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Prof. Cleilson Uchôa Engº Agrº, D. Sc. em Fitopatologia EPIDEMIOLOGIA 1 Epidemiologia é o estudo das epidemias e dos fatores que as influenciam, ou, em uma conceituação mais complexa: “É o estudo de populações de patógenos em populações de hospedeiros e da doença resultante desta interação, sob a influência do ambiente e a interferência humana.” 2 Para a epidemiologia, as populações importantes são aquelas do hospedeiro e do patógeno. 3 O contato destas duas populações leva a uma terceira, a população de lesões. 4 O homem, cada vez mais, interage com todos os fatores envolvidos. 5 O ambiente interfere no desenvolvimento das três populações. Exemplo: MÍLDIO OÍDIO Temperatura 18 - 25°C 6 - 33°C Umidade relativa do ar acima de 98% acima de 25% 6 Míldio Plasmopara viticola Oídio Uncinula necator O míldio penetra no interior dos órgãos da planta, enquanto o oídio é um parasita superficial que não penetra o interior do órgão que ataca 7 • O que é uma EPIDEMIA? "Aumento da doença numa população de plantas em intensidade e/ou extensão, isto é, um aumento na incidência-severidade e/ou um aumento na área geográfica ocupada pela doença”. 8 O termo PANDEMIA caracteriza aquelas epidemias que ocupam uma área extremamente grande, de tamanho quase continental. 9 A Endemia caracteriza uma doença sempre presente numa determinada área, sem estar em expansão. 10 Epidemia Cíclica Surto epidêmico de uma doença normalmente endêmica e, caso ocorra periodicamente. 11 Epidemia Poliética Caracteriza aquelas epidemias que necessitam de anos para mostrar significativo aumento na intensidade da doença. 12 13 Para uma doença de planta se desenvolver em proporções epidêmicas, é necessário que ocorra uma perfeita interação entre: 14 Plantas suscetíveis Condições ambientais favoráveis Patógenos virulentos e agressivos 15 Princípio básico da Epidemiologia quantidade de doença no campo. Determinada pelo equilíbrio entre a infecção e a remoção. Infecção Remoção RemoçãoInfecção 16 17 18 INÓCULO Pode ser qualquer estrutura do patógeno potencialmente infectiva. INÓCULO PRIMÁRIO Refere-se às estruturas do patógeno capazes de causar a infecção, encontrados em outro local que não seja a planta doente. INÓCULO SECUNDÁRIO São as infecções causadas pelos patógenos na planta doente. SÍTIO DE INFECÇÃO Tecido suscetível do hospedeiro. 19 PERÍODO DE INCUBAÇÃO Tempo (horas ou dias) da deposição do inóculo no sitio de infecção até o surgimento dos primeiros sintomas. PERÍODO LATENTE OU DE INFECÇÃO Tempo entre a penetração do patógeno até a sua esporulação em pústulas ou lesões. PERÍODO INFECCIOSO Tempo em que uma lesão permanece produzindo inóculo ou esporulando. 20 Para melhor entender a ocorrência de doenças em populações é necessário considerar a existência de dois tipos bem distintos de doenças: 1. DOENÇAS MONOCÍCLICAS: estas doenças se caracterizam por apresentarem um único ciclo durante a mesma estação de cultivo. 2. DOENÇAS POLICÍCLICAS: são aquelas que o inóculo produzido sobre plantas doentes é capaz de, numa mesma estação de cultivo, infectar novas plantas, e o inóculo que se formar nestas plantas provocar doenças em outras plantas e assim sucessivamente. 21 22 Como uma doença “cresce” ? 23 O inóculo produzido em plantas doentes não irá causar doença nas plantas vizinhas durante o mesmo período de cultivo. O inóculo produzido nessas plantas servirá para infectar plantas que novamente se estabelecerem nessa área. É o caso de doenças vasculares, causadas por patógenos que vivem no solo. Nestas doenças o número de plantas afetadas dependerá fundamentalmente da quantidade de inóculo inicial. DOENÇAS MONOCÍCLICAS 24 25 Nestas doenças há formação do chamado inóculo secundário, encarregado da propagação da doença dentro da lavoura. Este tipo de inóculo será o responsável pela ocorrência de vários ciclos secundários da doença. As doenças que causam manchas foliares são tipicamente doenças policíclicas. DOENÇAS POLICÍCLICAS 26 27 Prof. Cleilson Uchôa Engº Agrº, D. Sc. em Fitopatologia AMBIENTE E DOENÇA 28 Doença = planta suscetível + agente patogênico + ambiente favorável. Predisposição baseia-se na alteração da suscetibilidade do hospedeiro, resultante de atuação de fatores externos. O ambiente determina o grau de predisposição do hospedeiro. AMBIENTE E DOENÇA 29 Vários fatores internos e externos de plantas hospedeiras exercem importantes funções no desenvolvimento de epidemias, dentre os quais se destacam: Os níveis de resistência genética ou suscetibilidade do hospedeiro, O grau de uniformidade genética das plantas hospedeiras, O tipo de cultura e a idade da planta hospedeira. Fatores do Hospedeiro 30 Os principais fatores do patógeno que influenciam no desenvolvimento de epidemias incluem: • Nível de virulência e agressividade, • Quantidade de inóculo próximo ao hospedeiro, • Tipo de reprodução, • Ecologia e modo de disseminação. Fatores do Patógeno 31 A maioria das doenças de plantas ocorrem em áreas onde o hospedeiro é cultivado, mas normalmente não ocorrem epidemias severas e frequentes. A presença numa mesma área de plantas suscetíveis e patógenos virulentos nem sempre garantem numerosas infecções e, muito menos, o desenvolvimento de uma epidemia. Esse fato reforça a influência do ambiente no desenvolvimento de epidemias. Fatores do Ambiente 32 O ambiente pode afetar a disponibilidade, estádio de crescimento e suscetibilidade genética do hospedeiro. Afeta a sobrevivência, a taxa de multiplicação, a esporulação, a distância de disseminação do patógeno, a taxa de germinação dos esporos e a penetração. Pode também afetar o número e a atividade de vetores do patógeno. As variáveis ambientais que mais afetam o desenvolvimento de epidemias de doenças de plantas são a umidade e a temperatura. Fatores do Ambiente 33 → UMIDADE abundante, prolongada ou frequente, seja na forma de orvalho, chuva ou mesmo umidade relativa é fator predominante no desenvolvimento da maioria das epidemias causadas por fungos, bactérias e nematóides, pois facilita a reprodução e a disseminação. → O efeito mais comum da TEMPERATURA em epidemias, no entanto, é sobre o patógeno durante as fases de germinação de esporos, eclosão de nematóides, penetração no hospedeiro, crescimento ou reprodução, colonização e esporulação. Fatores do Ambiente 34 Muitas atividades humanas têm um efeito direto ou indireto nas epidemias de doenças de plantas, algumas favorecem e outras reduzem a frequência e a taxa da epidemia. • Seleção e preparo do local de plantio • Seleção do material de propagação • Práticas culturais • Introdução de novos patógenos Fatores do Homem 35 Progresso da doença Aumento, no tempo, do número de indivíduos e de órgãos atacados pelo patógeno, do número de lesões e da área das lesões individuais. A importância sobre o assunto nas frases de autores: "A medida da intensidade de doenças tem o mesmo papel-chave que a diagnose dentro da fitopatologia (KRANZ, 1988)". "De nada adiantaria conhecer o patógeno de uma doença se não fosse possível quantificar os sintomas por ele causados (AMORIM, 1995)". 36 QUANTIFICAÇÃO DE DOENÇAS DE PLANTAS 37 OCORRÊNCIA Simples relato da doença em um local. AVALIAÇÃO DE DOENÇAS DE PLANTAS 38 INCIDÊNCIA Plantas ou órgãos com sintomas ou sinais. AVALIAÇÃO DE DOENÇAS DE PLANTAS 39 AVALIAÇÃO DE DOENÇAS DE PLANTAS SEVERIDADE Porcentagem de área foliar ou de um órgão lesionado. 40 As doenças podem ser quantificadas por métodos diretos e métodos indiretos. → Métodos diretos – quantificação das doenças baseada na avaliação dos sintomas, através da proporção de tecido doente, realizada pelos seguintes parâmetros: • Incidência; • Severidade; • Intensidade. Métodos de quantificação de doenças 41 A – Incidência É o método quantitativo mais comum de medição de doença por ser fácil e rápido, sendo obtido pela dacontagem de plantas doentes ou órgãos doentes, Número e/ou porcentagem (frequência) de folhas, folíolos, frutos, ramos infectados, sem levar em consideração a quantidade de doença em cada planta ou órgão individualmente. Métodos diretos 42 VANTAGENS: facilidade e rapidez de execução; os resultados obtidos são reprodutíveis, independentemente do avaliador; parâmetro satisfatório na fase inicial da epidemia; pode ser usado na elaboração de curvas de progresso da doença. DESVANTAGENS: método pouco preciso para doenças foliares, mostrando uma correlação duvidosa com a severidade em fases avançadas da epidemia. Só pode ser usado para doenças que afetam a planta toda (patógenos do solo, causadores de murchas e podridões de raízes) ou quando uma única infecção impede a comercialização (podridões de fruto). 43 As avaliações de incidência podem ser feitas de diferentes formas, como nos exemplos a seguir: - Tombamento de plântulas – "stand" de plântulas sobreviventes; - Plantas com e sem podridão do colo de Aspergillus niger; - Contagem do número ou % de espigas de milho com carvão; - Número ou % de frutos de maçã com sarna; - Número ou % de plantas de algodoeiro com murcha de Fusarium; - % de fungos patogênicos em testes de patologia de sementes. 44 Exemplo prático: Monitoramento do início dos sintomas das manchas preta e castanha do amendoim. A primeira pulverização com fungicida é indicada quando 5 a 15 % dos folíolos estiverem infectados (independente do número de manchas por folíolo). Considera-se infectado cada folíolo da amostra com pelo menos uma mancha visível e bem definida (com mais de 1,0 mm de diâmetro), sendo recomendado separar as manchas preta e castanha para as avaliações (Moraes, 1999). 45 46 B – Severidade É um método quantitativo e qualitativo, que procura determinar a porcentagem da área de tecido doente (sintomas e/ou sinais visíveis), através da medição direta da área afetada (medidores de área em computador, chaves diagramáticas e sensores remotos. 47 Métodos diretos VANTAGENS: mais preciso expressando o dano real causado pelos patógenos; caracteriza melhor o nível de resistência a um patógeno, expressa com maior fidelidade a intensidade da doença no campo e os danos causados. DESVANTAGENS: mais trabalhoso e demorado, subjetivo, dependente da acuidade do avaliador e da escala.. 48 C – Intensidade É um termo mais amplo que pode ser expresso como incidência ou severidade. Significa o quanto intensa é a doença ou quão doente está a planta. A incidência é um parâmetro satisfatório para avaliar a intensidade de doenças, como murchas e viroses, pois a correlação é alta entre incidência e severidade, pelo fato da doença afetar a planta toda. 49 Métodos diretos Para maioria das doenças foliares esta correlação é baixa Exemplo: A incidência de 100% de plantas com ferrugem, não reflete a intensidade real no campo, Pois, apesar de todas as plantas apresentarem pústulas de ferrugem, a quantidade de pústulas por folha pode ser baixa, causando pouco dano. 50 51 Ao contrário da incidência, a intensidade está estreitamente relacionada com a perda de produção. Com a incidência elevada (maioria das plantas com sintomas) o progresso da doença dá-se pelo aumento do número e tamanho das lesões (severidade). As avaliações de intensidade/severidade podem ser feitas de diferentes formas: I - Medição direta dos sintomas II - Medição visual dos sintomas 52 I - Medição direta dos sintomas contagem do número de lesões, medição de seu diâmetro, cálculo da área infectada por folíolo: [Si= No médio de lesões/ folíolo x (diâmetro médio das lesões/2) x 3,1416] e índice de infecção: (I%=Si x 100 / S total) Método prático para ensaios de pesquisa com número limitado de amostras. 53 II - Medição visual dos sintomas - os patologistas usam a fotocélula humana (olho) para estimar as intensidades através da medição de áreas doentes e valores de infecção. Para este tipo de medição deve ser considerada a Lei de Weber-Fechner, segundo a qual, a acuidade visual é proporcional ao logaritmo da intensidade de estímulo. Dessa forma descreve 12 graus de intensidade ou severidade das doenças . 54 De acordo com o estímulo desses graus de severidade, o olho tende a ler tecido doente abaixo de 50% de área lesionada e tecido sadio acima de 50% (Horsfall & Barrat,1945) 55 56 57 58 Para a determinação da nota média e o índice de doença (variando de 0 a 100%) das doenças da parte aérea (ferrugem, manchas preta e castanha, verrugose e ferrugem), segundo as escalas de notas apresentadas anteriormente, pode ser utilizada a equações abaixo: Onde: n1, n2, n3 e n4 = número de folíolos da amostra com as notas 1, 2, 3 e 4; e N = total de folíolos da amostra. 59 60 A quantificação de determinadas doenças onde os sintomas observados nas plantas são de redução de vigor, enfezamento ou diminuição da produção torna-se difícil através de métodos diretos. Nestes casos são empregados métodos indiretos, como a determinação da população do patógeno, sua distribuição espacial, seus efeitos na produção (danos e/ou perdas), a desfolha causada. Métodos indiretos 61 a) Indexação e técnicas sorológicas - para muitas viroses, a presença do agente causal não está relacionada com a presença de sintomas visíveis. Assim, para a avaliação dessas doenças são utilizadas técnicas como: • Indexação, procedimento utilizado para a detecção de vírus com o auxílio de plantas indicadoras. • Técnicas sorológicas, como o teste imuno- enzimático de alta sensibilidade, conhecido por ELISA, usadas para quantificar as partículas virais presentes no hospedeiro. 62 Métodos indiretos b) A contagem de indivíduos, para o caso de nematóides, por métodos específicos, envolvendo amostragem de solo e raízes. - Serve para orientar as medidas de controle a serem empregadas ou estimar os danos causados por esses organismos. 63 Métodos indiretos c) A distribuição espacial das doenças causadas por fungos disseminados pelo ar é também um método indireto Visa medir a quantidade de esporos presentes na atmosfera capaz de causar infecção, com o auxílio de diferentes armadilhas caça-esporos. Constitui-se numa medida complementar para avaliar a distribuição espacial dos agentes de doença no campo. 64 Métodos indiretos d) A produção obtida, ou seja, a quantidade da colheita de uma cultura, em campos tratados e não tratados ou, com e sem doença, é um método indireto de estimar os prejuízos causados pelas doenças. Os sintomas causados por agentes patogênicos são considerados injúrias, que podem resultar em dano e/ou perda. Procura-se, assim, determinar o dano, redução da colheita ocorrida em função da doença, ou a perda, redução do retorno financeiro devida à ação de agentes patogênicos. 65 Métodos indiretos Intensidade de doença X Dano e perda Dano: é qualquer redução na quantidade e/ou qualidade da produção: Ex.: kg/ha, t/ha, sacos/ha Produção: produto mensurável de valor econômico de uma plantação: Ex.: grãos, sementes Perda: redução em retorno financeiro por unidade de área devido a ação de organismos nocivos Ex.: R$/ha, US$/ha Fonte: Bergamin Filho & Amorim, 1996 66 e) A desfolha é outro método indireto de medir as consequências das doenças de plantas. Pode ser estimada pela contagem direta nas plantas (folhas que caíram e remanescentes na planta) ou; Por estimativas visuais de porcentagem de desfolha nas plantas ou na área de plantio. 67 Métodos indiretos É um parâmetro usado para algumas doenças foliares; Porém deve-se ter cautela para distinguir a desfolha provocada por agentes patogênicos e a desfolha natural das plantas (senescência); Para isso padrões de comparação (plantas testemunha) devem ser utilizados e sempre analisados em conjunto com quantificações diretas das doenças. 68 Etapas da avaliação A escolha do método de avaliação depende muito do tipo de doença e do objetivo da avaliação. Técnica de amostragem Após a escolha do métodode avaliação, a amostragem é uma das etapas fundamentais para que avaliação das doenças seja representativa da população original, devendo ser feita de maneira criteriosa. Em programas de manejo integrado uma estimativa errada da quantidade de doença, causada pela amostragem incorreta, pode acarretar decisões de controle não adequadas, causando perdas na produção. 69 70 A escolha da técnica de amostragem depende da distribuição da doença no campo. As principais técnicas são: Amostragem ao acaso – doenças com distribuição uniforme no campo. Amostragem sistemática – as amostras são coletadas segundo determinados critérios pré-determinados, em função do tipo de distribuição da doença, da finalidade, etc. 71 Tipo e tamanho da amostra O tipo e tamanho da amostra dependem da característica da doença, do objetivo do levantamento (avaliações em parcelas experimentais, manejo integrado das doenças, caracterização do nível de resistência, etc.) e do modelo de dispersão da doença. 72 Ao acaso Agregado Regular 73 Devem-se estabelecer previamente alguns critérios: • Tipo de amostra (folhas, folíolos, ramos, planta inteira, frutos, sementes, etc.); • Tamanho da amostra (número de folhas, ramos, etc. ou pontos de amostragem); • Local ou pontos de amostragem (coleta representativa da planta, área experimental ou da cultura, marcação de plantas ou ramos); 74 • Época de amostragem – estádios de crescimento da cultura, em função da característica de cada doença; • Número de amostragens durante o ciclo da planta – em função da finalidade, estádio fenológico da planta, curvas de progresso da doença, etc. 75 Escalas diagramáticas Na quantificação da severidade de doenças as escalas diagramáticas constituem uma das ferramentas mais importantes na avaliação de enfermidades (Bergamin Filho & Amorim, 1996; Cunha et al., 2001); Apresentando grande aplicabilidade, fácil manuseio e gerando dados adequados tanto na análise epidemiológica quanto na avaliação de danos e perdas (Amorim et al., 1993; Cunha et al., 2001); No Brasil, muitas escalas têm sido desenvolvidas para avaliar a severidade de doenças. 76 Alguns exemplos de escalas diagramáticas... Escala diagramática para cercosporiose da alface. (Martins et al., 2004; Gomes et al., 2004; Andrade et al., 2005; Godoy et al., 2006) 77 Escala diagramática da ferrugem da soja (Martins et al., 2004; Gomes et al., 2004; Andrade et al., 2005; Godoy et al., 2006) 78 Escala diagramática do complexo de doença da soja (Martins et al., 2004; Gomes et al., 2004; Andrade et al., 2005; Godoy et al., 2006) 79 Características de uma boa escala diagramática O limite superior da escala deve corresponder à quantidade máxima de doença observada no campo; A quantidade real de doença no campo e sua representação na escala devem ter alta precisão; As subdivisões da escala devem respeitar as limitações da acuidade visual humana (lei weber e fechner). 80 Escala de notas para avaliar a ferrugem do eucalipto 81 Para a quantificação da severidade da ferrugem-do-cafeeiro duas escalas diagramáticas foram desenvolvidas no Brasil: Kushalappa (1978) Cunha et al. (2001) A imagem não pode ser exibida. 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Através dela, as interações entre patógeno, hospedeiro e ambiente podem ser caracterizadas, as estratégias de controle podem ser avaliadas e os níveis futuros de doença podem ser previstos. Curvas de progresso da doença 89 A curva de progresso da doença podem ser construídas para qualquer patossistema. Os parâmetros são: • Época de início da epidemia, • A quantidade de inóculo inicial (x0), • A taxa de aumento da doença (r), • A forma da curva de progresso da doença, • A Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença (AACPD), • As quantidades máximas (xmax) e final (xƒ) de doença, • A duração da epidemia. 90 Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença (AACPD) 91 Modelos matemáticos Os modelos matemáticos têm sido usados entre os fitopatologistas quando se deseja analisar o comportamento ou o progresso de doenças em função do tempo. Existem 6 modelos matemáticos utilizados para este fim, quais sejam: o modelo logístico, modelo de Gompertz, modelo monomolecular, modelo exponencial, modelo de Richards e o modelo dependente do tempo. 92 A escolha do modelo adequado é realizada com base na análise de regressão do ajuste dos modelos aos dados representados. O grau de ajuste de cada modelo aos dados é função do: Coeficiente de determinação (R2), Obtido da regressão linear entre os valores previstos (variável dependente) e observados (variável independente). 93 Permite a linearização da curva de progresso da doença e através de simples regressão linear, chega-se aos seguintes parâmetros: X0 (quantidade de inoculo inicial) e; r (taxa de aumento da doença). Para as diversas variedades ou tratamentos em comparação. 94 Modelo Logístico Esse modelo tem sido o mais empregado pare descrever o progresso de epidemias e é descrito pela seguinte equação diferencial: Dx/dt = rL x (1-x) Em que: • dx/dt – taxa absoluta de aumento da doença; • rL – taxa de aumento específico para este modelo ou taxa aparente de infecção; • x – quantidade de doença; • (1-x) – fator de correção e representa a quantidade de tecido sádio. A interpretação biológica dessa equação indica que a velocidade de aumento da doenças dx/dt é proporcional à própria quantidade de doença x e a quantidade de tecido sadio disponível (1-x). 95 Modelo de Gompertz Apesar do modelo de Gompertz ter sido introduzido na epidemiologia vegetal algum tempo depois do modelo logístico, sua origem é mais antiga (Gompertz, 1825). Ambos os modelos são bastante empregadosmno domínio das doenças de plantas. A equação diferencial é: dx/dt = rG x (-In(x)) Na qual: • Dx/dt – taxa absoluta de aumento da dança; • rG – taxa de aumento específica para este modelo ou taxa aparente de infecção; • X – quantidade de doença; • In(x) – logarítimo neperiano da quantidade de doença. 96 Modelo monomolecular Neste modelo a velocidade de aumento da doença é proporcional ao inóculo inicial existente e a uma taxa de infecção e é descrito pela equação diferencial: dx/dt = rM x (1-x) Onde: • dx/dt – taxa absoluta de aumento da doença; • rM – taxa de aumento específica para este modelo; • (1-x) – fator de correção e representa a quantidade de tecido sadio. A plotagem de dx/dt contra o tempo mostra que os incrementos são sempre decrescentes e que se aproximam de zero à medida que se esgota o tecido sadio. 97 98 Tsukahara, R. Y.; Hikishima, M.; Canteri, M. G. 2008. 99 Tsukahara, R. Y.; Hikishima, M.; Canteri, M. G. 2008. 100 Tsukahara, R. Y.; Hikishima, M.; Canteri, M. G. 2008. 101 a) estudar o progresso das doenças em populações do hospedeiro; b) avaliar os prejuízos absolutos e relativos causados pelas doenças nas culturas; c) avaliar os efeitos simples e as interações entre resistência do hospedeiro, medidas sanitárias, uso de fungicidas e outras medidas de controle das doenças; d) avaliar a eficiência técnica e econômica das medidas de controle em cada etapa sobre os agroecossistemas; e) estabelecer estratégias decontrole das doenças e aperfeiçoá-las para a proteção das culturas. Resumindo, a epidemiologia tem como principais objetivos: 102 Prof. Cleilson Uchôa Engº Agrº, D. Sc. em Fitopatologia PREVISÃO DA DOENÇA 103 Previsão da Doença Baseado na ocorrência de condições climáticas favoráveis ao processo infeccioso. Ferramenta de utilidade no manejo integrado • Para alertar riscos de epidemia; • Como suporte na decisão de acionamento de medidas de controle; • Balizar estratégias de manejo de áreas contaminados. 104 Patógeno - Hospedeiro Fonte: APS (2003) 105 • Uma vez depositado sobre a folha, o esporo germinará se houver presença de umidade. • Dependendo da temperatura, a germinação se processará num intervalo de 2 a 6 horas, ocorrendo posteriormente, o crescimento da hifa sobre a folha, num processo que pode estender-se pelo espaço de dois a seis dias. 106 107 108 Fases do ciclo das doenças influenciadas por fatores meteorológicos FASES FATOR METEOROLÓGICO Infecção (germinação, penetração e estabelecimento) Molhamento foliar, tal como chuva, orvalho, irrigação, temperatura durante esses períodos Incubação, latência e crescimento das lesões Temperatura do ar ou da folha Esporulação Molhamento foliar e/ou umidade relativa alta; temperatura, luz e radiação Dispersão de esporos Velocidade do vento, temperatura, umidade relativa, molhamento foliar, chuva ou irrigação por aspersão Sobrevivência de esporos Temperatura e umidade relativa,radiação, especialmente UV 109 Análises de Correlação: • Variáveis climáticas x [inóculo]; • Incidência x [inóculo]; • Incidência x variáveis climáticas; • [esporos] X TEMPO x variáveis climáticas. ESTAÇÃO METEOROLÓGICA: Precipitação; Umidade relativa; No de horas de sol; Direção predominante e velocidade do vento e período de molhamento foliar. 110 • Problemas científicos e capacidade limitada; • Limitações externas e incapacidade do usuário em mudar decisões; • Complexidade dos sistemas; • Problemas de comunicação e confusão causada por muitas previsões; • Resistência do usuário ou uso errado e Percepções tendenciosas (conservadorismo). Limitações no uso de previsões climáticas na agricultura: 111 Geoestatística, SIG e o GPS • Aplicada para modelar o padrão espaço-temporal e gerar hipóteses sobre aspectos epidemiológicos de doenças de plantas; • Ferramentas que incrementaram e fortaleceram os modelos de previsão de doenças; • A influência meteorológica e da fertilidade do solo sobre o patógeno pode ser representada por regras ou modelos geoestatísticos. 112 A distribuição da doença e a sua relação com as condições climáticas (Lopes, 2007)113 114 115 116 117 A distribuição da doença e a sua relação com a fertilidade do solo 118 119 120 121 A imagem não pode ser exibida. Talvez o computador não tenha memória suficiente para abrir a imagem ou talvez ela esteja corrompida. Reinicie o computador e abra o arquivo novamente. Se ainda assim aparecer o x vermelho, poderá ser necessário excluir a imagem e inseri-la novamente. 122 AEROBIOLOGIA de esporos pode ser útil para elucidar que favorecem a dispersão dos propágulos, a curtas ou a longas distâncias. Armadilha Rotorod 123 0 50000 100000 150000 200000 250000 0 50 100 150 200 250 300 350 400 set-2008 out-2008 nov-2008 dez-2008 jan-2009 fev-2009 mar-2009 abr-2009 mai-2009 jun-2009 jul-2009 ago-2009 set-2009 C on ce nt ra çã o de a sc ós po ro s/ m ³ d e ar Pr ec ip ita çã o m éd ia (m m ) Precipitação Ascósporos 124 Armadilha Burkard: sucção do ar a cada 2 horas durante sete dias, diariamente com ciclo renovável. 125 126
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