS ANOS. “3) Diante da inexistência de legislação específica quanto ao prazo prescricional para apuração de falta grave, deve ser adotado o menor lapso prescricional previsto no art. 109 do CP, ou seja, o de 3 anos para fatos ocorridos após a alteração dada pela Lei n. 12.234, de 5 de maio de 2010, ou o de 2 anos se a falta tiver ocorrido até essa data.”9 18. (Questão Inédita – MC). Julgue a seguinte assertiva: Como é o menor prazo para prescrição do código penal, as medidas punitivas para o crime de uso de drogas do art. 28 da lei 11.343/2006 prescrevem em 3 (três) anos. Gabarito: ERRADO. A própria lei de drogas traz o prazo prescricional que, nesse caso, é de 2 (dois) anos. Art. 30 lei 11.343/2006: Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a execução das penas, observado, no tocante à interrupção do prazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes do Código Penal. 19. (Questão Inédita – MC). Julgue a seguinte assertiva: Mévio foi condenadopor estelionato e a sentença transitou em julgado enquanto estava cumprindo pena por roubo. A prescrição pelo crime de estelionato começou a correr quando foi publicada no diário oficial. 9 Disponível em: https://meusitejuridico.editorajuspodivm.com.br/2020/07/30/teses-stj-sobre-falta-grave-na-execucao- penal/ . Acesos em 22 de julho de 2021. 27 Gabarito: ERRADO. A questão tenta tirar a atenção quando menciona a publicação do diário oficial. Mas o bom estudante já “mata” ela sabendo o disposto no art. 116 parágrafo único do CP: Depois de passada em julgado a sentença condenatória, a prescrição não corre durante o tempo em que o condenado está preso por outro motivo. 20. Relativamente ao tema da territorialidade e extraterritorialidade, analise a afirmativa: Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro os crimes contra a administração pública, por quem está a seu serviço. Gabarito: CERTO. Conforme o Art. 7º, I, c “Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - os crimes: c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;” 21. Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro os crimes contra o patrimônio da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território ou de Município quando não sejam julgados no estrangeiro. Gabarito: ERRADO, o código fala “AINDA QUE absolvido ou condenado no estrangeiro”, trata-se de extraterritorialidade incondicionada. Conforme o Art. 7º, I, b, §1º “Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - os crimes: b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, AINDA QUE absolvido ou condenado no estrangeiro.” DIREITO PROCESSUAL PENAL 22. No curso de inquérito, a autoridade policial intimou Pedro a, na qualidade de testemunha, prestar informações sobre determinado fato delituoso. Na condição de testemunha, Pedro: A. não estará obrigado a comparecer à delegacia para prestar informações, tendo em vista a ausência de poder da autoridade policial para tal intimação; B. estará obrigado a comparecer à delegacia e prestar informações com o dever legal de dizer a verdade, ainda que possua relação de parentesco em linha reta com o investigado; C. não estará obrigado a comparecer à delegacia, podendo se valer do direito ao silêncio, ainda que não tenha relação com os fatos; D. estará obrigado a comparecer à delegacia, mas, independentemente da relação com o investigado, não terá a obrigação legal de dizer a verdade, por ainda não haver denúncia; E. estará obrigado a comparecer à delegacia, mas não precisará responder às perguntas formuladas que puderem resultar em autoincriminação. Gabarito E. Vale a pena vermos o julgado abaixo, o qual corrobora com a tese proposta na questão: A testemunha não estará obrigada a responder sobre o fato que possa incriminá-la, sendo pessoa titular do nemo tenetur se detegere, fazendo jus ao direito de não se auto incriminar. Nesse sentido, já se manifestou o STF: Não configura o crime de falso testemunho, quando a pessoa, depondo como testemunha ainda que compromissada, deixa de revelar fatos que possam incriminá-la (STF – HC 73.035/DF). 28 Se o indivíduo é convocado para depor como testemunha em uma investigação e, durante o seu depoimento, acaba confessando um crime, essa confissão não é válida se a autoridade que presidia o ato não o advertiu previamente de que ele não era obrigado a produzir prova contra si mesmo, tendo o direito de permanecer calado. STF. 2ª Turma. RHC 122279/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 12/8/2014 (Info 754). 23. A doutrina e a jurisprudência majoritárias admitem o denominado arquivamento implícito, que consiste no fato de o oferecimento de denúncia pelo Ministério Público por apenas alguns dos crimes imputados ao indiciado impedir que os demais sejam objeto de futura ação penal. Gabarito ERRADO. Não se admite no Ordenamento Jurídico brasileiro o chamado “arquivamento implícito”. O sistema processual penal brasileiro não acolheu a figura do arquivamento implícito de inquérito policial Entende-se por arquivamento implícito, o fenômeno verificado quando titular da ação penal pública deixa de incluir na denúncia algum fato investigado ou algum dos indiciados, sem justificação ou expressa manifestação deste procedimento. Em resumo, o arquivamento implícito não é admitido pela doutrina e jurisprudência e consiste na omissão da denúncia pelo Parquet quanto a algum fato criminoso, denominado de arquivamento implícito objetivo e/ou a algum agente do delito – arquivamento implícito subjetivo, ou até mesmo a alguns deles. Atenção, não confunda ARQUIVAMENTO IMPLÍCITO com ARQUIVAMENTO INDIRETO. Arquivamento Implícito X Arquivamento Indireto10 Arquivamento Implícito/Tácito Ocorre quando o MP deixa de incluir na denúncia algum fato investigado ou algum dos indiciados, sem expressa manifestação ou justificação deste procedimento. Se consuma quando o Juiz não se pronuncia (ato complexo) na forma do art. 28 (remeter os autos ao Procurador Geral de Justiça) com relação ao que foi omitido na peça acusatória. Não é aceito pela Jurisprudência e Doutrina! Espécies: - Objetivo: quando a omissão é de Infrações; - Subjetivo: quando a omissão é de Infratores. Arquivamento Indireto Ocorre quando o MP deixa de oferecer denúncia por entender que o juízo é incompetente, requerendo a remessa dos autos ao órgão competente. Caso o juiz discorde do MP, pode, por analogia, se pronunciar na forma do art. 28, remetendo os autos ao Procurador Geral de Justiça. 24. No curso de inquérito policial para investigar a prática de crime sexual, a autoridade policial entendeu necessária a realização de exame de DNA de Leonardo, suspeito do delito, para colher informações sobre a sua autoria. Nesse sentido, a prova em questão: A. não poderá ser recusada por Leonardo, diante da sua condição de indiciado, independentemente de exigir comportamento ativo ou passivo; B. poderá ser realizada, independentemente da concordância de Leonardo, ainda que invasiva, mas exige decisão judicial prévia; C. poderá ser recusada por Leonardo no curso do inquérito policial, mas não no curso de processo judicial; D. poderá ser realizada sobre material descartado por Leonardo, independentemente de sua concordância; 10 Tabela extraída do LEGISLAÇÃO BIZURADA @ DeltaCaveira10. 29 E. poderá ser realizada independentemente da concordância de Leonardo, ainda que exija comportamento ativo do agente, desde que sujeita ao contraditório e ampla defesa. Gabarito D. A questão exigia do candidato conhecimento sobre um dos desdobramentos do princípio do nemo tenetur se detegere: o direito de não produzir prova incriminadora invasiva. A prova de Delegado da Polícia Civil do RN cobrou três questões com enfoque neste princípio e seus respectivos desdobramentos. Conforme o princípio do nemo tenetur se detegere, ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo. Deste princípio decorrem várias regras/vertentes/desdobramentos, entre elas, o direito que o investigado/indiciado/acusado possui de não produzir prova incriminadora invasiva – que são provas que demandam intervenções corporais. Nesse sentido, leciona Leonardo Barreto Moreira Alves (2021): “Direito de não produzir prova incrmiminadora não invasiva (intervenções corporais): em decorrência desta faceta da não autoincriminação e até mesmo em proteção a própria integridade física do agente, proíbe-se que o Estado colha uma prova, sem o consentimento daquele, que implique em intervenção corporal, a exemplo de identificação por impressões digitais, exames de DNA e de sangue...”. No caso-problema proposto
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