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Re vi st a Br as ile ir a de N ut ri çã o Fu nc io na l - a no 1 3, n º5 6, 2 01 3 14 Dra. Renata Alves, Dra. Gabriela Paschoal; Dra. Valéria Paschoal Abstract Alzheimer’s disease (AD) is a progressive neurodegenerative disease characterized by memory loss and impairment of multiple cognitive functions, as a consequence of the accumulation of β-amyloid protein (β-A) and neurofibrillary tangles. Many studies have been published showing that AD is a metabolic disease, with decreased energy production and utilization of glucose in the brain. These abnormalities are related to brain resistance to insulin and insulin-like growth factor 1 (IGF-1), and thus disruption of signaling pathways that regulate neuronal survival, energy production, gene expression and plasticity. Furthermore, people with glucose intolerance, deficiency in insulin secretion or type 2 diabetes mellitus have a significantly higher risk to develop AD, since peripheral insulin resistance is a trigger for brain insulin resistance. Considering this evidence, it becomes clear that high consumption of processed foods with low intake of nutrients essential for the CNS can compromise correct brain function and predispose to neurological diseases. This paper presents the influence of nutrition on AD, and the role of nutrients and compounds that improve this condition, such as alpha-lipoic acid, chromium picolinate, vitamin E, resveratrol, epigallocatechin gallate, curcumin and omega 3. Keywords: Alzheimer's disease, degenerative disease, nervous system Resumo A doença de Alzheimer (DA) é uma doença neurodegenerativa progressiva caracterizada pela perda de memória e prejuízo de múltiplas funções cognitivas, em consequência ao acúmulo da proteína β-amiloide (β-A) e de emaranhados neurofibrilares. Muitos estudos têm sido publicados mostrando que a DA representa fundamentalmente uma doença metabólica com prejuízo na produção energética e utilização da glicose pelo cérebro. Estas anormalidades estão relacionadas com a resistência cerebral à insulina e ao fator de crescimento símile à insulina (IGF) e, assim, com a ruptura das vias de sinalização que regulam a sobrevivência de neurônios, a produção de energia, a expressão gênica e a plasticidade. Ademais, indivíduos que apresentam intolerância à glicose, deficiência na secreção de insulina ou diabetes mellitus tipo 2 possuem risco significantemente maior para o desenvolvimento de DA, uma vez que a resistência periférica à insulina apresenta-se como um fator desencadeante para a sua resistência cerebral. Haja vista essas evidências, torna- se claro como o alto consumo de alimentos processados com baixo aporte de nutrientes essenciais para o SNC pode comprometer o correto funcionamento do cérebro e predispor a doenças neurológicas. Aqui, é mostrada a influência que a nutrição pode exercer sobre a DA, bem como o papel de nutrientes e compostos que auxiliam no quadro, como ácido alfa-lipoico, picolinato de cromo, vitamina E, resveratrol, epigalocatequina galato, curcumina e ômega 3. Palavras-chave: doença de Alzheimer; doença degenerativa; sistema nervoso Alzheimer’s disease: synonymous with type 3 diabetes mellitus? Doença de Alzheimer: sinônimo de diabetes mellitus tipo 3? Re vi st a Br as ile ir a de N ut ri çã o Fu nc io na l - a no 1 3, n º5 6, 2 01 3 15 Dra. Renata Alves, Dra. Gabriela Paschoal; Dra. Valéria Paschoal Introdução A doença de Alzheimer (DA) é uma doença neurodegenerativa progressiva caracterizada pela perda de memória e prejuízo de múltiplas funções cognitivas, em detrimento de neurônios hipocampais e corticais. É reportado que a perda neuronal pode contribuir para a diminuição de 20-30% da perda de peso cerebral em pacientes portadores de DA. Esse prejuízo na contagem e funcionalidade de neurônios ocorre em consequência ao acúmulo da proteína β-amiloide (β-A) e de emaranhados neurofibrilares. A proteína β-A é encontrada nas placas neuríticas do cérebro com DA e é gerada pelo processamento anormal da proteína precursora amiloide (APP) em neurônios1-5. O processo de geração da APP ocorre através de duas vias: a via amiloidogênica, em que a APP sofre uma proteólise sequencial através das enzimas β e γ secretases, originando a proteína β-A; e a via não-amiloidogênica, na qual a clivagem ocorre através da enzima α-secretase dentro do domínio β-A, gerando fragmentos solúveis e não-amiloidogênicos que posteriormente são clivados pela enzima γ-secretase (Figura 1)2. Fonte: Adaptado de Reddy & Beal2. Figura 1. Processamento da proteína precursora amiloide (APP) em indivíduos saudáveis e portadores de DA. É desconhecida a causa do processamento anormal da APP e posterior acúmulo da proteína β-A. Contudo, é referido que fatores como genética, idade, estilo de vida, dieta, doenças metabólicas e outras patologias como sín- drome de Down são considerados de risco para o início da doença2,3,6,7. A proteína β-A é gerada nos neurônios, onde a APP e as enzimas β e γ secretases estão presentes em muitos sítios intracelulares, como no complexo de Golgi, retículo endoplasmático, sistema endossomo-lisossomo e corpos multivesiculares2. Estudos têm mostrado que a proteína β-A representa a causa central do desenvolvimento e pro- gressão da DA, uma vez que provoca uma série de eventos como estresse oxidativo, perda e deterioração sináptica, inibição da plasticidade sináptica e hiperfosforilação da proteína Tau, sendo esta última reportada como um dos principais biomarcadores da doença, juntamente com a proteína β-A2-5,8,9. A Tau é uma fosfoproteína associada aos microtú- bulos neuronais que pode ser altamente fosforilada por enzimas quinases prolina-dirigidas, como a glicogênio sintase quinase-3 (GSK3). A fosforilação da Tau por meio dessas enzimas regula a ligação da mesma aos micro- túbulos, resultando na formação de estruturas fibrilares insolúveis, os chamados emaranhados neurofibrilares. Na DA, é proposto que a proteína β-A promove a ativação da enzima GSK3, resultando na fosforilação da Tau. A hiperfosforilação da Tau pode levar ao acúmulo cerebral de emaranhados neurofibrilares, acarretando em prejuízos intracelulares em neurônios que culminam com a morte celular3,4,9. Doença de Alzheimer como uma forma de diabetes mellitus No sistema nervoso central (SNC), a sinalização do IGF/ insulina desempenha um papel crítico na regulação e manutenção da função cognitiva. A insulina, os fatores de crescimento símile à insulina 1 e 2 (IGF-1 e IGF-2) e genes de receptores são expressados nas células da glia e em neurônios por todo o cérebro, sendo que os maiores níveis de expressão são encontrados em estruturas que são normalmente alvos de doenças degenerativas3-5 . O eixo de sinalização do IGF/ insulina exerce diversas funções, como crescimento, sobrevivência, diferenciação, migração, metabolismo energético, expressão gênica, síntese proteica, montagem do citoesqueleto, sinapse, função neurotransmissora e plasticidade neuronal3,4. Tem sido crescente o número de estudos que suportam o conceito de que a DA representa fundamentalmente uma doença metabólica com prejuízo na produção energética e utilização da glicose pelo cérebro10-14. As anormalidades metabólicas presentes na doença em questão estão relacionadas com a resistência cerebral à insulina e ao fator de crescimento símile à insulina (IGF) e, assim, com a ruptura das vias de sinalização que regulam a sobrevivência de neurônios, a produção de energia, a expressão gênica e a plasticidade. É reportado que a inibição cerebral ao IGF/ insulina pode aumentar a expressão da APP, o acúmulo da proteína β-A, a atividade da enzima responsável pela fosforilação da proteína Tau e a geração de espécies reativas de oxigênio e nitrogênio que causam danos em proteínas, DNA, RNA e lipídeos; além disso, promove disfunção mitocondrial e ativa cascatas pró-inflamatórias e pró-apoptóticas3-5. Ainda, aresistência cerebral ao IGF/ insulina promove uma diminuição da expressão de genes chaves necessários para a homeostase Re vi Re vi st a Br as ile ir a de N ut ri çã o Fu nc io na l - a no 1 3, n º5 6, 2 01 3 16 Doença de Alzheimer: sinônimo de diabetes mellitus tipo 3? colinérgica, comprometendo sistemas que medeiam a plasticidade neuronal, memória e cognição3,4 . É mostrado que os estágios iniciais da DA são caracterizados pelo déficit cerebral na utilização de glicose, sendo que as anormalidades fisiológicas e metabólicas relacionadas ao prejuízo energético pioram com a progressão da doença. A expressão de genes relacionados com a síntese de IGF/ insulina que medeiam as funções colinérgicas/ cognitivas e metabólicas apresenta-se suprimida na DA3,4. Em pacientes que apresentam a DA, a deficiência na sinalização de insulina é devida ao efeito combinado da sua deficiência e resistência cerebral. Estes eventos manifestam-se pela redução da responsividade à estimulação e funcionalidade do seu receptor, enquanto que a deficiência do IGF está associada com a redução da expressão gênica e dos níveis de insulina no fluido cerebroespinal e no cérebro. Desta forma, a DA é considerada como uma forma de diabetes mellitus cerebral caracterizada pela deficiência e resistência à insulina, sendo chamada de diabetes mellitus tipo 33,5. Além disso, é mostrado que as anormalidades molecular, bioquímica e de transdução de sinais presentes na DA são idênticas àquelas que ocorrem na presença de diabetes mellitus tipo 1 e tipo 23,4. Têm sido encontrados na literatura muitos estudos investigando o papel de uma sinalização de IGF/ insulina deficiente como causa ou consequência da desregulação da expressão e processamento da APP3,15-18. É reportado que a toxicidade da proteína β-A promove resistência cerebral à insulina com concomitante estresse oxidativo e neuroinflamação4,5,17,18. Além disso, a estimulação insulínica acelera a mobilização da proteína β-A do complexo de Golgi, onde é gerada, para a membrana plasmática, o que faz com que haja maior estimulo à secreção de insulina3. Ademais, é referido que a sinalização de insulina no cérebro pode impedir tanto o processamento da APP como o clearance da proteína β-A. O acúmulo da proteína β-A exacerba esse quadro, uma vez que a proteína β-A causa disruptura da sinalização de insulina por competição ou redução da afinidade da insulina com seu receptor3,4. Estudos têm mostrado que indivíduos que apresentam intolerância à glicose, deficiência na secreção de insulina ou diabetes mellitus tipo 2 possuem risco significantemente maior para o desenvolvimento de DA, uma vez que a resistência periférica à insulina apresenta-se como um fator desencadeante para a sua resistência cerebral19-22. Estes eventos promovem neuroinflamação e aumento da expressão da APP. Por meio da ação das enzimas β e γ secretases, a proteína em questão é clivada, e ocorre a geração exagerada de peptídeos e oligômeros neurotóxicos que promovem aumento do estresse oxidativo e da ativação de enzimas quinases, que levam à hiperfosforilação da proteína Tau3. Figura 2. Resistência cerebral à insulina e deposição e toxicidade da proteína β-A, SNC: sistema nervoso central; APP: proteína precursora amiloide; PI3K: fosfatoinositol 3-quinase; AKT: proteína quinase B; GSK-3 β: glicogênio sintase quinase-3 β Fonte: Adaptado de de la Monte3. Na DA, a resistência e deficiência cerebral à insulina leva ao aumento da ativação de algumas enzimas quinases e à inibição de enzimas fosfatases, o que resulta na hiperfosforilação da Tau. Concomitantemente, ocorre um aumento do estresse oxidativo, elevando a geração de espécies reativas de oxigênio (EROs) e ubiquitinação, acompanhado do envelopamento da proteína Tau. Agregados de envelopados da Tau e fibrilas insolúveis são neurotóxicos e medeiam processos neuropatológicos associados com demência, como a formação de emaranhados neurofibrilares, a proliferação de neurites distróficas e filamentos do neurópilo e a desconexão sináptica (Figura 3)3. Figura 3. Papel da deficiência e resistência cerebral à insulina sobre a proteína Tau. Re vi st a Br as ile ir a de N ut ri çã o Fu nc io na l - a no 1 3, n º5 6, 2 01 3 17 Dra. Renata Alves, Dra. Gabriela Paschoal; Dra. Valéria Paschoal GSK-3 β: glicogênio sintase quinase-3 β; CDK5: quina- se-5 dependente de ciclina; P38 MAPK: proteína quinase ativada por mitógeno P38; JNK: quinase c-Jun N-terminal; PP2A: proteína fosfatase 2; EROS: espécies reativas de oxigênio. Fonte: Adaptado de de la Monte3. Efeitos das doenças metabólicas sobre o prejuízo na cognição e neurodegeneração É relatado que indivíduos com intolerância à glicose, deficiência na secreção de insulina, diabetes mellitus tipo 2, doenças dislipidêmicas ou obesidade apresentam um aumento significante do risco de desenvolver transtorno cognitivo leve ou demência3,19,22-24. Fundamentalmente, os fatores relacionados com o prejuízo cognitivo, patogênese e progressão da DA são a resistência periférica à insulina, a hiperglicemia crônica, o acúmulo de produtos finais de glicação avançada, o estresse oxidativo, o aumento da expressão e ativação da enzima degradante de insulina e a elevação da produção de citocinas inflamatórias. Neste cenário, torna-se evidente que uma alta ingestão calórica e/ ou a exposição crônica a baixos níveis de nitrosamina e outras toxinas através da dieta, agricultura e tabagismo, por exemplo, causa sobrecarga do fígado, levando a injúria e inflamação, que podem desencadear disfunções hepáticas como esteato- hepatite. Estes desequilíbrios fisiológicos podem também promover a obesidade, o diabetes mellitus e outras doenças associadas com a resistência periférica à insulina. Os he- patócitos podem também produzir lipídeos tóxicos, como as ceramidas, que são liberadas na circulação, atravessam a barreira hematoencefálica e causam resistência cerebral à insulina, inflamação, insuficiência energética, toxicidade e produção local de ceramidas tóxicas. Todos esses eventos em série culminam com a degeneração progressiva, como ocorre na DA (Figura 4)3. Figura 4. Fatores dietéticos e ambientais relacio- nados com a neurodegeneração. Não obstante, as referidas patologias associadas com a DA não representam a causa principal do desenvolvi- mento da doença em questão. Embora a obesidade ou o diabetes mellitus tipo 2 estejam associados com prejuízo cognitivo, leve atrofia cerebral e com um número de anormalidades moleculares e bioquímicas relacionadas com a DA, estas disfunções orgânicas são apenas cofato- res que contribuem para a patogênese ou progressão da neurodegeneração3. Desta forma, é sugerido que estratégias terapêuticas designadas para tratamento do diabetes mellitus tipo 2, obesidade e resistência à insulina podem ser úteis para retardar a progressão ou reduzir a severidade da DA. As- sim, estudos têm mostrado que o tratamento com agentes hipoglicemiantes ou sensibilizadores de insulina, como a metformina, podem reduzir a severidade da DA25-27. Estratégias nutricionais para retardo da pro- gressão da doença de Alzheimer Haja vista as evidências supracitadas, torna-se claro como a dieta ocidental, caracterizada pelo alto consumo de alimentos processados com baixo aporte de nutrientes essenciais para o SNC e funções metabólicas, pode com- prometer o correto funcionamento do cérebro e predispor a doenças neurológicas como a demência3,10,28,29. O aumento do estresse oxidativo é uma constante na DA, influenciando a sinalização insulínica, o acúmulo da proteína β-A, disfunção mitocondrial, inflamação e acú- mulo de espécies reativas de oxigênio e nitrogênio. Neste cenário, é reportado que a redução do estresse oxidativo no cérebro através do aporte de nutrientes antioxidantes, anti-inflamatórios, carreadores de radicais livres e quela- dores de metais de transição é umaarma útil na supressão da progressão da DA3,28,29. Ácido alfa-lipoico (ALA) O ALA é um composto natural primordial para a função mitocondrial, sendo cofator para as enzimas piru- vato desidrogenase e alfacetoglutarato desidrogenase e, assim, essencial para o metabolismo energético. Ainda, o ALA possui a capacidade de aumentar a produção de acetilcolina e, desta forma, a receptação de glicose30. Este composto possui também efeitos antioxidantes, uma vez que é um inibidor da formação de radicais hidroxil e pode ser um carreador de espécies reativas de oxigênio e de produtos de peroxidação lipídica, que se encontram aumentados em cérebros com DA. O ALA pode inibir a expressão de citocinas pró-inflamatórias, que exercem importante papel na mediação da neuroinflamação nos estágios iniciais da DA3,30-34. No estudo de Hager e colaboradores35, nove indiví- duos com DA e outras demências relacionadas receberam a administração diária de 600 mg de ácido alfa-lipoico por Fonte: Adaptado de de la Monte3. Re vi Re vi st a Br as ile ir a de N ut ri çã o Fu nc io na l - a no 1 3, n º5 6, 2 01 3 18 Doença de Alzheimer: sinônimo de diabetes mellitus tipo 3? um período de 12 meses. Foi encontrado que o tratamento com ALA levou à estabilização das funções cognitivas35. Alguns anos depois, o mesmo grupo de estudiosos condu- ziu um novo estudo a fim de avaliar a suplementação da mesma quantidade de ALA em 43 pacientes portadores de demência em diferentes graus, por um período de 48 me- ses. Observou-se que a administração de ALA foi eficaz no retardo da progressão da doença. Os autores sugerem que, apesar de o estudo não apresentar delineamento placebo controlado e duplo-cego, o tratamento com ALA pode ser uma terapia neuroprotetora promissora36. Picolinato de cromo O cromo aumenta a sensibilidade à insulina por aumentar a sua ligação com o receptor e também o número de receptores, além da internalização de insulina3,37,38. É reportado que, com o aumento da idade, os níveis plasmáticos de cromo declinam. Este fenômeno poderia explicar em parte a resistência insulínica e o declínio cognitivo associados com o avanço da idade, uma vez que níveis reduzidos de cromo estão relacionados com o prejuízo cognitivo presente na DA3. Estudo placebo controlado duplo-cego avaliando o efeito da suplementação de picolinato de cromo por 12 semanas sobre a função neuronal e memória em idosos com declínio cognitivo mostrou que o picolinato de cromo exerceu efeito de melhora da função cerebral e cognição39. Vitamina E Os tocotrienóis são compostos pertencentes à família da vitamina E. Apresentam propriedades antio- xidantes, modulam a sinalização e auxiliam a síntese de neurotransmissores. Também, é suportado que os tocotrie- nóis exercem importante atividade neuroprotetora, uma vez que até mesmo em concentrações baixas possuem a capacidade de modular vias de sinalização envolvidas na morte neuronal3,40. No estudo de Mangialasche e colaboradores41, foi investigada a associação entre os níveis plasmáticos de oito formas de vitamina E (α-, β-, γ- e δ-tocoferol; α-, β-, γ- e δ-tocotrienois) e a incidência de DA em uma amostra de 232 idosos com mais de 80 anos, livres de demência ao início do estudo, por um período de 6 anos. Como resultado, foi encontrado que os participantes que exibiram maiores níveis plasmáticos totais de tocoferóis, tocotrienóis e vitamina E apresentaram uma significante redução do risco de desenvolver a doença, em comparação com os participantes que apresentavam concentrações plasmáticas menores41. Outro estudo mostrou que ratos com depleção de vitamina E exibiram um maior acúmulo de proteína β-A, com significante aumento da peroxidação lipídica no cérebro42. Queladores de íons de metais de transição A distribuição anormal de metais de transição no cérebro é considerada um potente marcador de diagnóstico para muitas doenças do SNC, incluindo a DA43. Reporta- -se que alumínio (Al3+), ferro (Fe3+), zinco (2+) e cobre (Cu2+) causam neurotoxicidade e medeiam a neurodege- neração, mesmo nos primeiros estágios da DA. O acúmulo excessivo de íons de metais de transição promove estresse oxidativo, apoptose e a agregação e fibrilarização da pro- teína β-A e da Tau hiperfosforilada2,44,45. O tratamento com antioxidantes como vitamina E e C, ou queladores de íons de metais de transição, previne a neurodegeneração e pode, ainda, aumentar a sinalização de insulina e utilização de glicose pelo cérebro, restaurando a função colinérgica, reduzindo a fibrilarização da proteína Tau e β-A, diminuindo o estresse oxidativo e melhorando o metabolismo energético no cérebro3,46. Não obstante, em contraste com esses dados, um es- tudo avaliou os níveis plasmáticos de ferro, zinco, selênio, manganês, cobalto, cromo, cobre, molibdênio e alumínio sobre a performance cognitiva de 35 participantes. Foi encontrada uma positiva associação entre os níveis séricos de ferro, selênio, cromo e cobalto com a função cognitiva, enquanto o mineral cobre exerceu influência na evolução do comprometimento cognitivo e o alumínio contribuiu para a patogênese da DA47. Todavia, apesar desses possíveis benefícios da ingestão de nutrientes queladores de íons de metais de transição, deve-se levar em consideração a importância desses minerais-traço para o organismo humano. O ferro é um mineral importante para o transporte de oxigênio e a geração de energia, sendo que cobre, manganês e zinco, por sua vez, são cofatores de enzimas que participam de vias de proteção celular contra radicais livres e espécies reativas de oxigênio3. Resveratrol O resveratrol é um composto fenólico naturalmen- te presente em muitas plantas e alimentos, como ervas, berries, uvas e no vinho tinto, sendo relatado por estudos que pode reduzir o risco de desenvolver a DA, por exercer propriedades antioxidantes e neuroprotetoras3,25. É relatado que o resveratrol promove a via não ami- loidogênica da proteína APP, reduzindo o dano neuronal25. Os outros efeitos neuroprotetores do resveratrol são media- dos pelo aumento da atividade de enzimas antioxidantes, pela redução dos níveis da proteína β-A e pela quelação de íons de metais de transição3,48-50. Epigalocatequina 3-galato (EGCG) O principal composto fenólico do chá verde, a epigalocatequina 3-galato, apresenta propriedades neuro- protetoras similares às apresentadas pelo resveratrol. Tem Re vi st a Br as ile ir a de N ut ri çã o Fu nc io na l - a no 1 3, n º5 6, 2 01 3 19 Dra. Renata Alves, Dra. Gabriela Paschoal; Dra. Valéria Paschoal Referências 1. DE STROOPER, B.; SCORRANO, L. Close encounter: mitochondria, endoplasmic reticulum and Alzheimer’s disease. EMBO J; 31 (21): 4095-7, 2012. 2. REDDY, P.H.; BEAL, M.F. Amyloid beta, mitochondrial dysfunction and synaptic damage: im- plications for cognitive decline in aging and Alzheimer’s disease. Trends Mol Med; 14 (2): 45-53, 2008. 3. de la MONTE, S.M. 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Posteriormente, o mesmo grupo de pes- quisadores evidenciou que a administração oral de EGCG em veículo aquoso (50 mg/kg) foi eficaz na redução da deposição da proteína β-A55. Curcumina A curcumina é um polifenol presente na cúrcuma e apresenta funções antidiabéticas, antioxidantes, antilipidê- micas e anti-inflamatórias. Induz a captação de glicose por meio da fosforilação da AMP quinase e da translocação do GLUT4 para a superfície celular, além de ser um potente promotor da sensibilidade à insulina3. Na literatura, é evidenciado que a curcumina pode direcionar vias envolvidas na patofisiologia da DA, como na cascata da formação da proteína β-A, fosforilação da Tau, neuroinflamação e estresse oxidativo56,57. Narasin- gapa e colaboradores58 verificaram em seu estudo que conjugados de aminoácidos de curcumina-isoleucina, curcumina-fenilalanina e curcumina-valina foram capazes de aumentar a atividade da enzima α-secretase, estimulan- do, assim, a via proteolítica não-amiloidogênica58. Ômega 3 Os ácidos graxos poli-insaturados ômega 3 são um grupo de ácidos graxos essenciais que atuam como importante substrato energético e componente de mem- branas celulares, desempenhando um papel crucial paraa manutenção da função neurológica. Reporta-se que a administração de ômega 3 exerce efeitos benéficos sobre a função cognitiva com o envelhecimento59. Ademais, os ácidos graxos ômega 3 modulam várias funções neuronais, protegem contra o estresse oxidativo em neurônios e ini- bem a sinalização de vias que promovem a fosforilação da proteína Tau e a formação dos emaranhados neurofibrila- res3. Ainda, o ômega 3 pode exercer efeitos benéficos na DA por estar envolvido no transporte de ácidos graxos e colesterol, bem como por alterar o metabolismo da glicose e de cetonas60. Relata-se que o consumo de peixes pode reduzir o risco de desenvolver demências como a DA61. Gu e colaboradores62 verificaram, em seu estudo com 1.219 participantes idosos, que o consumo dietético de ácidos graxos poli-insaturados ômega 3 está associado com me- nores níveis plasmáticos de proteína β-A, estando, dessa forma, ligado com a redução do risco de desenvolver declínio cognitivo e DA62. Re vi Re vi st a Br as ile ir a de N ut ri çã o Fu nc io na l - a no 1 3, n º5 6, 2 01 3 20 Doença de Alzheimer: sinônimo de diabetes mellitus tipo 3? disease. J Biol Chem; 284 (48): 33400-8, 2009. 43. AKATSU, H.; HORI, A.; YAMAMOTO, T. et al. Transition metal abnormalities in progressive dementias. Biometals; 25 (2): 337-50, 2012. 44. LOEF, M.; WALACH, H. Copper and iron in Alzheimer’s disease: a systematic review and its dietary implications. Br J Nutr; 107 (1): 7-19, 2012. 45. STROZYK, D.; LAUNER, L.J.; ADLARD, P.A. et al. Zinc and copper modulate Alzheimer Aβ levels in human cerebrospinal fluid. Neurobiol Aging; 30 (7): 1069-77, 2009. 46. MURAKAMI, K.; MURATA, N.; OZAWA, Y. et al. 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