Buscar

HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
UNIDADE I:
A importância e o entendimento do estudo de história da educação: entendendo conceitos
A História refere-se basicamente à vida dos homens em sociedade, à forma como se organizam, se adaptam e transformam o ambiente em que vivem ao longo do tempo, pois nos possibilita refletir sobre a vida dos seres humanos, ou seja, de pensarmos sobre como o homem viveu e como vive em diversos momentos e em diversas sociedades.
Conceituar história não é uma tarefa simples. Há diversas perspectivas, tendências e modelos teóricos. Porém, é fundamental entendermos que, apesar desta diversidade, a história pode ser considerada uma ciência que estuda tudo que tem relação com a vida do homem: suas atividades (laboral, lúdica, científica, religiosa, etc), suas preferências, suas maneiras de ser, fazer e agir.
Estudar a história nos leva a uma melhor compreensão do mundo em que vivemos, proporcionando-nos o entendimento de que as atuais formações sociais, políticas, econômicas, jurídicas, educacionais etc., não acontecem por acaso, os estudos históricos nos possibilitam entender nossa realidade atual, mostrando-nos que a história tem relações tanto com o presente quanto com o passado, e para isso é fundamental a compreensão do desenvolvimento da educação através do tempo e de diversos povos e épocas.
· A História se refere à vida dos homens em sociedade, à forma como se organizam, se adaptam e transformam o ambiente em que vivem (social e natural) ao longo do tempo.
· Por meio da reflexão histórica, entendemos como as diferentes sociedade se formam, como se desenvolvem e como se transformam.
· A História não significa apenas memorizar datas, fatos e nomes, ela possibilita-nos entender nossa realidade atual, mostrando-nos que a História tem relação tanto com o presente quanto com o passado.
1. O 	que é Educação?
Por Educação entendemos a influência intencional e sistemática sobre o ser juvenil, com o propósito de formá-lo e desenvolvê-lo. Significa também a ação genérica e ampla de uma sociedade sobre as gerações jovens com o objetivo de conservar e transmitir a existência coletiva.
No entanto, não devemos pensar a educação como sendo a “solução mágica” para todos os problemas sociais, mas devemos estar alertas para a relação de reciprocidade existente entre ambas, ou seja, para o fato de que uma pode influenciar a outra.
· A prática educativa não é uma prática neutra, desinteressada, desligada das relações de poder e de dominação.
· Uma educação comprometida com as relações de poder pode colaborar para a preservação de uma sociedade injusta, que promove e aprofunda as desigualdades.
· A educação, pode também, ser um instrumento de transformação e libertação de uma sociedade.
1.1 Por que estudar História da Educação
Estudar a história da educação é a maneira ideal para contribuir com a melhora da educação atual; o estudo da história da educação se revela extremamente importante à medida que possibilita aos estudiosos a ampliação do raciocínio, a clareza das ideias e a reflexão crítica.
· Sem os estudos de história de educação não conseguimos entender os processos educacionais atuais.
· O estudo da história deve possibilitar a compreensão das relações de poder e os mecanismo de exclusão que se produzem e reproduzem em determinados contextos sociais.
· O estudo da história da educação possibilita aos estudiosos a ampliação do raciocínio, a clareza de ideias e a reflexão crítica.
2. Educação, Sociedade e Cultura entre os povos primitivos
2.1 A distinção entre cultura e civilização
	“Povos primitivos” existiram na Pré-História e existem ainda hoje. A diferença é que, na Pré-História, toda humanidade era formada por “povos primitivos”, enquanto que hoje estão quase extintos. Os “povos primitivos” da atualidade são, por exemplo, as tribos indígenas no Brasil e as diversas comunidades tribais na África e na Oceania, que são assim consideradas em função de sua organização social.
	Tomado em seu amplo sentido etnográfico, cultura é este complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes, ou qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade. Fica claro, portanto, que educação, sociedade e cultura existem desde o surgimento do homo sapiens. 
	Desta forma, não podemos confundir cultura com civilização. Cultura é algo pertencente a toda a humanidade, está presente entre todos os grupos humanos, sejam eles considerados primitivos ou civilizados. A capacidade de fazer cultura é exclusiva dos seres humanos e é esta característica que nos diferencia dos demais animais. Civilização, entretanto, é o estágio de desenvolvimento cultural em que se encontra determinado povo ou sociedade. Este desenvolvimento é normalmente representado pelo grau alcançado pela tecnologia, economia, arte e ciência. É comum, por exemplo, se referir a um povo como sendo “uma civilização” se o mesmo já alcançou o desenvolvimento da escrita.
2.2 A educação informal
	Podemos dividir a Pré-História em dois períodos principais: Idade da Pedra Lascada (Paleolítico), momento em que os homens são nômades e caçadores e Idade da Pedra Polida (Neolítico), momento em que o homem já domina as técnicas agrícolas e é sedentário.
	A educação nestes dois períodos é uma educação para a vida, para a sobrevivência, é uma educação informal, difusa, natural e espontânea, adquirida na convivência de pais e filhos adultos e menores.
	Este tipo de educação, presente na Pré-História, é um tipo que permeia todos os períodos da vida humana. A educação informal ou primária, ou seja, a socialização que acontece no seio da família, é sempre uma educação mais livre, difusa e feita por meio de imitação. Entretanto nesse período, esta é a única forma de educação.
	Assim, a educação informal é o processo pelo qual o indivíduo aprende a ser membro de determinada sociedade, internalizando suas regras, costumes, hábitos, crenças, moral, etc. Também pode ser designada de socialização ou endoculturação. Por meio dela acontece o aprendizado dos sistemas de valores, dos modos de vida, das representações, dos papéis sociais e dos modelos de comportamento, enfim, da cultura de uma determinada sociedade, nunca se completando no sentido de ter um final, pois estamos sempre aprendendo, ela acontece diariamente e sem planejamento específico, não é um processo direcionado nem conduzido, de tal forma que todos os momentos da vida podem apresentar situações de aprendizagem. 
A diferença entre educação informal e formal
· Informal – processo contínuo, não institucionalizado nem direcionado, de aquisição de regras, costumes, hábitos, crenças, moral, conhecimentos e habilidades pertinentes a uma sociedade.
· Formal – educação planejada intencionalmente, estruturada, organizada e sistematizada, que ocorre em espaços organizados.
Resumo
A história não deve ser entendida como simples relato de fatos passados, mas, sim, como uma forma específica de reflexão e análise que nos permite pensar quais fatos e acontecimentos passados podem contribuir para o entendimento de nossa realidade atual, seja ela política, econômica, jurídica ou educacional.
Existe uma relação de reciprocidade entre sociedade e educação, de tal forma que uma pode influenciar a outra. Portanto, cada época e cada sociedade possuem um tipo de educação, cujo objetivo é atender às necessidades de cada período da história, ou seja, a educação se modifica de acordo com as diferentes conjunturas históricas e sociais.
Desta forma, durante toda a Pré-História, a educação permaneceu no nível da socialização primária. Sendo considerada uma educação informal, universal e integral, cujo aprendizado é transmitido para as futuras gerações de forma difusa, por meio da coparticipação e da imitação. Não havia a figura do professor ou de alguém que pudesse exercer função parecida.
UNIDADE II:
3. Educação, sociedade e cultura no Antigo Egito: a formação do escriba
3.1 Egito, berço de todas as civilizações
	Os primeiros registros que temos acerca do Egito datam do ano 4000 a.C.,quando caçadores nômades fixaram-se no Vale do Nilo, nordeste da África. Aos poucos a tecnologia foi se desenvolvendo, o trabalho se especializando, a agricultura tornando-se mais eficaz e a sociedade mais complexa. O Egito, provavelmente a civilização mais antiga da humanidade, desenvolveu a agricultura de forma extraordinária, graças, principalmente, ao regime de cheias do rio Nilo. Desenvolveu notadamente, ainda, a geometria, a astronomia, a matemática e as ciências úteis e necessárias para a realização das atividades práticas diárias.
	Os egípcios desenvolveram conhecimentos na área médica, identificando algumas doenças, e existe a evidência de que já praticavam alguns tipos de cirurgias. O desenvolvimento dos conhecimentos permitiu aos egípcios alcançarem uma alta produtividade agrícola e exercerem um eficiente controle populacional, disponibilizando recursos e mão de obra. Desenvolveu-se, portanto, uma sociedade de classes, dividida em diferentes camadas sociais: as que tinham privilégios, tais como: sacerdotes, nobres, funcionários; e as que compunham o restante da população: artesãos, camponeses e escravos. O governo se concretizou como um governo centralizador e teocrático (de origem divina). Como o poder político era fundamentado no poder religioso, podemos perceber que a religião era indissociável da vida política e cotidiana dos egípcios.
	Portanto, o fator religioso na cultura indígena era decisivo. A educação, por sua vez, estava intimamente relacionada com a religião e a cultura. A transmissão do conhecimento, tanto religioso como técnico, não era disponibilizada para todos, ao contrário, era restrita a poucos. Começa a existir certa hierarquização no mundo do trabalho, ou seja, esta economia pede um trabalhador mais especializado e qualificado e uma educação condizente com esse propósito.
	Segundo Manacorda, provavelmente houve o desenvolvimento de três tipos de escolas: as escolas “intelectuais”, em que eram cultivados os estudos de matemática, de geometria e de astronomia; as escolas “práticas”, destinadas à qualificação de artesãos e treinamento de guerreiros; e as escolas de ciências esotéricas e sagradas, voltadas para a formação de sacerdotes.
	O autor enfatiza a existência da educação destinada às classes dominantes, especialmente no que se refere à educação para a vida política, ou seja, para o exercício do poder, baseada em literatura sapiencial e tinha como objetivo o ensinamento dos comportamentos e da moral referentes ao exercício do poder. Literatura sapiencial é um tipo de literatura proverbial da sabedoria que tem uma finalidade basicamente didática. O conteúdo específico gira em torno dos preceitos comportamentais e conselhos de sabedoria prática. A característica principal destes ensinamentos é que estes estão voltados para a formação do homem político, sendo os temas pedagógicos fundamentais no Antigo Egito, a “educação para falar” e a “obediência”.
A educação no Antigo Egito tinha as seguintes características:
· Calcada na obediência e na disciplina: percepção do castigo como eficaz para o processo de aprendizagem;
· Uso de livros e textos de literatura sapiencial (preceitos comportamentais e conselhos de sabedoria prática);
· Processo sistematizado (com começo, meio, fim e objetivos);
· Institucionalizada;
· Existência de um encarregado pela educação (escriba ou sacerdote);
· Educação de classes, portanto com conteúdos adequados aos diferentes objetivos intelectuais ou práticos, ou seja, conteúdos adequados à classe dominante (formação do homem político, escribas e altos funcionários) e conteúdos adequados ao povo (formação de artesãos e guerreiros).
3.2 Ascensão social por meio do ofício de escriba
	O escriba do antigo Egito era um perito na escrita em um tempo e lugar em que bem poucos detinham esse conhecimento. Além de funcionário da administração, ele era mestre dos filhos das castas dominantes, e também dos filhos dos reis e faraós. A profissão se apresentava aos jovens e à sociedade em geral como extremamente promissora e vantajosa.
4. Educação, sociedade e cultura na antiguidade grega
4.1 Grécia
	Nosso mundo atual tem muito em comum com o universo dos gregos antigos. Vários conceitos que usamos diariamente são herdados dos gregos, como, por exemplo, os conceitos de cidadania e democracia. Inventaram os jogos olímpicos, criaram a filosofia e estabeleceram os fundamentos da ciência e do teatro. É considerada o berço da Pedagogia. Produziu filósofos conhecidos e populares até os dias de hoje, como Sócrates, Platão e Aristóteles.
	Podemos dividir a história da educação grega da seguinte maneira:
· Período Homérico – corresponde à Educação Heroica, Cavalheiresca, fase retratada pelos poemas de Homero: Ilíada e Odisseia. 
- Os gregos desse período não tinham o domínio da escrita, portanto, o processo educativo se realizava a partir da tradição oral, especialmente por meio das rapsódias Ilíada (narrativa sobre a guerra de Troia) e Odisseia (narrativa sobre a volta de Ulisses à Grécia), que influenciaram de forma marcante toda a educação e cultura clássica, grega e romana. Na verdade, esses poemas tratam das venturas e desventuras de heróis que servem de modelos permanentes para a juventude. Seus heróis mais importantes, como Aquiles e Ulisses, atravessaram os séculos. Estes heróis são modelos de virtude, honra, superioridade, conquista dos objetivos, coragem, perseverança e cumprimento do dever, apesar dos mais temidos obstáculos. Os feitos heroicos destes personagens eram aprendidos de memória pelas crianças e detalhadamente analisados pelos jovens. A educação é fortemente alicerçada nos conceitos de honra e valor e no espírito de luta e sacrifício, bem como nas capacidades e nos feitos individuais. Percebe-se o ideal educativo grego “Areté”, entendida como um atributo próprio da nobreza, um conjunto de qualidades físicas, espirituais e morais, tais como a bravura, a coragem, a força, a destreza, a eloquência, a capacidade de persuasão, ou, em uma palavra, a heroicidade.
· Período Arcaico – fase da formação das cidades-estado (polis), introdução da escrita, da moeda e da lei, corresponde à Educação Cívica.
- No final do período Homérico, ocorreram grandes mudanças na vida política, social, cultural e econômica dos gregos, dentre elas, o desenvolvimento das chamadas cidades-estados, as polis; o desenvolvimento da racionalidade e da reflexão em detrimento do mito; a utilização da escrita; o uso da moeda; a elaboração de leis escritas por legisladores; e o aparecimento dos primeiros filósofos. A educação é voltada para a cidadania, capaz de formar bons cidadãos comprometidos com os interesses de suas sociedades. As cidades-estado mais conhecidas foram Esparta e Atenas e normalmente elas são muito citadas para exemplificar modelos educacionais que são antagônicos entre si, mas que estão de acordo com o ideal de homem e sociedade pensados por elas.
O modelo de educação em Esparta: Esparta vivia em clima de constante estado de guerra, o que impunha a necessidade de um Estado forte capaz de controlar e disciplinar totalmente os indivíduos. A educação era calcada na severidade e na disciplina, essencialmente militar, embora os esportes e a música também fossem incentivados.
O modelo de educação em Atenas: Muito diferente do que se estabeleceu em Esparta foi o modelo de educação estabelecido em Atenas. Enquanto Esparta se preocupava com a formação do patriota guerreiro, Atenas se preocupou com a formação do homem livre. A sociedade ateniense se tornou uma sociedade democrática (de fato, Atenas, é considerada o berço da democracia). Esse tipo de governo e sociedade, por não prescindir de uma formação militarista, têm outros anseios e outras necessidades. As preocupações da sociedade ateniense eram muito voltadas para o desenvolvimento artístico e cultural de seu povo, o que levou à formação de uma civilização de forte tendência intelectual, artística e cultural. A educação em Atenas, em conformidade com este modo de vida, possuía um enfoque muito mais social do queestatal.
· Período Clássico – apogeu da civilização grega, corresponde à Educação Clássica, Humanística e é representada especialmente por Sócrates, Platão e Aristóteles.
- Durante o período clássico, Atenas se fortalece como centro da vida social, econômica, política e cultural da Grécia em virtude do crescimento do comércio, da economia, do artesanato e das artes militares; fortalecimento da ideia e do conceito de democracia. Esta democracia é uma democracia direta, ou seja, não é estabelecida por eleição de representantes no governo, mas sim por meio da participação de todos no governo. Todos tinham o direito de expor e defender em público suas ideias e opiniões sobre as resoluções políticas mais adequadas para a cidade. A formação do cidadão pleno, capaz de unir virtude, beleza, força, intelectualidade, capacidade de persuasão e comprometimento social, se fez muito necessária em virtude do modelo de sociedade democrática. Para suprir esta necessidade surgem os sofistas, os primeiros “educadores pagos” da Grécia que cobravam altas taxas pelos ensinamentos que ministravam, se esmeravam no ensino da retórica, da arte de falar em público, da arte da persuasão e das técnicas que ajudavam os homens a defenderem suas opiniões; eles não eram filósofos, mas ensinavam tudo aquilo que fosse necessário; não estavam muito interessados na verdade, o que realmente interessava era convencer. Os sofistas foram bastantes criticados por Sócrates e seus seguidores, por cobrarem por seus ensinamentos e por se consideraram sábios. Podemos destacar os seguintes sofistas: Protágoras, Górgias, Hípias, Isócrates.
Período Socrático/Sócrates: Neste período, há o desabrochar da filosofia, bem como das ideias pedagógicas, sendo que Platão e Aristóteles são considerados dois grandes clássicos da pedagogia grega, tendo exprimido duas ideias educacionais em suas obras filosóficas. Sócrates é considerado o grande educador espiritual, seja como filósofo ou como pensador, foi, antes de tudo, um educador. Ao contrário dos sofistas, Sócrates não concordava que a educação fosse uma profissão remunerada; a educação não deveria ser de caráter prático nem de proveito pessoal; os sofistas usavam o diálogo em seus ensinamentos para impor ideias ou para fins egoístas, Sócrates, ao contrário, usava o diálogo para conduzir à descoberta da verdade; os sofistas não se preocupavam com as ideias morais, enquanto que, para Sócrates, a moral, a virtude e a ética deveriam ser o cerne da educação e da vida. As ideias socráticas foram extremamente inovadoras na educação. Com Sócrates, o domínio da razão e a racionalidade adquire nova importância. Sócrates percebe que, para o ensino ser eficiente, é necessário ensinar e pensar. O método de Sócrates é basicamente o diálogo em dois momentos: a ironia e a maiêutica.
Platão: Um dos mais importantes discípulos de Sócrates, enquanto Sócrates foi o primeiro educador da Grécia, alguns autores admitem que Platão tenha sido o fundador da teoria da educação (pedagogia). Platão considerava que a educação deveria ser obrigação do Estado, universal e igual para homens e mulheres, e que o processo educacional deveria ser algo longamente elaborado para que o indivíduo fosse suficientemente preparado e a educação teria que ser capaz de revelar os talentos deste; o objetivo seria desenvolver o equilíbrio do corpo e do espírito e, para tal, as crianças deveriam ser privadas do convívio com os pais. A ginástica, que deveria se iniciar na infância e se estender por toda a vida adulta, fazia parte do programa de educação pensado por Platão e deveria ser composta de exercícios de caráter militar, além de jogos, lutas, corridas, esgrima, arremesso e arco e flecha. Assim como para Sócrates, para Platão a finalidade da educação era a formação do homem moral, e o meio era a educação do Estado e, para tanto, o Estado deveria encarnar a ideia de justiça.
Aristóteles: Considerava que a educação deveria ser pública e ter como objetivo a virtude. Esteve aos seus encargos a educação de Alexandre Magno, filho de Filipe, rei da Macedônia. Para Aristóteles, era necessário ensinar o que é virtude, mas somente pela prática da mesma é que isso seria possível. Liceu foi uma escola de Ciência Política fundada por ele em 335 a.C., cujos aspectos educacionais eram: educação como responsabilidade do Estado, a educação deveria ser a mesma para todos em todo o solo grego, a lei deveria regular a educação e esta deveria ser pública, a família deveria se responsabilizar pela educação na primeira infância (até os sete anos), a partir dos sete anos a educação deveria ser dividida em dois períodos: dos sete anos à puberdade e da puberdade aos vinte e um anos, a educação deveria ser composta de ginástica, música, letras e desenho, as duas partes essenciais eram a ginástica, para desenvolver a coragem e a música, para desenvolver a moral.
· Período Helenístico – fase da decadência da Grécia, corresponde à Educação Helenística, Enciclopédica. 
- No período helenístico, ocorre a decadência das cidades-estado. Alexandre conquistou a Grécia, colocando-a sob seu domínio, momento em que a cultura grega se amplia de tal maneira que se universaliza e se espalha para todo o mundo. O contato da cultura grega com as diferentes culturas do mundo, especialmente com o mundo oriental (Pérsia e Egito), gerou uma fusão cultural que passou a caracterizar o helenismo, período em que se processou uma mistura de diferentes culturas, difundida por todo o mundo. A educação particular, mantida com os pagamentos dos alunos, continuou a existir, porém, a educação pública se expandiu e passou a ser uma obrigação dos municípios e das cidades. Apenas a educação militar é que continuou a cargo do Estado. Os conteúdos da educação continuam parecidos com os das épocas anteriores, com diminuição da importância da educação física e valorização dos aspectos intelectuais. No período helenístico, a divisão entre matérias humanistas e realistas foi estabelecida por meio do trivium (gramática, retórica e filosofia) e quadrivium (aritmética, música, geometria e astronomia).
Resumo
Diferentemente do que acontecia na Pré-História, no Antigo Egito, a educação assumiu contornos mais condizentes com as necessidades sociais apresentadas pela sociedade, que era bem mais complexa. A educação foi se tornando cada vez mais formal, concentrou-se na arte da oratória, no treino da obediência e da moral (uso de literatura sapiencial), a partir de um rígido regime disciplinar em que a punição e o castigo eram frequentemente utilizados. Neste período, surgiu a figura de um encarregado pela educação (escriba ou sacerdote) e o domínio do conhecimento passou a ser uma forma de ascensão social.
Na Antiguidade Clássica Grega, destacaram-se quatro diferentes períodos em que se impuseram quatro diferentes ideias de educação, a saber: o Período Homérico, correspondente à Educação Heroica ou Cavalheiresca; o Período Arcaico, correspondente à Educação Cívica, ou seja, uma educação para a cidadania; o Período Clássico, correspondente à Educação Humanista; e o Período Helenístico, que corresponde à Educação Helenística ou Enciclopédica.
Na Grécia houve o desabrochar das ideias pedagógicas e educacionais mais fundamentais e que influenciaram a educação em todo o mundo ocidental. Estas ideias se iniciaram especialmente durante o Período Clássico, também conhecido como Período Socrático, com o surgimento dos sofistas e dos filósofos Sócrates, Platão e Aristóteles. Guardada as devidas diferenças entre eles, estes filósofos consideravam que a educação deveria ter como o objetivo a virtude e ser composta essencialmente pela ginástica e pela música, além de ser pública e de responsabilidade do Estado.
 UNIDADE III:
5. Educação, Sociedade e Cultura na Idade Média e no Renascimento
5.1 A Idade Média e o Feudalismo
	A Idade Média foi o período da história europeia que durou aproximadamente mil anos, entre os séculos V e XV e compreende a queda do Império Romano do Ocidente e a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanosem 1453. O final da Idade Média está associado a vários eventos e acontecimentos, como os grandes descobrimentos marítimos e ascensão do Renascimento, podendo ser assinalado como um período de declínio das relações feudais de produção, que começam a ser substituídas pelo modo de produção capitalista.
	A Idade Média europeia divide-se em duas etapas bem distintas: a alta Idade Média (que vai da formação dos reinos germânicos, a partir do século V, até a consolidação do feudalismo, entre os séculos IX e XII); e a baixa Idade Média (que vai até o século XV, caracterizada pelo crescimento das cidades, a expansão territorial e o florescimento do comércio). A sociedade medieval era dividida em estamentos: clero (igreja), nobreza (possuidores de terras/senhores feudais) e servos (servidores dos senhores feudais). *A posição social do indivíduo é determinada pela origem familiar.
	Assim, podemos afirmar que as principais características do feudalismo eram:
· Poder descentralizado (nas mãos de vários senhores feudais)
· Economia baseada na agricultura; utilização do trabalho dos servos
· Quase nenhuma mobilidade social
· Forte mentalidade religiosa
· Intensa influência e poder de decisão do clero (Igreja)
A sociedade feudal era estática e hierarquizada. A nobreza feudal era detentora de terras e arrecadava impostos dos camponeses. O clero tinha um grande poder, pois era responsável pela proteção espiritual da sociedade e também pela produção do conhecimento. Era isento de impostos e arrecadava o dízimo. A terceira camada da sociedade era formada pelos servos (camponeses) e pequenos artesãos.
A economia feudal baseava-se principalmente na agricultura. Existiam algumas moedas na Idade Média, porém, elas eram pouco utilizadas. As trocas de produtos e mercadorias eram comuns. O feudo era a base econômica deste período, pois quem possuía a terra, desfrutava de mais poder. A produção era baixa, uma vez que as técnicas de trabalho agrícola eram extremamente rudimentares. O artesanato também era praticado na Idade Média, inicialmente nas oficinas dos feudos, mais tarde nas chamadas Corporações de Ofício, depois nas manufaturas e finalmente nas fábricas.
As Corporações de Ofício eram associações que reuniam trabalhadores de uma mesma profissão (carpinteiros, ferreiros, alfaiates, sapateiros, padeiros...), que serviam para defender os interesses trabalhistas e econômicos dos trabalhadores.
Durante a alta Idade Média, a economia feudal caracterizou-se pela autossuficiência, o feudo buscava produzir tudo que era necessário para a manutenção da comunidade. A sociedade feudal era fortemente marcada pela mentalidade religiosa.
Em torno dos castelos, indivíduos começaram a se estabelecer e comerciar produtos excedentes e originários de outras regiões da Europa. A moeda voltou a ser necessária, e surgiram várias cidades importantes junto às rotas comerciais marítimas e terrestres. O aumento do comércio promoveu o desenvolvimento das cidades medievais que, em grande parte dos casos, possuía um núcleo fortificado com muralhas, chamado burgo. Os comerciantes e artesãos que viviam em torno desse núcleo eram chamados de burgueses.
Durante a baixa Idade Média, iniciou-se uma ruptura com as características de subsistência que o feudalismo apresentava. Com o surgimento de novas técnicas agrícolas, foi possível a comercialização do excedente de produção. As cidades tornaram-se locais seguros para aqueles que desejavam romper com a rigidez da sociedade feudal. 
	5.2 O conhecimento científico na Idade Média
		Desde o século IV d.C. 9ano 400) até o século XV (1400), a história do conhecimento ficou dividida. De um lado, o conhecimento dos mosteiros era dedicado a cultivar a teologia, a filosofia, a literatura e o estudo de fenômenos naturais, sempre do ponto de vista religioso, legitimando o poder da nobreza e da Igreja. Mas, por outro lado, temos o conhecimento dos estudiosos livres-pensadores da natureza, alquimistas, magos, “bruxos”, “experimentadores”, que, sozinhos ou em grupos, quase sempre em segredo, procuravam desvendar o que estava oculto por trás das aparências.
		A produção do conhecimento tinha seu centro e elite no seio das hierarquias, eram mantido um severo controle sobre os produtores do saber; o conhecimento humano deveria estar voltado para fundamentar, legitimar e difundir as verdades contidas nas Sagradas Escrituras, para glorificar o reino de Deus. O conhecimento que não tivesse exatamente essa finalidade era considerado herege.
	Os dogmas religiosos não poderiam ser contestados pelos estudos científicos, dentre eles:
· Geocentrismo – a Terra é o centro do universo
· Teocentrismo – Deus é o centro de todas as explicações
· Teocracia – todo poder do rei emana de Deus
Com isso, o exercício do conhecimento durante a idade Média aconteceu sob muita repressão.
	5.3 A educação na Idade Média
		A educação era para poucos, pois só os filhos dos nobres estudavam; ensinava-se o latim, doutrinas religiosas e táticas de guerra. De forma didática, é possível dizer que, a educação apresentou duas tendências básicas: a Educação Patrística e a Escolástica.
· A Educação Patrística – foi uma linha de pensamento cristã formulada pelos padres da Igreja. De inspiração platônica, a Patrística expôs a necessidade de uma rigorosa ética moral e de controle racional das paixões; procedeu a uma forma racional de exposição da doutrina cristã, preocupando-se, principalmente, em tentar equilibrar as relações entre fé e ciência, entre fé e razão, para poder entender a natureza de Deus e da alma. O seu membro mais influente foi Santo Agostinho. Embora tenha sofrido influência de Platão, ao unir filosofia e religião, acabou formando sua própria filosofia baseada em conhecimento, sabedoria e amizade. Em relação à educação, teve ação decisiva e inovadora ao reconhecer que, ao lado da conquista e do domínio dos conteúdos, o aluno precisava saber relacionar esse conhecimento à realidade. Podemos reconhecer duas fases na forma de concepção de educação de Agostinho: a primeira, na qual se faz relevante a formação humanista e, na segunda, o destaque para o valor e a importância da formação ascética (uma formação rigorosa, capaz de conduzir aos caminhos do bem e à perfeição).
· A Educação Escolástica – foi uma corrente filosófica e um método de ensino que predominou na sociedade medieval entre os séculos XI e XV, contribuindo para o surgimento das universidades. Se sobressaiu e desenvolveu na Europa medieval do século IX até o Renascimento. O ensino era fortemente inspirado pela Igreja. Buscando entender a relação entre filosofia e teologia e tentando explicar a fé de forma racional, a Escolástica estimulou a dialética, uma das disciplinas que compunham o trivium. Assim como as universidades, representou o melhor dos conhecimentos e da sabedoria desde o período medieval até a época do Renascimento, mas começou a declinar e demorar em admitir as novas ciências que o mundo transformado começava a pedir. O membro mais proeminente do movimento escolástico, que tinha como preocupação central a explicação da fé cristã por meio da razão, foi São Tomás de Aquino. Ele elaborou um sistema filosófico que ficou conhecido por tomismo, cujos preceitos eram fortemente influenciados pela filosofia de Aristóteles. Escreveu a Suma Teológica, cujo conteúdo aborda de forma racional as questões da fé e mostra que a filosofia pode ser instrumento de auxílio ao trabalho da teologia.
· O movimento Renascentista e a educação – no final do século XII, a sociedade medieval começou a se modificar, principalmente com a formação e o fortalecimento dos centros urbanos, o que seria muito importante para as mudanças educacionais que estariam em curso com o movimento Renascentista. Entre os séculos XIV e XV, o mundo ocidental produziu um dos mais inovadores movimentos sociais, econômicos e culturais da história da humanidade, o Renascentismo, que lenta e vagarosamente já vinha se insinuando no mundo ocidental culto; se caracterizou por um grande interesse sobre o saber, a culturae a retomada de muitas ideias dos antigos gregos e romanos, uma época de grandes descobertas e explorações: Vasco da Gama, Colombo, Cabral, notáveis avanços se processavam na ciência e astronomia, compositores passaram a ter um interesse mais vivo pela música profana (não religiosa). Foi o ponto de partida rumo ao desenvolvimento do capitalismo, a Europa feudal aos poucos ia se desestruturando, principalmente devido ao processo de abertura e expansão marítima e comercial. As obras dos principais estudiosos deste período acerca do mundo social revelavam mais uma visão especulativa, ideal e utópica de como deveria ser a sociedade, ou seja, ainda não se conseguia descrevê-la como realmente ela era. 
· A ciência no Renascimento - de uma ordem cósmica dominada pelo sagrado, passou-se a uma ordem cósmica secular; de um universo geocêntrico, no qual a Terra estaria no centro, passou-se para um universo heliocêntrico, onde o Sol ocuparia o lugar central; de um universo teocrático, no qual todo poder emana de Deus, passou-se a um universo antropocêntrico, no qual o homem e a razão são centrais para as explicações.
· A sociedade Renascentista e a educação – durante o Renascimento houve um desenvolvimento na formação e no fortalecimento das cidades, fator muito importante para a mudança dos métodos e da forma educacional na Idade Média. Este foi um período no qual o capitalismo começou a se insinuar na sociedade, em que se estabeleceram as Corporações de Ofício e a divisão do trabalho e no qual se preconizou a união entre teoria e prática. O trabalho começava a deixar de ser pensado como castigo para ser entendido como algo que poderia dignificar o homem, a educação e a cultura deviam contribuir com esta nova visão.
· A reforma e a contrarreforma – durante o século XVI, a Europa foi abalada por uma série de movimentos religiosos que contestavam abertamente os dogmas da Igreja católica e a autoridade do papa. Estes movimentos, conhecidos genericamente com Reforma, foram de intenso cunho religioso, mas não apenas; algumas correntes do movimento reformista se adequavam às necessidades religiosas da burguesia, ao valorizarem o homem “empreendedor” e ao justificarem a busca pelo lucro, sempre condenado pela Igreja católica. A Igreja estava em decadência e preocupava-se mais com as questões políticas e econômicas do que com as questões religiosas, para aumentar suas riquezas recorria à venda de cargos eclesiásticos, de relíquias e das famosas indulgências (garantia de que cada cristão pecador poderia comprar seu perdão da Igreja). A formação das monarquias nacionais, a partir de 1400, trouxe consigo um sentimento de nacionalidade às pessoas que habitavam uma mesma região, sentimento este desconhecido na Europa feudal, fato que motivou o declínio da autoridade papal, pois o rei e a nação passaram a ser mais importantes. Assim, grande parte da burguesia, ligada às atividades lucrativas, aderiu ao movimento reformista. Com a expansão da doutrina protestante, a Igreja católica protagonizou uma forte reação conhecida como Contrarreforma, com o objetivo de recuperar o poder que vinha perdendo. O papa Paulo III convocou o Concílio de Trento para assegurar a unidade da fé católica e a disciplina dos sacerdotes. Foi refirmada a infalibilidade papal e estabelecidas normas para a criação de seminários para a formação de eclesiásticos. 
· A educação – a sociedade renascentista tinha um apreço muito grande pela Educação. Houve um enorme crescimento e difusão de colégios e obras dedicadas aos alunos e professores. A educação passou a ser uma questão fundamental. O ideal de educação laica não era muito fácil de ser cumprido naquele período, uma vez que a religião e as ordens religiosas eram as grandes detentoras do ensino. O termo “laico” refere-se a uma corrente de pensamento chamada laicismo que preconiza a separação entre as questões referentes ao Estado e as influências religiosas, ou seja, as responsabilidades concernentes ao Estado não devem sofrer pressões religiosas, mantendo-se neutra em relação à religião; buscava tornar-se cada vez mais laica para divulgar os ideais humanistas e burgueses.
6. O Iluminismo e a Educação
Renascentismo e iluminismo são movimentos intimamente entrelaçados e tentar definir datas para um e para o outro é mera questão didática. Chamamos Iluminismo o movimento cultural que se desenvolveu nos séculos XVII e XVIII. Os filósofos e economistas que defendiam as ideias iluministas julgavam-se “propagadores da luz” e do conhecimento. Principal pensador iluminista: René Descartes (“penso, logo existo”).
A partir do Renascimento e do Iluminismo, percebemos que a sociedade foi se desenvolvendo de tal forma que, entre os séculos XVII e XVIII, o triunfo da razão e da ciência foi consolidado.
- Principais características do Iluminismo:
· Valorização da razão;
· Valorização do questionamento, da investigação e da experiência como forma de conhecimento;
· Crença nas leis naturais;
· Crença nos direitos que todos os indivíduos possuem em relação à vida, à liberdade e à posse de bens materiais;
· Crítica ao absolutismo e aos privilégios da nobreza e do clero;
· Defesa da liberdade política e econômica e da igualdade de todos perante a lei;
· Crítica à Igreja católica.
a) A Revolução Industrial Inglesa causou uma intensa modificação na forma de se produzir a vida material. Se antes a confecção de objetos era realizada nas manufaturas, de forma artesanal, com a criação das máquinas, a fabricação atingiu outros patamares. A energia humana foi sensivelmente poupada pela energia proveniente das máquinas e o modo de produção doméstico foi gradativamente sendo substituído pelo sistema fabril. 
b) A Revolução Francesa fez parte de um movimento revolucionário global, atlântico ocidental, que começava nos Estados Unidos em 1776. Há traços comuns em todos os movimentos, mas a Revolução Francesa tem identidade própria, podendo ser percebida nas seguintes manifestações: tomada do poder pela burguesia, participação de camponeses e artesãos, superação das instituições feudais do Antigo Regime e preparação da França para caminhar rumo ao capitalismo industrial.
· O legado da Revolução Francesa – proclamação do Estado secular, participação popular pelo voto, instrução pública, laica, estatal e gratuita, serviço militar generalizado, igualdade dos filhos perante a herança e de todos perante a lei, divórcio, abolição das torturas e dos castigos físicos, primórdios da emancipação feminina, extensão da cidadania aos judeus, condenação da escravidão.
· A educação na sociedade iluminista – em meio ao iluminismo, a educação caracterizou-se pelos seguintes aspectos: desenvolvimento da educação estatal, início da educação nacional, do povo pelo povo ou por seus representantes políticos, princípio da educação universal, gratuita e obrigatória, no grau de escola primária, iniciação do laicismo no ensino com a substituição do ensino de religião pela instrução moral, organização da instrução pública em unidade orgânica, acentuação do espírito cosmopolita, universalista, que une pensadores e educadores de todos os países, primazia da razão, crença no poder racional dos indivíduos e dos povos.

Continue navegando