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A JURISDIÇÃO É O PODER DO ESTADO COMO TERCEIRO PACIFICADOR NA RESOLUÇÃO DOS CONFLITOS TGP DIREITO

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Jurisdição é o PODER do Estado como TERCEIRO PACIFICADOR na resolução dos conflitos.
E a compreensão deste conceito passa necessariamente por duas noções relevantes:
1) – a busca pela solução de um conflito.
2) – a entrega dessa função a um terceiro, alheio aos interesses das partes. 
A doutrina descreve que JURISDIÇÃO é:
PODER: 
É a capacidade do Estado em decidir com IMPERATIVIDADE, nas soluções dos conflitos.
FUNÇÃO: 
Expressa o encargo que tem os órgãos estatais de promover a pacificação dos conflitos, mediante a realização de um direito justo e através de um processo.
Também: - É a capacidade estatal de aplicar o direito ao caso concreto, visando a resolução dos conflitos. Se realiza por meio de processo judicial.
ATIVIDADE: 
É o complexo de atos do juiz no processo exercendo o PODER e a FUNÇÃO.
ESTE TRÊS: PODER, FUNÇÃO e ATIVIDADE estão atrelados ao DPL.
*Para saber mais, relembre também sobre:
CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA - ou pactum de comprometimento é um pacto adjeto dotado de autonomia conforme dispõe os artigos 8° da Lei n° 9.307/96 e 853 do CC, relativamente aos contratos civil e comerciais. Nasce no momento inicial do negócio principal, como medida preventiva dos interessados, com a intenção de assegurar e garantir as partes de um eventual desentendimento futuro. (Obs. Aprofunde sobre o tema este é somente um breve resumo).
Conteúdo para as questões posteriores:
Leia atentamente: 
	JOÃO propôs uma ação de revisão das cláusulas de um contrato de compra e venda de um imóvel adquirido junto à Construtora XYZ. Quando a ré apresentou sua defesa nos autos, alegou que havia uma cláusula compromissória, e eventuais conflitos gerados em decorrência do contrato firmado entre as partes para determinada Câmara Arbitral.
Após a apresentação de defesa pela ré, o juiz de Primeira Instância proferiu sentença, entendendo que o Poder Judiciário não era apto a julgar aquela demanda, que deveria ter sido proposta perante a jurisdição arbitral. João apresentou, então, o recurso que agora está para ser julgado pelo Tribunal e em relação ao qual Beatriz deverá apresentar uma argumentação jurídica que poderá ser adotada pelo desembargador com quem trabalha.
Basicamente, no recurso João alegou que (I) no Brasil, somente existe jurisdição estatal, sendo proibido o exercício de tal atividade de forma privada; (II) o princípio da inafastabilidade do Poder Judiciário seria afrontado se fosse entendido que somente a Câmara Arbitral pudesse julgar referida demanda.
(Ao final respondida em 7 questões).
O termo jurisdição vem do latim jurisdictio, podendo ser entendido literalmente como atividade de “dizer o direito”. 
No entanto, a função jurisdicional, muito mais do que simplesmente declaratória de um determinado direito, carrega em si a ideia de satisfação integral do direito declarado.
O “dizer o direito” do Estado, é uma resposta ao princípio da Demanda, ou seja, quando a parte provoca a INERCIA DO ESTADO.
Nesse sentido a definição de Chiovenda (Giuseppe) acerca da jurisdição pressupõe que a lei, norma embebida de generalidade e abstracionismo, rege toda a realidade fática que, porventura, surja no plano concreto, incumbindo ao Estado exercer a função jurisdicional de forma restrita à atividade volitiva (resulta da vontade) material do direito positivo. É de se notar, portanto, que o exercício da jurisdição pelo Estado está delimitado a efetivar o que prescreve a lei e, outrossim, declarar direitos já existentes.
Para Chivenda, o direito está nas leis, e a lei concreta está disposta antes do processo, portanto o direito é positivado e cabe ao juiz aplicar.
 Afirma Francesco Carnelutti que interesse é a “posição favorável para a satisfação de uma necessidade”; e pretensão é “a exigência de uma parte, de subordinação de um interesse alheio a um interesse próprio”.
O conflito de interesses surge quando mais de um indivíduo busca desfrutar o mesmo bem. 
A lide tem origem quando o conflito de interesses resultante do concurso pelo mesmo bem não se resolve de forma natural entre as partes. 
Então, ambos resistirão ao que lhes são exigidos um pelo outro, de modo que caberá ao Estado, detentor do poder-dever de jurisdição, dirimir tais conflitos e declarar direitos. Por esta razão, Carnelutti sustenta que a jurisdição é “uma função de busca da justa composição da lide”.
Artigo 5º, XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. (CF/88)
Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. (LEI 13.105/2015)
Qual é a diferença entre esses dois dispositivos?
(...) não excluirá apreciação do Poder Judiciário (CF/88)
(...) não se excluirá da apreciação jurisdicional (CPC)
A doutrina entende que o CPC é mais amplo, alcançando os TRIBUNAIS ARBITRAIS.
Vai se dar o DIREITO, mas necessariamente pelo JUDICIÁRIO.
E na esfera PENAL ou TRABALHISTA também é possível verificar a força da JURISDIÇÃO?
- Quando o empregado alega em RT que não recebeu as horas extras. E o empregador demonstra que pagou as HE. Mas o empregado alega que o recibo não é verdadeiro. A testemunha do empregador afirma que depositou os valores junto a CC do empregado. Mas não junta comprovante dos depósitos.
A posição do juiz é de 3º pacificador. Busca a verdade do processo, e pelas provas produzidas, determina a decisão. 
- Teve princípio da demanda? Da ampla defesa e contraditório? DPL? Princípio da disponibilidade?
Se ninguém recorrer, essa decisão será imutável. 
No Penal:
- José dono de um A-80 Sansung, ao ir a um barzinho, esqueceu celular na mesa, e foi embora. A pessoa que estava na mesa ao lado, percebeu, mas não o alertou, e assim que José ganhou distância da mesa, a pessoa tomou posse do A-80. José deu falta e retornou ao barzinho. Mas não encontrou mais o A-80. Mas viram pelo circuito interno quem era pessoa. Muito conhecida. José foi a autoridade policial. E fez o registro dos fatos. Teve o inquérito, o processo, e ao final a pessoa teve a pena de 3 anos de reclusão. A Pessoa recorreu.
- é possível constatar: Princípio da demanda? DPL? O 3º alheio a vontade das partes? A Jurisdição? O princípio da inércia, provocada? Da Disponibilidade?
Quando falamos do PODER DO ESTADO em realizar a intermediação nos interesses das partes, temos a ideia do TERCEIRO IMPARCIAL.
- o PODER DO ESTADO é aplicado por pessoas: juiz, oficial de justiça, serventuários, escrivão, atendentes, polícia judiciária.
- por isso a exigência da IMPARCILIDADE, pois são essas pessoas que deverão ser imparciais, e quando ocorrer SUSPEIÇÃO ou IMPEDIMENTO, devem se manifestar, sob pena de NULIDADE dos atos.
Característica da JURISDIÇÃO:
SUBSTITUTIVIDADE: 
Terceiro alheio aos interesses das partes e as substitui no processo;
INAFASTABILIDADE: 
Não se pode excluir ameaça ou lesão a direito, da apreciação jurisdicional;
IMPERATIVIDADE:
A jurisdição é apta a fazer valer sua autoridade, impondo sua decisão independentemente da concordância dos litigantes;
IMUTABILIDADE:
Uma vez solucionado o conflito, a solução apresentada não poderá ser modificada;
INÉRCIA:
Há a necessidade de provocação da parte interessada para o exercício da jurisdição.
Recapitulando - Lembram do problema supra, onde João propôs uma ação que havia cláusula compromissória, e em defesa a parte contrária alegou que a demanda não deveria tramitar pela justiça comum, mas sim por juiz arbitral. Juiz sentenciou reconhecendo a validade da cláusula. JOÃO recorreu alegando:
- que no Brasil só existe a jurisdição estatal, renegando “uma jurisdição privada”. 
- e alegou a inafastabilidade do órgão jurisdicional, entendo como estado-juiz a figura competente para julgar o caso.
Com intuito de auxiliar a BEATRIZ nas respostas da decisão do Recurso que surgiram:
1 O que é jurisdição?
2 A jurisdição pode ser delegada?
3 A câmara ou juízo arbitral são legais?
4 A cláusula compromissória é válida?
5 Caberia recurso da decisão do Juízo A Quo”? Por quê?
6 Quem é Juízo Ad Quem?
7 E por fim, o Recurso (apelação) será julgado favorável ou contra João? Considerando o quejá estudamos?
Respostas:
O QUE É JURISDIÇÃO?
	Jurisdição é a capacidade que o Estado tem em decidir imperativamente e impor decisões. Esta capacidade é conferida ao Estado de forma voluntaria a fim de que seja encontrado através deste, uma solução justa para a lide. A jurisdição é função própria do Estado e possui três formas distintas para exercício completo desta função, a saber: Poder, onde é exercido o poder do próprio Estado. Função onde é exercido a capacidade de agir dos órgãos que atuam como agentes do Estado no cumprimento para que as decisões tomadas sejam cumpridas. Atividade onde se dá a ação do juiz no Processo, sendo (ao menos deveria ser) a espinha dorsal de todo este aparato. É correto afirmar de que a jurisdição somente será válida quando praticada respeitando o princípio do Devido Processo Legal.
A JURISDIÇÃO PODE SER DELEGADA?
	A função jurisdicional não pode ser delegada, ou seja, será exercida pelo juiz empossado nos termos constitucionais. Com exceção do júri é aquele que realizou concurso de provas e títulos. A jurisdição é inerte, só podendo atuar quando for provocada.
A CÂMARA OU JUÍZO ARBITRAL SÃO LEGAIS?
	A arbitragem é um meio privado de solução de conflitos. Ela pode ser usada para resolver problemas jurídicos sem a participação do Poder Judiciário, (sem juízes). É um mecanismo voluntário: ninguém pode ser obrigado a se submeter à arbitragem contra a sua vontade.
Existem diversas formas de resolver um problema. Pode-se optar por tratar diretamente com a outra parte (neste caso, fala-se em negociação). Pode-se escolher uma pessoa para facilitar o diálogo entre os envolvidos, permitindo que estes mesmos possam chegar a uma solução (neste caso, fala-se em mediação ou conciliação). Pode-se utilizar o Poder judiciário, solicitando que um juiz tome a medida legal cabível (neste caso, fala-se em processo judicial). Pode-se, enfim, escolher uma pessoa para decidir o seu problema sem a ajuda do Estado (neste caso, fala-se em arbitragem).
Ao escolher a arbitragem, as pessoas abrem mão de recorrer ao Poder Judiciário, escolhendo árbitros de sua confiança para o julgamento do conflito. Qualquer pessoa capaz poderá ser chamada para atuar como árbitro, desde que tenha sido escolhida livremente pelos interessados.
A arbitragem já estava prevista em nossas leis há muito tempo, mas ganhou força apenas em 1996, quando foi editada a Lei nº 9.307 (Lei de Arbitragem).
A CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA É VÁLIDA?
	É válida a cláusula compromissória nos contratos de adesão de consumo; ... § 3º Na relação de consumo estabelecida por meio de contrato de adesão, a cláusula compromissória só terá eficácia se o aderente tomar a iniciativa de instituir a arbitragem, ou concordar, expressamente, com a sua instituição. ”
Vejamos o que diz o artigo 853 do Código Civil:
Admite-se nos contratos a cláusula compromissória, para resolver divergências mediante juízo arbitral, na forma estabelecida em lei especial.
Esta Lei Especial, ao qual é referida, trata-se da Lei de Arbitragem Nº 9.307, DE 23 DE SETEMBRO DE 1996.
CABERIA RECURSO DA DECISÃO DO JUÍZO “A QUO”? POR QUÊ?
	Antes, precisamos saber que, o Juízo a quo é aquele juízo de primeira instância, juízo inferior. Onde se encontra em uma sociedade local.
Do latim “Judex a quo” que seria - juiz do qual, de origem.
Já outro termo que será aprofundado depois do tópico posterior, se tem o termo do latim “judex ad quem” que seria - juiz para o qual, destinatário.
Agora voltando a pergunta da situação, temos o seguinte, em consonância com a questão, se cabe ou não recurso da decisão do Juízo a quo, vejamos o que se fala no Código de Processo Civil: 
Art. 1.009. Da sentença cabe apelação.
§ 1º As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões.
A resposta então é sim, pois também há o agravo de instrumento que é o recurso cabível, em primeiro grau de jurisdição, contra específicas decisões interlocutórias previstas em lei. E frisando o artigo mencionado no CPC onde é expresso em ordem quando a parte tem que recorrer da decisão, quando achar que não foi agradável a de anterior entendimento as quais então no artigo 994:
São cabíveis os seguintes recursos:
I - apelação;
II - agravo de instrumento;
III - agravo interno;
IV - embargos de declaração;
V - recurso ordinário;
VI - recurso especial;
VII - recurso extraordinário;
VIII - agravo em recurso especial ou extraordinário;
IX - embargos de divergência.
QUEM É JUÍZO “AD QUEM”?
	Se o Juízo a quo é o que proferiu a sentença o Juízo ad quem é para onde foi/é encaminhado, então o destinatário é o Tribunal.
O RECURSO (APELAÇÃO) SERÁ JULGADO FAVORÁVEL OU CONTRA JOÃO? CONSIDERANDO O QUE JÁ ESTUDAMOS EM SALA?
	Favorável, pois A Lei de Arbitragem brasileira consagra o princípio da competência-competência no parágrafo único do art. 8º, que se encontra assim redigido: “Caberá ao árbitro decidir de ofício, ou por provocação das partes, as questões acerca da existência, validade e eficácia da convenção de arbitragem e do contrato que contenha a cláusula compromissória". A leitura do referido dispositivo denota que o árbitro é dotado de poderes para deliberar, em primeira mão, se tem ele (ou não) competência para julgar uma demanda arbitral, o que ocorrerá quando a convenção de arbitragem preencher os requisitos expressos na legislação de regência. Da mesma forma, o árbitro pode declarar-se incompetente, hipótese na qual será de responsabilidade do Poder Judiciário a definição da disputa.
(Fim).

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